bilirrubinas
(Apresentação,
Informações e Considerações Gerais)
A seguir
você poderá conferir tudo sobre Bilirrubinas...
Estas letras são abreviações para enzimas –
proteínas de dentro das células.
Por exemplo:
AST (TGO) quer dizer transaminase glutaminica
oxalicética ou transferase amino aspartate.
ALT (TGP) = amino alanine transferase ou gama glutamyl
transpeptidase,
AP= fosfatase alcalina.
Células
diferentes possuem enzimas diferentes dentro delas,
dependendo da função da célula. As células do fígado
possuem muitos AST,ALT e GGT dentro delas. Quando uma
célula morre ou está afetada, as enzimas se espalham no
sangue fazendo com que o nível delas aumente, permitindo
que se saiba se as células analisadas estão sadias ou
não.
O ALT é mais
específico de doenças hepáticas do que o AST, pois o AST
é produzido em outras lugares também (intestino,
coração,músculo, etc). Então o AST será elevado, após um
ataque cardíaco ou uma falha nos rins.
O GGTP e o
AP são mais conhecidos por ser mais específicos de
doença biliares, já que são produzidos pelas células do
ducto biliar. Em doenças do fígado causadas por excesso
de consumo de álcool, o AST tende a se mostrar alterado
e mais elevado do que o ALT, enquanto que o reverso é
verdadeiro para hepatites virais. No entanto esta
generalização às vezes não é correta para este caso
específico.
Algumas
considerações a ponderar:
• Estes
exames são importantes, porém não podem ser
interpretados sem que haja uma avaliação clínica. Mesmo
que eles sejam um parâmetro para verificar possíveis
inflamações, seus resultados são muito flutuantes
• Os
resultados não são lineares. Um AST de 300 não significa
que seja duas vezes pior do que um a 150 (normal é menor
que 50). Estamos acostumados a números como temperatura
ou dinheiro! Se o termômetro acusa 35 C lá fora, isso
quer dizer que está mais quente do que dentro de casa. E
seu eu tenho R$100 e você R$80, quer dizer que tenho
mais do que você. As enzimas hepáticas não se comportam
desta forma. Um AST de 80 ou 100, tem o mesmo valor para
um hepatologista
• Estes
números nem sempre detectam todos os problemas
hepáticos. Alguns pacientes com doenças hepáticas em
estado avançado apresentarão níveis enzimáticos normais
ou praticamente normais.
Podemos dizer que estes números são indicações de
funções hepáticas?
Na verdade, não necessariamente. Infelizmente, são
chamados de “testes para funções hepáticas”, mas na
verdade não medem as funções por si só.
Então de que
maneira se medem as funções hepáticas?
Existem
outros exames que incluem a Albumina, Bilirrubina e
Tempo de Protrombina, que são mais reais em termos de se
medir as funções, mas os fatores clínicos devem sempre
ser levados em consideração.
O que é
Bilirrubina?
A
bilirrubina é um sub-produto da hemoglobina, substância
no sangue que carrega oxigênio. Normalmente quando as
células do sangue envelhecem, são captadas e destruídas
pelo baço. Quando isso ocorrre, a hemoglobina deve ser
“partida” no fígado e transformada em bilirrubina para
poder ser eliminada. Eventualmente, a bilirrubina é
excretada pela bile e eliminada através das fezes.
O que ocorre
quando a Bilirrubina está alta?
Quando o
nível de bilirrubina se eleva para 3mg/dl (em media), as
partes brancas dos olhos se tornam amareladas
(icterícia) a urina fica escura e a pele fica amarela
(amarelão). Pacientes que apresentam altos níveis de
bilirrubina, podem também ter “coceiras”.
Indicadores
Bioquímicos de Infecção pelo Vírus da Hepatite C
Na hepatite
C crônica, há um aumento da ALT e da AST, que varia de 0
a 20 vezes, o mais comum sendo menos do que 5 vezes mais
alto que o limite considerado normal.
Os níveis de
Alanine aminotransferase estarão normalmente mais altos
do que os de Aspartate Aminotransferase, mas este quadro
pode ser revertido, caso ocorra em pacientes com
cirrose.
A Fosfatase
Alcalina e os níveis de Gama Glutamil Transferase são,
na maioria das vezes, normais.Se estiverem elevados,
pode ser indício de cirrose.
Fator
reumatóide e baixa de plaquetas e glóbulos brancos podem
indicar presença de cirrose ou doença avançada.
Níveis de
Albumina e tempo de Protrombina são normais.
Níveis de
Ferro e Ferritina podem estar ligeiramente alterados.
