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BARROCO

(Estilo de Arte e Arquitetura)

 

A seguir você poderá conferir tudo sobre estilo barroco.

 

 

A arte barroca nasceu no início do século XVII, na Itália, e estendeu-se por toda a Europa e América Latina, onde se desenvolveu durante o século XVIII e início do XIX. Com o crescente alastramento do protestantismo, a Igreja Católica promove o movimento da Contra-Reforma, utilizando o barroco como principal instrumento de afirmação e persuasão da fé cristã. As novas descobertas, impulsionadas pelas grandes navegações realizadas por Portugal e Espanha, possibilitaram a forte atuação dos contra-reformistas, especialmente das missões catequéticas dos jesuítas, que se dirigiam às novas terras para o trabalho de doutrinação.

 

 

 

Em suas origens, o barroco esteve associado a uma pérola disforme e irregular, evidenciando a idéia de exagero, mau gosto e falta de lógica em relação ao estilo clássico do Renascimento. A exuberância de formas e a dramaticidade são suas características principais. O barroco recuperou o gosto pelo pictórico, pela movimentação das formas e pelo jogo incessante de planos, revelando a dualidade intrínseca do homem da época, ligado aos ideais humanistas mas preso à realidade do Absolutismo e da Contra-Reforma. Mais do que um estilo artístico, expressou um modo de ser. Paradoxalmente, apelava para os sentidos e as paixões humanas e servia aos propósitos da doutrinação religiosa da Igreja Católica.

O Barroco possui sua própria linguagem autêntica, onde em oposição ao Renascimento passou-se a entender o Barroco como um estilo definido em si, complexo e principalmente formador de soluções estéticas, formais e unitária.

 

O Barroco é a arte em que as linhas se entrecruzam, se retorcem ou se rompem, em que os volumes inflados ou vazados, se animam nos efeitos de contraste, em que sobretudo, o movimento se opõe ao equilíbrio, à harmonia e à estabilidade interpretando as paixões e ou fantasias.

Movimento em agitação interminável, interpenetração entre o religioso e o profano, deformação e contorção da anatomia dos seres vivos em estátuas sacras, são partes do virtuosismo Barroco:
"Deslocam-se todos os valores, invertem-se todas as certezas e a aparência toma lugar da realidade, parecendo que o escopo máximo dos artistas é a total confusão do espectador..."  

Os elementos Barrocos vistos separadamente podem estar inscritos em vários tempos mas sua visão política, econômica e social, constituem uma única realidade.

 

 O Barroco vai além de um estilo visual, é uma cultura, onde ele está presente desde a vida social até a obra humana. A cultura barroca, que se relaciona com a crença religiosa e política, estendeu desde países da Europa até as colônias americanas através de seus conquistadores.

 

 

A SOCIEDADE BARROCA

 

 

A teatralidade é encontrada em tudo na sociedade barroca, desde as artes até a linguagem, vestuário e a maneira aprumada de andar. "A arte barroca dirige-se a toda a sociedade e é apoiada por ela ".

Sabe-se que a sociedade barroca foi a das contradições, dos contrastes de idéias, de variações entre o individual e o tradicional, a autoridade inquisicional e a liberdade, o misticismo e sensualidade, igreja e supertições, guerras, comércios, caprichos e sobretudo uma 'situação' onde todos que participaram, fazem parte e construíram esta cultura.

A igreja, principalmente a católica, com seu poder e absolutismo, faz parte do Barroco e constitui parte desta cultura.

Não se pode abstrair o Barroco como um período da arte nem mesmo da história das idéias. Afeta e pertence ao âmbito total da história social, e todo estudo da matéria, embora seja especificado legitimamente dentro dos limites de um ou de outro setor, deve desenvolver-se se projetando em toda a esfera da cultura.

Na sociedade barroca, as amizades e convivências familiares são esfriadas, as pessoas tornam-se comerciáveis e as relações podem ser alugadas, compradas e vendidas. Isto se deve as crises enfrentadas em relação à economia instável, conflitos religiosos, descobertas científicas, que acabaram atingindo o 'eu' do homem daquela época.

 

Surge, então um novo Homem com novidades e conquistas, e este começa imaginar melhorias inclusive em suas crenças e em sua herança cristã medieval e renascentista. No final do século XVI, as crises sociais e manifestações intensificam-se na Europa.



 

BARROCO MINEIRO                     

 

O barroco chega à América Latina, especialmente ao Brasil, com os missionários jesuítas, que trazem o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. Os primeiros templos surgem como uma transplantação cultural, que se utiliza modelos arquitetônicos e de peças construtivas e decorativas trazidas diretamente de Portugal.

Com a descoberta do ouro, estende-se por todo o país o gosto pelo barroco. Durante o século XVIII, quando a Europa experimenta as concepções artísticas do Neoclassicismo, a arte colonial mineira resiste às inovações, mantendo um barroco tardio mas singular.

A distância do litoral e as dificuldades de importação de materiais e técnicas construtivas vão dar ao barroco de Minas Gerais um caráter peculiar, que possibilita a criação de uma arte diferenciada, marcada pelo regionalismo. A conformação urbana das vilas mineiras e a fé intimista, em que cada fiel se relaciona com seu santo protetor, viabilizam uma forma de expressão única, que se define como um gosto artístico e, mais do que isso, como um estilo de vida — um modo de ver, sentir e vivenciar a arte e a fé.           As primeiras capelas, erguidas nos arraiais auríferos, seguiu-se a edificação de templos com magníficos altares, tetos pintados e imagens adornadas com ouro e pedras preciosas.   

    

Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente próspera. 

 

Nessa sociedade onde, em função da exploração das minas, crescia o número de escravos negros, a mestiçagem ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram mudados muitos daqueles que participavam desta verdadeira escola que, nascida de mestres europeus, frutificou e amadureceu, encontrando sua própria expressão do "Belo".

         

Nesse contexto, surgem artistas que trabalham a partir das condições materiais da região, adaptando os ideais artísticos à sua vivência cotidiana. Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manoel da Costa Ataíde são os expoentes máximos dessa arte adaptada ao ambiente tropical e ligada aos recursos e valores regionais. Aleijadinho introduz a pedra-sabão em seus trabalhos escultóricos para substituir o mármore, e Ataíde cria pinturas similares aos apreciadíssimos azulejos portugueses, quando trabalham juntos na Igreja de São Francisco de Assis. É nesse sentido que o barroco desenvolvido em Minas Gerais ganha expressão particular no contexto brasileiro, firmando-se como Barroco Mineiro.

 

 

 

 

Fases do barroco e retábulos

O barroco pode ser dividido em três fases, segundo seus modelos de retábulos, construídos nas igrejas mineiras no período de 1710 a 1760.

 

1ª fase

Retábulo nacional português.

Ocorrência: entre 1710 e 1730.

Características principais: colunas torsas (ou retorcidas) profusamente ornamentadas com motivos fitomorfos (folhas de acanto, cachos de uva, por exemplo) e zoomorfos (aves, geralmente um pelicano); coroamento formado por arcos concêntricos; revestimento em talha dourada e policromia em azul e vermelho.

Exemplo
: Capela de Santana, Ouro Preto, 1720

 

 

2ª fase

Retábulo joanino

Ocorrência: entre 1730 e 1760.

Características principais: excesso de motivos ornamentais, com predominância de elementos escultóricos; coroamento com sanefas e falsos cortinados com anjos; revestimento com policromia em branco e dourado.

Exemplo: Matriz de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto.

3ª fase

Retábulo rococó

Ocorrência: a partir de 1760

Características principais: coroamento encimado por grande composição escultórica; elementos ornamentais baseados no estilo rococó francês (conchas, laços, guirlandas e flores); revestimento com fundos brancos e douramentos nas partes principais da decoração.

Sofre influência do estilo francês dominante na Europa a partir da segunda metade do século XVIII. No Brasil, o rococó é uma das fases do barroco, por ter se desenvolvido paralelamente à sobrevivência desse estilo.

Exemplo: Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto

 

 

 

A encomenda dos edifícios

Artesãos e artífices que trabalham nessas construções agrupavam-se segundo suas especializações.

Na arquitetura atuavam pedreiros, canteiros (entalhadores de pedra) e rebocadores, além dos carapinas, que faziam os serviços de carpintaria fina e marcenaria.

O escultor trabalhava preferencialmente a pedra, e o entalhador cuidava da decoração interna dos templos em madeira (altares e retábulos). Esse ofício não era considerado mecânico, e muitos artistas se dedicavam apenas à confecção de imagens, sendo chamados de santeiros, estatuários ou imaginários.

Pintores e douradores se incumbiam de pintar e dourar com folhas ou pó de ouro partes importantes da ornamentação.

Entre esses ofícios não havia lugar reservado aos arquitetos que forneciam o risco (ou a planta) e o traço (ou desenho) de uma construção. A parte intelectual do projeto se distinguia da parte material, sendo comum o arquiteto conceber o edifício e o mestre-de-obras realizar a construção a partir dos riscos fornecidos.

Ainda no século XVII, engenheiros militares eram freqüentemente chamados para projetar os riscos das igrejas que vão sendo construídas. Em meados do século XVIII, além dos técnicos especializados vindos de Portugal, outros vão se formando nos próprios canteiros de obras, suprindo a carência de profissionais locais.

A partir da aprovação do risco, abria-se concorrência em toda a região para o início dos trabalhos. A proposta mais vantajosa era aceita, e seu proponente nomeado arrematante. Raramente os serviços eram arrematados por um único profissional e abrangiam a totalidade das obras. Eram comuns várias concorrências específicas para a parte construtiva e para a ornamentação interna.

