BARROCO
(Estilo de
Arte e Arquitetura)
A seguir
você poderá conferir tudo sobre estilo barroco.
A
arte barroca nasceu no início do século XVII, na Itália,
e estendeu-se por toda a Europa e América Latina, onde
se desenvolveu durante o século XVIII e início do XIX.
Com o crescente alastramento do protestantismo, a Igreja
Católica promove o movimento da Contra-Reforma,
utilizando o barroco como principal instrumento de
afirmação e persuasão da fé cristã. As novas
descobertas, impulsionadas pelas grandes navegações
realizadas por Portugal e Espanha, possibilitaram a
forte atuação dos contra-reformistas, especialmente das
missões catequéticas dos jesuítas, que se dirigiam às
novas terras para o trabalho de doutrinação.
Em
suas origens, o barroco esteve associado a uma pérola
disforme e irregular, evidenciando a idéia de exagero,
mau gosto e falta de lógica em relação ao estilo
clássico do Renascimento. A exuberância de formas e a
dramaticidade são suas características principais. O
barroco recuperou o gosto pelo pictórico, pela
movimentação das formas e pelo jogo incessante de
planos, revelando a dualidade intrínseca do homem da
época, ligado aos ideais humanistas mas preso à
realidade do Absolutismo e da Contra-Reforma. Mais do
que um estilo artístico, expressou um modo de ser.
Paradoxalmente, apelava para os sentidos e as paixões
humanas e servia aos propósitos da doutrinação religiosa
da Igreja Católica.
O
Barroco possui sua própria linguagem autêntica, onde em
oposição ao Renascimento passou-se a entender o Barroco
como um estilo definido em si, complexo e principalmente
formador de soluções estéticas, formais e unitária.
O
Barroco é a arte em que as linhas se entrecruzam, se
retorcem ou se rompem, em que os volumes inflados ou
vazados, se animam nos efeitos de contraste, em que
sobretudo, o movimento se opõe ao equilíbrio, à harmonia
e à estabilidade interpretando as paixões e ou
fantasias.
Movimento em agitação interminável, interpenetração
entre o religioso e o profano, deformação e contorção da
anatomia dos seres vivos em estátuas sacras, são partes
do virtuosismo Barroco:
"Deslocam-se todos os valores, invertem-se todas as
certezas e a aparência toma lugar da realidade,
parecendo que o escopo máximo dos artistas é a total
confusão do espectador..."
Os
elementos Barrocos vistos separadamente podem estar
inscritos em vários tempos mas sua visão política,
econômica e social, constituem uma única realidade.
O
Barroco vai além de um estilo visual, é uma cultura,
onde ele está presente desde a vida social até a obra
humana. A cultura barroca, que se relaciona com a crença
religiosa e política, estendeu desde países da Europa
até as colônias americanas através de seus
conquistadores.
A SOCIEDADE
BARROCA
A
teatralidade é encontrada em tudo na sociedade barroca,
desde as artes até a linguagem, vestuário e a maneira
aprumada de andar. "A arte barroca dirige-se a toda a
sociedade e é apoiada por ela ".
Sabe-se que a sociedade barroca foi a das contradições,
dos contrastes de idéias, de variações entre o
individual e o tradicional, a autoridade inquisicional e
a liberdade, o misticismo e sensualidade, igreja e
supertições, guerras, comércios, caprichos e sobretudo
uma 'situação' onde todos que participaram, fazem parte
e construíram esta cultura.
A igreja, principalmente a católica, com seu poder e
absolutismo, faz parte do Barroco e constitui parte
desta cultura.
Não se pode abstrair o Barroco como um período da arte
nem mesmo da história das idéias. Afeta e pertence ao
âmbito total da história social, e todo estudo da
matéria, embora seja especificado legitimamente dentro
dos limites de um ou de outro setor, deve desenvolver-se
se projetando em toda a esfera da cultura.
Na sociedade barroca, as amizades e convivências
familiares são esfriadas, as pessoas tornam-se
comerciáveis e as relações podem ser alugadas, compradas
e vendidas. Isto se deve as crises enfrentadas em
relação à economia instável, conflitos religiosos,
descobertas científicas, que acabaram atingindo o 'eu'
do homem daquela época.
Surge, então um novo Homem com novidades e conquistas, e
este começa imaginar melhorias inclusive em suas crenças
e em sua herança cristã medieval e renascentista. No
final do século XVI, as crises sociais e manifestações
intensificam-se na Europa.
BARROCO MINEIRO
O
barroco chega à América Latina, especialmente ao Brasil,
com os missionários jesuítas, que trazem o novo estilo
como instrumento de doutrinação cristã. Os primeiros
templos surgem como uma transplantação cultural, que se
utiliza modelos arquitetônicos e de peças construtivas e
decorativas trazidas diretamente de Portugal.
Com a
descoberta do ouro, estende-se por todo o país o gosto
pelo barroco. Durante o século XVIII, quando a Europa
experimenta as concepções artísticas do Neoclassicismo,
a arte colonial mineira resiste às inovações, mantendo
um barroco tardio mas singular.
A
distância do litoral e as dificuldades de importação de
materiais e técnicas construtivas vão dar ao barroco de
Minas Gerais um caráter peculiar, que possibilita a
criação de uma arte diferenciada, marcada pelo
regionalismo. A conformação urbana das vilas mineiras e
a fé intimista, em que cada fiel se relaciona com seu
santo protetor, viabilizam uma forma de expressão única,
que se define como um gosto artístico e, mais do que
isso, como um estilo de vida — um modo de ver, sentir e
vivenciar a arte e a fé. As primeiras capelas,
erguidas nos arraiais auríferos, seguiu-se a edificação
de templos com magníficos altares, tetos pintados e
imagens adornadas com ouro e pedras preciosas.
Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras
moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a
vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente
próspera.
Nessa
sociedade onde, em função da exploração das minas,
crescia o número de escravos negros, a mestiçagem
ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era
esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania
das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca
de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram
mudados muitos daqueles que participavam desta
verdadeira escola que, nascida de mestres europeus,
frutificou e amadureceu, encontrando sua própria
expressão do "Belo".
Nesse
contexto, surgem artistas que trabalham a partir das
condições materiais da região, adaptando os ideais
artísticos à sua vivência cotidiana. Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho, e Manoel da Costa Ataíde são os
expoentes máximos dessa arte adaptada ao ambiente
tropical e ligada aos recursos e valores regionais.
Aleijadinho introduz a pedra-sabão em seus trabalhos
escultóricos para substituir o mármore, e Ataíde cria
pinturas similares aos apreciadíssimos azulejos
portugueses, quando trabalham juntos na Igreja de São
Francisco de Assis. É nesse sentido que o barroco
desenvolvido em Minas Gerais ganha expressão particular
no contexto brasileiro, firmando-se como Barroco
Mineiro.
Fases do barroco e retábulos
O
barroco pode ser dividido em três fases, segundo seus
modelos de retábulos, construídos nas igrejas mineiras
no período de 1710 a 1760.
1ª
fase
Retábulo nacional português.
Ocorrência:
entre 1710 e 1730.
Características principais:
colunas torsas (ou retorcidas) profusamente ornamentadas
com motivos fitomorfos (folhas de acanto, cachos de uva,
por exemplo) e zoomorfos (aves, geralmente um pelicano);
coroamento formado por arcos concêntricos; revestimento
em talha dourada e policromia em azul e vermelho.
Exemplo:
Capela de Santana, Ouro Preto, 1720
2ª
fase
Retábulo joanino
Ocorrência:
entre 1730 e 1760.
Características principais:
excesso de motivos ornamentais, com predominância de
elementos escultóricos; coroamento com sanefas e falsos
cortinados com anjos; revestimento com policromia em
branco e dourado.
Exemplo:
Matriz de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto.
3ª
fase
Retábulo rococó
Ocorrência:
a partir de 1760
Características principais:
coroamento encimado por grande composição escultórica;
elementos ornamentais baseados no estilo rococó francês
(conchas, laços, guirlandas e flores); revestimento com
fundos brancos e douramentos nas partes principais da
decoração.
Sofre
influência do estilo francês dominante na Europa a
partir da segunda metade do século XVIII. No Brasil, o
rococó é uma das fases do barroco, por ter se
desenvolvido paralelamente à sobrevivência desse estilo.
Exemplo:
Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto
A
encomenda dos edifícios
Artesãos e artífices que trabalham nessas construções
agrupavam-se segundo suas especializações.
Na
arquitetura atuavam pedreiros, canteiros (entalhadores
de pedra) e rebocadores, além dos carapinas, que faziam
os serviços de carpintaria fina e marcenaria.
O
escultor trabalhava preferencialmente a pedra, e o
entalhador cuidava da decoração interna dos templos em
madeira (altares e retábulos). Esse ofício não era
considerado mecânico, e muitos artistas se dedicavam
apenas à confecção de imagens, sendo chamados de
santeiros, estatuários ou imaginários.
Pintores e douradores se incumbiam de pintar e dourar
com folhas ou pó de ouro partes importantes da
ornamentação.
Entre
esses ofícios não havia lugar reservado aos arquitetos
que forneciam o risco (ou a planta) e o traço (ou
desenho) de uma construção. A parte intelectual do
projeto se distinguia da parte material, sendo comum o
arquiteto conceber o edifício e o mestre-de-obras
realizar a construção a partir dos riscos fornecidos.
Ainda
no século XVII, engenheiros militares eram
freqüentemente chamados para projetar os riscos das
igrejas que vão sendo construídas. Em meados do século
XVIII, além dos técnicos especializados vindos de
Portugal, outros vão se formando nos próprios canteiros
de obras, suprindo a carência de profissionais locais.
A
partir da aprovação do risco, abria-se concorrência em
toda a região para o início dos trabalhos. A proposta
mais vantajosa era aceita, e seu proponente nomeado
arrematante. Raramente os serviços eram arrematados por
um único profissional e abrangiam a totalidade das
obras. Eram comuns várias concorrências específicas para
a parte construtiva e para a ornamentação interna.
Evolução da pintura religiosa
A
trajetória evolutiva da pintura religiosa assinala os
melhores trabalhos realizados no período. A princípio, a
pintura resumia-se a painéis de madeira, emoldurados e
afixados isoladamente nos tetos das igrejas. São os
chamados caixotões pintados com cenas referentes ao
santo de devoção ou mesmo a personalidades da irmandade
ou ordem religiosa. Os elementos decorativos trazem
freqüentemente motivos chineses (chinesices) ou formas
que reproduzem objetos da natureza, como grutas,
penhascos, árvores, folhas e caracóis (grotescos).
