REFERENCIAS
A história
de Caxias do Sul começa antes dos italianos, ainda
quando a região era percorrida por tropeiros, ocupada
por índios e chamada "Campo dos Bugres". A ocupação por
imigrantes italianos, em sua maioria camponeses da
região do Vêneto ( Itália ), deu-se a partir de 1875,
localizando-se em Nova Milano. Estes, por sua vez,
buscavam um lugar melhor para viver. No entanto,
encontraram lombardos, trentinos e outros. Embora
tivessem ganho auxílio do governo, ferramentas,
alimentação e sementes, esse mesmo auxílio teve que ser
reembolsado aos cofres públicos.
Dois anos
após, a sede da colônia do Campo dos Bugres recebeu a
denominação de Colônia de Caxias. No dia 20 de junho de
1890 foi então criado o Município, e a 24 de agosto do
mesmo ano, foi efetivada a sua instalação. Vários ciclos
econômicos marcaram a evolução do Município ao longo
deste século. O primeiro deles está ligado ao traço mais
forte da sua identidade: o Cultivo da Videira e a
Produção de Vinho. Num primeiro momento, para consumo
próprio e, mais adiante, para comercialização.
No dia 1º de
junho de 1910 Caxias foi elevada à categoria de cidade
e, neste mesmo dia, chegava o primeiro trem, ligando a
região à capital do Estado. Os imigrantes eram
agricultores, porém, muitos deles possuíam outras
profissões. Instalaram-se na região, urbanizando-a e
dando início a um acelerado processo industrial.
Na zona
rural instala-se a agricultura de subsistência, que se
concentra na produção de uva, trigo e milho, começando a
industrialização em nível doméstico. Todo o excedente
era comercializado. No início, a uva e o trigo. Com o
correr do tempo, há diversificação da indústria caseira
para, juntamente com o processo humano da colônia,
acontecer a ampliação do leque de manufaturados. Das
pequenas oficinas caseiras às grandes indústrias hoje,
internacionalmente conhecidas.
Em 1967 é
criada a Universidade de Caxias do Sul, núcleo da
cultura sistematizada.
Caxias do
Sul é hoje, o pólo centralizador da região mais
diversificada do Brasil, com seus laboriosos colonos,
seus vastos parreirais, suas vinícolas, seu variado
parque industrial e um comércio rico e dinâmico, o que
dá a essa terra uma dimensão ainda maior, razão pela
qual "Caxias do Sul", a "Capital da Montanha", a "Pérola
das Colônias", a "Colméia do Trabalho" é, por si só, o
pólo centralizador da marca italiana no sul do Brasil.
Junto com os
imigrantes, outras etnias partilharam desse caminho.
Aconteceram a miscigenação e a aculturação. Cantos e
linguagem, hábitos e tradições se aproximaram. Ao lado
do lastro cultural itálico, convive a bela tradição
gaúcha. O churrasco e o vinho, a polenta, o galeto e as
macarronadas, ao som de belas letras trazidas da
longínqua Itália e de outras, já produzidas na terra de
cá dão matizes, sonorização e sabores especiais à
culinária típica desta Metrópole. É a fartura do Sul
aliada ao sabor especial do tempero italiano.
É, através
da uva e do vinho, que Caxias se notabilizou, sendo o
berço do turismo do Estado quando, em 1931, lançava a
maior festa do sul: a Festa da Uva. Vinhos, uvas, frio e
neve, aliados ao clima europeu das montanhas, com muita
gente bonita, comida farta, hospitalidade e muitos
atrativos reiteram o convite: Venha e comprove. Tome
conosco um gostoso vinho e se delicie com as mais
saborosas uvas.
Nome Embora
o povoamento efetivo da região fosse iniciado em 1876,
já dois séculos antes os jesuítas tinham tentado
cristianizar esta zona. Por vários motivos as reduções
fracassaram e os índios continuaram sua vida
semi-nômade, daí o nome original de Campo dos Bugres,
porque encontraram ali vestígios de antigo acampamento.
Após as
lutas da unificação italiana (1870) os colonos daquele
país necessitavam terras para agricultura, pois os
prejuízos foram enormes. Paralelamente, o Imperador D.
Pedro II resolveu trazer para o Sul imigrantes
italianos. Em 1875 chegaram à Porto Alegre as primeiras
famílias vindas da Itália; foram levados para o antigo
Porto Guimarães, hoje cidade de São Sebastião do Caí;
subindo o rio Caí, chegaram ao chamado "Campo dos
Bugres".
O Governo
Imperial era responsável pelo transporte oceânico,
divisão e distribuição dos lotes com 63 hectares de área
para cada família, abertura de estradas para as novas
colônias, ferramentas e sementes.
Como os
lotes de 63 hectares eram muito grandes, gradativamente
foram reduzidos para 44, 30 e 25 hectares. Estes lotes
eram pagos no prazo de 5 e 15 anos.
Um ano
depois, no local onde hoje está localizada a sede,
estavam instalados dois mil colonos. Em 1877, como
homenagem a Duque de Caxias, foi denominada "Colônia de
Caxias". Embora as condições geográficas fossem
favoráveis, os materiais eram deficientes; mas a vontade
de vencer dos colonos era superior a tudo.
Em 1884 a
colônia foi anexada ao Município de São Sebastião do
Caí. Posteriormente, foi denominada Santa Tereza de
Caxias; mais tarde, a denominação de Santa Tereza foi
retirada, ficando somente como Padroeira.
O Ato nº 257
de 20 de junho de 1890 criou o novo município sob a
denominação de Caxias. A origem da indústria caxiense
deu-se em 1895 com a atuação de um jovem italiano, com
apenas 16 anos. Abramo Eberle inicia com uma pequena
funilaria.
Devido ao
grande desenvolvimento em 1910, recebeu ligação por via
férrea e a sede foi elevada à categoria de cidade.
Caxias do
Sul recebeu três títulos pelo destaque que vem tendo em
nosso Estado. Capital do Planalto, Metrópole do Vinho e
Pérola das Colônias, o último é o que se tornou mais
popular. Três municípios emanciparam-se das terras de
Caxias: Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos.
Colonização
A expansão do capitalismo, no final do século XIX, foi o
contexto sobre o qual desenrolou-se a história da
imigração européia para o Brasil e, mais
especificamente, para o Rio Grande do Sul. Em território
brasileiro, especialmente nas lavouras cafeeiras, os
imigrantes europeus gradativamente substituíam a
mão-de-obra escrava que vinha tornando-se escassa e cara
desde a abolição do tráfico com a África em 1850.