 

Evolução da pintura religiosa

A trajetória evolutiva da pintura religiosa assinala os melhores trabalhos realizados no período. A princípio, a pintura resumia-se a painéis de madeira, emoldurados e afixados isoladamente nos tetos das igrejas. São os chamados caixotões pintados com cenas referentes ao santo de devoção ou mesmo a personalidades da irmandade ou ordem religiosa. Os elementos decorativos trazem freqüentemente motivos chineses (chinesices) ou formas que reproduzem objetos da natureza, como grutas, penhascos, árvores, folhas e caracóis (grotescos).

Posteriormente a pintura extrapola esses limites e passa a ocupar todo o forro com grandes cenas ilusionistas em perspectiva. A partir da verdadeira cimalha do edifício, cria-se um efeito ilusório com o prolongamento da mesma através da pintura. Colunas e parapeitos em que se debruçam personagens como os doutores da Igreja circundam a cena central, rompendo ilusoriamente o espaço arquitetônico do templo. O espectador tem a impressão de estar assistindo a uma cena celestial, como se estivesse diante do próprio céu. O que interessa ao artista é criar a ilusão de ótica ou o efeito chamado 'trompe l'oeil', desenvolvido pelo padre italiano Andre Pozzo, que decorou o forro da Igreja de Santo Inácio, em Roma. Manuel da Costa Ataíde foi o artista brasileiro que mais se aproximou do ilusionismo do Padre Pozzo, sobretudo com a pintura do forro da Igreja de São Francisco de Assis.

Em fins do século XVIII, artistas locais simplificam a trama arquitetônica em favor de um parapeito contínuo. A pintura principal traz uma cena religiosa centrada em um medalhão rococó.

Principais Igrejas Tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .

   Com relação à arquitetura religiosa, podemos classificar a evolução das construções em períodos históricos que variaram em cada região, de acordo com a riqueza proporcionada pela extração do ouro, a estrutura de sua organização social e pela disponibilidade de artesãos mais ou menos qualificados.

De modo geral, destacam-se 5 períodos dos quais, o 4º e o 5º podem ser considerados como período final na evolução do barroco mineiro.

Veja a seguir os principais exemplares correspondentes a esses períodos:

Igreja Nossa Senhora da Penha - Prados - 2º período
Igreja Matriz São João Batista - Mariana - período final
Igreja Matriz Nossa Senhora Nazaré - Morro Vermelho/Caeté - 2º período
Santuário Bom Jesus de Matozinhos - Congonhas - período final
Igreja Nossa Senhora Amparo - Diamantina - 2º período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Diamantina - 2º período
Igreja Nossa Senhora do Rosário - Diamantina - 2º período
Capela de Santana - Mariana - 2º período
Igreja Catedral Nossa Senhora Assunção - Mariana - 2º período
Igreja São Francisco de Assis - Mariana - 3º período
Igreja de Santa Efigênia - Ouro Preto - 3º período
Igreja do Pilar - Ouro Preto - período final
Igreja São Francisco de Assis - Ouro Preto - período final
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição - Ouro Preto - 3º período
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Sabará - período final
Igreja Nossa Senhora do Ó - Sabará - 2º período
Igreja Nossa Senhora da Conceição - Sabará - 2º período
Igreja Nossa Senhora da Conceição - Catas Altas - 3º período
Catedral Nossa Senhora do Pilar - São João Del Rei - 3º período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - São João Del Rei - período final
Igreja São Francisco de Assis - São João Del Rei - período final
Igreja Bom Jesus de Matozinhos - Serro - 2º período
Capela São Francisco de Paula - Tiradentes - 1º período
Capela São João Evangelista - Tiradentes - 1º período
Igreja Matriz Santo Antônio - Tiradentes - período final
Igreja Nossa Senhora do Rosário - Barão de Cocais - 2º período
Igreja São João Batista - Barão de Cocais - 3º período
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - Mariana - 2º período
Igreja Matriz São José - Nova Era - 1º período
Igreja Matriz Santo Antonio - Ouro Branco - 3º período
Capela Nossa Senhora do Rosário do Padre Faria - Ouro Preto - 1º período
Capela São Sebastião - Ouro Preto - 1º período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Ouro Preto - período final.

Não tombadas, mas importantes:

Capela Nossa Senhora da Piedade - Serra Piedade, Caeté - 1º período
Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso - Caeté - 3º período
Matriz de Santo Antônio - Santa Bárbara - 2º período
Matriz de Brumal - 2º período
Matriz de São João Batista - Barão de Cocais - 3º período
Matriz da Conceição - Prados - 3º período
Nossa Senhora da Boa Morte - Barbacena - 3º período
Nossa Senhora de Nazaré - Cachoeira do Campo - 2º período
Capela São José - Minas Novas - 1º período
Matriz Minas Novas - Minas Novas - 1º período.

 

 

 

 

 

 

 

 

O VÔO SOBRE AS IGREJAS

 

 

Vamos até a Matriz de Antônio Dias

onde repousa, pó sem esperança, pó sem lembrança, o Aleijadinho.

Vamos subindo em procissão a lenta ladeira.

Padres e anjos, santos e bispos nos acompanham

e tornam mais rica, tornam mais grave a romaria de assombração.

 

Mas já não há fantasmas no dia claro,

tudo é tão simples,

tudo tão nu,

as cores e cheiros do presente são tão fortes e tão urgentes

que nem se percebem catingas e rouges, boduns e ouros do século 18.

 

Vamos subindo, vamos deixando a terra lá embaixo.

Nesta subida só serafins, só querubins fogem conosco,

de róseas faces, de nádegas róseas e rechonchudas,

empunham coroas, entoam cantos, riscam ornatos no azul autêntico.

 

Este mulato de gênio

lavou na pedra-sabão

todos os nossos pecados,

as nossas luxúrias todas,

e esse tropel de desejos,

essa ânsia de ir para o céu

e de pecar mais na terra;

este mulato de gênio

subiu nas asas da fama,

teve dinheiro, mulher,

escravo, comida farta,

teve também escorbuto

e morreu sem consolação.

 

Vamos subindo nessa viagem, vamos deixando

na torre mais alta o sino que tange, o som que se perde,

devotas de luto que batem joelhos, o sacristão que limpa os altares,

os mortos que pensam, sós, em silêncio, nas catacumbas e sacristias,

São Jorge com seu ginete,

o deus coberto de chagas, a virgem cortada de espadas,

e os passos da paixão, que jazem inertes na solidão.

Era uma vez um Aleijadinho,

não tinha dedo, não tinha mão,

raiva e cinzel, lá isso tinha,

era uma vez um Aleijadinho,

era uma vez muitas igrejas

com muitos paraísos e muitos infernos,

era uma vez São João, Ouro Preto,

Mariana, Sabará, Congonhas,

era uma vez muitas cidades

e o Aleijadinho era uma vez.

Carlos Drummond de Andrade

 

 

 

 

A escultura de Aleijadinho

 

Aleijadinho criou um estilo barroco pessoal, apesar da influência das esculturas barrocas da Europa, que conheceu através de gravuras. Entre suas mais diversas obras, está em grande destaque um conjunto de 12 esculturas em pedra-sabão, conhecido como Os Profetas e que representam as figuras bíblicas dos profetas citados no Antigo Testamento.

Este conjunto de esculturas complementa um cenário idealizado e concretizado por Aleijadinho - o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos - acompanhando seu trajeto pelas escadarias do adro que conduz à Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas do Campo.

 


Planta baixa da escadaria do adro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, com os números representando as posições das 12 esculturas de Os Profetas.

 

 

Nos Profetas não há o dinamismo presente nas esculturas barrocas da Itália, mas os movimentos são sugeridos pelos braços levantados de dois profetas, Abdias e Habacuc, pela ampla flexão do braço do profeta Ezequiel, pelas faces que se voltam para determinadas direções e pelo desenrolar de pergaminhos que trazem mensagens aos fiéis.

Estes sutis movimentos conduzem o olhar do observador numa seqüência conscientemente determinada pelo artista.

Seguindo a tendência na escultura barroca, Aleijadinho esculpiu numerosas dobras nas roupas, cabelos e barbas, possibilitando um jogo de luz nas saliências e reentrâncias. A fisionomia dos diferentes profetas nos transmitem emoções, como dramaticidade, tranqüilidade, severidade e outras, com surpreendente força expressiva.

No conjunto formado pela igreja e seu adro, percebe-se a integração entre a escultura e a arquitetura, outra característica barroca.

É difícil imaginar os Profetas sem a igreja ao fundo e vice-versa

No entanto, não há uma perfeita integração entre as esculturas e os pedestais que lhes servem como base. Estes parecem pequenos demais para o porte das figuras, em tamanho quase natural.

De fato, Aleijadinho criou as estátuas adaptando-as aos recursos já existentes. Documentos históricos comprovam que as obras de construção do adro aconteceram entre 1777 e 1790.

Por outro lado, Aleijadinho iniciou os Profetas em 1799, finalizando-os em 1805, com algumas interrupções, pois já estava muito doente e idoso.

Questiona-se sobre certas deformações observadas na anatomia destes personagens. Seriam conseqüências da dificuldade do artista em manusear as ferramentas, devido à sua doença? Houve muita interferência de seus ajudantes? Ou o artista usou intencionalmente estes recursos como força expressiva?

Alguns autores acreditam ainda, que Aleijadinho utilizou as figuras dos Profetas, identificando-os com os inconfidentes mineiros que marcaram aquele turbulento período histórico em Vila Rica (atual Ouro Preto) e do qual Aleijadinho foi contemporâneo.

Vamos conhecer melhor cada um destes Profetas e através de nossa sensibilidade, criarmos uma opinião própria sobre eles.



