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Os Equipamentos do Campismo

 

Seguindo o foco das abordagens sobre os principais fatores do campismo para o seu conhecimento, trataremos agora de uma explanação e comparação de cada um dos equipamentos mais utilizados para o campismo: Barracas, Trailers e Motor Homes. Não há um melhor ou pior. Tudo faz parte de um ciclo, além da equivalência deles com o perfil de cada campista.

 

A Barraca

 

O equipamento de campismo mais primitivo do mundo tem suas origens nas tendas confeccionadas de tecido ou pele animal e era utilizado desde a idade média nas expedições militares. Hoje em dia ganharam desenhos estáveis aos ventos, os tecidos deram lugar ao nylon (poliamida) e sua estrutura que fora de madeira, passou a metálica e por fim de fibras de vidro e carbono. Agora as barracas são dotadas também de mosquiteiros e zíperes para a sua completa e eficiente vedação.

 

São três os principais tipos de barracas:

 

Bangalô: Modelo geralmente de tamanho grande, oferece maior conforto para a família e seu formato se assemelha ao de uma casa. Pode possuir mais de um ambiente isolado além da ampla varanda. Suas lonas são grossas e oferecem maior proteção contra chuvas e altas temperaturas. Tem como desvantagem o fato de ser pesada e de demorar mais para ser armada.

  

Canadense: Modelo de formato clássico de “V” invertido. Oferece ambiente único, algumas vezes estendido por uma varanda. Há exemplares com lonas grossas ou finas, porém sua estrutura metálica se configura pesada, semelhante à do tipo bangalô.

 

 

 

Iglu: Modelo mais indicado para expedições, aventuras, caminhadas e acampamentos em geral. Possui estrutura de fibra e coberturas de nylon, configurando um equipamento extremamente leve. Fácil e rápida de montar, esta barraca é a mais procurada pelos novos campistas. Sua desvantagem está no fato de ser a menos durável e necessitar na maioria das vezes de impermeabilização.

 

Seja qual for o tipo de barraca escolhido, deve-se sempre haver cuidados na hora da escolha do local e montagem. Proteja sempre o assoalho da barraca com uma lona estendida no chão já livre de pedras e galhos. Em regiões frias, isole com jornais ou papelão para evitar que a umidade suba para o colchonete. Estique bem todas as extremidades e utilize todas as amarras que o equipamento dispuser. Escolha o local sempre com boas sombras. Procure analisar a natureza em volta e seus componentes mais próximos. Estude o caminho do Sol para maior comodidade. Em campings, procure evitar locais próximos dos banheiros, entrada/saída e pavilhões de lazer. Evite ao máximo ligar aparelhos de som, respeitando assim seu vizinho próximo e a natureza. Mantenha limpa a área próxima ao seu módulo e trate do lixo da maneira correta.

Sem dúvida a barraca é a opção mais barata dentre os equipamentos de campismo e também muito prazerosa. A maior deficiência em relação aos veículos de recreação é o banheiro.

O primeiro passo de um campista é adquirir uma barraca. A escolha do tipo e modelo é fundamental para o bem estar do indivíduo.

Seguindo nossa série de abordagens sobre os três principais equipamentos de campismo, passaremos a falar sobre o primeiro veículo de recreação.

 

 

 

O Trailer

 

O trailer nasceu da procura do luxo, praticidade na montagem do acampamento e na agilidade do transporte do conjunto habitável. É rebocável por meio de um veículo tracionador que, em princípio, pode ser um simples carro de passeio. O trailer é um reboque. Uma habitação formada principalmente de dormitório, cozinha, sala e banheiro. É montado sobre uma plataforma metálica com um ou mais eixos próximos e habilitado a trafegar em ruas e estradas. É sempre rebocado e nunca possui motor propulsor próprio.

A barraca é definitivamente o ícone do acampamento. Com o tempo alguns campistas se acomodam e buscam mais luxo e facilidades. O trailer pode ser visto ilustrativa e fundamentalmente como uma barraca “já armada” com comodidades de uma casa, principalmente banheiro, com uma maior privacidade e proteção contra fatores climáticos. O veículo oferece: facilidade de uso, menores problemas e providências quanto a intempéries.

