Os primeiros registros sobre Dourado
constam no livro número 20 da Freguesia de Brotas, feitas em 1856, onde têm-se
referências de terras "no lugar denominado Dourado...". Posteriormente ao
registro acima, consta o registro de parte de terras lavradias no lugar
denominado Sítio das Contendas, situadas no "Bairro do Dourado (fl. 112,
registro 215). Ainda, no mesmo ano foi feito registro de terras , situadas no
"Bairro do Dourado" e localizadas às margens do Rio Jacaré-Pepira (fl 101v,
registro 190). Nos anos subsequentes foi constituído o Bairro de São João
Baptista do Dourado, que em 1876 ganhou uma cadeira de primeiras letras, por
meio de lei provincial. Nessa época, o povoado já contava com capelão curado,
que oficiava casamentos, batizados e sacramentos. Assim, em 1876 o povoado
tornou-se Curato e em 1891 tornou-se Distrito de Paz, tendo, nessa oportunidade,
alterada a sua denominação para Dourado. Em 1897, especificamente em 19 de maio,
o Distrito de Paz, então integrante de Brotas, obteve sua autonomia municipal.
José Modesto de Abreu é considerado fundador de Dourado, por ter construído um
rancho em suas terras situadas na Serra do Dourado, em torno do qual deu-se
início ao povoado. Nessa época (de 1891 a 1897) a agricultura já exercia papel
determinante na vida econômica do recém-criado Município. Entretanto, em 1900
era inaugurada a Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), com sede
na cidade de Dourado. A ferrovia teve seu apogeu concomitantemente à cultura de
café. A cultura de café ocupava 5.902 ha em 1920 e representava 27,70% da área
total e era cultivado em 60% das propriedades do município. Atrelado ao sucesso
do café, a Ferrovia Douradense integrava diversos Municípios aos grandes
centros, como Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações do café
da região. A Companhia de Estrada de Ferro do Dourado atendia aos Municípios de
Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Bariri, Jaú, Borborema,
Tabatinga, Gavião Peixoto, Nova Europa, Ibitinga, Itápolis e Trabijú, dentre
outras localidades, ultrapassando a marca de 300 Km de trilhos. De 1900 até 1930
Dourado viveu seu apogeu, chegando a possuir 18.000 habitantes, aproximadamente,
e exercia relativa influência nas cidades que integravam a sua micro-região. Com
a crise de 1929, deu início à redução das áreas de café do Município, que nesse
ano atingia, espetacularmente, 60,30% da área do Município. As áreas foram
substituídas pela cultura do algodão e milho. Na década de 60 a estrada de
ferro, já encampada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, deixou de
operar, transferindo de Dourado para outras cidades enorme contingente de
ferroviários, estimado em cerca de trezentos. Com esse fato, que aliado à queda
da cultura do café, o Município, que já apresentava dificuldades para se manter
no mesmo nível de anos anteriores, sofre enorme impacto, que refletiu
intensamente na sua situação sócio-econômica.
Fonte: citybrazil
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