Isaías

 

O profeta Isaías está posicionado à esquerda de um portão de ferro, no primeiro lance de escadas que conduz ao adro que antecede a igreja. O recurso de se colocar uma figura no lado esquerdo de um palco, de um cenário ou de um quadro é bem conhecido pelos artistas que sabem que esta é a posição nobre numa cenografia, pois é para este ponto que os olhos do observador se direcionam em primeiro lugar.

Esta colocação, no lado esquerdo, certamente é proposital, pois Isaías é o mais importante profeta do Antigo Testamento.

Sua imagem transmite seriedade e austeridade, causando forte impressão a quem inicia a subida pelas escadarias. Aparenta ser um homem velho e sábio, sendo a figura a apresentar as mais longas barbas, que alcançam o peito em curvas, saliências e reentrâncias, como em muitas esculturas barrocas italianas. Sua cabeça, ombros e parte do corpo estão cobertos por um manto esculpido com sugestivas dobras.

 Este personagem foi esculpido em dois blocos de pedra e, sabiamente, Aleijadinho disfarçou o encontro dos dois blocos, com uma das grandes dobras do manto, percebida em linha horizontal e logo abaixo dos ombros.

Nota-se uma desproporção entre as partes superior e inferior do corpo. Os ombros são muito estreitos e os braços muito curtos.

Estes erros na anatomia são explicados pela intervenção de seus ajudantes escultores.

Mas, sem dúvida, a força desta escultura está na expressividade das feições, sendo o trabalho da cabeça atribuído totalmente a Aleijadinho.

A mão direita de Isaías aponta um pergaminho desenrolado. Nele há uma inscrição em latim, que traduzida diz o seguinte:

 

"Depois que os Serafins celebraram o Senhor, um deles trouxe aos meus lábios, uma brasa com uma tenaz".

Estas palavras referem-se à uma passagem relatada no Velho Testamento (Isaías 6), na qual um Serafim (anjo) aproxima-se de Isaías e purifica seus lábios com um carvão em brasa, tornando-o consciente de sua vocação como profeta.

Este profeta é o autor do primeiro dos conteúdos proféticos constantes no Velho Testamento.

Isaías viveu em Jerusalém, na segunda metade do século VIII a.C. e durante sua vida esteve preso em calabouço.

Contra ele, seus inimigos disseram: "Morra este homem, visto que ele, assim, enfraquece as mãos dos homens de guerra que restam nesta cidade e as mãos de todo o povo, dizendo-lhes tais palavras; porque este homem não busca a paz para este povo, senão o mal." (Isaías 38:4).

Teria Aleijadinho usado este personagem simbolizando um dos muitos inconfidentes presos no episódio histórico da Inconfidência Mineira?

 

 

 

Jeremias

 

O profeta Jeremias representa um contraponto estético à figura de Isaías, estando posicionado à direita deste e do portão de ferro, no primeiro lance de escadas que conduz ao adro. Enquanto Isaías segura um pergaminho com a mão esquerda, Jeremias o faz com a mão direita, como numa imagem espelhada.

Este recurso confere à composição do conjunto unidade dentro de uma diversidade, integrando as esculturas. Assim, nosso olhar fixa-se em uma e procura um contraponto na outra.

Jeremias viveu um século após Isaías e foi também um importante profeta, autor do segundo dos livros proféticos, na ordem seguida pela Bíblia.

Esta escultura apresenta erros anatômicos, atribuídos à interferência dos ajudantes de Aleijadinho. Assim, tem-se a impressão de que o personagem é excessivamente baixo e gordo, quando comparado ao tamanho da cabeça, muito grande em relação ao resto do corpo. É uma das oito menores esculturas de todo o conjunto.

Jeremias tem a aparência de um homem de meia idade, seguro de si, pela posição altiva da cabeça. O olhar busca um ponto no horizonte.

Com a mão esquerda segura uma pena, sugerindo sua vocação para a escrita das profecias.

Este personagem foi esculpido em dois blocos de pedra, notando-se um ponto de união logo após o joelho.

Possui bigodes longos e barbas curtas, formando dois rolos, um de cada lado. Atribui-se a escultura da cabeça a Aleijadinho.

Chama a atenção o turbante com tiras verticais que mantêm as bordas enroladas, num emaranhado que exige grande habilidade no trabalho escultórico.

É interessante sugerir que ao observarmos uma escultura, devemos fazê-lo passeando à sua volta, acompanhando as mudanças nos planos e surpreendendo-nos com a variedade de retas e curvas que se sucedem, com a luz que ora salta de um entalhe, ora se esconde num corte mais profundo. É como um cenário que se modifica a cada passo que damos à sua volta.

Uma das características marcantes das esculturas é que, sendo objetos de três dimensões, permitem sua observação e apreciação através de três planos: da altura, da largura e também da profundidade. Podemos, assim, interagir fisicamente com uma escultura.

 


Baruch

 

Após o primeiro lance de escadas e atravessando um portão de ferro, segue-se uma escadaria à esquerda, por trás do profeta Isaías, e outra, à direita, por trás do profeta Jeremias.

Optando pela esquerda, subimos por um segundo lance de escadas, acompanhados pelo olhar do terceiro profeta, Baruch, posicionado sobre o muro que separa as escadas.

Esta é uma das oito menores esculturas do conjunto. Segura um pergaminho com palavras das suas profecias, em latim, que podem ser lidas por quem sobe e o contorna. A outra mão segura as dobras de seu manto.Sua aparência é a de um homem jovem, sem barbas e com um turbante semelhante ao de Jeremias.

Também foi esculpido em dois blocos, percebendo-se a união entre eles, na altura do cotovelo. São observados erros na anatomia, não havendo proporções adequadas entre a parte superior e inferior do corpo. Parece haver falta de um pedaço no braço direito, como se para adaptá-lo à posição e altura do pergaminho sustentado pela mão.

Supõe-se que somente Aleijadinho dedicou-se à escultura da cabeça, ficando o resto do trabalho a cargo dos ajudantes de seu ateliê.

Baruch também foi profeta, mas não consta na série dos principais profetas citados no Antigo Testamento.

Ele profetizou a vinda de Cristo e no pergaminho sustentado por ele lêem-se as seguintes palavras, traduzidas do latim:

"Eu predigo a vinda de Cristo na carne e os últimos tempos do mundo, e previno os piedosos." (Baruch 1).

Foi também uma espécie de secretário particular de Jeremias, com a função de ajudá-lo a escrever as mensagens de suas profecias.


 

Ezequiel

 

O profeta Ezequiel encontra-se em posição oposta à de Baruch, à sua direita, entre o segundo e terceiro lances de escadas.

É uma das quatro maiores esculturas do conjunto e com tal qualidade plástica que é totalmente atribuída a Aleijadinho.

Ezequiel viveu no século I a.C., sendo o terceiro dos grandes profetas a constar no Velho Testamento. É citado como o "Profeta do Exílio", pois foi exilado na Babilônia.

Trata-se de uma figura esguia, com proporções corretas e como característica marcante, apresenta o braço direito flexionado e o tronco levemente inclinado.

Com este gesto parece recepcionar o fiel em busca de consolo na fé, embora a mão fechada contradiga esta intenção. Alguns autores vêem neste gesto a manifestação da cólera divina, pois as profecias de Ezequiel referem-se a visões apocalípticas.

Penso que este recurso foi utilizado para guiar o olhar do observador que admira o conjunto à uma certa distância.

As feições de Ezequiel são adornadas com bigodes, barba curta separada em dois rolos, e cabelos que alcançam discretamente seus ombros. Este é um padrão também observado em Jeremias.

Ao contrário daquele, suas vestes são longas e ornadas com uma faixa decorada com desenhos curvilíneos, bem ao gosto barroco, lembrando volutas. Este conjunto confere ao personagem uma certa aristocracia, quando comparado às demais figuras.

Esta escultura foi realizada em duas peças de pedra-sabão, percebendo-se a união dos blocos, na altura da cintura.

O braço parece apontar para a figura de Oséias, mais atrás e à sua direita. Dessa forma, o artista conduz nosso olhar, sem que o percebamos conscientemente.

 

 

Daniel

 

O profeta Daniel é uma das maiores esculturas do conjunto e, apesar de muito grande, foi esculpida num único bloco de pedra. Ocupa uma posição das mais importantes, estando à esquerda e no final da escadaria, onde se inicia o adro.
Para quem observa o conjunto a distância, Daniel está de perfil, bem como Oséias, à sua frente, como quem compartilha esta posição privilegiada; ambos guardam a passagem que os fiéis atravessam, atingindo o plano do adro. Todas as demais esculturas estão viradas para a frente.

 A veste de Daniel é longa, como a de Ezequiel. Está adornada com uma faixa transversal e desenhos em linhas curvas.

A parte superior possui uma pala arredondada, com desenhos e fechada por botões.

Sua fisionomia é a de um jovem homem, sem barbas.

Seus olhos lembram aqueles dos orientais, porém o nariz é alongado.

Esta escultura representa bem um herói seguro de si e como tal, apresenta a cabeça ornada com uma coroa de louros. Sugere um olhar distante e despreocupado.

A seus pés, um leão em posição de submissão, volta sua cabeça para o profeta, como um fiel animal domesticado, que pede um carinho de seu dono.

Daniel é o personagem bíblico mais facilmente relembrado e conhecido, pois sua figura está associada à do leão.

Atraem nossa atenção a sua juba, com inúmeras mechas e as grandes e poderosas patas.

O profeta Daniel também foi exilado na Babilônia. Devido a seus dons proféticos, foi preso juntamente com leões mas não sofreu nenhuma agressão.