 O conjunto da plataforma, engate e o trailer forma um perfeito equilíbrio, podendo ser puxado por um carro ou veículo utilitário, dependendo do peso e dimensões. Estes vêm desde modelos pequenos com um só eixo, até os maiores com até três eixos. Antigamente, quando a maioria dos carros de passeio possuía tração traseira, era mais usual o transporte de trailers com veículos pequenos. Hoje em dia, como a situação é contrária, a maioria dos trailistas utiliza-se de caminhonetes para o transporte.

Os modelos básicos possuem geralmente mesa de refeições que vira cama e um pequeno banheiro com sanitário, pia e chuveiro com aquecimento a gás. Cozinha com fogão e geladeira. Armários e prateleiras permitem o armazenamento de itens pessoais. O trailer possui caixa d’água e bomba alimentada por uma bateria própria que alimenta também as luzes e geladeira. Estacionado em algum camping, o trailer pode ser alimentado por água e luz diretamente.

O trailer, assim como qualquer reboque, possui documentação própria e depende de renovação anual e pagamento de taxa de licenciamento. As contribuições de IPVA e seguro obrigatório não se aplicam aos reboques ou trailers, sendo de competência do veículo que estiver rebocando. Possui placa própria e sistema de luzes que deverão ser sincronizadas com o sistema elétrico do carro.

O trailer paga pedágio. Em geral cada eixo do trailer corresponde à metade do valor do tributo de um carro ou utilitário com rodagem simples. Também é correto salientar que o consumo de combustível será afetado pelo reboque.

 

 

Aquisição

Na hora de adquirir um trailer, é importante seguir várias dicas, já que não se trata de um equipamento simplesmente superior às barracas, e sim, diferente.

Primeiramente para se trafegar com um trailer, é preciso que o motorista do veículo tracionador possua carteira nacional de habilitação (CNH) do tipo “E”. O governo brasileiro, ao fazer o Novo Código Nacional de Trânsito em 1997, cometeu um enorme erro por desconhecer totalmente a realidade deste veículo de recreação. A palavra “trailer” foi inserida no final do trecho que trata dos tipos de habilitação e dificultou muito o uso deste tipo de equipamento. Na tentativa de resolver o problema, foi feito um pedido de mudança da lei. O pedido virou o projeto de Lei 7127/2002 que se arrasta desde o ano de 1999 e não tem previsão de conclusão. Todo o processo pode ser acompanhado aqui no site. Deve-se pensar no lugar em que o equipamento será guardado quando não estiver em uso. Além do investimento inicial do equipamento, deve-se levar em conta que seu estacionamento poderá acarretar em uma taxa de manutenção fixa de estadia.

O conjunto será mais pesado e exigirá maior cautela durante a viagem, por isso, a velocidade será inferior a quando não há reboque. Conheça exatamente a sistemática do trailer e atente para a comodidade pretendida.

Na hora de escolher o modelo, fique atento na capacidade de pessoas. Geralmente as fábricas indicam um número máximo que pode se tornar desconfortável a montagem e desmontagem dos dormitórios se contados todos eles. Os dormitórios fechados dos trailers maiores não requerem montagem e desmontagem. As mesas-camas dependem de uma prática montagem descendo-se o nível da mesa e acomodando os estofados a fim de formar camas de solteiro, casal ou viúva. Os beliches se dividem em: Fixos – não requerem montagem e desmontagem; Retráteis (Dobráveis) – recolhidos junto com o colchão aumentando-se o espaço interno do trailer; De Lona – apoiados nos encaixes fixos nas paredes do trailer, geralmente acima da cama de casal.

Sem dúvida o trailer é um equipamento indispensável no ciclo de um campista, porém com as dificuldades que se desenvolveram ao longo dos anos no Brasil, perdeu muito mercado.

 

O Motor Home 

 

Fechando a série de abordagens sobre os três principais equipamentos de campismo, abordaremos o veículo de recreação que mais cresce na preferência do brasileiro: O Motor Home.

