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Conceitos e Histórico do Campismo

 

O campismo é um importante setor do turismo com o lazer como sua principal finalidade. Prática itinerante com alta proximidade com a natureza, onde o indivíduo carrega seu abrigo de forma a atender a principal necessidade de um ser humano: a proteção. Repleto de recursos modernos, os motor homes são os equipamentos que mais se assemelham às moradias fixas do homem. O campismo nasceu da exigência do homem, em questão do abrigo e da proteção contra clima, tempo e animais.

Historicamente a atividade nasceu na antiguidade, em expedições militares, onde tropas completas se amparavam em tendas de tecidos e peles animais. A prática ganhou essência educacional em 1860 ao ser instalada como processo de ensino infantil até que Baden Powel, em 1908, concebeu o escotismo (ou escoteirismo) espalhando-se pela Europa principalmente no período pós guerra mundial. Quando os grandes centros urbanos industriais começaram a crescer, veio a necessidade de as pessoas fugirem e procurarem locais com grande contato com a natureza. O campismo torna-se essencialmente turístico e leva à criação de diversas associações. A maior delas é a Federação Internacional de Campismo e Caravanismo (FICC) com sede na Suíça.

O campismo no Brasil começa a ser implantado em 1910 pela marinha de guerra, que trouxe o escotismo para o país. Até a década de 1960 o campismo era praticado de forma selvagem e somente em barracas, quando em 1964 surge a primeira fábrica de trailers do Brasil – A Turiscar – com a necessidade de fabricar um equipamento que pudesse oferecer grande praticidade e rapidez na montagem e desmontagem do acampamento. Após inúmeras dificuldades a produção ganhava terreno, somado às muitas outras fábricas que nasciam principalmente nas regiões sul e sudeste. Não demorou muito para que se unisse o veículo e o trailer a um equipamento só. Os motor homes, juntamente com os trailers, cruzavam as estradas do Brasil e eram instalados nos campings que a cada ano se multiplicavam. As associações de campismo também cresciam e seu maior representante era mesmo o Camping Clube do Brasil. Quase três décadas se passaram acompanhadas do desenvolvimento da atividade. Produtos cada vez mais modernos, leves e retráteis surgiam no mercado aliados ao número cada vez maior de adeptos ao campismo como estilo de vida. Finalmente nos anos 1990 com o aumento dos preços de combustíveis, diversos planos econômicos, pedágios e falta de incentivos do governo o campismo começou seu declínio. Traído pelo maior golpe ao setor de caravanismo, o novo código de trânsito de 1997 proibia as portadores de carteiras de habilitação do tipo “B” de rebocarem seus trailers. Agora o campista teria de portar a categoria mais alta de habilitação, levando à paralisação quase que total da produção e à falência ou fechamento das principais indústrias de veículos de recreação. Com todos estes fatores é que o motor home é a opção mais procurada atualmente para o caravanismo no Brasil. Depois das barracas, é o equipamento mais utilizado para deslocamento do turismo campista, porém de baixa produção (em forma artesanal) e de péssima divulgação e definição por parte dos principais setores da mídia: Rádio e televisão. Mais comumente chamados de ônibus, os motor homes abrigam em um veículo grande (semelhante a um ônibus) ou pequeno (semelhante a uma Kombi) equipamentos e espaços próximos a uma moradia: dormitório, sala de almoço, cozinha e banheiro. Vale lembrar que, independente do tipo do equipamento utilizado (barraca, carreta-barraca, trailer, motor home ou camper) o campismo é a principal atividade em foco. Claro que os equipamentos diferem-se nos quesitos conforto e, principalmente, preço. Deve-se privilegiar sempre todos os processos, já que acontecem em certa ordem hierárquica. Infelizmente esta ordem não é respeitada atualmente no Brasil, onde não se privilegia os barraqueiros, que serão, sem dúvida, os futuros compradores de trailers e motor homes.

 

Artigo escrito por Marcos Pivari

  

 

 

 

 

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