No pergaminho que segura constam as seguintes palavras, traduzidas do latim: "Encerrado por ordem do rei na cova dos leões, sou libertado, incólume, com o auxílio de Deus."

 


Oséias

 

O profeta Oséias encontra-se de frente para o profeta Daniel, numa posição de destaque, ambos ladeando a passagem de acesso ao adro e posicionados de perfil, em relação aos demais profetas.

Oséias é representado com um casaco curto, totalmente abotoado, adornado na barra com desenhos curvilíneos, característicos do barroco.

Possui também uma faixa transversal, igualmente adornada.

Os cabelos, um pouco mais longos, caem em mechas sobre os ombros. A complementação de sua fisionomia lembra aquelas de Ezequiel e Jeremias, isto é, com bigodes e barba curta, enrolada e separada em dois rolos laterais.

Entre todos os profetas, Oséias é o que possui os traços mais nobres, exteriorizando determinação e firmeza.


   
Jonas

 

O profeta Jonas ocupa uma posição de destaque, à esquerda e sobre o prolongamento do mesmo muro que conduz a outro profeta muito conhecido, Daniel.

Como aquela, a escultura de Jonas também foi esculpida em um único bloco, apesar de sua grande dimensão.

Acredita-se que somente Aleijadinho tenha trabalhado neste personagem, tendo em vista a qualidade estética da obra e a expressão dramática de Jonas, num momento importante de sua vida, quando se libertou do interior de uma baleia e olhou para o céu, numa atitude de agradecimento.

Seu rosto apresenta características interessantes, como a boca entreaberta e os dentes discretamente à mostra, simbolizando um retorno à vida, com o ar penetrando em seu corpo.

Jonas veste uma espécie de batina longa, abotoada até o meio do corpo e presa por uma faixa. É interessante observar que as faixas não estão presentes somente para complementar uma veste.

Muitas vezes um elemento é utilizado para criar diversidade e aqui, a monotonia das linhas verticais é quebrada com a linha horizontal sugerida por uma faixa.

Conduzindo o olhar do observador, nota-se uma linha central, levemente inclinada, que se inicia no colarinho e alinhamento dos botões. Esta linha continua em forma de uma prega na roupa e acaba próxima ao pé de Jonas e bem ao lado da cabeça da baleia.

 

 



Joel

 

O profeta Joel encontra-se à direita de Oséias e seu pedestal de apoio encontra-se sobre o mesmo muro que conduz a este profeta.

Joel viveu no século VIII a.C. e suas profecias referem-se à pragas que ocorrerão, antecedendo o dia do Juízo Final, quando enorme quantidade de gafanhotos, lagartas, besouros e fungos causadores da 'ferrugem' nas plantas, destruirão os vegetais.

Joel está numa posição equivalente e oposta à de Jonas.

Se este tem sua cabeça voltada para o alto e à direita, Joel a tem levemente inclinada para baixo e para a esquerda, olhando algum ponto da paisagem montanhosa que circunda o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.

Neste conjunto de esculturas interagindo entre si e com o espaço, nada foi feito ao acaso.

Se o projeto foi definido no papel, primeiro foi elaborado na mente de Aleijadinho, que olhando aqueles muros solitários, idealizou as figuras dos profetas para avivá-los.

Joel veste uma túnica curta e sua barba, cabelos e turbante, lembram aqueles de Jeremias e Baruque.

É composto de duas pedras, superpostas na altura dos ombros, bem visível. Sugere que não houve preocupação em ocultá-la com nenhum elemento do vestuário, como em outras esculturas do conjunto.

Tem proporções adequadas e graciosas e parece que Aleijadinho dispensou a colaboração de seus ajudantes, como o fez em outras esculturas.

Pensa-se que Aleijadinho começou a esculpir os profetas, dedicando-se pessoalmente e inteiramente ao trabalho de entalhar a pedra. Mas, à medida que a doença destruía seus membros, deixava para seus ajudantes muitas das tarefas, dedicando-se principalmente ao entalhe das cabeças e mãos.

 Este é um recurso que o artista usou para conduzir nosso olhar até o animal, numa leitura inconsciente da obra, manipulada por seu criador. Mesmo a ponta de sua bota e a dobra de roupa que a recobre, são elementos de atração que direcionam o olhar.

Emergindo da cabeça da baleia, observam-se duas hastes que se curvam sobre o corpo de Jonas e se direcionam ao pergaminho que este segura com a mão direita. Estas linhas também dirigem nosso olhar, que salta do pergaminho para a cabeça da baleia e vice-versa.

É com desapontamento que constatamos que uma destas hastes curvas está quebrada, assim, como a mão esquerda de Jonas.

Aliás, muitas das esculturas estão riscadas, contendo inscrições deixadas por pessoas que, incapazes de respeitar uma obra de arte, sentem-se realizadas deixando marcas que somente atestam sua falta de cidadania.

No pergaminho nas mãos de Jonas encontra-se uma citação bíblica em latim que afirma:

"Engolido por uma baleia, permaneço três dias e três noites no ventre do peixe; depois venho a Nínive." (Jonas 2).

Nota-se que esta inscrição refere-se à baleia como sendo um peixe; na verdade, é bom lembrarmos que se trata de um mamífero.

A cabeça de Jonas, inclinada para cima, está em equilíbrio e em oposição à cabeça da baleia, no outro extremo, conferindo harmonia à composição.

Contornando a escultura, observamos dinâmicas linhas curvas representadas pelo corpo do animal que se apoia em Jonas. A nadadeira da cauda, voltada para cima, lembra folhas de plantas e as curvas de volutas, características da arte barroca .

 


Amós

 

O profeta Amós chama a atenção, pois é muito diferente dos demais. Está posicionado no extremo esquerdo do muro mais externo, sendo representado como um pastor, como de fato foi.

Amós viveu no século VIII a.C. e foi pastor de carneiros em Belém, antes de desenvolver seus dons proféticos.

O pergaminho que segura traz a seguinte inscrição, traduzida e adaptada do latim: "Feito primeiro pastor, e em seguida profeta, dirijo-me contra as vacas gordas e os chefes de Israel."

A explicação para as palavras "vacas gordas" é que estas sugerem as riquezas acumuladas pelas classes dominantes, em oposição à extrema pobreza de outros.

 Pelo fato de ter sido pastor, sua figura é adornada com elementos característicos: o casaco que veste é contornado com fios de lã de carneiro e na cabeça tem um gorro que ainda hoje é usado por pastores de Portugal.

Sobre o casaco, um manto descreve um labirinto de dobras magnificamente esculpidas. Sob o casaco, uma camisa franzida é arrematada por um colarinho que envolve o pescoço.

Aleijadinho adornou os profetas com vestes que eram comuns nas gravuras européias que chegavam no Brasil Colônia de então. Era comum na Europa a representação dos profetas e outros personagens bíblicos vestidos com casacos, túnicas e mantos debruados com desenhos curvilíneos e turbantes exóticos, estes 'à moda turca'.

O profeta Amós tem o rosto largo e sem barbas. Seu semblante é tranqüilo, um pouco risonho, despreocupado. Assim como Daniel e Jonas, foi entalhado numa pedra única; há uma pequenina emenda na parte superior de seu gorro. Seus dedos da mão direita, espalmada em direção ao céu, foram incompreensível e anonimamente quebrados por alguém insensível e tristemente ignorante e alienado dos valores criativos da humanidade.

 


 

Naum

 

O profeta Naum encontra-se em oposição a Amós, sobre o muro mais externo e do lado direito de quem observa o conjunto de frente.

Da mesma forma que Isaías, aparenta ser um homem bem velho e, como aquele, também ostenta barbas longas.

O manto está amarrado num grande laço. A escultura, como um todo, parece meio desalinhada ou desequilibrada, quando vista por trás.

A linha de união dos blocos que compõem a escultura está um pouco abaixo dos ombros.

Nela percebe-se uma maior intervenção dos ajudantes de Aleijadinho, até mesmo no entalhe pouco criterioso dos desenhos que acompanham as barras de seu manto.

Naum viveu no século VII a.C., e foi contemporâneo de Jeremias. Ao contrário das profecias feitas pelos demais profetas, as suas não são dirigidas ao povo de Israel, mas aos opressores assírios. Muitos críticos questionam por que este profeta foi incluído no conjunto.
 

 


     Abdias

 

O profeta Abdias chama a atenção de nosso olhar pela posição do braço direito levantado.

Sem dúvida, esta figura localizada no lado esquerdo da composição, parece comandar o passeio de nosso olhar pelo resto do conjunto.

Abdias é representado como um homem sem barbas.

Sua anatomia mais esguia sugere jovialidade, em relação aos demais profetas.

Suas vestes são longas, simples e sem adornos, mas apresentam um trabalho escultórico interessante nas muitas dobras, exploradas em inúmeros planos.

Esta escultura é composta por dois blocos de pedra, percebendo-se a união na altura dos cotovelos.

Sabe-se que o lado esquerdo de uma composição é o lado nobre, pois é este o ponto que, inconscientemente, nossos olhos buscam.

Assim o fazem as pessoas ocidentais, que lêem um livro da esquerda para a direita, e assim o fazem também, ao admirar um quadro, um palco ou cenário.

A localização de Abdias é complementada pela de Habacuc, em posição oposta equivalente e com o braço esquerdo levantado.

Ambos representam elementos atrativos poderosos, emoldurando o conjunto das obras com o prolongamento das linhas de seus braços.

Suas figuras são mais esguias que as demais, e soltando nosso olhar, este focaliza o centro da composição, onde está a igreja; desta, segue para Abdias, retorna para o alto da torre, desce por ela e recai sobre Isaías, outro elemento nobre e à esquerda, guardando a entrada do adro.