Em solo
gaúcho, a política imigratória justificava-se pela
necessidade de colonização e povoamento. A experiência
positiva com a imigração teuta possibilitou o surgimento
de novos núcleos coloniais que seriam ocupados por
imigrantes italianos. Estes núcleos foram organizados na
Encosta Superior do Nordeste, região formada por terras
devolutas, delimitadas pelos Campos de Cima da Serra e
pela região dos vales, de colonização alemã. A opção por
esta área coube ao governo da província que, em 1869,
decidiu pela ocupação do território mais tarde
denominado Região Colonial Italiana.
A
organização dos trabalhos coube a órgãos governamentais
responsáveis pela identificação e exploração das terras,
medição, demarcação e recepção dos imigrantes nas
colônias. Nas sedes das colônias a responsabilidade
pelos trabalhos ficava a cargo da Diretoria da Colônia,
subordinada à Inspetoria Especial de Terras e
Colonização e, no caso do Rio Grande do Sul, sediada em
Porto Alegre e esta, por sua vez, subordinada à
Inspetoria Geral de Terras e Colonização do Rio de
Janeiro.
A estrutura
administrativa, prevista pela Lei de Terras de 1850 e
legislação posterior, era mantida pelo trabalho de
engenheiros, agrimensores, desenhistas, topógrafos,
tradutores e escriturários e sustentou a criação na
região da Serra Gaúcha, entre 1872 e 1875, de três
colônias: Colônia Caxias, Colônia Dona Izabel (Bento
Gonçalves) e Colônia Conde D'Eu (Garibaldi). A área
compreendida por cada uma das colônias continha quatro
léguas quadradas ou 174.200.000 metros, dividindo-se em
lotes rústicos e lotes urbanos.
Estes lotes
situavam-se dentro das denominadas Linhas ou Travessões
conhecidas como caminhos traçados no meio da mata, com
seis a 13 quilômetros de extensão, que serviam como
divisores dos lotes. Os travessões agrupados formavam as
léguas. Contudo, nem todas as léguas possuíam o mesmo
tamanho e a mesma quantidade de travessões, já que
diferenciavam-se em decorrência da topografia dos
terrenos.
Dentro
dessas linhas e travessões, surgiam os lotes. Os
denominados lotes rústicos ou rurais possuíam uma
extensão, conforme a legislação, entre 22 e 25 hectares.
Na prática, seu tamanho era ainda mais variado, tendo
alguns lotes até 80 hectares. Mesmo assim, eram lotes
pequenos se comparados àqueles destinados aos imigrantes
alemães e às extensas sesmarias do período colonial
brasileiro. Valorizava-se, dessa forma, a formação da
pequena propriedade rural, cuja principal força de
trabalho era a familiar, destinada à produção de bens
para subsistência e abastecimento do mercado interno.
A Terra A
longa e dura viagem dos imigrantes italianos começava
pela travessia do Atlântico, realizada em navios
sobrecarregados e em jornadas com duração de quase um
mês. No Rio de Janeiro, após a quarentena na Casa dos
Imigrantes, os imigrantes, em barcos a vapor, rumavam
até Porto Alegre. De Porto Alegre, seguiam até
Montenegro, São Sebastião do Caí ou Rio Pardo. A subida
em direção à serra gaúcha demorava de dois a três dias,
a pé, no lombo de animais ou em carretas. Nas colônias,
os imigrantes eram abrigados em barracões, onde, com
suas famílias, aguardavam, normalmente por muito tempo,
até seu destino final e principal objetivo: a terra, sua
terra para plantar.
A conquista
do sonho de far la Mérica exigia muito esforço. A mata
virgem tinha de ser desbravada, a casa para morar tinha
de ser construída e a terra preparada para receber as
primeiras sementes. Nessa fase, enquanto esperavam o
resultado das primeiras colheitas, o pinhão, a caça e a
coleta, a comercialização da madeira e eventualmente, o
trabalho assalariado e periódico na abertura de estradas
e caminhos ajudaram a afastar a fome.
Era preciso
conquistar a terra pelo trabalho. Trabalhar para viver e
trabalhar para pagar a terra. Nos depoimentos de
imigrantes, o sonho de colheitas abundantes e as
facilidades de plantio que a “velha Itália” não podia
mais oferecer seria concretizado na Serra Gaúcha,
através de muito trabalho. Um trabalho estafante,
recompensado por colheitas fartas em uma terra ainda
virgem. Plantava-se de tudo: trigo, milho, arroz,
feijão, batata, cebola... Desenvolviam-se pomares,
criavam-se suínos e gado pasteiro para retirar o leite.
A mesa tornou-se menos pobre, a casa mais confortável,
mantinha-se, com austeridade, a prole que se tornava
numerosa.
Na Mérica, o
imigrante italiano venceu o medo da fome, dos baixos
salários, do alto aluguel da terra e as tristes
lembranças da pátria mãe. Apesar de todas as
dificuldades iniciais, a América era, de fato, uma terra
farta e generosa.
Industrialização Em 1878, a Colônia Caxias possuía 3.849
habitantes, a maioria deles agricultores. Apesar deste
perfil, na sede, agrupavam-se algumas casas comerciais e
pequenas fábricas como funilarias, carpintarias,
marcenarias, olarias, ourivesarias, ferrarias, moinhos,
seleiros, sapatarias e alfaiatarias, responsáveis pela
produção de bens de consumo que caracterizavam a
auto-suficiência da colônia.
Contudo, nos
primórdios da colonização italiana, prósperas foram as
casas comerciais, conhecidas como armazéns de secos e
molhados, locais onde encontrava-se de tudo: desde
tecidos e artigos de perfumaria até ferragens e produtos
provenientes da colônia. O crescimento econômico da
colônia foi rápido e pode ser medido pelo expressivo
número de casas de negócios. Em 1883, existiam na
Colônia Caxias 93 estabelecimentos comerciais para uma
população de 7.359 habitantes. Um número impressionante
se considerarmos que, em 1878, existiam somente três
casas deste gênero.
As casas de
negócios e os pequenos artesãos, na zonas urbanas e no
interior dos travessões, assumiam relativa importância
na vida da Colônia, como centros de informações e de
trocas. Eram os lugares para onde dirigiam-se os colonos
com suas mercadorias e de onde saíam com insumos para
sua produção e gêneros para seu consumo. Gradativamente,
os produtos da Colônia passaram a ser vistos como
possibilidades de negócio.
Existiam
imigrantes e descendentes em outros locais do Estado e
do país. Portanto, existia mercado para produtos como
vinho, graspa, banha, queijos e embutidos. Assim, coube
ao comércio a tarefa de colocar a produção colonial em
mercados consumidores potenciais. Os mesmos tropeiros e
cargueiros, condutores de tropas de animais e de cargas
que abasteciam a colônia com gêneros e bens de consumo
mais sofisticados do que aqueles assegurados pela
produção local, levavam em suas bruacas e canastras o
produto do trabalho do colono.