Posteriormente a pintura extrapola esses limites e passa
a ocupar todo o forro com grandes cenas ilusionistas em
perspectiva. A partir da verdadeira cimalha do edifício,
cria-se um efeito ilusório com o prolongamento da mesma
através da pintura. Colunas e parapeitos em que se
debruçam personagens como os doutores da Igreja
circundam a cena central, rompendo ilusoriamente o
espaço arquitetônico do templo. O espectador tem a
impressão de estar assistindo a uma cena celestial, como
se estivesse diante do próprio céu. O que interessa ao
artista é criar a ilusão de ótica ou o efeito chamado 'trompe
l'oeil', desenvolvido pelo padre italiano Andre Pozzo,
que decorou o forro da Igreja de Santo Inácio, em Roma.
Manuel da Costa Ataíde foi o artista brasileiro que mais
se aproximou do ilusionismo do Padre Pozzo, sobretudo
com a pintura do forro da Igreja de São Francisco de
Assis.
Em
fins do século XVIII, artistas locais simplificam a
trama arquitetônica em favor de um parapeito contínuo. A
pintura principal traz uma cena religiosa centrada em um
medalhão rococó.
Principais Igrejas Tombadas pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional
.
Com relação à arquitetura religiosa, podemos classificar
a evolução das construções em períodos históricos que
variaram em cada região, de acordo com a riqueza
proporcionada pela extração do ouro, a estrutura de sua
organização social e pela disponibilidade de artesãos
mais ou menos qualificados.
De
modo geral, destacam-se 5 períodos dos quais, o 4º e o
5º podem ser considerados como período final na evolução
do barroco mineiro.
Veja
a seguir os principais exemplares correspondentes a
esses períodos:
Igreja Nossa Senhora da Penha - Prados - 2º período
Igreja Matriz São João Batista - Mariana - período final
Igreja Matriz Nossa Senhora Nazaré - Morro
Vermelho/Caeté - 2º período
Santuário Bom Jesus de Matozinhos - Congonhas - período
final
Igreja Nossa Senhora Amparo - Diamantina - 2º período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Diamantina - 2º período
Igreja Nossa Senhora do Rosário - Diamantina - 2º
período
Capela de Santana - Mariana - 2º período
Igreja Catedral Nossa Senhora Assunção - Mariana - 2º
período
Igreja São Francisco de Assis - Mariana - 3º período
Igreja de Santa Efigênia - Ouro Preto - 3º período
Igreja do Pilar - Ouro Preto - período final
Igreja São Francisco de Assis - Ouro Preto - período
final
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição - Ouro Preto -
3º período
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Sabará -
período final
Igreja Nossa Senhora do Ó - Sabará - 2º período
Igreja Nossa Senhora da Conceição - Sabará - 2º período
Igreja Nossa Senhora da Conceição - Catas Altas - 3º
período
Catedral Nossa Senhora do Pilar - São João Del Rei - 3º
período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - São João Del Rei -
período final
Igreja São Francisco de Assis - São João Del Rei -
período final
Igreja Bom Jesus de Matozinhos - Serro - 2º período
Capela São Francisco de Paula - Tiradentes - 1º período
Capela São João Evangelista - Tiradentes - 1º período
Igreja Matriz Santo Antônio - Tiradentes - período final
Igreja Nossa Senhora do Rosário - Barão de Cocais - 2º
período
Igreja São João Batista - Barão de Cocais - 3º período
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - Mariana -
2º período
Igreja Matriz São José - Nova Era - 1º período
Igreja Matriz Santo Antonio - Ouro Branco - 3º período
Capela Nossa Senhora do Rosário do Padre Faria - Ouro
Preto - 1º período
Capela São Sebastião - Ouro Preto - 1º período
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Ouro Preto - período
final.
Não
tombadas, mas importantes:
Capela Nossa Senhora da Piedade - Serra Piedade, Caeté -
1º período
Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso - Caeté - 3º período
Matriz de Santo Antônio - Santa Bárbara - 2º período
Matriz de Brumal - 2º período
Matriz de São João Batista - Barão de Cocais - 3º
período
Matriz da Conceição - Prados - 3º período
Nossa Senhora da Boa Morte - Barbacena - 3º período
Nossa Senhora de Nazaré - Cachoeira do Campo - 2º
período
Capela São José - Minas Novas - 1º período
Matriz Minas Novas - Minas Novas - 1º período.
O VÔO SOBRE
AS IGREJAS
Vamos
até a Matriz de Antônio Dias
onde
repousa, pó sem esperança, pó sem lembrança, o
Aleijadinho.
Vamos
subindo em procissão a lenta ladeira.
Padres e anjos, santos e bispos nos acompanham
e
tornam mais rica, tornam mais grave a romaria de
assombração.
Mas
já não há fantasmas no dia claro,
tudo
é tão simples,
tudo
tão nu,
as
cores e cheiros do presente são tão fortes e tão
urgentes
que
nem se percebem catingas e rouges, boduns e ouros do
século 18.
Vamos
subindo, vamos deixando a terra lá embaixo.
Nesta
subida só serafins, só querubins fogem conosco,
de
róseas faces, de nádegas róseas e rechonchudas,
empunham coroas, entoam cantos, riscam ornatos no azul
autêntico.
Este
mulato de gênio
lavou
na pedra-sabão
todos
os nossos pecados,
as
nossas luxúrias todas,
e
esse tropel de desejos,
essa
ânsia de ir para o céu
e de
pecar mais na terra;
este
mulato de gênio
subiu
nas asas da fama,
teve
dinheiro, mulher,
escravo, comida farta,
teve
também escorbuto
e
morreu sem consolação.
Vamos
subindo nessa viagem, vamos deixando
na
torre mais alta o sino que tange, o som que se perde,
devotas de luto que batem joelhos, o sacristão que limpa
os altares,
os
mortos que pensam, sós, em silêncio, nas catacumbas e
sacristias,
São
Jorge com seu ginete,
o
deus coberto de chagas, a virgem cortada de espadas,
e os
passos da paixão, que jazem inertes na solidão.
Era
uma vez um Aleijadinho,
não
tinha dedo, não tinha mão,
raiva
e cinzel, lá isso tinha,
era
uma vez um Aleijadinho,
era
uma vez muitas igrejas
com
muitos paraísos e muitos infernos,
era
uma vez São João, Ouro Preto,
Mariana, Sabará, Congonhas,
era
uma vez muitas cidades
e o
Aleijadinho era uma vez.
Carlos Drummond de Andrade
A
escultura de Aleijadinho
Aleijadinho criou um estilo barroco pessoal, apesar da
influência das esculturas barrocas da Europa, que
conheceu através de gravuras. Entre suas mais diversas
obras, está em grande destaque um conjunto de 12
esculturas em pedra-sabão, conhecido como Os Profetas e
que representam as figuras bíblicas dos profetas citados
no Antigo Testamento.
Este
conjunto de esculturas complementa um cenário idealizado
e concretizado por Aleijadinho - o Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos - acompanhando seu trajeto pelas
escadarias do adro que conduz à Igreja de Bom Jesus de
Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas do Campo.
Planta baixa da escadaria do adro da Igreja do Bom Jesus
de Matosinhos, com os números representando as posições
das 12 esculturas de Os Profetas.
Nos
Profetas não há o dinamismo presente nas esculturas
barrocas da Itália, mas os movimentos são sugeridos
pelos braços levantados de dois profetas, Abdias e
Habacuc, pela ampla flexão do braço do profeta Ezequiel,
pelas faces que se voltam para determinadas direções e
pelo desenrolar de pergaminhos que trazem mensagens aos
fiéis.
Estes
sutis movimentos conduzem o olhar do observador numa
seqüência conscientemente determinada pelo artista.
Seguindo a tendência na escultura barroca, Aleijadinho
esculpiu numerosas dobras nas roupas, cabelos e barbas,
possibilitando um jogo de luz nas saliências e
reentrâncias. A fisionomia dos diferentes profetas nos
transmitem emoções, como dramaticidade, tranqüilidade,
severidade e outras, com surpreendente força expressiva.
No
conjunto formado pela igreja e seu adro, percebe-se a
integração entre a escultura e a arquitetura, outra
característica barroca.
É
difícil imaginar os Profetas sem a igreja ao fundo e
vice-versa
No
entanto, não há uma perfeita integração entre as
esculturas e os pedestais que lhes servem como base.
Estes parecem pequenos demais para o porte das figuras,
em tamanho quase natural.
De
fato, Aleijadinho criou as estátuas adaptando-as aos
recursos já existentes. Documentos históricos comprovam
que as obras de construção do adro aconteceram entre
1777 e 1790.
Por
outro lado, Aleijadinho iniciou os Profetas em 1799,
finalizando-os em 1805, com algumas interrupções, pois
já estava muito doente e idoso.
Questiona-se sobre certas deformações observadas na
anatomia destes personagens. Seriam conseqüências da
dificuldade do artista em manusear as ferramentas,
devido à sua doença? Houve muita interferência de seus
ajudantes? Ou o artista usou intencionalmente estes
recursos como força expressiva?
Alguns autores acreditam ainda, que Aleijadinho utilizou
as figuras dos Profetas, identificando-os com os
inconfidentes mineiros que marcaram aquele turbulento
período histórico em Vila Rica (atual Ouro Preto) e do
qual Aleijadinho foi contemporâneo.
Vamos
conhecer melhor cada um destes Profetas e através de
nossa sensibilidade, criarmos uma opinião própria sobre
eles.
Isaías
O
profeta Isaías está posicionado à esquerda de um portão
de ferro, no primeiro lance de escadas que conduz ao
adro que antecede a igreja. O recurso de se colocar uma
figura no lado esquerdo de um palco, de um cenário ou de
um quadro é bem conhecido pelos artistas que sabem que
esta é a posição nobre numa cenografia, pois é para este
ponto que os olhos do observador se direcionam em
primeiro lugar.
Esta
colocação, no lado esquerdo, certamente é proposital,
pois Isaías é o mais importante profeta do Antigo
Testamento.
Sua
imagem transmite seriedade e austeridade, causando forte
impressão a quem inicia a subida pelas escadarias.
Aparenta ser um homem velho e sábio, sendo a figura a
apresentar as mais longas barbas, que alcançam o peito
em curvas, saliências e reentrâncias, como em muitas
esculturas barrocas italianas. Sua cabeça, ombros e
parte do corpo estão cobertos por um manto esculpido com
sugestivas dobras.