O Motor Home atualmente é o veículo de recreação mais fabricado no Brasil, dadas as facilidades, conforto e comodidade que o mesmo oferece. Também apresenta uma maior independência e auto-suficiência frente aos problemas que resultaram na crise do campismo. Cabe uma breve definição do equipamento antes de tocar em alguns temas relacionados.

O termo mais apropriado para Motor Home em nossa língua portuguesa seria mesmo “Casa sobre rodas”. Nada mais são do que trailers montados sobre chassis novos ou usados de um veículo automotor, como vans, ônibus ou caminhões. No mínimo o equipamento possui banheiro, cozinha e sala que se reverte em dormitório. Sua auto-suficiência se dá pelos reservatórios de água e bateria que alimentam o equipamento hidráulica e eletricamente. Também possui aquecimento a gás, que também garante autonomia para fogão e geladeira.

O Motor Home pequeno mais conhecido no Brasil é a Safári da Karmann Ghia. É montado sobre a VW-Kombi e abriga todos esses acessórios principais. Foi fabricada dos anos 1970 até meados da década de 1990. A partir deste modelo, há Motor Homes de diversos tamanhos e marcas que chegam a mais de 13 metros de comprimento. Pequenos ou grandes, alguns modelos sustentam um moderno e confortável conjunto de acessórios e equipamentos.

O equipamento lhe permite chegar a quase todos os lugares e oferece independência das questões de água, energia, comida e abrigo. Por conseqüência, este fato poderá levar o proprietário a se isolar de questões básicas do campismo, como: convivência, confraternização de espaços comuns, ter a natureza como extensão de sua “casa” e oferecer, mesmo que com pouco, uma contribuição à renda turística da cidade de destino. Instalar seu motor home em um camping ou área específica, organizada e segura sempre será mais apropriado. Nos casos de ausência deste tipo de estabelecimento, nesta ou naquela cidade, aí sim poderá aproveitar a vantagem de poder estacionar no centro urbano, tendo algumas desvantagens como a falta de vizinhos campistas, área externa, pouca segurança e etc.

Falando de campismo com alma, deve-se sempre ter em mente o fato de os campistas formarem uma só família, independente do equipamento que possuem. É comum ocorrer nos campings, também pelo fato da divisão física devido à organização do espaço, uma falta de convívio entre proprietários de veículos de recreação e de barracas. Como dissemos, o campismo possui um ciclo que depende do perfil de cada pessoa, onde passará de um equipamento a outro. Cada um com suas particularidades e custos.

Aos aspirantes deste tipo de equipamento, vale lembrar que o motor home é um equipamento de campismo. Se você nunca acampou, vale a pena fazê-lo de barraca para sentir os prazeres da atividade. Mesmo sendo muito mais confortável de se viajar, um Motor Home, por mais equipado que seja, será sempre uma habitação de espaço reduzido com suas limitações. Estas que se tornam irrelevantes quando se ama a prática e se aprende a curtir a natureza.

Aos proprietários deste tipo de veículo, vale a dica de não fraquejar aos encantos da tecnologia. Nunca se esqueça dos princípios campistas que levam o alto grau de contato e respeito com a natureza e o convívio e auxílio ao próximo. Não tenha pressa de chegar, por mais potência que seu motor possua. Não deixe de privilegiar o camping da cidade e sua respectiva cantina, por mais que seu patrimônio móvel não necessite. E não escolha seu destino e camping pelas necessidades de seu equipamento, como por exemplo: água, luz elétrica em abundância ou sinal de TV. Mesmo em um Motor Home “top de linha”, com ar-condicionado, inversor e gerador, você, sua família e amigos poderão aproveitar a chance de um jantar à luz de velas ou lanternas ao ar livre...

Estão apresentados os três principais equipamentos de campismo. Obviamente existem outras derivações, como a carreta-barraca, o mini trailer e etc. Boa Viagem...

 

 

Artigo escrito por Marcos Pivari

  

 

 

 

 

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