NAS PROXIMIDADES da nascente do Jacuí, em terras povoadas
pelos índios guaranis, os jesuítas fundaram, em 1634, uma
redução a que chamaram Santa Tereza. O aldeamento,
organizado pelo padre Romero, secundado pelo padre Jimenez,
foi transferido para local próximo, considerado mais
propício ao empreendimento. Os indígenes demonstraram
receptividade a catequese, o que se evidencia pelo fato de,
três anos mais tarde, Santa Tereza já contar com 4.000
almas. A agricultura prosperou rapidamente, havendo, segundo
depoimento da época, fartura de verdura e de cereais. Em
1637 apareceram os bandeirantes, com a missão de expulsar os
jesuítas do território a leste do rio Uruguai. Chefiados por
Francisco Bueno, atacaram a redução e facilmente a
dominaram. Os vestígios da passagem dos representantes da
Companhia de Jesus, entretanto, continuaram presentes, em
lugar alto, a duas léguas de distância da atual Cidade, onde
edificaram a Capela do Menino Jesus e fincaram, na frente,
enorme cruz de madeira. Para aí transferiram-se os moradores
de então, agrupando-se para evitar as investidas dos índios
e vivendo da incipiente agricultura. João de Barros, natural
do Paraná, depois de passar várias vezes pelo local, a
negócio, ali resolveu fixar residência. Com o apoio dos
moradores, tratou de organizar o lugarejo contra os ataques
dos guaranis. A aldeia, situada na coxilha, era identificada
pela Cruz Alta, que de longe se divisava e que originou o
topônimo, estendido a localidade primitiva, onde atualmente
se ergue a Cidade. |