Este
personagem foi esculpido em dois blocos de pedra e,
sabiamente, Aleijadinho disfarçou o encontro dos dois
blocos, com uma das grandes dobras do manto, percebida
em linha horizontal e logo abaixo dos ombros.
Nota-se uma desproporção entre as partes superior e
inferior do corpo. Os ombros são muito estreitos e os
braços muito curtos.
Estes
erros na anatomia são explicados pela intervenção de
seus ajudantes escultores.
Mas,
sem dúvida, a força desta escultura está na
expressividade das feições, sendo o trabalho da cabeça
atribuído totalmente a Aleijadinho.
A mão
direita de Isaías aponta um pergaminho desenrolado. Nele
há uma inscrição em latim, que traduzida diz o seguinte:
"Depois que os Serafins celebraram o Senhor, um deles
trouxe aos meus lábios, uma brasa com uma tenaz".
Estas
palavras referem-se à uma passagem relatada no Velho
Testamento (Isaías 6), na qual um Serafim (anjo)
aproxima-se de Isaías e purifica seus lábios com um
carvão em brasa, tornando-o consciente de sua vocação
como profeta.
Este
profeta é o autor do primeiro dos conteúdos proféticos
constantes no Velho Testamento.
Isaías viveu em Jerusalém, na segunda metade do século
VIII a.C. e durante sua vida esteve preso em calabouço.
Contra ele, seus inimigos disseram: "Morra este homem,
visto que ele, assim, enfraquece as mãos dos homens de
guerra que restam nesta cidade e as mãos de todo o povo,
dizendo-lhes tais palavras; porque este homem não busca
a paz para este povo, senão o mal." (Isaías 38:4).
Teria
Aleijadinho usado este personagem simbolizando um dos
muitos inconfidentes presos no episódio histórico da
Inconfidência Mineira?
Jeremias
O
profeta Jeremias representa um contraponto estético à
figura de Isaías, estando posicionado à direita deste e
do portão de ferro, no primeiro lance de escadas que
conduz ao adro. Enquanto Isaías segura um pergaminho com
a mão esquerda, Jeremias o faz com a mão direita, como
numa imagem espelhada.
Este
recurso confere à composição do conjunto unidade dentro
de uma diversidade, integrando as esculturas. Assim,
nosso olhar fixa-se em uma e procura um contraponto na
outra.
Jeremias viveu um século após Isaías e foi também um
importante profeta, autor do segundo dos livros
proféticos, na ordem seguida pela Bíblia.
Esta
escultura apresenta erros anatômicos, atribuídos à
interferência dos ajudantes de Aleijadinho. Assim,
tem-se a impressão de que o personagem é excessivamente
baixo e gordo, quando comparado ao tamanho da cabeça,
muito grande em relação ao resto do corpo. É uma das
oito menores esculturas de todo o conjunto.
Jeremias tem a aparência de um homem de meia idade,
seguro de si, pela posição altiva da cabeça. O olhar
busca um ponto no horizonte.
Com a
mão esquerda segura uma pena, sugerindo sua vocação para
a escrita das profecias.
Este
personagem foi esculpido em dois blocos de pedra,
notando-se um ponto de união logo após o joelho.
Possui bigodes longos e barbas curtas, formando dois
rolos, um de cada lado. Atribui-se a escultura da cabeça
a Aleijadinho.
Chama
a atenção o turbante com tiras verticais que mantêm as
bordas enroladas, num emaranhado que exige grande
habilidade no trabalho escultórico.
É
interessante sugerir que ao observarmos uma escultura,
devemos fazê-lo passeando à sua volta, acompanhando as
mudanças nos planos e surpreendendo-nos com a variedade
de retas e curvas que se sucedem, com a luz que ora
salta de um entalhe, ora se esconde num corte mais
profundo. É como um cenário que se modifica a cada passo
que damos à sua volta.
Uma
das características marcantes das esculturas é que,
sendo objetos de três dimensões, permitem sua observação
e apreciação através de três planos: da altura, da
largura e também da profundidade. Podemos, assim,
interagir fisicamente com uma escultura.
Baruch
Após
o primeiro lance de escadas e atravessando um portão de
ferro, segue-se uma escadaria
à esquerda, por trás do profeta Isaías, e outra, à
direita, por trás do profeta Jeremias.
Optando pela esquerda, subimos por um segundo lance de
escadas, acompanhados pelo olhar do terceiro profeta,
Baruch, posicionado sobre o muro que separa as escadas.
Esta
é uma das oito menores esculturas do conjunto. Segura um
pergaminho com palavras das suas profecias, em latim,
que podem ser lidas por quem sobe e o contorna. A outra
mão segura as dobras de seu manto.Sua aparência é a de
um homem jovem, sem barbas e com um turbante semelhante
ao de Jeremias.
Também foi esculpido em dois blocos, percebendo-se a
união entre eles, na altura do cotovelo. São observados
erros na anatomia, não havendo proporções adequadas
entre a parte superior e inferior do corpo. Parece haver
falta de um pedaço no braço direito, como se para
adaptá-lo à posição e altura do pergaminho sustentado
pela mão.
Supõe-se que somente Aleijadinho dedicou-se à escultura
da cabeça, ficando o resto do trabalho a cargo dos
ajudantes de seu ateliê.
Baruch também foi profeta, mas não consta na série dos
principais profetas citados no Antigo Testamento.
Ele
profetizou a vinda de Cristo e no pergaminho sustentado
por ele lêem-se as seguintes palavras, traduzidas do
latim:
"Eu
predigo a vinda de Cristo na carne e os últimos tempos
do mundo, e previno os piedosos." (Baruch 1).
Foi
também uma espécie de secretário particular de Jeremias,
com a função de ajudá-lo a escrever as mensagens de suas
profecias.
Ezequiel
O
profeta Ezequiel encontra-se em posição oposta à de
Baruch, à sua direita, entre o segundo e terceiro lances
de escadas.
É uma
das quatro maiores esculturas do conjunto e com tal
qualidade plástica que é totalmente atribuída a
Aleijadinho.
Ezequiel viveu no século I a.C., sendo o terceiro dos
grandes profetas a constar no Velho Testamento. É citado
como o "Profeta do Exílio", pois foi exilado na
Babilônia.
Trata-se de uma figura esguia, com proporções corretas e
como característica
marcante, apresenta o braço direito flexionado e o
tronco levemente inclinado.
Com
este gesto parece recepcionar o fiel em busca de consolo
na fé, embora a mão fechada contradiga esta intenção.
Alguns autores vêem neste gesto a manifestação da cólera
divina, pois as profecias de Ezequiel referem-se a
visões apocalípticas.
Penso
que este recurso foi utilizado para guiar o olhar do
observador que admira o conjunto à uma certa distância.
As
feições de Ezequiel são adornadas com bigodes, barba
curta separada em dois rolos, e cabelos que alcançam
discretamente seus ombros. Este é um padrão também
observado em Jeremias.
Ao
contrário daquele, suas vestes são longas e ornadas com
uma faixa decorada com desenhos curvilíneos, bem ao
gosto barroco, lembrando volutas. Este conjunto confere
ao personagem uma certa aristocracia, quando comparado
às demais figuras.
Esta
escultura foi realizada em duas peças de pedra-sabão,
percebendo-se a união dos blocos, na altura da cintura.
O
braço parece apontar para a figura de Oséias, mais atrás
e à sua direita. Dessa forma, o artista conduz nosso
olhar, sem que o percebamos conscientemente.
Daniel
O
profeta Daniel é uma das maiores esculturas do conjunto
e, apesar de muito grande, foi esculpida num único bloco
de pedra. Ocupa uma posição das mais importantes,
estando à esquerda e no final da escadaria, onde se
inicia o adro.
Para quem observa o conjunto a distância, Daniel está de
perfil, bem como Oséias, à sua frente, como quem
compartilha esta posição privilegiada; ambos guardam a
passagem que os fiéis atravessam, atingindo o plano do
adro. Todas as demais esculturas estão viradas para a
frente.
A
veste de Daniel é longa, como a de Ezequiel. Está
adornada com uma faixa transversal e desenhos em linhas
curvas.
A
parte superior possui uma pala arredondada, com desenhos
e fechada por botões.
Sua
fisionomia é a de um jovem homem, sem barbas.
Seus
olhos lembram aqueles dos orientais, porém o nariz é
alongado.
Esta
escultura representa bem um herói seguro de si e como
tal, apresenta a cabeça ornada com uma coroa de louros.
Sugere um olhar distante e despreocupado.
A
seus pés, um leão em posição de submissão, volta sua
cabeça para o profeta, como um fiel animal domesticado,
que pede um carinho de seu dono.
Daniel é o personagem bíblico mais facilmente relembrado
e conhecido, pois sua figura está associada à do leão.
Atraem nossa atenção a sua juba, com inúmeras mechas e
as grandes e poderosas patas.
O
profeta Daniel também foi exilado na Babilônia. Devido a
seus dons proféticos, foi preso juntamente com leões mas
não sofreu nenhuma agressão.
No
pergaminho que segura constam as seguintes palavras,
traduzidas do latim: "Encerrado por ordem do rei na cova
dos leões, sou libertado, incólume, com o auxílio de
Deus."
Oséias
O
profeta Oséias encontra-se de frente para o profeta
Daniel, numa posição de destaque,
ambos ladeando a passagem de acesso ao adro e
posicionados de perfil, em relação aos demais profetas.
Oséias é representado com um casaco curto, totalmente
abotoado, adornado na barra com desenhos curvilíneos,
característicos do barroco.
Possui também uma faixa transversal, igualmente
adornada.
Os
cabelos, um pouco mais longos, caem em mechas sobre os
ombros. A complementação de sua fisionomia lembra
aquelas de Ezequiel e Jeremias, isto é, com bigodes e
barba curta, enrolada e separada em dois rolos laterais.
Entre
todos os profetas, Oséias é o que possui os traços mais
nobres, exteriorizando determinação e firmeza.
Jonas
O
profeta Jonas ocupa uma posição de destaque, à esquerda
e sobre o prolongamento do mesmo muro que conduz a outro
profeta muito conhecido, Daniel.
Como
aquela, a escultura de Jonas também foi esculpida em um
único bloco, apesar de sua grande dimensão.
