A primeira notícia que se tem do lugar, data de
1530, quando nem se chamava Peruíbe e a região causava medo, por causa de
sua natureza bruta e de sua má fama. Peruíbe liga-se à história da antiga
capitania de São Vicente e às figuras de Martim Afonso de Souza, que foi seu
primeiro donatário, ao Padre Leonardo Nunes, o Aberebebê, apóstolo da
primeira catequese local, de Pedro Correia, o pioneiro de povoamento
brasileiro e de Anchieta, o Pajé-Guaçu. Ao pé da serra do Itatins, que mais
tarde seria a Fazenda de São João, Leonardo Nunes, reunia seus primeiros
catequizando, os índios e caiuás. A praia então se chamava Tapirema, região
de tapir. Pedro Correia, vizinho companheiro de Fernão Morais, era um
cristão novo (como eram chamados os judeus convertidos ao cristianismo) mui
temido pelos índios, dada a crueldade com que os tratava, quando em entradas
o que o tornou muito rico. Era o único dono do estaleiro para pequenas
embarcações, chamado "Porto das Naus". Suas sesmarias derramadas entre o
Japuí e rio Paissambucu, iam até o "Mar Pequeno". Convertido pelo Padre
Leonardo Nunes, conhecido como o "Padre Voador", por causa da freqüência de
sua presença em todos os lugares, muito o ajudou, doando terras de sua
propriedade, que iam desde Tapirema, do local chamado " Pedra dos Jesuítas"
até Itatins perto de Itanhaém, onde o Padre começou a construir a Igreja de
São João Batista. Além da Igreja, constrói o atualmente chamado Poço de
Anchieta, nos costões de Pernambuco, para as reservas de peixe, o que deu
origem ao nome de Itanhaém, cujo um dos seus significados é "panela ou bacia
de pedra". Em 1563 anuncia-se o levante geral dos índios do litoral e os
Tamoios confederados de Anchieta. Os catecúme fugiram então para o outro
lado da Fazenda São João, para um lugar chamado Vila da Conceição e Anchieta
resolve transferir-se para o fim da praia de Tapirema, onde não conseguiram
chegar os índios das matas do Itatins, cujo ódio se concentrava contra a
Ilha Grande, fronteira à praia do Guaraú, onde o antigo reduto de Pedro
Correia era usado pelos seus antigos companheiros vicentinos. Esta nova
concentração de portugueses e jesuítas viria a chamar-se São João da Aldeia
e assim atravessaria os séculos até se tornar na Peruíbe de hoje. Leonardo
Nunes morreu num naufrágio em julho e Pedro Correia com seu irmão João de
Souza, alcançou a palma do martírio um mês depois, nas mãos dos índios
carijós. Tais fatos se encontraram retratados num mural de Benedito Calixto
na Igreja de Santa Cecília em São Paulo. Quanto ao nome de Peruíbe, há muita
discussão: diz-se que significa rio do cação, ou cação mau; segundo
tupinólogos, "y" seria água de "yperu" e "aib" ou "aiba", ruim, mau,
malfeitor, mas parece que Anchieta chamara Tapirema e Peru, comparando-a ao
Peru, que então seria as terras peruanas, bolivianas e equatorianas, onde se
encontravam seus irmãos jesuítas, em missão evangelizadora, enfrentando as
mesmas dificuldades, que ele, Anchieta, em face dos malfeitores,
traficantes, índios hostis, feras, assassinos, pessoas inescrupulosas e
terrenos acidentados. Assim, esta costa bravia, do Giruva e do Pernambuco,
aos Costões do Guaraú, do Itú, do Una, do Prelado e da Juréia, era seu
"Peru", a sua cruz, o seu apostolado. A palavra seria Peruíiba, que, pela
troca de "a" em "e", deu Peruíbe. Em 1565 Anchieta deixa Peruíbe; em 1773,
com a expulsão dos Jesuítas, a vila entra em decadência, vindo os imóveis
dos padres a serem entregues à Coroa. Seu ressurgimento, anos depois,
levou-a a tornar-se Município pelo decreto Lei nº 5285, de 18/02/1959,
desmembrado de Itanhaém. Em 22/07/1974, pela Lei Estadual nº 344 foi
reconhecida com Estância Balneária. Origem do Nome É corruptela de "Yperu" e
"Aiba", que significa "Rio do Cação" ou "Rio do Tubarão" em língua
tupi.
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