Após Isaías, o olhar retorna a Abdias.

Seus braços levantados têm a ver com a verticalidade das torres da igreja. Sugerem solidez e poder.

É uma integração tão natural entre a arquitetura e a escultura, que nem percebemos a intenção do mestre escultor.

  



Habacuc

 

O profeta Habacuc encontra-se à direita do conjunto, em posição equivalente ao profeta Abdias.

 

Tem seu braço esquerdo levantado, contrapondo-se ao braço direito de Abdias.

Ambos emolduram o conjunto, complementados pelas linhas verticais das torres da igreja, ao fundo.

Habacuc é representado como uma figura esguia, jovem e com a barba curta, enrolada lateralmente, como em Jeremias, Ezequiel, Oséias e outros.

Este estilo de barba curta, formando dois rolos dispostos lateralmente, segue a moda bizantina da época, muito divulgada nas gravuras bíblicas que circulavam na Europa e admiradas por Aleijadinho.

Habacuc foi esculpido em dois blocos de pedra, unidos na altura da cintura.

Suas vestes são longas e mostram um habilidoso trabalho de entalhe nas dobras e superposição do manto.

Críticos e estudiosos não hesitam em admitir que o trabalho desta escultura foi inteiramente desenvolvido pelas mãos de Aleijadinho que, mesmo dilaceradas pela doença, continuavam geniais.

O trabalho de entalhe dos profetas foi a última obra do inigualável artista brasileiro, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, exemplo de tenacidade e amor ao fazer artístico.

 

 

Religião e Arte

 

As irmandades religiosas dos franciscanos e dos carmelitos, instalaram-se nos arraiais e disputavam o poder entre si, construindo igrejas.

A população tinha uma vida dura, insegura, em meio à violência pela disputa de espaço na extração do ouro. Assim, as pessoas buscavam uma compensação espiritual na fé e nas orações.

Aqueles que enriqueciam, colaboravam com as obras das igrejas, encomendavam oratórios para suas casas e construíam pequenas capelas. Muitas igrejas foram construídas e algumas ainda existem; têm o interior ricamente decorado, com figuras religiosas esculpidas e pintadas com ouro, bem como os púlpitos e altares, tudo exageradamente rebuscado, condizente com o espírito barroco e com o rococó.

Foram necessárias pessoas sensíveis e criativas para os projetos de construção e decoração dessas obras: arquitetos, mestres de obras, carpinteiros, pintores e douradores, artesãos e artistas.

Os empreiteiros brancos contratavam os serviçais, mas não sobrava muita mão-de-obra, pois a maior parte dos negros, os mais fortes, trabalhava nas minas, nas lavouras e nas residências dos senhores. Os mulatos acabaram por demonstrar uma grande sensibilidade artística, explicada, também, pela sua herança africana.

Assim, o mulato teve oportunidade de exercer um trabalho mais artesanal e criativo, na construção e decoração de igrejas, na criação e na escultura de imagens de santos para os oratórios e tantas outras obras relacionadas ao universo religioso.

Entre os artistas, revelou-se o gênio criativo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

 

Bibliografia:
Hilda Maria Martins Teixeira Eder

 

 É professora titular de Ciências na rede municipal de ensino de São Paulo e em uma instituição educacional de ensino a distância. Estudou no Instituto de Biociências da USP, onde obteve o bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas.

Participou de alguns cursos na área de Artes Plásticas e segundo ela, a Arte em geral tem muito a ver com a Biologia, pois fazer arte é uma capacidade inata de manifestação do ser humano e extremamente ligada ao seu aperfeiçoamento cerebral, no processo da evolução.

Esta área de interesse, a arte, além de sua formação acadêmica, incentivaram-na a criar este site sobre o Aleijadinho, que apresenta a obra de arte e extrapola seus limites aparentes e a sua própria essência estética, relacionando-a com os temas transversais e a interdisciplinaridade.

 

A arquitectura (português europeu) ou arquitetura (português brasileiro) barroca é o estilo arquitectónico praticado durante o período barroco, que inicia-se a partir do século XVII e decorre até a primeira metade do século XVIII. A palavra portuguesa "barroco" define uma pérola de formato irregular.

Índice [esconder]
1 Definição
2 O barroco e a religião
3 O barroco e a forma
3.1 Principais artistas e obras da arquitectura barroca
4 Ver também


[editar] Definição
O barroco é libertação espacial, é libertação mental das regras dos tratadistas, das convenções, da geometria elementar. É libertação da simetria e da antítese entre espaço interior e exterior. Por essa ser a vontade, de libertação, o barroco assume um significado do estado psicológico de liberdade e de uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. É a separação da realidade artística do maneirismo. A arquitetura barroca ocorreu em vários países cristãos da Europa como Itália, Áustria e Espanha. Países protestantes como a Inglaterra não apresentam a arquitetura barroca.

[editar] O barroco e a religião
O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto da reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais longo da história da Igreja.

O Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou também as obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia.

Definiu, de forma explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens, tidas como elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada.

[editar] O barroco e a forma
Em termos artísticos, o barroco vai utilizar a escala como valor plástico de primeira grandeza. Os efeitos volumétricos são também elementos essenciais na arquitectura Barroca.

[editar] Principais artistas e obras da arquitectura barroca
Francesco Borromini, que entre muitas obras construiu em Roma o San Carlo alle Quattro Fontane. Surge aí a associação entre elementos retos e elementos curvos, utilizando formas ambivalentes. A fachada é visualmente dinâmica, o que não deixa os espectadores parados. Exibe uma complexidade em termos de organização, côncava, convexa e retas; é este dinamismo que o barroco impõe. Cria-se um portal monumental, que joga com várias formas, desloca-se o sino para a zona da fonte, em vez da zona central, destacando assim também a importância da fonte, como elemento criativo e funcional integrado na arquitectura. Borromini foi ainda o autor de igreja de Sant'Agnese in Agone, na Piazza Navona, e de Sant'Andrea delle Fratte, ambas em Roma.

Igreja de Sant'Agnese in AgoneO francês François Mansart é um dos mais importantes arquitectos do classicismo barroco, com obras tão importantes como Château de Maisons (hoje Château de Maisons-Laffitte), a igreja do Val-de-Grâce e o Temple du Marais (estes dois últimos em Paris).
Louis Le Vau foi o autor do Château de Vaux-le-Vicomte, considerada como uma das influentes obras da época. A relação pátio-jardim é verdadeiramente revolucionária. Os jardins, projectados por André Le Nôtre, deixam de ser um mero complemento do edifício e ganham um prolongamento que vai para além da construção do château em si. Os jardins de Le Nôtre, sempre fortemente marcados pela axialidade, tocam, a partir do olhar do observador, no horizonte, realizando o que o autor C. Norberg Schulz chama de experiência de um espaço infinito.
Jules Hardouin-Mansart é outro importante arquiteto do barroco, cujas obras mais importantes são o Palácio de Versailles, em que a planta é elíptica e os jogos de luz criam contrastes visuais. A Catedral de Saint-Louis-des-Invalides e o Grand Trianon também são de sua autoria.
Claude Perrault é outro importante arquitecto francês, ainda que menos célebre. A fachada oriental que desenhou para o Palais du Louvre é um excelente exemplo da arquitectura barroca francesa. Em todo o espaço cria-se uma multiplicidade cenográfica. O muro não é entendido como um limite, mas como realidade espacial privilegiada para conter movimento

Arquitetura Barroca

Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau gosto) é o período da arte que vai de 1600 a 1780 e se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e excesso de ornamentação. É o estilo da grandiloquência e do exagero. Essas carecterísticas todas podem ser explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de expressão de cunho propagandista.
O absolutismo monárquico e a Igreja da Contra-Reforma utilizaram o barroco como manifestação de grandeza. Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento renascentista, logo se diversificou em vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o adaptava à sua própria idiossincrasia. Nações protestantes como a Inglaterra, por exemplo, criaram uma versão mais moderada do estilo, com edifícios de fachadas bem menos carregadas que as italianas.

EXEMPLO DE EDIFICAÇÃO BARROCA

O Hotel do Inválidos - Paris

Um dos traços fundamentais desse vasto período é que durante seu apogeu as artes plásticas conseguiram uma integração total. A arquitetura, monumental, com exuberantes fachadas de mármore e ornatos de gesso, ou as obras de Borromini, caracterizadas pela projeção tridimensional de planos côncavos e convexos, serviram de palco ideal para as pinturas apoteóticas das abóbadas e as dramáticas esculturas de mármore branco que decoravam os interiores.

Fachada do Palácio de Dos Aguas
Valência

Na arquitetura barroca, os conceitos de volume e simetria vigentes no renascimento são substituídos pelo dinamismo e pela teatralidade. O produto desse novo modo de desenhar os espaços é uma edificação de proporções ciclópicas, em que mais do que a exatidão da geometria prevalece a superposição de planos e volumes, um recurso que tende a produzir diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores.

Quanto à arquitetura sacra, as proporções antropomórficas das colunas renascentistas foram duplicadas, para poder percorrer sem interrupções as novas fachadas de pavimento duplo, segundo o modelo da construção de Il Gesú, em Roma, primeira igreja da Contra-Reforma.

Igreja de Il Gesú - Vignola y Giacomo della Porta
Roma - século XVI

A partir de 1630, começam a proliferar as plantas elípticas e ovaladas de dimensões menores. Isso logo se transformaria numa das características arquitetônicas típicas do barroco. São as igrejas de Maderno e Borromini, nas quais as formas arredondadas substituíram as angulosas e as paredes parecem se curvar de dentro para fora e vice-versa, numa sucessão côncava e convexa, dotando o conjunto de um forte dinamismo.

Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais representativa dessa época é o Palácio de Versalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los - todos os nobres poderosos das cortes de seus país. Seguindo o exemplo do Palácio de Versalhes, são construídas nas diversas cortes europérias palácios faustosos, cercados de jardins imensos, aproximando-se do que logo viria a ser o neoclassicismo

Palácio de Schonbrunn

O Escorial, fusão de estilos e arquitetos, é de uma monumentalidade até então sem precedentes na Europa. Na Itália, ao combinar essas proporções com uma profusa ornamentação maneirista, seus artistas definiram o nascimento da arquitetura barroca.

HISTÓRIA DA ARTE CLÁSSICA

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BARROCO ou CLÁSSICO (ROCOCÓ - 1730 a 1760)

Barroco, é um movimento, que vai da segunda metade do século XVI (1550) à primeira metade do século XVIII (1760), caracteriza-se por um estilo rebuscado, repleto de metáforas e antíteses e por uma volta às questões espirituais em oposição ao racionalismo renascentista.

O Barroco, oposição ao classicismo, surge no século XVII na Itália e na Europa, perdura até meados do século XVIII, atingindo toda a América Latina até o fim do século XVIII... É uma tendência que se manifesta nas artes plásticas e, em seguida, na literatura, na música e no teatro no início deste século.

Miguel de Cervantes, por exemplo, em uma prosa barroca faz uma sátira das novelas de cavalaria em Don Quixote de la Mancha...

Em um período no qual a Igreja Católica tenta recuperar o espaço perdido com a Reforma Protestante e os monarcas concedem-se poderes divinos, a arte barroca busca conciliar a espiritualidade e a emoção da Idade Média com o antropocentrismo e a racionalidade do Renascimento. Sua característica marcante é, portanto, o contraste.

Esta arquitetura é um meio de propagar a fé na Igreja e no Estado, por isso as principais construções são igrejas e edifícios públicos. Tem como características o abandono de normas e convenções, da geometria elementar e da simetria.

As fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso de pilastras e o interior é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais e escadas dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de texturas transmitem a idéia de dramaticidade e representam a opulência da sociedade da época.

Os principais nomes são Francesco Borromini (1599-1667) e Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), autor das 162 colunas da praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A preocupação com o espaço que circunda os edifícios é outra característica do barroco.

A palavra barroco, originalmente "pérola deformada", exprime de forma pejorativa a idéia de irregularidade. Suas obras são rebuscadas, expressam exuberância e emoções extremas. Durante o período, além da Igreja e dos governantes, a burguesia em ascensão patrocina os artistas...

A fase final do barroco é o rococó, estilo que surge na França entre 1700 e 1780, refinando a arquitetura pomposa do barroco, durante o reinado de Luís XV. Caracteriza-se pelo excesso de curvas e pela abundância de elementos decorativos, como conchas, laços, flores e folhagens. A temática é inspirada nos hábitos da corte e na mitologia greco-romana.

As cores vivas dão lugar aos tons pastéis e os relevos exagerados são substituídos por superfícies delicadas, que ganham ênfase em pontos isolados. Igrejas e palácios exibem uma integração entre arquitetura, pintura e escultura. A estrutura dos edifícios é iluminada por várias janelas para criar interiores etéreos.

Os espaços interior e exterior chamam a atenção pela complexidade e requinte. Os arquitetos constroem espaços unificados e reduzem o tamanho das colunas. Nas igrejas, os tetos das naves laterais são levantados até a altura da nave central para unificar o espaço, como na Igreja de Carmine, em Turim, construída por Filippo Juvarra (1678-1736).

No Brasil, as primeiras obras barrocas construídas foram na época da colonização, que tinham o objetivo de assegurar o domínio português e evitar as invasões estrangeiras. São erguidos colégios e igrejas em Salvador, Olinda e no Rio de Janeiro, marcados por este estilo e de forte influência jesuítica. E também, a economia açucareira do século XVII impõe um novo padrão de vida e faz surgir a casa-grande e a senzala, que exigem um aprimoramento técnico das construções.

No Brasil, Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho (1730-1814) é o mestre do barroco. Leia mais nas páginas: História de Aleijadinho, Ouro Preto e Congonhas do Campo.


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BARROCO E ROCOCÓ

Adriaen Coorte
Albert Eckhout (1610-16?) - João Maurício de Nassau-Siegen
Bernardo Bellotto (1720-1780)* - outra obra, Polônia
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) - acima
Canaletto (1697-1768)
Caracci*
Caravaggio (1573-1610)
Carel Fabritius (1622-1654)*
Carlo Maderno (1556-1629)*
Charles le Brun*
Francesco Guardi
Goya (1746-1828)
Frans Hals (1580-1666) - página de René Descartes
Frans Jansz Post (1612-1680) - João Maurício de Nassau-Siegen
Georges de la Tour*
Hendrick Terbrugghen
Jacob van Ruisdael
Jordaens
Judith Leyster
Louis Le Vau (1612-1670)*
Louis Lorrain le Nain*
Gabriel Metsu
Murillo (1618-1682)
Nicolas Poussin*
Pieter Saenredam
Rembrandt (1606-1669)
Guido Reni
Rubens (1577-1640)
Jan Steen
Tiepolo
Velasquez (1599-1660)
Vermeer (1632-1675)
Zurbaran
Obs.: São dois pintores mundialmente famosos nomeados de "Canaletto", and who should not be mixed up. O "segundo Canaletto" foi Bernardo Bellotto, que viveu entre 1720 a 1780, and who carried the same artist name as his 23 year older colleague, who was also his paternal uncle, patron e professor profissional. O filho de Fiorenza Canale, elder sister de Antonio Canale (o "primeiro Canaletto") e Lorenzo Bellotto, of whom little is known. Bernardo entered his uncle’s studio as an assistant around 1735.


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No século XVII, época do rei Luís XIV (o rei sol da França), foi introduzido um classicismo na arquitetura como colunas e cúpulas...

Exemplo de arquitetura clássica: Sorbone e Dôme, ambas em Paris. Em 1676, começa a construção da Igreja que foi dividida em: Igreja do Soldado e da Cúpula (Dôme) - com a Tumba do Imperador, onde foi enterrado os restos de Napoleão, em 1840.

VERSALHES — VERSAILLES

Louis Le Vau foi um arquiteto francês e um dos principais designers do Palácio de Versalhes. Depois de desenhar várias casas privadas e mansões, incluindo o Château de Vaux-le-Vicomte, ele iniciou seu trabalho no Versalhes, em 1669.

O Palácio de Versalhes, criado na época de Louis XIV, pelos arquitetos Louis Le Vau, André Le Nôtre (jardins - selo abaixo) e Charles Lebrun, é o mais importante monumento arquitetônico do barroco francês.

Inicialmente, antigo pavilhão do rei Luís XIII, foi transformado e ampliado por seu filho Luís XIV, instalando ali (parece que em 1685?), a sede da corte e do governo. É um dos mais impressionantes do mundo, sua fachada tem 580 metros de comprimento. No dia 6/10/1789, dias depois do início da Revolução Francesa, a monarquia deixou Versalhes... Em 1837, torna-se museu.

Dedicado ao rei Sol, em 1979, o Palácio ou Castelo de Versalhes foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO.

Abaixo, semi-postal emitido em 1938 (Scott: B70) que mostra a Palácio de Versalhes.

Selo emitido em 1954 (lado esquerdo) mostra o portão de entrada do Castelo de Versailles. Selo emitido em 1956 (lado direito) mostra "Le Grand Trianon", feito pelo arquiteto Jules Hardouin-Mansart (1646-1708).

Selo emitido em 2001 mostra os Jardins de Versailles que foram desenhados pelo arquiteto André le Nôtre, durante o século XVII.



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Carlo Maderno (1556-1629), foi um arquiteto italiano, whose work prefigured the estilo barroco do século XVII. In his earliest and best design - a elegante fachada da igreja de Santa Susanna, em Roma (1603) - he went beyond the then current Mannerist Style to create a massive, logical design that uses a system of carefully judged proportions to focus attention on the central portal.

Ele também completou a fachada (1614) da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Entre 1606 e 1612, ele built the nave extension e a fachada da igreja, which Donato Bramante had begun approximately 100 years earlier.

Abaixo, selo do Vaticano emitido em 1949 que mostra a Basílica de São Pedro, em Roma, com a Colunata e o Obelisco ao centro. O Dome foi desenhado pelo pintor italiano da Renascença Michelangelo, mas ele não viu a obra terminada...

A Basílica tem o nome do apóstolo Pedro, o qual morreu no ano Domini de 64 e foi o mais proeminente dos 12 discípulos de Jesus Cristo, um líder e missionário do início da Igreja e tradicional primeiro bispo de Roma.

A estátua de São Pedro, de Guiseppe De Fabris (1790-1860), está localizada em frente a Basílica de São Pedro. Em sua mão direita, Pedro segura uma chave, e em sua mão esquerda um scroll. Behind St. Peter, on the balustrade da Igreja de São Pedro (no topo esquerdo do selo) está o Apóstolo Philip com seu atributo, o crucifixo latino. Do outro lado de Felipe, outros dois apóstolos. Pedro foi o primeiro a receber a revelação of the risen Jesus Cristo (Corinthians 15:3; Lucas 24:34).

Abaixo, dois selos postais do Vaticano mostram São Pedro, um emitido em 1938 (selo aéreo) mostra a estátua e, o outro selo, emitido em 2000, mostra São Pedro atrás da Basílica.