Paralelamente, a policultura de subsistência logo seria
superada em área de plantio pela monocultura mercantil.
A indústria da transformação dos produtos agrícolas,
entre eles, o trigo, a uva, o linho e a seda cresceria
significativamente, sendo que grande parte do capital
investido nestas atividades seria gerado pelas trocas
comerciais.
Denominação
Os diferentes nomes de um mesmo local
Diferentes
foram as denominações de Caxias do Sul, sejam elas
oficiais ou aquelas, surgidas informalmente e mantidas
pela tradição. A primeira denominação surge nos
primórdios da imigração italiana. Em 1875, Caxias
aparece nos documentos oficiais como Fundos de Nova
Palmira. A denominação devia-se a sua localização, ao
sul das localidades de Nova Petrópolis, Picada Feliz e
Nova Palmira, antigas colônias alemãs.
Com a
concentração inicial dos imigrantes recém chegados à
Colônia na área que atualmente corresponde a Nova Milano
- distrito do município de Farroupilha - Caxias ficou
conhecida como Nova Milano ou Barracão. Esta última
denominação devido à existência, no local, de uma
edificação destinada ao abrigo provisório dos
imigrantes.
Colônia
Caxias e Campo dos Bugres
Em 11 de
abril de 1877, por determinação da Inspetoria Especial
de Terras e Colonização da Província do Rio Grande do
Sul, a denominação oficial passava a ser Colônia Caxias.
Esta alteração coincidia com a instalação da sede da
Colônia, no núcleo correspondente à 5ª légua, composta
pelos Travessões Santa Tereza e Solferino, hoje
subscrevendo as regiões sul e centro da cidade de Caxias
do Sul.
Apesar da
denominação oficial, a Colônia Caxias era também
conhecida por Campo dos Bugres, remetendo aos antigos
habitantes da região: os índios caigangues. A
denominação foi utilizada pelo diretor da Colônia de
Feliz, Dr. Mabilde, em 1850, e por Antônio Machado de
Souza que, em1864, resolveu abrir uma estrada entre os
municípios de São João de Montenegro e São Francisco de
Paula.
De Sede
Dante à Freguesia de Santa Tereza de Caxias
A partir de
1880, quando da divisão da colônia em três diferentes
sedes: Caxias , Nova Milano e Nova Trento -, o povoado
que abrigava a Diretoria da Colônia e a Comissão de
Terras e Colonização passa a denominar-se Sede Dante ou
Sede Principal. O nome Dante era também o nome da única
praça existente na época: a Praça Dante, atualmente
Praça Dante Alighieri. Aliás, a homenagem ao famoso
poeta italiano parece ter sido, também naquela época, o
motivo que levou à adoção do nome Sede Dante.
Em 12 de
abril de 1884, com a anexação da Colônia Caxias ao
município de São Sebastião do Caí como seu 5º distrito,
seu nome mudava para Freguesia de Santa Tereza de
Caxias. A categoria de Freguesia designava a menor
divisão administrativa das províncias e cidades
portuguesas (e como tal foi adotada também no Brasil
Imperial) e, ao mesmo tempo, denunciava que aquela
localidade sediava uma paróquia. O que de fato acontecia
era que Caxias, naquela época, desligava-se da Paróquia
de São João do Hortêncio de Feliz e sediava a sua
própria, a Paróquia de Santa Tereza.
A
emancipação municipal
Em 20 de
junho de 1890, por ato do governo estadual, o então
distrito de São Sebastião do Caí foi emancipado, ou
seja, tornou-se município e passou a denominar-se Vila
de Santa Tereza de Caxias. Naquele mesmo ano, em 06 de
novembro, tornou-se Comarca Judicial. Dessa forma, o
Termo de Santa Tereza de Caxias ficaria, então, dividido
em três distritos: a sede na Vila de Santa Tereza de
Caxias, o distrito de Nova Trento e o de Nova Milano.
Em 1895, as
linhas do telégrafo cruzavam a Vila de Caxias,
retirando-a de seu isolamento. Alguns anos depois, em
1906, era inaugurada a primeira rede telefônica e, em
1910, Santa Tereza de Caxias integrava-se ao número
significativo de municípios riograndenses ligados pela
viação férrea. Em 1º de junho de 1910, Caxias
festivamente inaugurava sua estação ferroviária. Na
mesma data, o Decreto nº 1607 elevava a vila à condição
de cidade, simplificando seu nome para Caxias.
Em 1913, a
iluminação elétrica chegava a Caxias, em suas casas e
ruas ,oferecendo à cidade, a energia que movimentava o
progresso. Outra modificação na denominação da cidade
seria realizada através do Decreto nº 720 de 29 de
dezembro de 1944 que, além de fixar nova divisão
territorial, acrescentou ao nome da cidade, um elemento
indicador de sua posição geográfica. Dessa forma, adota
a denominação de Caxias do Sul.
Antecedentes
Antes da chegada dos imigrantes italianos a região era
habitada por índios Caingangues, e daí vem sua
denominação antiga de Campo dos Bugres, empregada
registradamente até 1864. Por ali também passavam
tropeiros em seus deslocamentos entre o sul do estado e
o centro do país, e os jesuítas também tentaram fundar
algumas reduções, embora sem sucesso.
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Colonização Ver artigos principais: Imigração italiana
no Brasil, Imigração italiana no Rio Grande do Sul. Na
segunda metade do século XIX, em virtude da guerra de
unificação italiana, aquele país europeu se encontrava
em grave crise social e econômica, e os agricultores
empobrecidos já não conseguiam garantir a subsistência.
Nesta época o governo imperial do Brasil decidiu
empreender a colonização de áreas desabitadas do sul do
país, e resolveu-se incentivar a vinda de imigrantes da
Itália, após o bom sucesso da iniciativa semelhante com
o elemento germânico.
Assim, ao
governo da Província coube definir as terras que seriam
ocupadas, e em 1869 a escolha recaiu sobre a Encosta
Superior do Nordeste, mais especificamente na área então
conhecida como Fundos de Nova Palmira, região formada
por terras devolutas, delimitadas pelos Campos de Cima
da Serra ao norte e pela região dos vales, ao sul, de
colonização alemã.
Em 1875
chegam os primeiros colonos, em sua grande parte
oriundos da região do Vêneto, após enfrentarem a árdua
travessia do Atlântico, que durava cerca de um mês, em
navios superlotados e onde as mortes por doenças e más
condições gerais eram comuns. Inicialmente os imigrantes
aportavam no Rio de Janeiro, onde permaneciam em
quarentena na Casa dos Imigrantes. Dali embarcavam em um
vapor até o sul. Chegando em Porto Alegre eram
encaminhados ao antigo Porto Guimarães, hoje o município
de São Sebastião do Caí, ou para Montenegro e Rio Pardo,
e dali subiam a serra a pé, em lombo de burros ou em
carretas, atravessando a região ainda praticamente
selvagem, até chegarem ao Campo dos Bugres.
