O bandeirante Antonio Dias, chefiava em 1698, uma
expedição de paulistas que vinha à procura de ouro. Juntamente, vinha, como capelão,
o Padre Faria. O Pico do Itacolomi, na montanha que vinha sendo mencionada há
muito como o ponto de referência do local, um certo mulato (Duarte Lopes)
encontrou, no fundo de um córrego, umas pedras negras que guardou e levou
para Taubaté.
De lá o
achado foi enviado ao Governador Artur de Sá Menezes, no Rio de Janeiro, e
quando partido, verificou-se ser ouro puro, apenas revestido ce uma camada de
canga, "que brilhava como a luz do sol". Há dois séculos os
portugueses buscavam o ouro, finalmente encontrado, e em tal quantidade que
"entre 1700 e 1770 a
produção do Brasil foi praticamente igual a toda a produção de ouro do resto
da América, verificada entre 1493 e 1850, e alcançou cerca de 50% do que o
resto do mundo produziu nos séculos XVI, XVII e XVIII".
É a mais conhecida cidade histórica de Minas,
tendo sido declarada "Monumento Nacional" em 12 de julho de 1933 e,
mais recentemente, eleita "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela
Unesco em 21 de abril de 1981. Hoje corre o risco de perder este título pela
falta de atenção e cuidado por parte dos administradores de nosso patrimônio.
Com a descoberta de ouro na região, fundaram-se
alguns arraiais, como os de Ouro Preto (Vila Rica) e Antônio Dias.
Em 1720,
a Capitania das Minas Gerais desligou-se de São Paulo,
e Vila Rica tornou-se sua capital em 1721. Esta época coincidiu com o apogeu
da extração aurífera em
Minas Gerais.
Vila Rica foi onde ocorreu a primeira tentativa de
independência, com o movimento denominado Conjuração Mineira.
Pela sua interiorização os mineiros habituaram-se
a resolver seus próprios problemas, habituados a contar pouco com o apoio da
Metrópole, da qual recebiam apenas opressão, controle tirânico e ganância
devoradora. Nos primeiros anos, o afluxo de garimpeiros não foi acompanhado
por um desenvolvimento dos recursos necessários à implantação do novo núcleo
urbano da Vila Rica de Ouro Preto, o primeiro povoamento ligado à mineração.
Um período de extrema carência de alimentos trouxe miséria, fome, desordem,
enquanto o Fisco estava interessando apenas no tesouro descoberto, criando as
casas de fundições e descontando o Quinto Real. A subdivisão das terras em
"datas", a multiplicação da escravaria, a exploração predatória
acabariam por exaurir as minas e provocar conflitos e sedições. A disciplina
e a lei não eram respeitadas pelos homens cegos de ambição e desprovidos de
escrúpulos. A Guerra dos Emboabas, entre portugueses e "paulistas"
, como se chamavam os brancos nascidos no Brasil e vindos de São Paulo, foi
uma luta sangrenta que culminou com o incêndio e destruição do arraial dos
Paulistas, no local de Ouro Preto hoje denominado Morro da Queimada.
Foi elevada à categoria de cidade após a
Independência, sendo o seu nome trocado para Ouro Preto, referência a pepitas
de ouro paladiado, que tinham aspecto de grãos escuros, encontrados em grande
abundância no leito do riacho do Tripuí, nos arredores da cidade. Manteve-se
como capital do Estado até 12 de dezembro de 1897, quando a sede do governo
foi transferida oficialmente para a recém-construída Belo Horizonte.
A cidade, cuja fisionomia atual reflete com mais
pureza o passado colonial brasileiro, manteve a unidade de seu aspecto
arquitetônico devido em parte ao empobrecimento, que não permitia novas
construções, e à vigilância do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
Foi a segunda capital do Estado de Minas Gerais,
após Mariana. |