SOBRE a data da fundação de Santo Antônio dos Anjos de
Laguna - mais tarde, apenas Laguna - existe divergência de
opiniões. Teria sido seu primeiro Povoador o paulista
Domingos de Brito Peixoto, no correr do século XVII. Houve
duas tentativas para fundar a cidade. A primeira foi uma
expedição marítima que não chegou a bom termo; impelida para
o norte por fortes ventos, soçobrou à altura do Espírito
Santo, perdendo-se a tripulação. Brito Peixoto, no entanto,
organizou dois novos grupos: um seguiu por terra e outro por
mar. Quatro meses depois atingiram o ponto almejado. O
primeiro cuidado do desbravador foi a edificação de um
templo dedicado a Sto. Antônio dos Anjos, cuja imagem teria
sido encontrada na praia. A população cresceu com a
imigração proveniente da ilha de Santa Catarina e com os
resultados das explorações feitas por Domingos Peixoto e
seus dois filhos, os quais descobriram as campinas do rio
Grande, aí introduzindo gado que arrebanharam das costas do
rio da Prata. Em 1714, o governador do Rio de Janeiro, D.
Francisco de Távora, pretendendo dar maior expansão aos
trabalhos no sul e prevendo a possibilidade de novas
campanhas, elevou a povoação a Município. A instalação da
vila verificou-se a 20 de janeiro de 1720. Por essa época,
começaram as primeiras expedições para o sul, em demanda do
Rio Grande de São Pedro. Especialmente com a chegada de
portugueses e paulistas, Laguna foi adquirindo importância,
para isso contribuindo também a descoberta de novos caminhos
para os campos sulinos. Durante a Guerra dos Farrapos (1839)
o Município foi invadido pelas tropas revolucionárias, sob o
comando de Jerônimo de Castilho. Canabarro, um dos chefes da
revolução vitoriosa, oficia à Câmara, lembrando a
necessidade de ser proclamada a independência de Santa
Catarina. Pelo Decreto n.º 2, de 10 de setembro de 1839, foi
Laguna elevada à categoria de cidade. Vencida a revolução,
porém, e tornados sem efeito seus atos, foi Laguna
reconduzida à mesma categoria, em 15 de abril de 1847. |