Antes de
receberem as terras prometidas pelo governo, o que
geralmente demorava muito, as famílias eram instaladas
em barracões, donde o epíteto Barracão também atribuído
à pequena sede colonizadora. O Governo Imperial era
responsável pelo transporte dos colonos e pela divisão e
distribuição dos lotes com 63 hectares de área para cada
família, pela abertura de estradas e concessão de
ferramentas e sementes. Como os lotes de 63 hectares
eram muito grandes, gradativamente foram reduzidos para
44, 30 e 25 hectares. Estes lotes eram reembolsados ao
governo em prazos de 5 e 15 anos. Um ano depois já se
encontravam no local cerca de dois mil colonos. Em 11 de
abril de 1877, por determinação da Inspetoria Especial
de Terras e Colonização da Província do Rio Grande do
Sul, a denominação oficial passava a ser Colônia Caxias,
em homenagem ao Duque de Caxias.
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Desenvolvimento
Praça Dante
Alighieri com a Catedral em 1899. Arquivo Histórico
Municipal João Spadari Adami Comemorações de Ano Novo,
1899-1900. Arquivo Histórico Municipal João Spadari
Adami Casa de pedra e madeira do fim do século XIX, um
exemplar típico da arquitetura italiana da zona rural de
Caxias do SulEm 1878 a Colônia Caxias já possuía 3.849
habitantes, a maioria deles agricultores. Apesar deste
perfil, na sede concentravam-se algumas casas
comerciais, especialmente as de secos e molhados, e
pequenas fábricas como funilarias, carpintarias,
marcenarias, olarias, ourivesarias, ferrarias, moinhos,
selarias, sapatarias e alfaiatarias, que conferiam
auto-suficiência à colônia emergente.
A partir de
1880 a colônia foi seccionada em três diferentes sedes:
Caxias, Nova Milano e Nova Trento, e o povoado que
abrigava a Diretoria da Colônia e a Comissão de Terras e
Colonização passou a denominar-se Sede Dante ou Sede
Principal. O crescimento econômico da colônia foi rápido
e pode ser medido pelo expressivo número de casas de
negócios: em 1878 se contavam apenas três
estabelecimentos comerciais, mas em 1883 o número
saltara para 93, com uma população já de 7.359
habitantes.
Em 12 de
abril de 1884 a colônia foi anexada ao Município de São
Sebastião do Caí como seu 5º distrito, e seu nome mudou
para Freguesia de Santa Tereza de Caxias, definindo-a
como unidade administrativa e como possuidora de uma
paróquia própria, tendo-se desligado neste ato da
paróquia de São João do Hortêncio, de Feliz.
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Emancipação No dia 20 de junho de 1890 o então distrito
de São Sebastião do Caí foi emancipado, e passou a
denominar-se Vila de Santa Tereza de Caxias, sendo
instalada em 24 de agosto e, em 6 de novembro,
tornando-se Comarca Judicial. Em 1895 as linhas do
telégrafo já cruzavam a vila, retirando-a de seu
isolamento, e em 1906 era inaugurada a primeira rede
telefônica.
No dia 1 de
junho de 1910 Caxias recebeu foros de cidade e neste
mesmo dia chegava o primeiro trem, ligando a região à
capital do Estado. Em 1913 foi instalada a iluminação
elétrica.
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Século XX Vários ciclos econômicos marcaram a evolução
do Município ao longo deste século. O primeiro deles foi
a agricultura de subsistência, que se concentrou na
produção de uva, vinho, trigo e milho, começando uma
industrialização em nível doméstico. Todo o excedente
era comercializado. Com o correr do tempo a indústria
caseira se diversificou, acompanhando o crescimento da
população, ampliando o leque de manufaturados até chegar
ao vasto parque industrial que possui hoje. Mas foi
através da uva e do vinho que Caxias se projetou no
estado e no país, tornando-se o berço do turismo do
estado quando, em 1931, lançou a maior festa municipal
do sul: a Festa da Uva. Em 29 de dezembro de 1944 o nome
do município recebeu o elemento indicador geográfico,
conformando o apelativo Caxias do Sul que perdura até a
atualidade.
Outras
etnias, posteriormente aos italianos, também
colaboraram, embora em menor grau, para a sua
diversificação sócio-cultural e econômica, como os
poloneses e alemães, e com o progresso econômico o
município passou a atrair migrantes de outros pontos do
estado e mesmo do restante do Brasil, tornando-se o
principal centro urbano da região, sede da Aglomeração
Urbana do Nordeste. Essa população serviu como
mão-de-obra para o desenvolvimento da indústria do
município, que então se tornou uma das mais dinâmicas do
país, mas também foi o detonador do aparecimento de
novos desafios para a administração pública,
especialmente nas áreas de habitação, educação,
segurança, transporte e emprego, meio ambiente e
cultura, que caracterizam todas as grandes cidades do
Brasil moderno.
Da
fragmentação da antiga Colônia Caxias nasceram os atuais
municípios Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos. O
município é também conhecida como a Pérola das Colônias,
e recebeu o título de Capital da Cultura 2008.
Panorâmica
de Caxias do Sul vista a partir do morro da Festa da
Uva.
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Geografia
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Clima O clima de Caxias do Sul é temperado (Cfb), com
verões amenos e invernos relativamente frios, com geadas
freqüentes, muitas de forte intensidade, e nevadas
ocasionais. Em quase todos os anos a neve se faz
presente, embora em quantidades geralmente muito
pequenas. Porém, precipitações abundantes de neve, com
acumulações consideráveis no solo, já foram vistas em
várias ocasiões.
A
temperatura média anual do município é de 16,5°C. O mês
mais quente é janeiro, com média de 21°C, enquanto o mês
mais frio é julho, com média de 12°C. Quanto às
precipitações, a média climatológica anual é de 1.915mm,
estando o município na área mais chuvosa do estado do
Rio Grande do Sul. As precipitações são regularmente
distribuídas durante o ano. O mês mais chuvoso é março,
com média de 206mm, e o mês menos chuvoso é o de maio,
com média de 109mm[5].
Em anos
recentes, as nevadas mais significativas em Caxias do
Sul, ocorreram em 1990, 1994, 1999, 2000, e 2006. No ano
2000, a temperatura mínima chegou a -4,4°C, sendo uma
das mais baixas dos últimos anos. Entretanto,
temperaturas ainda mais baixas do que essa foram
registradas diversas vezes no passado, sendo que em
todos os anos, a cidade, registra nos meses de outono e
inverno, numerosas geadas e vários dias com temperaturas
mínimas negativas ou próximas de zero, e máximas que,
muitas vezes, podem ser menores que 10°C.