Acredita-se que somente Aleijadinho tenha trabalhado
neste personagem, tendo em vista a qualidade estética da
obra e a expressão dramática de Jonas, num momento
importante de sua vida, quando se libertou do interior
de uma baleia e olhou para o céu, numa atitude de
agradecimento.
Seu
rosto apresenta características interessantes, como a
boca entreaberta e os dentes discretamente à mostra,
simbolizando um retorno à vida, com o ar penetrando em
seu corpo.
Jonas
veste uma espécie de batina longa, abotoada até o meio
do corpo e presa por uma faixa. É interessante observar
que as faixas não estão presentes somente para
complementar uma veste.
Muitas vezes um elemento é utilizado para criar
diversidade e aqui, a monotonia das linhas verticais é
quebrada com a linha horizontal sugerida por uma faixa.
Conduzindo o olhar do observador, nota-se uma linha
central, levemente inclinada, que se inicia no colarinho
e alinhamento dos botões. Esta linha continua em forma
de uma prega na roupa e acaba próxima ao pé de Jonas e
bem ao lado da cabeça da baleia.
Joel
O
profeta Joel encontra-se à direita de Oséias e seu
pedestal de apoio encontra-se sobre o mesmo muro que
conduz a este profeta.
Joel
viveu no século VIII a.C. e suas profecias referem-se à
pragas que ocorrerão, antecedendo o dia do Juízo Final,
quando enorme quantidade de gafanhotos, lagartas,
besouros e fungos causadores da 'ferrugem' nas plantas,
destruirão os vegetais.
Joel
está numa posição equivalente e oposta à de Jonas.
Se
este tem sua cabeça voltada para o alto e à direita,
Joel a tem levemente inclinada para baixo e para a
esquerda, olhando algum ponto da paisagem montanhosa que
circunda o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.
Neste
conjunto de esculturas interagindo entre si e com o
espaço, nada foi feito ao acaso.
Se o
projeto foi definido no papel, primeiro foi elaborado na
mente de Aleijadinho, que olhando aqueles muros
solitários, idealizou as figuras dos profetas para
avivá-los.
Joel
veste uma túnica curta e sua barba, cabelos e turbante,
lembram aqueles de Jeremias e Baruque.
É
composto de duas pedras, superpostas na altura dos
ombros, bem visível. Sugere que não houve preocupação em
ocultá-la com nenhum elemento do vestuário, como em
outras esculturas do conjunto.
Tem
proporções adequadas e graciosas e parece que
Aleijadinho dispensou a colaboração de seus ajudantes,
como o fez em outras esculturas.
Pensa-se que Aleijadinho começou a esculpir os profetas,
dedicando-se pessoalmente e inteiramente ao trabalho de
entalhar a pedra. Mas, à medida que a doença destruía
seus membros, deixava para seus ajudantes muitas das
tarefas, dedicando-se principalmente ao entalhe das
cabeças e mãos.
Este
é um recurso que o artista usou para conduzir nosso
olhar até o animal, numa leitura inconsciente da obra,
manipulada por seu criador. Mesmo a ponta de sua bota e
a dobra de roupa que a recobre, são elementos de atração
que direcionam o olhar.
Emergindo da cabeça da baleia, observam-se duas hastes
que se curvam sobre o corpo de Jonas e se direcionam ao
pergaminho que este segura com a mão direita. Estas
linhas também dirigem nosso olhar, que salta do
pergaminho para a cabeça da baleia e vice-versa.
É com
desapontamento que constatamos que uma destas hastes
curvas está quebrada, assim, como a mão esquerda de
Jonas.
Aliás, muitas das esculturas estão riscadas, contendo
inscrições deixadas por pessoas que, incapazes de
respeitar uma obra de arte, sentem-se realizadas
deixando marcas que somente atestam sua falta de
cidadania.
No
pergaminho nas mãos de Jonas encontra-se uma citação
bíblica em latim que afirma:
"Engolido por uma baleia, permaneço três dias e três
noites no ventre do peixe; depois venho a Nínive."
(Jonas 2).
Nota-se que esta inscrição refere-se à baleia como sendo
um peixe; na verdade, é bom lembrarmos que se trata de
um mamífero.
A
cabeça de Jonas, inclinada para cima, está em equilíbrio
e em oposição à cabeça da baleia, no outro extremo,
conferindo harmonia à composição.
Contornando a escultura, observamos dinâmicas linhas
curvas representadas pelo corpo do animal que se apoia
em Jonas. A nadadeira da cauda, voltada para cima,
lembra folhas de plantas e as curvas de volutas,
características da arte barroca .
Amós
O
profeta Amós chama a atenção, pois é muito diferente dos
demais. Está posicionado no extremo esquerdo do muro
mais externo, sendo representado como um pastor, como de
fato foi.
Amós
viveu no século VIII a.C. e foi pastor de carneiros em
Belém, antes de desenvolver seus dons proféticos.
O
pergaminho que segura traz a seguinte inscrição,
traduzida e adaptada do latim: "Feito primeiro pastor, e
em seguida profeta, dirijo-me contra as vacas gordas e
os chefes de Israel."
A
explicação para as palavras "vacas gordas" é que estas
sugerem as riquezas acumuladas pelas classes dominantes,
em oposição à extrema pobreza de outros.
Pelo
fato de ter sido pastor, sua figura é adornada com
elementos característicos: o casaco que veste é
contornado com fios de lã de carneiro e na cabeça tem um
gorro que ainda hoje é usado por pastores de Portugal.
Sobre
o casaco, um manto descreve um labirinto de dobras
magnificamente esculpidas. Sob o casaco, uma camisa
franzida é arrematada por um colarinho que envolve o
pescoço.
Aleijadinho adornou os profetas com vestes que eram
comuns nas gravuras européias que chegavam no Brasil
Colônia de então. Era comum na Europa a representação
dos profetas e outros personagens bíblicos vestidos com
casacos, túnicas e mantos debruados com desenhos
curvilíneos e turbantes exóticos, estes 'à moda turca'.
O
profeta Amós tem o rosto largo e sem barbas. Seu
semblante é tranqüilo, um pouco risonho, despreocupado.
Assim como Daniel e Jonas, foi entalhado numa pedra
única; há uma pequenina emenda na parte superior de seu
gorro. Seus dedos da mão direita, espalmada em direção
ao céu, foram incompreensível e anonimamente quebrados
por alguém insensível e tristemente ignorante e alienado
dos valores criativos da humanidade.
Naum
O
profeta Naum encontra-se em oposição a Amós, sobre o
muro mais externo e do lado direito de quem observa o
conjunto de frente.
Da
mesma forma que Isaías, aparenta ser um homem bem velho
e, como aquele, também ostenta barbas longas.
O
manto está amarrado num grande laço. A escultura, como
um todo, parece meio desalinhada ou desequilibrada,
quando vista por trás.
A
linha de união dos blocos que compõem a escultura está
um pouco abaixo dos ombros.
Nela
percebe-se uma maior intervenção dos ajudantes de
Aleijadinho, até mesmo no entalhe pouco criterioso dos
desenhos que acompanham as barras de seu manto.
Naum
viveu no século VII a.C., e foi contemporâneo de
Jeremias. Ao contrário das profecias feitas pelos demais
profetas, as suas não são dirigidas ao povo de Israel,
mas aos opressores assírios. Muitos críticos questionam
por que este profeta foi incluído no conjunto.
Abdias
O
profeta Abdias chama a atenção de nosso olhar pela
posição do braço direito levantado.
Sem
dúvida, esta figura localizada no lado esquerdo da
composição, parece comandar o passeio de nosso olhar
pelo resto do conjunto.
Abdias é representado como um homem sem barbas.
Sua
anatomia mais esguia sugere jovialidade, em relação aos
demais profetas.
Suas
vestes são longas, simples e sem adornos, mas apresentam
um trabalho escultórico interessante nas muitas dobras,
exploradas em inúmeros planos.
Esta
escultura é composta por dois blocos de pedra,
percebendo-se a união na altura dos cotovelos.
Sabe-se que o lado esquerdo de uma composição é o lado
nobre, pois é este o ponto que, inconscientemente,
nossos olhos buscam.
Assim
o fazem as pessoas ocidentais, que lêem um livro da
esquerda para a direita, e assim o fazem também, ao
admirar um quadro, um palco ou cenário.
A
localização de Abdias é complementada pela de Habacuc,
em posição oposta equivalente e com o braço esquerdo
levantado.
Ambos
representam elementos atrativos poderosos, emoldurando o
conjunto das obras com o prolongamento das linhas de
seus braços.
Suas
figuras são mais esguias que as demais, e soltando nosso
olhar, este focaliza o centro da composição, onde está a
igreja; desta, segue para Abdias, retorna para o alto da
torre, desce por ela e recai sobre Isaías, outro
elemento nobre e à esquerda, guardando a entrada do
adro.
Após
Isaías, o olhar retorna a Abdias.
Seus
braços levantados têm a ver com a verticalidade das
torres da igreja. Sugerem solidez e poder.
É uma
integração tão natural entre a arquitetura e a
escultura, que nem percebemos a intenção do mestre
escultor.
Habacuc
O
profeta Habacuc encontra-se à direita do conjunto, em
posição equivalente ao profeta Abdias.
Tem
seu braço esquerdo levantado, contrapondo-se ao braço
direito de Abdias.
Ambos
emolduram o conjunto, complementados pelas linhas
verticais das torres da igreja, ao fundo.
Habacuc é representado como uma figura esguia, jovem e
com a barba curta, enrolada lateralmente, como em
Jeremias, Ezequiel, Oséias e outros.
Este
estilo de barba curta, formando dois rolos dispostos
lateralmente, segue a moda bizantina da época, muito
divulgada nas gravuras bíblicas que circulavam na Europa
e admiradas por Aleijadinho.
Habacuc foi esculpido em dois blocos de pedra, unidos na
altura da cintura.
Suas
vestes são longas e mostram um habilidoso trabalho de
entalhe nas dobras e superposição do manto.
Críticos e estudiosos não hesitam em admitir que o
trabalho desta escultura foi inteiramente desenvolvido
pelas mãos de Aleijadinho que, mesmo dilaceradas pela
doença, continuavam geniais.
O
trabalho de entalhe dos profetas foi a última obra do
inigualável artista brasileiro, Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho, exemplo de tenacidade e amor ao
fazer artístico.
Religião e Arte
As
irmandades religiosas dos franciscanos e dos carmelitos,
instalaram-se nos arraiais e disputavam o poder entre
si, construindo igrejas.
