No século XVIII o território do atual Rio Grande do Sul já
deixara de ser apenas uma zona de passagem entre Laguna e
Colônia do Sacramento. A riqueza de seus campos já fizera
com que colonizadores aqui se fixassem. E entre esses,
inclusive um dos integrantes da frota de João de Magalhães,
Cosme da Silveira, que já em 1725 se teria localizado em
terras do atual município de Viamão.
Em 1741, Francisco Carvalho da Cunha estabelece-se nos
campos de Viamão, no sítio chamado Estância Grande, onde
ergueu a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição. Com a
vinda de elementos açorianos, a quem foram doadas várias
sesmarias, o povoamento recebeu grande impulso.
Elevada à categoria de freguesia em 1747, por ocasião da
invasão castelhana (1766) se instalava nela a sede do
governo da capitania. E em 1880 desmembra-se de Porto Alegre
para tornar-se vila e sede do município. A importância
histórica e social de Viamão iniciou quando foi sede das
primeiras estâncias de criação de gado. Os grandes rebanhos
de gado e cavalos, que existiam na campanha do Rio do Prata,
transitavam por Viamão para serem comercializados em Laguna
(SC).
A partir de 1732, O Rio Grande de São Pedro - como era
conhecido o Rio Grande do Sul - passou a atrair
colonizadores que se radicaram na região de Viamão. O
município, portanto, foi um dos primeiros núcleos de
povoamento do Estado (formado por lagunenses, paulistas,
escravos e portugueses). Só a apartir de 1752 chegaram os
primeiros casais de imigrantes açorianos, que desembarcaram
na região de Itapuã. Esses açorianos são os mesmos que
colonizaram a região dos Porto dos Casais, atual capital do
Estado. Além de Porto Alegre, a população de Viamão originou
cidades como Santo Amaro, Triunfo, Rio Pardo, Taquari e as
cidades do litoral norte. Os habitantes primitivos foram os
índios mbyá-guaranis e kaingangs.
Em 1763, a cidade recebeu o governo do RS, que tinha a sede
na Vila do Rio Grande, e que transferiu devido à invasão do
estado pelos espanhóis. Viamão se conservou sede do governo
até 1773. Nesta época, a sede foi transferida para Porto dos
Casais (atual Porto Alegre). Viamão também foi palco de
operações militares na época farroupilha. Até hoje, restos
de embarcações farrapas repousam no fundo das águas do
Guaíba, em Itapuã, no canal a Ilha do Junco e o Morro da
Fortaleza.
A origem do nome Viamão é muito controversa. Uma das versões
é a de que, a certa altura do Rio Guaíba, pode-se avistar
cinco afluentes (rios Jacuí, Caí, Gravataí, Taquari e dos
Sinos), que formam uma mão espalmada. Daí a frase: "Vi a
mão". Conforme alguns, seria originário do nome "ibiamon",
que significa "Terras de Ibias" (pássaros). Outros afirmam
que seria uma passagem entre montes, o que chamavam de
via-monte. E existe ainda o relato de que teria como origem
o antigo nome da província de Guimarães, em Portugal:
Viamara.
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