[editar]
Relevo Localizada na região fisiográfica do Rio Grande
do Sul denominada Encosta Superior do Nordeste, Caxias
do Sul se caracteriza por um terreno alto e acidentado,
recortado por diversos rios e arroios que formam
estreitos vales. As altitudes variam de 300 a 600 m nos
vales, chegando até a 800 m no limite com o planalto dos
Campos de Cima da Serra. A sede do município está
assentada no divisor de águas entre as bacias dos rios
Caí e Taquari-Antas.
[editar]
Vegetação
Mata de
araucária no interior de Caxias do SulO município de
Caxias do Sul está situado dentro do Bioma da Mata
Atlântica, sua vegetação predominante[6], ocorrente nos
locais com altitude superior a 500 metros, era a
floresta ombrófila mista, conhecida como mata de
araucárias, intercalada pela floresta estacional
decidual, sem ocorrência de araucárias, nos locais de
menor altitude. A leste, devido aos solos de pouca
profundidade, predomina a vegetação rasteira, no que se
denomina Campos de Cima da Serra. Atualmente, a paisagem
encontra-se alterada, devido ao avanço das fronteiras
agrícolas, à urbanização e à industrialização, havendo
grande redução da presença da araucária (pinheiro
brasileiro). Os principais remanescentes de vegetação
nativa em Caxias do Sul encontram-se nas escostas dos
vales.
[editar]
Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande A Lei
Complementar Estadual 10.335/94 criou a Aglomeração
Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, uma vez que a
área se caracteriza como o embrião de uma futura região
metropolitana. A Aglomeração Urbana do Nordeste (ou de
Caxias do Sul) é composta pelos municípios de Bento
Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha,
Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova
Pádua, Santa Tereza e São Marcos. Perfaz uma população
aproximada de 715 mil habitantes.
[editar]
Meio ambiente A Prefeitura Municipal mantém uma
Secretaria do Meio Ambiente, responsável por ações de
preservação e manejo dos recursos naturais. Dentre suas
atividades se contam programas de licenciamento,
fiscalização e educação ambiental. Nestes últimos se
incluem os programas Plante uma Árvore, Repovoamento da
Araucária, Balneários e Campings e uma série de
Conferências do Meio Ambiente. Além disso o poder
público organiza promoções como o Calendário Ecológico,
a Olimpíada Ambiental, a Semana do Meio Ambiente e
outras, para desenvolver a consciência ecológica nos
cidadãos, e mantém um Jardim Botânico, além de diversos
parques e praças no perímetro urbano[12].
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Divisão Administrativa Ver artigo principal: Distritos e
Regiões Administrativas de Caxias do Sul
Mapa dos
Distritos de Caxias do SulCaxias do Sul, além de sua
sede, possui seis distritos: Criúva, Fazenda Souza,
Santa Lúcia da Piaí, Vila Cristina, Vila Seca e Vila
Oliva, o 1º Distrito, com comunidades agrupadas perto da
sede, e mais as quatro Regiões Administrativas de Ana
Rech, Desvio Rizzo, Forqueta e Galópolis.
A Prefeitura
Municipal se divide no Gabinete do Prefeito, o Gabinete
do Vice-Prefeito, 19 Secretarias, a Coordenação de
Comunicação, a Coordenadoria Distrital e 23 Conselhos
Municipais.
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Tradições Apesar do crescimento populacional e
industrial, o passado da imigração não foi esquecido. Há
festividades e passeios tradicionais que apresentam a
colonização italiana, o processo de produção do vinho,
os parreirais e todos os detalhes de uma história.
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Culinária O galeto al primo canto, prato típico
regional, é o frango assado acompanhado de massa com
molho de miúdos, polenta frita, saladas de batata com
maionese e de radicci com bacon, e a tradicional e única
sopa de agnolini. Outros pratos tradicionais do
município são o tortéi, trouxinhas de massa recheadas
com abóbora temperada com noz-moscada, cozidas na água e
servidas com molho de tomate e miúdos; o codeguim
(espécie de morcela) e o salame, embutidos feitos
respectivamente de sangue e de carne de porco, e o
gnocchi, bolinhos pequenos de massa de batata e farinha
de trigo cozidos na água e servidos com molho de tomate.
Queijos, massas, pães e vinhos de vários tipos ainda são
muito consumidos e antigamente, quando a caça ainda era
uma prática comum, era muito apreciada a passarinhada,
só com aves selvagens pequenas de várias espécies.
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Festa da Uva Ver artigo principal: Festa da Uva
Importante também é a Festa da Uva, realizada de dois em
dois anos em um parque próprio onde são expostos os
produtos da região, desde manufaturas e alimentos até
maquinaria pesada e automotores, com desfiles de carros
alegóricos pelas ruas do município e diversas outras
atrações paralelas em diversos locais. No parque existe
uma réplica de uma pequena parte da antiga colônia
italiana, com suas rústicas casas de madeira e uma
igrejinha, de grande interesse histórico e turístico. A
Festa da Uva foi o tema da primeira transmissão em cores
da TV brasileira, em reportagem de 19 de fevereiro de
1972.
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Língua Em Caxias do Sul, além do português também ainda
se fala, especialmente entre os mais velhos, um dialeto
derivado da língua vêneta ou seja, o dialeto vêneto
rio-grandense, chamado por muitos de talian. Este
dialeto é encontrado no sul do Brasil e na serra
espírito-santense (compare-se com o dialeto hunsrückisch
do idioma alemão, falado em regiões vizinhas e outras
partes do sul do Brasil).
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Infraestrutura O município é uma das mais desenvolvidas
do estado do RS e também do Brasil, com um Índice de
Desenvolvimento Humano de 0,857 [7].
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Serviços
Praça Dante
Alighieri, no centro do município, vendo-se a Catedral
ao fundoA rede de iluminação pública do município é
proporcionalmente a melhor do Brasil, com 37 mil pontos;
possui várias agências postais; 99,3% da malha urbana
tem água encanada e tratada e rede de esgoto; a limpeza
urbana é organizada num sistema de coleta seletiva de
lixo, com usinas de reciclagem, sendo a única no Brasil
a utilizar containers de armazenagem. Com isso Caxias do
Sul tem a melhor reciclagem do país, a melhor coleta de
lixo e o 2º melhor aterro sanitário perdendo apenas para
a cidade de Santos, a cidade pretende ainda nos próximos
anos construir um aterro sanitário, com tecnologia ultra
moderna, com capacidade para no mínimo 50 anos [8].
A cidade
conta com uma grande rede hoteleira composta de 43
estabelecimentos, além de mais de 250 restaurantes e
mais de 500 bares/lancherias e similares. Todos os
Clubes de Serviço estão representados no município [9].