A
população tinha uma vida dura, insegura, em meio à
violência pela disputa de espaço na extração do ouro.
Assim, as pessoas buscavam uma compensação espiritual na
fé e nas orações.
Aqueles que enriqueciam, colaboravam com as obras das
igrejas, encomendavam oratórios para suas casas e
construíam pequenas capelas. Muitas igrejas foram
construídas e algumas ainda existem; têm o interior
ricamente decorado, com figuras religiosas esculpidas e
pintadas com ouro, bem como os púlpitos e altares, tudo
exageradamente rebuscado, condizente com o espírito
barroco e com o rococó.
Foram
necessárias pessoas sensíveis e criativas para os
projetos de construção e decoração dessas obras:
arquitetos, mestres de obras, carpinteiros, pintores e
douradores, artesãos e artistas.
Os
empreiteiros brancos contratavam os serviçais, mas não
sobrava muita mão-de-obra, pois a maior parte dos
negros, os mais fortes, trabalhava nas minas, nas
lavouras e nas residências dos senhores. Os mulatos
acabaram por demonstrar uma grande sensibilidade
artística, explicada, também, pela sua herança africana.
Assim, o mulato teve oportunidade de exercer um trabalho
mais artesanal e criativo, na construção e decoração de
igrejas, na criação e na escultura de imagens de santos
para os oratórios e tantas outras obras relacionadas ao
universo religioso.
Entre
os artistas, revelou-se o gênio criativo de Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Bibliografia:
Hilda Maria Martins Teixeira Eder
É
professora titular de Ciências na rede municipal de
ensino de São Paulo e em uma instituição educacional de
ensino a distância. Estudou no Instituto de Biociências
da USP, onde obteve o bacharelado e licenciatura em
Ciências Biológicas.
Participou de alguns cursos na área de Artes Plásticas e
segundo ela, a Arte em geral tem muito a ver com a
Biologia, pois fazer arte é uma capacidade inata de
manifestação do ser humano e extremamente ligada ao seu
aperfeiçoamento cerebral, no processo da evolução.
Esta
área de interesse, a arte, além de sua formação
acadêmica, incentivaram-na a criar este site sobre o
Aleijadinho, que apresenta a obra de arte e extrapola
seus limites aparentes e a sua própria essência
estética, relacionando-a com os temas transversais e a
interdisciplinaridade.
A
arquitectura (português europeu) ou arquitetura
(português brasileiro) barroca é o estilo arquitectónico
praticado durante o período barroco, que inicia-se a
partir do século XVII e decorre até a primeira metade do
século XVIII. A palavra portuguesa "barroco" define uma
pérola de formato irregular.
Índice [esconder]
1 Definição
2 O barroco e a religião
3 O barroco e a forma
3.1 Principais artistas e obras da arquitectura barroca
4 Ver também
[editar] Definição
O barroco é libertação espacial, é libertação mental das
regras dos tratadistas, das convenções, da geometria
elementar. É libertação da simetria e da antítese entre
espaço interior e exterior. Por essa ser a vontade, de
libertação, o barroco assume um significado do estado
psicológico de liberdade e de uma atitude criativa
liberta de preconceitos intelectuais e formais. É a
separação da realidade artística do maneirismo. A
arquitetura barroca ocorreu em vários países cristãos da
Europa como Itália, Áustria e Espanha. Países
protestantes como a Inglaterra não apresentam a
arquitetura barroca.
[editar] O barroco e a religião
O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico,
convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade
de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a
1563, no contexto da reação da Igreja Católica à cisão
vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma
Protestante. É conhecido como o Concílio da
Contra-Reforma e foi o mais longo da história da Igreja.
O
Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em
oposição aos protestantes e estandardizou a missa,
abolindo largamente as variações locais. Regulou também
as obrigações dos bispos e confirmou a presença de
Cristo na eucaristia.
Definiu, de forma explícita, que a arte deve estar a
serviço dos ritos da Igreja, através de imagens, tidas
como elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os
protestantes iconoclastas criticam precisamente esse
amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da
Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um
meio privilegiado de doutrina cristã e da história
sagrada.
[editar] O barroco e a forma
Em termos artísticos, o barroco vai utilizar a escala
como valor plástico de primeira grandeza. Os efeitos
volumétricos são também elementos essenciais na
arquitectura Barroca.
[editar] Principais artistas e obras da arquitectura
barroca
Francesco Borromini, que entre muitas obras construiu em
Roma o San Carlo alle Quattro Fontane. Surge aí a
associação entre elementos retos e elementos curvos,
utilizando formas ambivalentes. A fachada é visualmente
dinâmica, o que não deixa os espectadores parados. Exibe
uma complexidade em termos de organização, côncava,
convexa e retas; é este dinamismo que o barroco impõe.
Cria-se um portal monumental, que joga com várias
formas, desloca-se o sino para a zona da fonte, em vez
da zona central, destacando assim também a importância
da fonte, como elemento criativo e funcional integrado
na arquitectura. Borromini foi ainda o autor de igreja
de Sant'Agnese in Agone, na Piazza Navona, e de
Sant'Andrea delle Fratte, ambas em Roma.
Igreja de Sant'Agnese in AgoneO francês François Mansart
é um dos mais importantes arquitectos do classicismo
barroco, com obras tão importantes como Château de
Maisons (hoje Château de Maisons-Laffitte), a igreja do
Val-de-Grâce e o Temple du Marais (estes dois últimos em
Paris).
Louis Le Vau foi o autor do Château de Vaux-le-Vicomte,
considerada como uma das influentes obras da época. A
relação pátio-jardim é verdadeiramente revolucionária.
Os jardins, projectados por André Le Nôtre, deixam de
ser um mero complemento do edifício e ganham um
prolongamento que vai para além da construção do château
em si. Os jardins de Le Nôtre, sempre fortemente
marcados pela axialidade, tocam, a partir do olhar do
observador, no horizonte, realizando o que o autor C.
Norberg Schulz chama de experiência de um espaço
infinito.
Jules Hardouin-Mansart é outro importante arquiteto do
barroco, cujas obras mais importantes são o Palácio de
Versailles, em que a planta é elíptica e os jogos de luz
criam contrastes visuais. A Catedral de
Saint-Louis-des-Invalides e o Grand Trianon também são
de sua autoria.
Claude Perrault é outro importante arquitecto francês,
ainda que menos célebre. A fachada oriental que desenhou
para o Palais du Louvre é um excelente exemplo da
arquitectura barroca francesa. Em todo o espaço cria-se
uma multiplicidade cenográfica. O muro não é entendido
como um limite, mas como realidade espacial privilegiada
para conter movimento
Arquitetura Barroca
Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola
irregular quanto mau gosto) é o período da arte que vai
de 1600 a 1780 e se caracteriza pela monumentalidade das
dimensões, opulência das formas e excesso de
ornamentação. É o estilo da grandiloquência e do
exagero. Essas carecterísticas todas podem ser
explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de
expressão de cunho propagandista.
O absolutismo monárquico e a Igreja da Contra-Reforma
utilizaram o barroco como manifestação de grandeza.
Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento
renascentista, logo se diversificou em vários estilos
paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o
adaptava à sua própria idiossincrasia. Nações
protestantes como a Inglaterra, por exemplo, criaram uma
versão mais moderada do estilo, com edifícios de
fachadas bem menos carregadas que as italianas.
EXEMPLO DE EDIFICAÇÃO BARROCA
O
Hotel do Inválidos - Paris
Um
dos traços fundamentais desse vasto período é que
durante seu apogeu as artes plásticas conseguiram uma
integração total. A arquitetura, monumental, com
exuberantes fachadas de mármore e ornatos de gesso, ou
as obras de Borromini, caracterizadas pela projeção
tridimensional de planos côncavos e convexos, serviram
de palco ideal para as pinturas apoteóticas das abóbadas
e as dramáticas esculturas de mármore branco que
decoravam os interiores.
Fachada do Palácio de Dos Aguas
Valência
Na
arquitetura barroca, os conceitos de volume e simetria
vigentes no renascimento são substituídos pelo dinamismo
e pela teatralidade. O produto desse novo modo de
desenhar os espaços é uma edificação de proporções
ciclópicas, em que mais do que a exatidão da geometria
prevalece a superposição de planos e volumes, um recurso
que tende a produzir diferentes efeitos visuais, tanto
nas fachadas quanto no desenho dos interiores.
Quanto à arquitetura sacra, as proporções
antropomórficas das colunas renascentistas foram
duplicadas, para poder percorrer sem interrupções as
novas fachadas de pavimento duplo, segundo o modelo da
construção de Il Gesú, em Roma, primeira igreja da
Contra-Reforma.
Igreja de Il Gesú - Vignola y Giacomo della Porta
Roma - século XVI
A
partir de 1630, começam a proliferar as plantas
elípticas e ovaladas de dimensões menores. Isso logo se
transformaria numa das características arquitetônicas
típicas do barroco. São as igrejas de Maderno e
Borromini, nas quais as formas arredondadas substituíram
as angulosas e as paredes parecem se curvar de dentro
para fora e vice-versa, numa sucessão côncava e convexa,
dotando o conjunto de um forte dinamismo.
Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era
construído em três pavimentos. Em vez de se concentrarem
num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem
estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias
alas, numa repetição interminável de colunas e janelas.
A edificação mais representativa dessa época é o Palácio
de Versalhes, manifestação messiânica das ambições
absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com
essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo
debilitá-los - todos os nobres poderosos das cortes de
seus país. Seguindo o exemplo do Palácio de Versalhes,
são construídas nas diversas cortes europérias palácios
faustosos, cercados de jardins imensos, aproximando-se
do que logo viria a ser o neoclassicismo
Palácio de Schonbrunn
O
Escorial, fusão de estilos e arquitetos, é de uma
monumentalidade até então sem precedentes na Europa. Na
Itália, ao combinar essas proporções com uma profusa
ornamentação maneirista, seus artistas definiram o
nascimento da arquitetura barroca.
HISTÓRIA DA ARTE CLÁSSICA
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BARROCO ou CLÁSSICO (ROCOCÓ - 1730 a 1760)
Barroco, é um movimento, que vai da segunda metade do
século XVI (1550) à primeira metade do século XVIII
(1760), caracteriza-se por um estilo rebuscado, repleto
de metáforas e antíteses e por uma volta às questões
espirituais em oposição ao racionalismo renascentista.
