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Canguçu é um
município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Localiza-se a uma latitude 31º23'42" sul e a uma
longitude 52º40'32" oeste, estando a uma altitude de 386
metros. Sua população estimada em 2004 era de 52.001
habitantes.
Possui uma
área de 3.520,6 km². É um município que conta com as
águas do rio Camaquã. É em Canguçu que nascem os arroios
do Quilombo e das Caneleiras, que no município vizinho,
Pelotas, juntam-se e recebem o nome de Arroio Pelotas.
Canguçu está
incrustado na Serra dos Tapes a qual forma junto com a
Serra Herval a região fisiográfica gaúcha Serras do
Sudeste. Serras divididas pelo rio Camaquã que limita ao
norte o município e que se constituem dos solos mais
antigos do Estado, como parte do Escudo Rio-Grandense de
formação no Período Arqueano.
Índice
[esconder] 1 História 1.1 As Sesmarias 1.2 O 22º
município gaúcho a ser criado 2 Significado do nome 3
Referências 4 Ligações externas
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História
[editar] As
Sesmarias A área urbana de Canguçu, no período de 1780 -
1799, foi denominada, "Rincão do Tamanduá", fazendo
parte da área de mais de doze léguas de sesmarias,
situado nas Serras de Sudeste, sendo proprietário, o
nobre português,Capitão-Mor Dom Paulo Rodrigues Xavier
Prates. De 1762 a 1777 houve violentos choques entre
espanhóis e portugueses, visando ambos, ao domínio de
que hoje constitui o Rio Grande do Sul e República
Oriental do Uruguai. Praticamente cessou a instituição
de novos povoados, preferindo os que para o sul vinham,
estabelecer-se nos núcleos anteriores, e destes, em
especial nos mais resguardados de investidas
castelhanas.
Após o
término dessas lutas, foram concedidas sesmarias para a
região onde hoje está constituído o município de
Canguçu. Por volta de 1793 os sesmeiros Paulo Rodrigues
Xavier de Prates e João Francisco Teixeira de Oliveira,
que até então viviam disputando a posse do "Rincão do
Tamanduá", visando solucionar o litígio, doaram o sítio
para a construção de uma Capela. A 26 de dezembro de
1799, cento e quarenta moradores da região dirigiram ao
Governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara,
uma petição requerendo a concessão do rincão para erigir
a capela e fundar a povoação. A 30 do mesmo mês e ano
era a permissão concedida, com a ressalva de que
enquanto não se formasse uma irmandade legalmente
constituída, coubesse ao cura e a dois homens bons do
lugar, a administração dos ditos terrenos.
Seguindo
este critério, seis dias após a petição, ou seja, a 10
de janeiro de 1800, era lançada a pedra fundamental da
capela de Nossa Senhora da Conceição, sendo seu primeiro
cura o Padre Pedro Rodrigues Tourem.
Ergueram-se
as casas quase que imediatamente, e logo florescia uma
povoação de tamanho considerável e bem organizada. Tais
foram os méritos, que a capela curada era em doze anos
levada à categoria de freguesia. Tal se deu por Carta
régia do príncipe regente D. João, assinada a 31 de
janeiro de 1812, sendo a décima sétima freguesia da
capitania. Havia então, no Rio Grande do Sul, apenas
quatro municípios, sendo que a freguesia de Canguçu
fazia parte de Rio Grande, passando somente em 1830 ao
de Piratini, do que se constituiu distrito.
[editar] O
22º município gaúcho a ser criado Canguçu , antes
distrito da capital farroupilha Piratini, foi o 22º
município gaúcho a ser criado, por desmembramento do
município de Piratini, do qual foi o distrito de 1831 a
1857 e o de " mais perigo e mais farrapo durante a
Revolução Farroupilha ", segundo Francisco Pedro de
Abreu, o Moringue. Em ata da sessão de 1857, assinada
pelo líder farrapo Vicente Ferrer de Almeida, deu-se a
emancipação. Desde 5 anos antes da criação de Canguçu
seus filhos já eram batizados na pia batismal
construída, em 1851, pelo francês Marcelino Tolosan (Marcellin
Tholozan) , 6 anos depois da pacificação farroupilha.
Canguçu teve
grande participação e projeção, pois as tropas que
integraram a Brigada Liberal de Antônio de Sousa Neto
que o apoiaram em 10 de setembro de 1836 no vitorioso
combate do Seival e no outro dia na proclamação da
República Rio-Grandense, era constituída por
canguçuenses na proporção de cerca de ¼.
Ao ser
instalada a República Rio-Grandense em Piratini, em 6 de
novembro de 1836, quem carregou o pavilhão tricolor pela
primeira vez foi o canguçuense Major de Lanceiros
Joaquim Teixeira Nunes – o Coronel Gavião, considerado
pelo General Tasso Fragoso como a maior lança farrapa e
que se tornou célebre no comando do Corpo de Lanceiros
Negros Farroupilhas. Personagem abordado com grandeza e
simpatia na minisérie "A Casa das Sete Mulheres" pelo
ator Douglas Simon.
Canguçu foi
palco de dois combates denominados de Canguçu,
respectivamente em 25/26 de outubro e 6 de novembro de
1843 e nos locais Pedra das Mentiras e Cerro do Ataque,
nos fundos do atual Colégio N. S. Aparecida em ambas as
margens do arroio. E ambos combates vitórias imperiais
de Chico Pedro.
Foi em
Canguçu que o maior cronista farrapo – Manuel Alves da
Silva Caldeira, veterano farrapo, escreveu
cartas-depoimentos aos historiadores Alfredo Varela,
Alfredo Ferreira Rodrigues, Alcides Lima e a Piratinino
de Almeida que lhes permitiram resgatar expressivamente
a memória do Decênio Heróico.
A vila de
Canguçu em momentos difíceis da Revolução abrigou por
diversas vezes Bento Gonçalves da Silva até agosto de
1843, conforme se concluiu de ofício do Barão de Caxias
ao Ministro da Guerra.
Isto até que
Canguçu fosse ocupado pela Ala Esquerda do Exército ao
Comando de Caxias, de setembro de 1843 em diante.
Comandou a referida Ala Esquerda o célebre guerrilheiro
Francisco Pedro Buarque de Abreu , o futuro Barão de
Jacuí.
Canguçu foi
criado município junto com Passo Fundo e por sugestão do
simbolista farrapo Major Bernardo Pires, autor do
desenho da Bandeira da República Rio-Grandense, e desde
1891, adotada como a do Rio Grande do Sul.
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Significado do nome A denominação de Canguçu deriva da
palavra indígena Caa-guaçu, significando mata grande ou
mato grosso, de igual forma que já foi denominada
primitivamente a região onde se situa a célebre Avenida
Paulista em São Paulo, bem como outros locais, segundo
se conclui ou lê-se em descrições mais antigas.
Caa- guaçu
era uma alusão à milenar mata grande que encobriu
primitivamente a encosta da Serra dos Tapes voltada para
a Lagoa dos Patos e que daria o nome a ilha de Canguçu,
mais tarde chamada de ilha da Feitoria como parte da
estância Feitoria depois de adquirida por esta.
Os
primitivos habitantes de Canguçu foram os índios Tapes,
tapuias, guaranizados e subordinados aos guaranis e que
deram seu nome a região onde Canguçu se assenta.
Vestígios deles ainda são encontrados nos traços de
habitantes do Posto Branco, Canguçu Velho e Herval.
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