A frota
urbana tem cerca de um veículo para cada três pessoas,
assim distribuídos: 1.048 ônibus, 109.050 automóveis,
6.195 caminhões, 11.138 motocicletas, totalizando
127.431 unidades. A imprensa local compreende um jornal
diário, três semanários, um quinzenal, cinco mensais e
diversas outras publicações segmentadas com
periodicidade variada, cinco emissoras de rádio AM e
cinco FM, dois canais abertos de TV e três TVs a cabo
[10].
A rede
bancária tem agências de diversos bancos de porte, o
comércio é diversificado e atende a demandas de qualquer
natureza, e a telefonia dispõe de todos os recursos mais
avançados no setor [11].
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Saúde O município é bem servida de entidades
assistenciais. A Saúde Pública é o primeiro orçamento do
município, e atende a 39 Unidades Básicas de Saúde
(UBSs), uma unidade do SAMU (duas ambulâncias de remoção
e uma UTI móvel), um Centro Especializado de Saúde
(CES), um Hemocentro (Hemocs), três Centro de
Atendimento Psicossocial (CAPS), uma unidade do Cais
Mental e um Residencial Terapêutico [12].
Há oito
hospitais: Pompéia, Geral e Paulo Guedes, (conveniados
com o SUS), Saúde, Medianeira, Unimed, Fátima e Del
Mese, e inúmeros laboratórios, ambulatórios, contando
com 1.419 leitos no total. A expectativa de vida é de
74,1 anos e a mortalidade infantil ronda os 12,89 óbitos
por mil habitantes [13].
Sede da
Faculdade dos Imigrantes, no edifício da antiga
Metalúrgica Abramo Eberle [editar] Educação A Educação é
o segundo maior orçamento do município, e contam-se 184
escolas, com uma taxa de analfabetismo de apenas 3,6% da
população. Existem também duas universidades e diversas
faculdades, escolas técnicas e profissionalizantes
autônomas, citando-se em primeiro lugar a Universidade
de Caxias do Sul (UCS), com aproximadamente 37 mil
alunos (a maior do RS em número de alunos), dispondo de
modernas instalações em um grande campus, a Faculdade da
Serra Gaúcha, a Faculdade de Tecnologia TecBrasil
(FTEC), a Universidade Estadual do RS (UERGS), a
Faculdade Fátima, ligada ao grupo de saúde homônimo, a
Faculdade dos Imigrantes, várias escolas do SENAI,
escolas estaduais, escolas particulares e muitas outras
instituições de ensino [14].
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Economia A Economia de Caxias do Sul desenvolveu-se a
partir da cultura da uva, que para ser transformada em
vinho necessitava ser processada na própria região, isso
propiciou que as industrias madeireiras e metal-mecanica
(que fornecem tecnolocia para esse processamento e
armazenamento), se instalassem rapidamente na região.
Hoje Caxias do Sul é o segundo Pólo Metal-mecânico do
Brasil e está situada em situação privilegiada, no
centro do MERCOSUL, distante 120Km da capital do estado.
Pode-se dizer que a metrópole serrana tem, num raio de
50 km, um dos parques industriais mais diversificados do
mundo, fabricando do talher ao ônibus, da luminária ao
caminhão. O município tem um total de 29.032 empresas,
com 127.182 empregos formais. Caxias do Sul, entre 2000
e 2004, foi a sexta colocada em geração de empregos no
país. Em 2006 foram criados 7.700 novos empregos
formais. Já entre maio de 2007 e abril de 2008, esse
crescimento foi de 9,64%, que corresponde um valor
nominal de 12.828 novas vagas [15].
Onibus
Paradiso GVI 1800 Double-Decker produzido pela
Marcopolo, uma das maiores empresas caxiensesA
Administração Pública também investe pesadamente em uma
multipliciade de programas de fomento econômico, dentre
eles os Programas de Economia Solidária, os Arranjos
Produtivos Locais (APLs), as Associações de
Recicladores, o Pólo da Informática, o Pólo da Moda, o
Pólo Metal-mecânico, a Certificadora de Gás Natural, a
Associação de Garantia de Crédito da Serra Gaúcha (AGC),
a Instituição Comunitária de Crédito (ICC – Banco do
Povo) e um sem número de Projetos, Convênios, Programas
e Termos de Parceria com as mais variadas entidades
públicas e privadas. O PIB per capita em 2005 foi de R$
20.838,00, e o PIB total do município neste ano alcançou
os R$ 8.422.381.000,0,[4], estando então incluida na
lista das cinquenta cidades com maior PIB do Brasil.
Apesar de o
setor agropecuário contar com apenas 7,5% da população
economicamente ativa, a prefeitura mantém programas para
incentivo à produção rural e à fixação do trabalhador no
campo, e o município pode se orgulhar de ser o maior
centro de produção de horti-fruti-granjeiros e o maior
PIB agrícola do estado [16].
No final do
1º semetre de 2008, a CIC [13] (Câmara de Indústria,
Comércio e Serviços) de Caxias do Sul, divulgou números
do desempenho da economia. Esses mostram o crescimento
econômico gerado pelo aquecimento do mercado interno.
Ano
Desempenho 2004 14,7 2005 0,8 2006 4,5 2007 10,9 2008
11,7 (janeiro a abril)
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Segurança pública Em termos de proteção contra
incêndios, conta o município com quatro postos de
Bombeiros, com efetivo de 93 homens e 5 mulheres.
Há uma
Delegacia Regional de Polícia, 03 Delegacias Distritais,
01 Delegacia para a Mulher, 01 Delegacia para a Criança
e o Adolescente, 01 Delegacia de Trânsito, 01 Delegacia
de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas e 02
Delegacias de Pronto Atendimento, totalizando 10
Delegacias com aproximadamente 141 policiais.
Há, também,
uma bem equipada e eficiente Guarda Municipal, com
aproximadamente 180 membros. A Regional da Delegacia de
Polícia Federal, que atende 54 municípios da região,
conta com efetivo de 35 funcionários.
Paisagem
típica do roteiro turístico Caminhos da Colônia, com um
parreiral ainda cultivado na forma tradicionalA Polícia
Rodoviária Federal está presente através de sua 5ª
Delegacia, com efetivo de 41 patrulheiros, e as Forças
Armadas são representadas pelo 3º Grupo de Artilharia
Antiaérea, com efetivo de 350 militares [17].
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Turismo, esporte e lazer O turismo em Caxias do Sul, à
parte a tradicional Festa da Uva, que atrai milhares de
visitantes, foi relativamente pouco explorado, mas nos
últimos tempos está ocorrendo um crescimento na atenção
a este setor, explorando as belezas naturais da região,
a culinária típica local e principalmente os lugares e
edificações ligados à história da colonização, como os
roteiros Caminhos da Colônia, Estrada do Imigrante e Ana
Rech, onde o visitante conhece a história enquanto tem a
oportunidade de saborear quitutes tradicionais e
apreciar paisagens características.