O
Barroco, oposição ao classicismo, surge no século XVII
na Itália e na Europa, perdura até meados do século
XVIII, atingindo toda a América Latina até o fim do
século XVIII... É uma tendência que se manifesta nas
artes plásticas e, em seguida, na literatura, na música
e no teatro no início deste século.
Miguel de Cervantes, por exemplo, em uma prosa barroca
faz uma sátira das novelas de cavalaria em Don Quixote
de la Mancha...
Em um
período no qual a Igreja Católica tenta recuperar o
espaço perdido com a Reforma Protestante e os monarcas
concedem-se poderes divinos, a arte barroca busca
conciliar a espiritualidade e a emoção da Idade Média
com o antropocentrismo e a racionalidade do
Renascimento. Sua característica marcante é, portanto, o
contraste.
Esta
arquitetura é um meio de propagar a fé na Igreja e no
Estado, por isso as principais construções são igrejas e
edifícios públicos. Tem como características o abandono
de normas e convenções, da geometria elementar e da
simetria.
As
fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há
grande uso de pilastras e o interior é repleto de
madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais
e escadas dão movimento e altura às construções. O
exagero de formas e a mistura de texturas transmitem a
idéia de dramaticidade e representam a opulência da
sociedade da época.
Os
principais nomes são Francesco Borromini (1599-1667) e
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), autor das 162 colunas
da praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A
preocupação com o espaço que circunda os edifícios é
outra característica do barroco.
A
palavra barroco, originalmente "pérola deformada",
exprime de forma pejorativa a idéia de irregularidade.
Suas obras são rebuscadas, expressam exuberância e
emoções extremas. Durante o período, além da Igreja e
dos governantes, a burguesia em ascensão patrocina os
artistas...
A
fase final do barroco é o rococó, estilo que surge na
França entre 1700 e 1780, refinando a arquitetura
pomposa do barroco, durante o reinado de Luís XV.
Caracteriza-se pelo excesso de curvas e pela abundância
de elementos decorativos, como conchas, laços, flores e
folhagens. A temática é inspirada nos hábitos da corte e
na mitologia greco-romana.
As
cores vivas dão lugar aos tons pastéis e os relevos
exagerados são substituídos por superfícies delicadas,
que ganham ênfase em pontos isolados. Igrejas e palácios
exibem uma integração entre arquitetura, pintura e
escultura. A estrutura dos edifícios é iluminada por
várias janelas para criar interiores etéreos.
Os
espaços interior e exterior chamam a atenção pela
complexidade e requinte. Os arquitetos constroem espaços
unificados e reduzem o tamanho das colunas. Nas igrejas,
os tetos das naves laterais são levantados até a altura
da nave central para unificar o espaço, como na Igreja
de Carmine, em Turim, construída por Filippo Juvarra
(1678-1736).
No
Brasil, as primeiras obras barrocas construídas foram na
época da colonização, que tinham o objetivo de assegurar
o domínio português e evitar as invasões estrangeiras.
São erguidos colégios e igrejas em Salvador, Olinda e no
Rio de Janeiro, marcados por este estilo e de forte
influência jesuítica. E também, a economia açucareira do
século XVII impõe um novo padrão de vida e faz surgir a
casa-grande e a senzala, que exigem um aprimoramento
técnico das construções.
No
Brasil, Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho
(1730-1814) é o mestre do barroco. Leia mais nas
páginas: História de Aleijadinho, Ouro Preto e Congonhas
do Campo.
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BARROCO E ROCOCÓ
Adriaen Coorte
Albert Eckhout (1610-16?) - João Maurício de
Nassau-Siegen
Bernardo Bellotto (1720-1780)* - outra obra, Polônia
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) - acima
Canaletto (1697-1768)
Caracci*
Caravaggio (1573-1610)
Carel Fabritius (1622-1654)*
Carlo Maderno (1556-1629)*
Charles le Brun*
Francesco Guardi
Goya (1746-1828)
Frans Hals (1580-1666) - página de René Descartes
Frans Jansz Post (1612-1680) - João Maurício de
Nassau-Siegen
Georges de la Tour*
Hendrick Terbrugghen
Jacob van Ruisdael
Jordaens
Judith Leyster
Louis Le Vau (1612-1670)*
Louis Lorrain le Nain*
Gabriel Metsu
Murillo (1618-1682)
Nicolas Poussin*
Pieter Saenredam
Rembrandt (1606-1669)
Guido Reni
Rubens (1577-1640)
Jan Steen
Tiepolo
Velasquez (1599-1660)
Vermeer (1632-1675)
Zurbaran
Obs.: São dois pintores mundialmente famosos nomeados de
"Canaletto", and who should not be mixed up. O "segundo
Canaletto" foi Bernardo Bellotto, que viveu entre 1720 a
1780, and who carried the same artist name as his 23
year older colleague, who was also his paternal uncle,
patron e professor profissional. O filho de Fiorenza
Canale, elder sister de Antonio Canale (o "primeiro
Canaletto") e Lorenzo Bellotto, of whom little is known.
Bernardo entered his uncle’s studio as an assistant
around 1735.
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No
século XVII, época do rei Luís XIV (o rei sol da
França), foi introduzido um classicismo na arquitetura
como colunas e cúpulas...
Exemplo de arquitetura clássica: Sorbone e Dôme, ambas
em Paris. Em 1676, começa a construção da Igreja que foi
dividida em: Igreja do Soldado e da Cúpula (Dôme) - com
a Tumba do Imperador, onde foi enterrado os restos de
Napoleão, em 1840.
VERSALHES — VERSAILLES
Louis
Le Vau foi um arquiteto francês e um dos principais
designers do Palácio de Versalhes. Depois de desenhar
várias casas privadas e mansões, incluindo o Château de
Vaux-le-Vicomte, ele iniciou seu trabalho no Versalhes,
em 1669.
O
Palácio de Versalhes, criado na época de Louis XIV,
pelos arquitetos Louis Le Vau, André Le Nôtre (jardins -
selo abaixo) e Charles Lebrun, é o mais importante
monumento arquitetônico do barroco francês.
Inicialmente, antigo pavilhão do rei Luís XIII, foi
transformado e ampliado por seu filho Luís XIV,
instalando ali (parece que em 1685?), a sede da corte e
do governo. É um dos mais impressionantes do mundo, sua
fachada tem 580 metros de comprimento. No dia 6/10/1789,
dias depois do início da Revolução Francesa, a monarquia
deixou Versalhes... Em 1837, torna-se museu.
Dedicado ao rei Sol, em 1979, o Palácio ou Castelo de
Versalhes foi declarado Patrimônio Cultural da
Humanidade, pela UNESCO.
Abaixo, semi-postal emitido em 1938 (Scott: B70) que
mostra a Palácio de Versalhes.
Selo
emitido em 1954 (lado esquerdo) mostra o portão de
entrada do Castelo de Versailles. Selo emitido em 1956
(lado direito) mostra "Le Grand Trianon", feito pelo
arquiteto Jules Hardouin-Mansart (1646-1708).
Selo
emitido em 2001 mostra os Jardins de Versailles que
foram desenhados pelo arquiteto André le Nôtre, durante
o século XVII.
--------------------------------------------------------------------------------
Carlo
Maderno (1556-1629), foi um arquiteto italiano, whose
work prefigured the estilo barroco do século XVII. In
his earliest and best design - a elegante fachada da
igreja de Santa Susanna, em Roma (1603) - he went beyond
the then current Mannerist Style to create a massive,
logical design that uses a system of carefully judged
proportions to focus attention on the central portal.
Ele
também completou a fachada (1614) da Basílica de São
Pedro, no Vaticano. Entre 1606 e 1612, ele built the
nave extension e a fachada da igreja, which Donato
Bramante had begun approximately 100 years earlier.
Abaixo, selo do Vaticano emitido em 1949 que mostra a
Basílica de São Pedro, em Roma, com a Colunata e o
Obelisco ao centro. O Dome foi desenhado pelo pintor
italiano da Renascença Michelangelo, mas ele não viu a
obra terminada...
A
Basílica tem o nome do apóstolo Pedro, o qual morreu no
ano Domini de 64 e foi o mais proeminente dos 12
discípulos de Jesus Cristo, um líder e missionário do
início da Igreja e tradicional primeiro bispo de Roma.
A
estátua de São Pedro, de Guiseppe De Fabris (1790-1860),
está localizada em frente a Basílica de São Pedro. Em
sua mão direita, Pedro segura uma chave, e em sua mão
esquerda um scroll. Behind St. Peter, on the balustrade
da Igreja de São Pedro (no topo esquerdo do selo) está o
Apóstolo Philip com seu atributo, o crucifixo latino. Do
outro lado de Felipe, outros dois apóstolos. Pedro foi o
primeiro a receber a revelação of the risen Jesus Cristo
(Corinthians 15:3; Lucas 24:34).
Abaixo, dois selos postais do Vaticano mostram São
Pedro, um emitido em 1938 (selo aéreo) mostra a estátua
e, o outro selo, emitido em 2000, mostra São Pedro atrás
da Basílica.
From
the references to Peter in the Gospels it is known that
the name he received at birth and with which he grew up
was Simon. The Greek word petros ("rock") and its
Aramaic equivalent, cephas, were not in use as personal
names. "Peter" is thus a metaphorical or symbolic
designation that came in time to function as the name of
the man in question. The symbolic name in its Aramaic
form may have arisen in connection with the affirmation
that the resurrected Lord appeared first to Simon, that
appearance and thus Simon himself serving as a sort of
foundation stone of the Church.
Abaixo, outros artistas barrocos...
Selo
do Burundi emitido em 1965, com obra de Nicolas Poussin.
Selo do Paraguai emitido em 1971, com obra de Caracci.
Selo da França emitido em 1973, com obra de Charles Le
Brun.
Do
lado esquerdo, selo de Mônaco emitido em 1972 para o
projeto "Salve Veneza", ele mostra St. Marc Square,
Veneza (1740). A obra original de Bellotto está na
Galeria Nacional do Canadá (Ottawa). Do lado direito,
selo da França emitido em 1980, mostra obra de Louis Le
Nain.
Do
lado esquerdo, selo da França emitido em 1966, com obra
de Georges de la Tour. Do lado direito, selo da Holanda
emitido em 1999, com a obra "The Goldfinch", de Carel
Fabritius. O selo abaixo faz parte de um bloco de 10
selos, "Tien Uit de Kunst". Pintor holandês do século
XVII.