From the references to Peter in the Gospels it is known that the name he received at birth and with which he grew up was Simon. The Greek word petros ("rock") and its Aramaic equivalent, cephas, were not in use as personal names. "Peter" is thus a metaphorical or symbolic designation that came in time to function as the name of the man in question. The symbolic name in its Aramaic form may have arisen in connection with the affirmation that the resurrected Lord appeared first to Simon, that appearance and thus Simon himself serving as a sort of foundation stone of the Church.

Abaixo, outros artistas barrocos...

Selo do Burundi emitido em 1965, com obra de Nicolas Poussin. Selo do Paraguai emitido em 1971, com obra de Caracci. Selo da França emitido em 1973, com obra de Charles Le Brun.

Do lado esquerdo, selo de Mônaco emitido em 1972 para o projeto "Salve Veneza", ele mostra St. Marc Square, Veneza (1740). A obra original de Bellotto está na Galeria Nacional do Canadá (Ottawa). Do lado direito, selo da França emitido em 1980, mostra obra de Louis Le Nain.

Do lado esquerdo, selo da França emitido em 1966, com obra de Georges de la Tour. Do lado direito, selo da Holanda emitido em 1999, com a obra "The Goldfinch", de Carel Fabritius. O selo abaixo faz parte de um bloco de 10 selos, "Tien Uit de Kunst". Pintor holandês do século XVII.

Salvador, a maravilhosa cidade histórica, berço da cultura brasileira, Patrimônio da Humanidade da UNESCO, possui o maior e mais importante conjunto arquitetônico Barroco do Brasil. Cerca de 80 igrejas barrocas e vários solares e casarões existem aqui. Salvador é uma cidade barroca, o espírito desta grandiosa época está vivo nela. O projeto Barroco na Bahia tem como finalidade revitalizar e estimular a música clássica em geral e sacra, em especial, na forma mais autêntica possível, executando-as nas principais Igrejas de Salvador.

As principais atividades são os concertos dominicais (sempre às 11:00 h na Catedral, com, atualmente, mais de 850 concertos realizados), o Coro Barroco na Bahia (com 60 integrantes), o Canto gregoriano, atividades com o órgão de tubos na Catedral (2 teclados, pedaleira, 25 registros, 1550 tubos), oficinas e vários cursos de música, as montagens de óperas alemãs (entre 1997 e 2007 foram realizadas 11 óperas) e o Centro Cultural Barroco na Bahia (com uma sala para música de câmara "Sala Dom Lucas Moreira Neves" com um piano de cauda e um órgão de tubos, uma pousada, com vinte e cinco apartamentos bem decorados e o "Berlin-Café").

Era o estilo que se seguiu ao classicismo renascentista, em fins do século XVI, mantendo-se pujante até os inícios do século XVIII. Conservou muitas das características daquele estilo (inclusive o gosto pelos antigos clássicos), mas se opunha a ele por dirigir-se mais aos sentidos do homem do que à sua inteligência. Por isso, preocupava-se muito com a ornamentação das obras de arte, e com os aspectos contrastantes e trágicos das mesmas.

Com tais características, o barroco serviu admiravelmente à necessidade de impressionar o povo que tinham os governos absolutos, as igrejas cristãs após a Reforma e a burguesia.

• Características do Barroco

São características principais da arte barroca:

- o predomínio do emocional sobre o racional;
- o artista fica livre de qualquer regra ou padrão para liberdade de criação;
- busca de efeitos decorativos e visuais;
- a busca de forte realismo pela inspiração popular;
- composição dinâmica;
- predomínio da vertical sobre a horizontal com eliminação da linha reta, com fuga do geométrico;
- a estreita relação das artes, através da arquitetura e escultura intimamente ligadas;
- valorização do entalhe na construção de altares, com luxo na decoração e aplicação a ouro;
- pintura de tetos com efeitos ilusionistas;
- fachadas simples, contraste entre a simplicidade do exterior com a opulência decorativa do interior, era a tônica na arquitetura;
- violentos contrastes de luz e sombra eram marcantes na pintura;

• Origem e Difusão do Barroco

Rompendo os padrões estabelecidos pela escola classicista do Renascimento, surge em fins do século XVI uma nova tendência nas artes. É a escola denominada “Barroca”, enfática, violenta, agitada, que domina todo o século seguinte. Procura fundir elementos da arte gótica e renascentista, rompendo ao mesmo tempo os valores aceitos. Abandona o senso de equilíbrio geométrico, buscando despertar surpresa e emoções. Neste intuito, foi pesquisada a utilização de efeitos “Pictóricos”. Michelangelo é considerado por muitos precursor do barroco, pois já apresenta a força de expressão necessária para a obtenção de tais efeitos.

Por intermédio de complexos jogos especiais de luz e sombra, era obtido o contraste de diversos relevos de uma escultura. As proporções da figura humana, foram por vezes distorcidas para avivar a dramaticidade. Nesta linha, originam-se estilos particulares, influenciados por características regionais. O estudo da iluminação (luz e sombra) e da variedade de materiais utilizáveis no trabalho do escultor como preocupação central, a fim de que fossem obtidos os melhores efeitos, foi de uma importância determinante para os artistas dos séculos seguintes. Além de Michelangelo, Tintoretto e Ticiano também marcaram o início do barroco.

O novo estilo se definiu e se firmou, à atuação da Igreja Católica que teve seu prestígio abalado pela Reforma Protestante. O Concílio de Trento, dita normas para a arte religiosa, substituindo o humanismo renascentista pela busca dos valores sobrenaturais e religiosos. Embora tenha produzido excelentes obras no urbanismo e construção civil, o barroco se sobressai na arte religiosa.

 

BARROCO

A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Suas características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.

PINTURA

Características da pintura barroca:

* Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.

* Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.

Dentre os pintores barrocos italianos:

Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.

Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:

Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.

Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.

ESCULTURA

Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Para seu conhecimento

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.

 

O barroco se desenvolve no seguinte contexto histórico: após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço e poder. Mesmo assim, os católicos continuavam influenciando muito o cenário político, econômico e religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto e expressa todo o contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.

Os artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo clero. As obras de pintura e escultura deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do ser humano.
A palavra barroco tem um significado que representa bem as características deste estilo. Significa " pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a idéia de irregularidade.

O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades, embora as principais características do barroco estão presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas, ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com freqüência.

BARROCO EUROPEU

As obras dos artistas barrocos europeus valorizam as cores, as sombras e a luz, e representam os contrates. As imagens não são tão centralizadas quanto as renascentistas e aparecem de forma dinâmica, valorizando o movimento. Os temas principais são : mitologia, passagens da Bíblia e a história da humanidade. As cenas retratadas costumam ser sobre a vida da nobreza, o cotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros. Muitos artistas barrocos dedicaram-se a decorar igrejas com esculturas e pinturas, utilizando a técnica da perspectiva.

As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.

Podemos citar como principais artistas do barroco: o espanhol Velásquez, o italiano Caravaggio, os belgas Van Dyck e Frans Hals, os holandeses Rembrandt Vermeer e o flamengo Rubens.

BARROCO NO BRASIL

O barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias. A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidade auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam um intensa vida cultura e artística em pleno desenvolvimento.

O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Sua obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil. Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG).

Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como, por exemplo, de São Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Francisco.

Barroco
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O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade ocidental, ocorrido desde meados do século XVI até ao século XVIII. Foi inspirado no fervor religioso e na passionalidade da Contra-reforma. Didaticamente falando, o Período Barroco, vai de 1580 a 1756.

O termo "Barroco" advém da palavra portuguesa homónima que significa "pérola imperfeita", ou por extensão jóia falsa. A palavra foi rapidamente introduzida nas línguas francesa e italiana.

Índice [esconder]
1 O período barroco
2 Arte barroca
3 Arquitetura barroca
4 Escultura barroca
5 Pintura barroca
6 Literatura Barroca
7 Música barroca
7.1 Compositores do Barroco e exemplos
8 Interiores e mobiliário
9 Ver também


[editar] O período barroco
O ano de 1580 é significativo, marcado pela morte de Camões (e com ela, a decadência do movimento clássico), e pelo fim da autonomia política de Portugal, com o desaparecimento do rei D. Sebastião, na África, sendo que o sucessor foi Felipe II de Espanha, que anexou o reino português aos domínios, na chamada União Ibérica.

O capitólio político passou a ser Madrid, tendo Portugal perdido, além do seu foco político, a importância foco cultural. No século que se seguiu (século XVII), a influência predominante passou a ser a espanhola que se tornou marcante na cultura portuguesa e durante este mesmo período, brotam aos olhos da Espanha uma riquíssima geração de escritores, como Gôngora, Quevedo, Miguel de Cervantes, Félix Lope de Vega e Calderón de la Barca além de muitos outros.

Em 1640, Portugal inicia a empreitada na reconquista da posição no cenário europeu, libertando-se do domínio espanhol, após D. João IV, da dinastia de Bragança, subir ao trono. Até 1668, muitas lutas correram, contra a Espanha, na defesa da independência e contra os holandeses, em busca de recuperar as colônias da África Ocidental e parte do Brasil.

Este foi um período de intensa agitação social, com esforços permanentes em busca do restabelecimento da vida econômica, política e cultural. Publicaram-se várias obras panfletárias clandestinas, que denotavam posição contrária a corrupção do Estado e a exploração do povo. A mais famosa e significativa é a Arte de Furtar, cuja autoria está atribuída desde 1941 ao Padre Manuel da Costa e é hoje praticamente incontestada (vide a indispensável edição crítica da obra por Roger Bismut, Imprensa Nacional, 1991).