No esporte
destacam-se os dois clubes de futebol profissional, que
dividem a preferência dos torcedores e levam o nome de
Caxias do Sul pelo Brasil e até pelo exterior: a
Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul, sediada
no Estádio Francisco Stédile, e o Esporte Clube
Juventude, com seu Estádio Alfredo Jaconi. Infelizmente
essas equipes não contam com muito apoio dos caxienses,
que preferem torcer pela dupla Gre-Nal. Na última
pesquisa realizada em 2008 na cidade, foi constatado que
89% dos caxienses torcem pela dupla, apenas 5% torcem
por Caxias ou Juventude. 6% não torcem para nenhum time.
O lazer também é bem servido, com diversos cinemas,
parques, clubes e associações para convívio social,
museus e centros culturais.
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Transporte público Caxias do Sul possui uma extensa rede
de linhas urbanas de ônibus, operadas pela Viação Santa
Tereza (VISATE) com 300 veículos. O preço atual da
tarifa é de R$ 2,20 e conta com bilhetagem eletrônica,
onde o usuário pode tomar duas conduções pagando apenas
uma passagem.
A cidade
também possui linhas interurbanas gerenciadas pelo
METROPLAN, órgão do governo gaúcho. Estas linhas são
operadas pela Danytur (para Flores da Cunha e
Farroupilha), Ozelame (para Farroupilha, Bento
Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa), Di Trento (para
Flores da Cunha, Nova Pádua e Otávio Rocha) e São Marcos
(para São Marcos)
A Estação
Rodoviária localiza-se no centro da cidade e recebe
linhas que interligam Caxias do Sul a Porto Alegre, às
principais cidades gaúchas, Curitiba, Blumenau,
Florianópolis, São Paulo e outras cidades do Brasil.
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Arte e Cultura
Pietro
Stangherlin: Santa Teresa. Catedral de Caxias do Sul
Santa Ceia, de Aldo Locatelli, interior da Igreja de São
PelegrinoMais preocupados em conquistar um melhor nível
de vida, após um início de urbanização cheio de
sacrifícios e privações materiais, e em manter uma
coesão social, baseada na sua etnia, que fortalecesse
seu senso de identidade e valor próprio, os descendentes
dos italianos conseguiram construir na inóspita serra
gaúcha um município notavelmente próspero materialmente,
mas até há pouco tempo não eram, com raras exceções,
especialmente interessados pela cultura, salvo em seus
aspectos mais folclóricos, ligados à sua ancestralidade
e à família, preservando de seus antepassados entre
outras coisas a língua, músicas tradicionais e hábitos
culinários e religiosos, mas com escassa produção
cultural nova.
Altar-mor
esculpido por Francisco Meneguzzo no interior da
CatedralMesmo com tais limitações, registrou-se algum
florescimento artístico em especial na arte sacra, com
uns poucos santeiros, decoradores e artífices dignos de
nota (como a família Zambelli, Francisco Meneguzzo e
Pietro Stangherlin), e uma produção poética e literária
elementar, mas praticamente nada de música erudita,
dança e outras expressões artísticas. Uma menção
especial deve ser feita aos fotógrafos Julio Calegari,
Giacomo Geremia e Ulysses Geremia, que produziram
magnífica obra no campo da retratística de estúdio, por
vezes adicionando cores manualmente a aquarela ou óleo
sobre as imagens em preto e branco, e uma vasta
documentação da evolução da paisagem urbana e dos
principais acontecimentos desde o início até meados do
século XX. Ulysses Geremia teria um carreira longa,
falecendo em 2001 e fotografando até o final da vida.
Momento
extraordinário na vida artística de Caxias foi a
decoração da Igreja de São Pelegrino pelo insigne pintor
ítalo-brasileiro Aldo Locatelli, ocorrida na metade do
século XX, formando um conjunto de características
monumentais e que representa um dos pontos altos de sua
carreira e da pintura mural em todo o país, sendo parada
obrigatória para todo interessado em arte.
Na
arquitetura encontramos no início do século XX belos
exemplares de templos e edifícios religiosos, como a
Catedral e a Casa Canônica, de residências
aristocráticas para a elite local, como o Palacete
Eberle, e de prédios públicos ou semi-públicos como o
Clube Juvenil e o antigo Cine Central. Grande parte das
edificações antigas desapareceu ao longo do século
passado numa duradoura onda de modernizações e
demolições irrefletidas, perdendo a cidade as casas de
pedra dos imigrantes, suas cantinas e moinhos
tradicionais e as típicas residências de madeira, muitas
com lambrequins e outras ornamentações na fachada. O
mesmo ocorreu com prédios tão únicos quanto inestimáveis
como o Cine Teatro Ópera, uma casa de espetáculos com
platéia e galerias totalmente construídas em madeira,
notável por sua beleza e excelente acústica, que
"casualmente" foi consumido por um incêndio quando se
estava em pleno debate acerca de seu tombamento. Até
1981 o município só tinha um único prédio tombado, a
Livraria Saldanha, sendo que a entrada seguinte na lista
municipal de bens imóveis protegidos só se deu em 2001.
Tarquinio
Zambelli: Nossa Senhora da Misericórdia, 1885. Museu
Municipal Pietro Stangherlin: São Marcos, 1890. Museu
Municipal Julio Calegari: Foto nupcial, 1921
Michelangelo Zambelli: Santa Teresa de Lisieux, início
do século XX. Museu Municipal
Afortunadamente essa situação vem mudando, e hoje Caxias
do Sul pode se orgulhar por dar oficialmente um apoio
bastante substancial à cultura em seus vários aspectos,
e por mostrar, em seus cidadãos, um interesse mais
profundo por ela. A Prefeitura Municipal mantém
diretamente ou apóia de várias formas uma ampla gama de
programas, grupos e instituições culturais, dentre eles:
Museu
Municipal Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima,
que inclui o Teatro Municipal, a Biblioteca Pública e a
Galeria Municipal de Arte Centro Cultural Henrique
Ordovás Filho Orquestra de Sopros Coral Municipal de
Caxias do Sul Companhia Municipal de Dança Unidade de
Teatro Departamento de Arte e Cultura Popular
Departamento de Memória e Patrimônio Cultural, já com
dezenas de prédios e sítios tombados Além destes existem
diversos outros centros comunitários, programas
especiais e instituições que fazem parte do sistema
oficial da cultura caxiense. A Prefeitura também
participa com uma Lei de Incentivo à Cultura, o
Fundoprocultura, e concede anualmente diversos prêmios e
troféus em várias áreas culturais.