Salvador, a maravilhosa cidade histórica, berço da
cultura brasileira, Patrimônio da Humanidade da UNESCO,
possui o maior e mais importante conjunto arquitetônico
Barroco do Brasil. Cerca de 80 igrejas barrocas e vários
solares e casarões existem aqui. Salvador é uma cidade
barroca, o espírito desta grandiosa época está vivo
nela. O projeto Barroco na Bahia tem como finalidade
revitalizar e estimular a música clássica em geral e
sacra, em especial, na forma mais autêntica possível,
executando-as nas principais Igrejas de Salvador.
As
principais atividades são os concertos dominicais
(sempre às 11:00 h na Catedral, com, atualmente, mais de
850 concertos realizados), o Coro Barroco na Bahia (com
60 integrantes), o Canto gregoriano, atividades com o
órgão de tubos na Catedral (2 teclados, pedaleira, 25
registros, 1550 tubos), oficinas e vários cursos de
música, as montagens de óperas alemãs (entre 1997 e 2007
foram realizadas 11 óperas) e o Centro Cultural Barroco
na Bahia (com uma sala para música de câmara "Sala Dom
Lucas Moreira Neves" com um piano de cauda e um órgão de
tubos, uma pousada, com vinte e cinco apartamentos bem
decorados e o "Berlin-Café").
Era o
estilo que se seguiu ao classicismo renascentista, em
fins do século XVI, mantendo-se pujante até os inícios
do século XVIII. Conservou muitas das características
daquele estilo (inclusive o gosto pelos antigos
clássicos), mas se opunha a ele por dirigir-se mais aos
sentidos do homem do que à sua inteligência. Por isso,
preocupava-se muito com a ornamentação das obras de
arte, e com os aspectos contrastantes e trágicos das
mesmas.
Com
tais características, o barroco serviu admiravelmente à
necessidade de impressionar o povo que tinham os
governos absolutos, as igrejas cristãs após a Reforma e
a burguesia.
•
Características do Barroco
São
características principais da arte barroca:
- o
predomínio do emocional sobre o racional;
- o artista fica livre de qualquer regra ou padrão para
liberdade de criação;
- busca de efeitos decorativos e visuais;
- a busca de forte realismo pela inspiração popular;
- composição dinâmica;
- predomínio da vertical sobre a horizontal com
eliminação da linha reta, com fuga do geométrico;
- a estreita relação das artes, através da arquitetura e
escultura intimamente ligadas;
- valorização do entalhe na construção de altares, com
luxo na decoração e aplicação a ouro;
- pintura de tetos com efeitos ilusionistas;
- fachadas simples, contraste entre a simplicidade do
exterior com a opulência decorativa do interior, era a
tônica na arquitetura;
- violentos contrastes de luz e sombra eram marcantes na
pintura;
•
Origem e Difusão do Barroco
Rompendo os padrões estabelecidos pela escola
classicista do Renascimento, surge em fins do século XVI
uma nova tendência nas artes. É a escola denominada
“Barroca”, enfática, violenta, agitada, que domina todo
o século seguinte. Procura fundir elementos da arte
gótica e renascentista, rompendo ao mesmo tempo os
valores aceitos. Abandona o senso de equilíbrio
geométrico, buscando despertar surpresa e emoções. Neste
intuito, foi pesquisada a utilização de efeitos
“Pictóricos”. Michelangelo é considerado por muitos
precursor do barroco, pois já apresenta a força de
expressão necessária para a obtenção de tais efeitos.
Por
intermédio de complexos jogos especiais de luz e sombra,
era obtido o contraste de diversos relevos de uma
escultura. As proporções da figura humana, foram por
vezes distorcidas para avivar a dramaticidade. Nesta
linha, originam-se estilos particulares, influenciados
por características regionais. O estudo da iluminação
(luz e sombra) e da variedade de materiais utilizáveis
no trabalho do escultor como preocupação central, a fim
de que fossem obtidos os melhores efeitos, foi de uma
importância determinante para os artistas dos séculos
seguintes. Além de Michelangelo, Tintoretto e Ticiano
também marcaram o início do barroco.
O
novo estilo se definiu e se firmou, à atuação da Igreja
Católica que teve seu prestígio abalado pela Reforma
Protestante. O Concílio de Trento, dita normas para a
arte religiosa, substituindo o humanismo renascentista
pela busca dos valores sobrenaturais e religiosos.
Embora tenha produzido excelentes obras no urbanismo e
construção civil, o barroco se sobressai na arte
religiosa.
BARROCO
A
arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não
tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a
chegar também ao continente americano, trazida pelos
colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o
sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os
artistas renascentistas procuram realizar de forma muito
consciente; na arte barroca predominam as emoções e não
o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O
estilo barroco traduz a tentativa angustiante de
conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo;
céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza;
paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas
características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é
impressionar os sentidos do observador, baseando-se no
princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida
através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo
raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de
curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a
impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade
conseguida.
PINTURA
Características da pintura barroca:
*
Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num
estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a
unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos
sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar
a sensação de profundidade.
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
*
Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade
dramática.
Dentre os pintores barrocos italianos:
Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o
modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece
como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente
pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo - realizou grandes composições de
perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas,
causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja
continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de
onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A
Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre
os pintores mais representativos, de outros países da
Europa, temos:
Velázquez - além de retratar as pessoas da corte
espanhola do século XVII procurou registrar em seus
quadros também os tipos populares do seu país,
documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado
momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se
notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das
linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas,
um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no
vestuário que se localizam as cores quentes - o
vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a
luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos
quadros deste pintor não é propriamente o contraste
entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os
meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de
luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
ESCULTURA
Suas
características são: o predomío das linhas curvas, dos
drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e
os rostos das personagens revelam emoções violentas e
atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor,
algumas de suas obras serviram de elementos decorativos
das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira
de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no
Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o
Êxtase de Santa Teresa.
Para
seu conhecimento
Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado
para designar pérolas de forma irregular.
O
barroco se desenvolve no seguinte contexto histórico:
após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no
século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço
e poder. Mesmo assim, os católicos continuavam
influenciando muito o cenário político, econômico e
religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto
e expressa todo o contraste deste período: a
espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o
racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
Os
artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas,
burgueses e pelo clero. As obras de pintura e escultura
deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as
emoções da vida e do ser humano.
A palavra barroco tem um significado que representa bem
as características deste estilo. Significa " pérola
irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma
pejorativa a idéia de irregularidade.
O
período final do barroco (século XVIII) é chamado de
rococó e possui algumas peculiaridades, embora as
principais características do barroco estão presentes
nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e
muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas,
ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e
romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com
freqüência.
BARROCO EUROPEU
As
obras dos artistas barrocos europeus valorizam as cores,
as sombras e a luz, e representam os contrates. As
imagens não são tão centralizadas quanto as
renascentistas e aparecem de forma dinâmica, valorizando
o movimento. Os temas principais são : mitologia,
passagens da Bíblia e a história da humanidade. As cenas
retratadas costumam ser sobre a vida da nobreza, o
cotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros.
Muitos artistas barrocos dedicaram-se a decorar igrejas
com esculturas e pinturas, utilizando a técnica da
perspectiva.
As
esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas
emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se
contorcem, demonstrando um movimento exagerado.
Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a
utilização da cor dourada.
Podemos citar como principais artistas do barroco: o
espanhol Velásquez, o italiano Caravaggio, os belgas Van
Dyck e Frans Hals, os holandeses Rembrandt Vermeer e o
flamengo Rubens.
BARROCO NO BRASIL
O
barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo
barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo
características próprias. A grande produção artística
barroca no Brasil ocorreu nas cidade auríferas de Minas
Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas
cidades eram ricas e possuíam um intensa vida cultura e
artística em pleno desenvolvimento.
O
principal representante do barroco mineiro foi o
escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também
conhecido como Aleijadinho. Sua obras, de forte caráter
religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os
principais materiais usados pelos artistas barrocos do
Brasil. Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os
Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom
Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG).
Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram:
o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o escultor
carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco
destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como,
por exemplo, de São Francisco de Assis e a da Ordem
Terceira de São Francisco.
Barroco
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História da arte
Por
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Arte pré-histórica[Expandir]
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Performance
Instalações
Land art
Hiper-realismo
Por expressão artística[Esconder]
Arquitectura - Pintura
Escultura - Design
Literatura - Música
Teatro - Cinema
O
Barroco foi um período estilístico e filosófico da
História da sociedade ocidental, ocorrido desde meados
do século XVI até ao século XVIII. Foi inspirado no
fervor religioso e na passionalidade da Contra-reforma.
Didaticamente falando, o Período Barroco, vai de 1580 a
1756.
O
termo "Barroco" advém da palavra portuguesa homónima que
significa "pérola imperfeita", ou por extensão jóia
falsa. A palavra foi rapidamente introduzida nas línguas
francesa e italiana.
Índice [esconder]
1 O período barroco
2 Arte barroca
3 Arquitetura barroca
4 Escultura barroca
5 Pintura barroca
6 Literatura Barroca
7 Música barroca
7.1 Compositores do Barroco e exemplos
8 Interiores e mobiliário
9 Ver também
[editar] O período barroco
O ano de 1580 é significativo, marcado pela morte de
Camões (e com ela, a decadência do movimento clássico),
e pelo fim da autonomia política de Portugal, com o
desaparecimento do rei D. Sebastião, na África, sendo
que o sucessor foi Felipe II de Espanha, que anexou o
reino português aos domínios, na chamada União Ibérica.
O
capitólio político passou a ser Madrid, tendo Portugal
perdido, além do seu foco político, a importância foco
cultural. No século que se seguiu (século XVII), a
influência predominante passou a ser a espanhola que se
tornou marcante na cultura portuguesa e durante este
mesmo período, brotam aos olhos da Espanha uma
riquíssima geração de escritores, como Gôngora, Quevedo,
Miguel de Cervantes, Félix Lope de Vega e Calderón de la
Barca além de muitos outros.
Em
1640, Portugal inicia a empreitada na reconquista da
posição no cenário europeu, libertando-se do domínio
espanhol, após D. João IV, da dinastia de Bragança,
subir ao trono. Até 1668, muitas lutas correram, contra
a Espanha, na defesa da independência e contra os
holandeses, em busca de recuperar as colônias da África
Ocidental e parte do Brasil.
Este
foi um período de intensa agitação social, com esforços
permanentes em busca do restabelecimento da vida
econômica, política e cultural. Publicaram-se várias
obras panfletárias clandestinas, que denotavam posição
contrária a corrupção do Estado e a exploração do povo.
