ALFIE, O AVENTUREIRO SOLITÁRIO
Acampar... O simples
mencionar desta palavra, desde os mais tenros dias
![]() escritório de sua repartição para uma cidade vizinha, a cerca de 45Km de onde morávamos, à bordo de um Turiscar Caravana, todo preto, rebocado por um Jipe da mesma cor, utilizado para campanhas de vacinação animal no interior do nosso estado. Fomos todos no trailer, junto com máquinas de escrever, arquivos e afins, o que me fez viajar além daquele momento, rumo ao país dos sonhos, imaginando estarmos indo de férias para algum outro lugar. ![]()
Pouco tempo mais tarde,
nos mudamos para a capital. O único caminho entre
Vitória e Vila Velha, era a Rodovia Carlos Lindenberg.
Ainda com 14 anos de idade, tomava dois ônibus a fim de
percorrer os 20Km até a casa de um tio, que aos finais
de semana sempre nos levava aos piqueniques nas praias
de Guaraparí. Não demorou para que ele se interessasse
pelo campismo, adquirindo uma barraca grande e um título
do Camping Clube do Brasil. Foi uma verdadeira festa.
Por algumas vezes acampamos em Setiba,
Já com pouco mais de 18 anos, embarquei para uma aventura sem data prevista para retornar. Ali, nos EUA, bem no coração do estado de New York, me vi isolado da minha terra natal, sem contato com a família. Tudo era complicado: a barreira do idioma e o desconhecimento total de um lugar assustador, ainda que pequeno, chamado Hudson, me fizeram amadurecer. Não tinha dinheiro para me hospedar ou alugar uma casa, por menor que fosse. Naquela cidade ínfima, a base econômica era voltada para as atividades rurais, e a maioria de seus moradores não tinha muitas posses. Uma família simpática, porém pobre, me acolheu provisoriamente em sua pequena casa de um quarto só, me fazendo lembrar antigas fábulas dos tempos de criança que não mais voltariam. Desprovido de espaço, fui alojado em uma carreta-barraca que a sogra do meu anfitrião nos emprestou, montada no quintal da casa.
Fiquei ali alguns meses, até que o tenebroso inverno do nordeste americano começou a se anunciar, quando resolvi me mudar para a cidade grande, porém, não sem antes aproveitar algumas belas acampadas no Takonic Lake, junto com minha namorada e a divertida família dela, pessoas de simplicidade singular, que me incentivaram naquela caminhada incerta. Quase duas décadas se passaram, mas o sonho de ser campista persistia. Os afazeres profissionais tomavam todo o meu tempo, inclusive muitos finais de semana e feriados, mas consegui guardar algum dinheiro para, em 2003, adquirir meu primeiro RV - Uma Safari!!!
A felicidade foi tamanha, que eu a utilizava como meu veículo do dia-a-dia, indo ao supermercado, trabalho, dentista, e a tantos outros destinos urbanos quantos surgissem, só pelo prazer de dirigi-la. Era a concretização de um desejo antigo, que levara quase quarenta anos para acontecer. Hoje viajo sozinho, tentando conhecer o estado onde moro, cheio de belezas naturais que vão das montanhas às praias, vez por outra indo mais além para me confraternizar com os amantes desse estilo de vida tão salutar. O encontro em São Lourenço-MG, ocorrido em out/2006, me proporcionou a experiência de poder acampar com amigos num clima de confraternização e muito aconchego, tendo sido realmente memorável e único na minha carreira de campista solitário, permeado de ensinamentos e alegrias das quais espero usufruir a cada nova oportunidade...
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