Exposição de
arte na Casa de CulturaMas não é apenas de patrocínio
oficial que a cultura caxiense vive hoje em dia. Atua no
município grande número de artistas plásticos, poetas,
escritores, músicos e atores, e diversas outras
entidades, instituições e empresas privadas contribuem
sensivelmente para o fomento à área cultural no
município, e dentre estes são presenças marcantes o
Núcleo de Artes Visuais de Caxias do Sul (NAVI), que
agrega muitos artistas plásticos e oferece cursos
práticos e teóricos de arte, e a Universidade de Caxias
do Sul (UCS), que além do seu curso regular de artes
mantém ainda uma Orquestra Sinfônica, museus, uma
editora, uma galeria de exposições e uma multiplicidade
de atividades de extensão voltadas para a comunidade.
Também a
literatura em Caxias do Sul vem ganhando reconhecimento,
possuindo uma Academia de Letras e alguns autores,
críticos e articulistas nascidos ou atuantes em Caxias,
que já conquistaram projeção nacional, como José
Clemente Pozenato, autor de O Quatrilho, que ganhou até
mesmo uma versão cinematográfica dirigida por Bruno
Barreto e foi indicada ao Oscar de Filme Estrangeiro.
A música
caxiense se destaca por sua pluralidade de ritmos,
contando com diversas bandas que vão desde o Rock ao
Samba, além da Orquestra Municipal de Sopros, Orquestra
Sinfonica da UCS e das Bandas Marciais tais como a Banda
Marcial da Escola Santa Catarina e a Banda Marcial
Cristóvão de Mendoza.
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Patrimônio Histórico Espelhando o crescente interesse da
população pela cultura e pela preservação dos
testemunhos materiais de sua história, a Prefeitura de
Caxias do Sul já conta com um Conselho de Patrimônio
Histórico e Cultural e um bem organizado e atuante
Departamento de Memória e Patrimônio Cultural,
administrado pela Secretaria de Cultura [14]. Diversas
instituições a ela subordinadas se dedicam a resgatar,
estudar, sistematizar, preservar e divulgar relíquias do
passado sob várias formas. Dentre elas se destacam:
A Casa de
Pedra Capela do Santo SepulcroO Museu Municipal de
Caxias do Sul, voltado para a preservação dos registros
materiais do processo imigratório e civilizatório na
região. Instalado na antiga residência Otolini, possui
um grande acervo de utensílios dos antigos agricultores,
outros ligados a ofícios urbanos variados, uma bela
seção de arte sacra e uma multiplicidade de outras
peças. O Museu é bem estruturado e oferece uma série de
atividades voltadas para a comunidade. O Arquivo
Histórico Municipal João Spadari Adami, criado em 1976,
estando hoje instalado no prédio do antigo Hospital
Carbone. Estuda e conserva documentação escrita e visual
variada, de origem pública e privada. O Memorial Atelier
Zambelli, que preserva e expõe os remanescentes do
estúdio de escultura da importante família de santeiros
e decoradores, que atuou não só no município mas em toda
a região de colonização italiana. O Museu Ambiência Casa
de Pedra, instalado em uma antiga casa dos imigrantes,
integralmente construída com pedras rústicas assentadas
e rejuntadas com barro, com aberturas em pinho
falquejado e janelas afixadas em tijolos artesanais, que
resistiu ao tempo e à urbanização acelerada. Foi erguida
no fim do século XIX por Giuseppe Lucchesi, e aberta ao
público como museu em 1974, mantendo em seu interior o
mobiliário que reconstitui o modo vida doméstico do
final do século XIX. O Museu da Uva e do Vinho Primo
Slomp. Enfocando uma das atividades produtivas mais
características do município, o Museu foi criado em 2002
no prédio histórico da Cooperativa Vitivinícola Forqueta,
com um variado acervo de objetos utilizados na produção
da uva e no fabrico do vinho, incluindo objetos
empregados em atividades correlatas como a tanoaria e a
cestaria. O Museu dos Ex-Combatentes da II Guerra
Mundial, dedicado à preservação da memória e de objetos
relativos à atuação do corpo de voluntários caxienses
que lutou naquele conflito. Seu acervo conta com cerca
de mil itens entre fotografias, documentos, objetos de
uso pessoal, armas, uniformes e equipamentos doados
pelos ex-combatentes. Também integra o Museu um espaço
de convivência para ex-pracinhas. O Monumento Nacional
ao Imigrante, construído entre 1950 e 1954 e instalado
na entrada de Caxias do Sul, na rodovia BR-116.
Inicialmente concebido para comemorar a imigração
italiana, tornou-se, pela Lei nº.1801 de 2 de janeiro de
1953, uma homenagem a todas etnias que contribuíram para
a formação do Brasil. Inclui um enorme grupo escultórico
representando um casal com uma criança, erguido defronte
a um obelisco com baixos-relevos, e sobre uma cripta
onde funciona o Espaço Cultural Antonio Caringi, assim
denominado em homenagem ao autor da escultura,
realizando exposições temáticas. Paralelamente a estas
instituições, a Secretaria de Cultura mantém um
importante programa de preservação do Patrimônio
Histórico dividido nas seguintes seções:
Patrimônio
Histórico Rural, realizando um inventário de bens de
interesse histórico-cultural participantes do processo
de civilização baseado na propriedade rural, um
levantamento da arquitetura de cunho religioso, a
identificação da arquitetura civil de relevância e de
elementos da cultura material e imaterial. Patrimônio
Edificado Urbano, dedicado a elencar os exemplares de
arquitetura urbana merecedores de preservação. Atua
desde 2003 e tem cerca de uma centena de itens
arrolados, já tombados ou em processo de tombamento,
dentre eles a Livraria Saldanha, a Metalúrgica Abramo
Eberle, o Palacete Eberle, a Casa Scotti, o Banco
Mercantil, o Hospital Carbone, a Casa de Pedra, a Capela
São Roque e a Capela do Santo Sepulcro. Projetos de
Restauração, concretizando ações de preservação e
recuperação de bens listados nas duas seções anteriores,
de forma autônoma ou em parceria com empresas e
particulares. Dentre suas recentes intervenções constam
os sítios da Capela São Roque no distrito de Fazenda
Souza, de uma rara edificação em enxaimel na Vila
Cristina, e da Capela Nossa Senhora do Rosário,
localizada no Loteamento Rosário. Sede Social do Clube
Juvenil Casa Canônica Arquivo Histórico Antigo Cinema
Central
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Caxienses ilustres Adenor Leonardo Bacchi (Tite) Britto
Júnior Carlos Henrique Iotti Celso Roth Eliseu Paglioli
Euclides Triches Fabrício Carpinejar Germano Rigotto
Guilherme Piva Ítala Nandi Mário Andreazza Nei Lisboa
Nelson Luiz Barro Olinda Alessandrini Paulo Paim Pedro
Simon Thaisa Storchi Bergmann
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