A mais famosa e significativa é a Arte de Furtar, cuja
autoria está atribuída desde 1941 ao Padre Manuel da
Costa e é hoje praticamente incontestada (vide a
indispensável edição crítica da obra por Roger Bismut,
Imprensa Nacional, 1991).
Marquês de Pombal, ministro do rei Dom José, subiu ao
poder em 1750, com propostas renovadoras, que
inauguraram uma nova fase na história cultural
portuguesa. Em 1756, a Arcádia Lusitana demarcou o
início de novas concepções literárias.
No
Brasil, o período foi marcado por novas diretrizes na
política de colonização, e estabeleceram-se engenhos de
cana-de-açúcar na Bahia. Salvador, como capital do
Brasil, transformou-se em um núcleo populacional
importante, e como consequência, um centro cultural que,
mesmo timidamente, fez surgir grandes figuras, como
Gregório de Matos. O Barroco Brasileiro teve início em
1601, tendo como obra significativa, Prosopopéia, de
Bento Teixeira, terminando com as obras de Cláudio
Manuel da Costa, em 1768, uma introdução ao
Neoclassicismo.
O
barroco foi desenvolvido no século XVII. Nesse período,
o terror provocado pela inquisição tentava limitar
pensamentos, manifestações culturais e impor a
austeridade.
[editar] Arte barroca
Igreja de Santo André de Qurinale, projetada por Gian
Lorenzo Bernini.Embora tenha o Barroco assumido diversas
características ao longo da história, o surgimento está
intimamente ligado à Contra-Reforma. A arte barroca
procura comover intensamente o espectador. Nesse
sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço
cénico, num teatro sacrum onde são encenados os dramas.
O
Barroco é o estilo da Reforma católica também denominada
de Contra-Reforma. Arquitetura, escultura, pintura,
todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco
nos territórios onde ele floresceu: a Espanha, a Itália,
Portugal, os países católicos do centro da Europa e a
América Latina.
O
catolicismo barroco também impregnou a literatura, e uma
das suas manifestações mais importantes e
impressionantes foram os "autos sacramentais", peças
teatrais de argumento teológico, reflexo do espírito
espanhol do século XVII, e que eram muito apreciados
pelo grande público, o que denota o elevado grau de
instrução religiosa do povo.
Contrariamente à arte do Renascimento, que pregava o
predomínio da razão sobre os sentimentos, no Barroco há
uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é
expressa de forma dramática, intensa, procurando
envolver emocionalmente as pessoas.
Além
da temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura
que exaltava o direito divino dos reis (teoria defendida
pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista que se
consolidava) também eram freqüentes.
De
certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito
religioso e místico da Idade Média, num ressurgimento da
visão teocentrismo do mundo. E não é por acaso que a
arte barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo.
A
escola literária barroca é marcada pela presença
constante da dualidade. Antropocentrismo versus
teocentrismo, céu versus inferno, religião versus
ciência, entre outras constantes.
Contudo, não há como colocar o Barroco simplesmente como
uma retomada do fervor cristão. A grande diferença do
período medieval é que agora o ser humano, depois do
Renascimento, tem consciência de si e vê que também tem
valor - com exemplos em estudos de anatomia e avanços
científicos o ser humano deixa de colocar tudo nas mãos
de Deus.
O
Barroco caracteriza-se, portanto, num período de
dualidades; num eterno jogo de poderes entre divino e
humano, no qual não há mais certezas. A dúvida é que
rege a arte deste período. E nas emoções o artista vê
uma ponte entre os dois mundos, assim, tenta
desvendá-las nas representações.
[editar] Arquitetura barroca
Ver artigo principal: Arquitectura do barroco
[editar] Escultura barroca
Ver artigo principal: Escultura do barroco
[editar] Pintura barroca
Adoração, por Peter Paul Rubens.Ver artigo principal:
Pintura do barroco
Essa intensidade dramática do Barroco está bem
exemplificada na pintura de Rubens. Este pintor
flamengo, que viveu de 1577 a 1640, é considerado um dos
maiores expoentes de todo o Barroco e um dos maiores
gênios da pintura de toda a História da Arte.
Dentre as obras, podemos citar como pintura de tema
mitológico o quadro “O Rapto das Filhas de Leucipo”. De
tema religioso, “Sansão e Dalila”, da passagem bíblica
do Velho Testamento. E, como exemplo de pintura que
exalta a nobreza, temos a série de quadros sobre a vida
de Maria de Médici, feitos por encomenda para a
rainha-mãe e regente da França.
Nos
estados protestantes, a pintura barroca assumiu
características diferentes. Como nesses países havia
condições favoráveis à liberdade de pensamento, a
investigação científica iniciada no Renascimento pôde
prosseguir, permitindo assim a confecção de quadros como
“A aula de anatomia do Dr.Tulp”, de Rembrandt.
A
força da burguesia nesses estados – e especificamente na
Holanda – levou a pintura aos temas burgueses e de cenas
da vida comum, como “A Ronda Noturna”, também de
Rembrandt.
O
método favorito empregado pelo barroco para ilustrar a
profundidade espacial é o uso dos primeiros planos super
dimensionados em figuras trazidas para muito perto do
espectador e a redução no tamanho dos motivos no plano
de fundo. Outras características são a tendência de
substituir o absoluto pelo relativo, a maior rigidez
pela maior liberdade, predileção pela forma aberta que
parecem apontar para além delas próprias, ser capazes de
continuação, um lado da composição é sempre mais
enfatizado do que o outro.
É uma
tentativa de suscitar no observador o sentimento de
inesgotabilidade e infinidade de representação, uma
tendência que domina toda a arte barroca.
Outra
característica marcante da pintura barroca em geral é o
efeito de ilusão comum nos artistas. Manifesta-se
claramente nas pinturas feitas em tectos e paredes de
igrejas ou palácios. Os artistas pintam cenas e
elementos arquitetônicos (colunas, escadas, balcões,
degraus) que dão uma incrível ilusão de movimento e
ampliação de espaço, chegando, em alguns casos, a dar a
impressão de que a pintura é a realidade e a parede, de
facto, não existe.
Outra
característica da pintura barroca é a exploração do jogo
de luz e sombra, como se pode observar, por exemplo, na
obra do pintor italiano Caravaggio, que teve vários
seguidores, dentro e fora da Itália.
Podemos citar como exemplos de artistas barrocos:
Aleijadinho
Mestre Ataíde
Caravaggio
Rubens
Rembrandt
Carracci
El Greco
Velázquez
Vermeer
Murillo
Tintoretto
[editar] Literatura Barroca
A literatura Barroca possui como marcos estilísticos o
Exagero, a Dualidade e a Religiosidade. O Movimento
Barroco se deu em meio a diversos acontecimentos
históricos importantes tais como: achamento das terras
americanas, mudança do comércio mundial, solidificação
da Inquisição e do poder do Clero e o Absolutismo
Político.
No
estilo encontramos o pessimismo, exagero emocional, as
contradições imperam(uso de antíteses, paradoxos e
oxímoros). Já o dualismo estilístico é caracterizado
pelos estilos cultista e conceptista.
Cultismo: jogo de palavras.
Conceptismo: jogo de idéias.
Os autores brasileiros mais importantes do período foram
Gregório de Matos Guerra e Padre António Vieira.
Cronologicamente, o movimento se inicia no século XVI e
vai até o século XVII.
É um
movimento dionisíaco e de transição (divisão):
teocentrismo → antropocentrismo
[editar] Música barroca
Ver artigo principal: Música barroca
George Frideric Handel, 1733O termo Barroco é também
usado para designar o estilo de música composta durante
o período que está em sobreposição com o da Arte barroca
mas, em geral, encompassa um período um pouco mais
longo. Antonio Vivaldi, J.S. Bach e G.F. Handel são
freqüentemente considerados figuras culminantes deste
período.
Ainda
é um assunto muito debatido academicamente sobre até que
ponto a música barroca compartilha princípios de
estética com a arte visual e literária do Barroco. Um
elemento compartilhado muito óbvio é a adoração pela
ornamentação, e talvez significante em que o papel da
ornamentação em música como em arquitetura diminuiu
muito conforme o Barroco abriu caminho para o Período
Clássico.
Deve-se notar que o uso do termo barroco em música é
relativamente um desenvolvimento recente. O primeiro uso
da palavra barroco em música foi em 1919, por Curt
Sachs, e não foi até 1940 quando foi usado em inglês
pela primeira vez, em um artigo publicado por Manfred
Bukofzer. Até recentemente, em 1960, ainda havia disputa
considerável em círculos acadêmicos se música tão
diversa como a de Jacopo Peri, François Couperin e J. S.
Bach poderiam ser relevantemente unidas por um único
termo estilístico.
Muitos estilos musicais nasceram durante aquela era,
como o concerto e sinfonia. Estilos tais como a sonata,
cantata e oratório também floriram. A opera nasceu de
uma experiência da Camerata florentina, os criadores da
monodia, que tentavam recriar a arte teatral da Grécia
antiga. De fato, foi exatamente este desenvolvimento que
muitas vezes denotam o início da música barroca, por
volta de 1600. Uma técnica importante usada na música
barroca foi o uso do baixo ostinato, um figura
repetitiva na linha do baixo. O Lamento de Dido de Henry
Purcell é um exemplo famoso desta técnica.
[editar] Compositores do Barroco e exemplos
Claudio Monteverdi (1567–1643) Vespers (1610)
Heinrich Schütz (1585–1672), Symphoniae Sacrae (1629,
1647, 1650)
Jean-Baptiste Lully (1632–1687) Armide (1686)
Johann Pachelbel (1653–1706), Canon em Ré Maior (1680)
Arcangelo Corelli (1653–1713), 12 concerti grossi
Henry Purcell (1659–1695) Dido e Aeneas (1687)
Tomaso Albinoni (1671–1751), Sonata a sei con tromba
Antonio Vivaldi (1678–1741), Le quattro stagioni
Johann David Heinichen (1683–1729)
Jean-Philippe Rameau (1683–1764) Dardanus (1739)
George Frideric Handel (1685–1759), Water Music Suite
(1717)
Domenico Scarlatti (1685–1757), Sonatas para Cembalo ou
Cravo
Johann Sebastian Bach (1685–1750), Concertos de
Brandenburg (1721)
Georg Philipp Telemann (1681–1767), Der Tag des Gerichts
(1762)
Giovanni Battista Pergolesi (1710–1734), Stabat Mater
(1736)
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