Marquês de Pombal, ministro do rei Dom José, subiu ao poder em 1750, com propostas renovadoras, que inauguraram uma nova fase na história cultural portuguesa. Em 1756, a Arcádia Lusitana demarcou o início de novas concepções literárias.

No Brasil, o período foi marcado por novas diretrizes na política de colonização, e estabeleceram-se engenhos de cana-de-açúcar na Bahia. Salvador, como capital do Brasil, transformou-se em um núcleo populacional importante, e como consequência, um centro cultural que, mesmo timidamente, fez surgir grandes figuras, como Gregório de Matos. O Barroco Brasileiro teve início em 1601, tendo como obra significativa, Prosopopéia, de Bento Teixeira, terminando com as obras de Cláudio Manuel da Costa, em 1768, uma introdução ao Neoclassicismo.

O barroco foi desenvolvido no século XVII. Nesse período, o terror provocado pela inquisição tentava limitar pensamentos, manifestações culturais e impor a austeridade.

[editar] Arte barroca

Igreja de Santo André de Qurinale, projetada por Gian Lorenzo Bernini.Embora tenha o Barroco assumido diversas características ao longo da história, o surgimento está intimamente ligado à Contra-Reforma. A arte barroca procura comover intensamente o espectador. Nesse sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço cénico, num teatro sacrum onde são encenados os dramas.

O Barroco é o estilo da Reforma católica também denominada de Contra-Reforma. Arquitetura, escultura, pintura, todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco nos territórios onde ele floresceu: a Espanha, a Itália, Portugal, os países católicos do centro da Europa e a América Latina.

O catolicismo barroco também impregnou a literatura, e uma das suas manifestações mais importantes e impressionantes foram os "autos sacramentais", peças teatrais de argumento teológico, reflexo do espírito espanhol do século XVII, e que eram muito apreciados pelo grande público, o que denota o elevado grau de instrução religiosa do povo.

Contrariamente à arte do Renascimento, que pregava o predomínio da razão sobre os sentimentos, no Barroco há uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma dramática, intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas.

Além da temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito divino dos reis (teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista que se consolidava) também eram freqüentes.

De certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da Idade Média, num ressurgimento da visão teocentrismo do mundo. E não é por acaso que a arte barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo.

A escola literária barroca é marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo, céu versus inferno, religião versus ciência, entre outras constantes.

Contudo, não há como colocar o Barroco simplesmente como uma retomada do fervor cristão. A grande diferença do período medieval é que agora o ser humano, depois do Renascimento, tem consciência de si e vê que também tem valor - com exemplos em estudos de anatomia e avanços científicos o ser humano deixa de colocar tudo nas mãos de Deus.

O Barroco caracteriza-se, portanto, num período de dualidades; num eterno jogo de poderes entre divino e humano, no qual não há mais certezas. A dúvida é que rege a arte deste período. E nas emoções o artista vê uma ponte entre os dois mundos, assim, tenta desvendá-las nas representações.

[editar] Arquitetura barroca
Ver artigo principal: Arquitectura do barroco

[editar] Escultura barroca
Ver artigo principal: Escultura do barroco

[editar] Pintura barroca

Adoração, por Peter Paul Rubens.Ver artigo principal: Pintura do barroco
Essa intensidade dramática do Barroco está bem exemplificada na pintura de Rubens. Este pintor flamengo, que viveu de 1577 a 1640, é considerado um dos maiores expoentes de todo o Barroco e um dos maiores gênios da pintura de toda a História da Arte.

Dentre as obras, podemos citar como pintura de tema mitológico o quadro “O Rapto das Filhas de Leucipo”. De tema religioso, “Sansão e Dalila”, da passagem bíblica do Velho Testamento. E, como exemplo de pintura que exalta a nobreza, temos a série de quadros sobre a vida de Maria de Médici, feitos por encomenda para a rainha-mãe e regente da França.

Nos estados protestantes, a pintura barroca assumiu características diferentes. Como nesses países havia condições favoráveis à liberdade de pensamento, a investigação científica iniciada no Renascimento pôde prosseguir, permitindo assim a confecção de quadros como “A aula de anatomia do Dr.Tulp”, de Rembrandt.

A força da burguesia nesses estados – e especificamente na Holanda – levou a pintura aos temas burgueses e de cenas da vida comum, como “A Ronda Noturna”, também de Rembrandt.

O método favorito empregado pelo barroco para ilustrar a profundidade espacial é o uso dos primeiros planos super dimensionados em figuras trazidas para muito perto do espectador e a redução no tamanho dos motivos no plano de fundo. Outras características são a tendência de substituir o absoluto pelo relativo, a maior rigidez pela maior liberdade, predileção pela forma aberta que parecem apontar para além delas próprias, ser capazes de continuação, um lado da composição é sempre mais enfatizado do que o outro.

É uma tentativa de suscitar no observador o sentimento de inesgotabilidade e infinidade de representação, uma tendência que domina toda a arte barroca.

Outra característica marcante da pintura barroca em geral é o efeito de ilusão comum nos artistas. Manifesta-se claramente nas pinturas feitas em tectos e paredes de igrejas ou palácios. Os artistas pintam cenas e elementos arquitetônicos (colunas, escadas, balcões, degraus) que dão uma incrível ilusão de movimento e ampliação de espaço, chegando, em alguns casos, a dar a impressão de que a pintura é a realidade e a parede, de facto, não existe.

Outra característica da pintura barroca é a exploração do jogo de luz e sombra, como se pode observar, por exemplo, na obra do pintor italiano Caravaggio, que teve vários seguidores, dentro e fora da Itália.

Podemos citar como exemplos de artistas barrocos:

Aleijadinho
Mestre Ataíde
Caravaggio
Rubens
Rembrandt
Carracci
El Greco
Velázquez
Vermeer
Murillo
Tintoretto

[editar] Literatura Barroca
A literatura Barroca possui como marcos estilísticos o Exagero, a Dualidade e a Religiosidade. O Movimento Barroco se deu em meio a diversos acontecimentos históricos importantes tais como: achamento das terras americanas, mudança do comércio mundial, solidificação da Inquisição e do poder do Clero e o Absolutismo Político.

No estilo encontramos o pessimismo, exagero emocional, as contradições imperam(uso de antíteses, paradoxos e oxímoros). Já o dualismo estilístico é caracterizado pelos estilos cultista e conceptista.

Cultismo: jogo de palavras.
Conceptismo: jogo de idéias.
Os autores brasileiros mais importantes do período foram Gregório de Matos Guerra e Padre António Vieira.

Cronologicamente, o movimento se inicia no século XVI e vai até o século XVII.

É um movimento dionisíaco e de transição (divisão): teocentrismo → antropocentrismo

[editar] Música barroca
Ver artigo principal: Música barroca

George Frideric Handel, 1733O termo Barroco é também usado para designar o estilo de música composta durante o período que está em sobreposição com o da Arte barroca mas, em geral, encompassa um período um pouco mais longo. Antonio Vivaldi, J.S. Bach e G.F. Handel são freqüentemente considerados figuras culminantes deste período.

Ainda é um assunto muito debatido academicamente sobre até que ponto a música barroca compartilha princípios de estética com a arte visual e literária do Barroco. Um elemento compartilhado muito óbvio é a adoração pela ornamentação, e talvez significante em que o papel da ornamentação em música como em arquitetura diminuiu muito conforme o Barroco abriu caminho para o Período Clássico.

Deve-se notar que o uso do termo barroco em música é relativamente um desenvolvimento recente. O primeiro uso da palavra barroco em música foi em 1919, por Curt Sachs, e não foi até 1940 quando foi usado em inglês pela primeira vez, em um artigo publicado por Manfred Bukofzer. Até recentemente, em 1960, ainda havia disputa considerável em círculos acadêmicos se música tão diversa como a de Jacopo Peri, François Couperin e J. S. Bach poderiam ser relevantemente unidas por um único termo estilístico.

Muitos estilos musicais nasceram durante aquela era, como o concerto e sinfonia. Estilos tais como a sonata, cantata e oratório também floriram. A opera nasceu de uma experiência da Camerata florentina, os criadores da monodia, que tentavam recriar a arte teatral da Grécia antiga. De fato, foi exatamente este desenvolvimento que muitas vezes denotam o início da música barroca, por volta de 1600. Uma técnica importante usada na música barroca foi o uso do baixo ostinato, um figura repetitiva na linha do baixo. O Lamento de Dido de Henry Purcell é um exemplo famoso desta técnica.

[editar] Compositores do Barroco e exemplos
Claudio Monteverdi (1567–1643) Vespers (1610)
Heinrich Schütz (1585–1672), Symphoniae Sacrae (1629, 1647, 1650)
Jean-Baptiste Lully (1632–1687) Armide (1686)
Johann Pachelbel (1653–1706), Canon em Ré Maior (1680)
Arcangelo Corelli (1653–1713), 12 concerti grossi
Henry Purcell (1659–1695) Dido e Aeneas (1687)
Tomaso Albinoni (1671–1751), Sonata a sei con tromba
Antonio Vivaldi (1678–1741), Le quattro stagioni
Johann David Heinichen (1683–1729)
Jean-Philippe Rameau (1683–1764) Dardanus (1739)
George Frideric Handel (1685–1759), Water Music Suite (1717)
Domenico Scarlatti (1685–1757), Sonatas para Cembalo ou Cravo
Johann Sebastian Bach (1685–1750), Concertos de Brandenburg (1721)
Georg Philipp Telemann (1681–1767), Der Tag des Gerichts (1762)
Giovanni Battista Pergolesi (1710–1734), Stabat Mater (1736)