Painel
deTestes de Funções Hepáticas
Um pedido de
exame típico para disfunções hepáticas, consiste em:
Proteína
Total
Albumina
Bilirrubina
Total
AST
ALT
Fosfatase
Alcalina
Este painel
é somente de caráter informativo. Os exames deverão ser
pedidos pelo seu médico, assim como os resultados
deverão ser interpretados somente por ele.
A
bilirrubina é o principal produto do metabolismo do heme
da hemoglobina. Cerca de 70% a 80% da bilirrubina são
provenientes da destruição dos eritrócitos velhos, 15%
de fontes hepáticas, e o restante é proveniente da
destruição de hemácias defeituosas na medula óssea e nos
citocromos.
A
hemoglobina é metabolizada no baço e no sistema
reticuloendotelial, sendo degradadas em heme e globina,
o anel heme é aberto, produzindo ferro livre e
biliverdina, que é reduzida a bilirrubina pela enzima
biliverdina redutase. Essa bilirrubina recém-formada
circula no sangue ligada à albumina sérica (forma
não-conjugada). É transportada pelo sistema porta até o
fígado, onde penetra no hepatócito por dois mecanismos
distintos: difusão passiva e endocitose.
Uma vez
dentro do hepatócito, a bilirrubina desliga-se da
albumina e forma um complexo protéico com as chamadas
proteínas Y e Z. Logo depois, liga-se a um outro
complexo chamado ligandina. É então transportada para o
retículo endoplasmático liso, onde se torna um substrato
da enzima glicuronil transferase, dando origem a um
diglicuronídeo conjugado (mono- e triglicuronídeos
também são formados). A bilirrubina, agora já conjugada,
é transportada até a membrana celular. Na face oposta
aos sinusóides e próxima aos canalículos biliares, ela é
excretada diretamente, alcançando o trato intestinal,
onde é metabolizada pelas bactérias da flora intestinal,
formando os urobilinogênios. A maior parte dos
urobilinogênios é absorvida e novamente excretada pelo
fígado, e uma pequena fração é excretada pelos rins.
[editar] Os
tipos de bilirrubina
Existem portanto dois tipos de bilirrubina circulantes -
a conjugada, também chamada de bilirrubina direta, e a
não-conjugada, chamada de bilirrubina indireta. No
entanto, existe um terceiro tipo de bilirrubina, chamada
de bilirrubina delta, do tipo conjugada de reação rápida
e ligada à albumina permanentemente por uma ligação
covalente. Pelas técnicas tradicionais, a bilirrubina
delta era incluída nos resultados da bilirrubina direta
(conjugada) e na bilirrubina total.
[editar] Bilirrubina Delta
Por estar fortemente ligada à albumina, a bilirrubina
delta não é excretada pelos rins e permanece elevada por
maior tempo. Na verdade, por períodos correspondentes à
meia-vida da albumina (cerca de 19 dias), mesmo após a
resolução da obstrução ou do período agudo da lesão
hepática. Isso pode levar a falsas interpretações.
Entretanto, atualmente, os métodos automatizados de
última geração, especialmente a tecnologia de química
seca, já separam a fração delta, que não é incluída em
nenhuma das demais frações, nem mesmo no valor da
bilirrubina total.
[editar] Interpretações de valores anormais
Um aumento dos níveis de bilirrubina sérica (hiperbilirrubinemia)
reflecte-se numa cor amarela das escleras, das mucosas e
da pele à qual se chama icterícia. Em aproximadamente
60% dos rescém nascidos apresentam icterícia.
Acompanhando os mecanismos envolvidos no metabolismo da
bilirrubina, é possível correlacionar o aumento de seus
níveis séricos com alterações de uma das etapas do seu
metabolismo. Os níveis séricos da bilirrubina indireta
são determinados pela velocidade de produção e pela
velocidade de remoção dessa bilirrubina da circulação.
Os distúrbios que alteram a capacidade de depuração do
fígado estão ligados à captação e/ou conjugação
hepática. Os aumentos de bilirrubina indireta não levam
ao aumento da bilirrubina na urina. Os níveis séricos da
bilirrubina direta são determinados pela capacidade de
excreção da bilirrubina pelo fígado, ou seja, pela
integridade fisiológica do hepatócito e da
permeabilidade das vias biliares intra- e
extra-hepáticas. Patologias que alterem essas funções
cursam com aumento da bilirrubina direta, e muitas vezes
da bilirrubina indireta, e com a presença de bilirrubina
na urina.
BILIRRUBINA
E HIPERBILIRRUBINEMIA
A icterícia
é um sintoma de grande interesse para o médico e o
paciente, pois é a manifestação visível de uma doença,
seja ela do fígado ou não, quando os níveis de
bilirrubina no sangue ultrapassam 2 mg/dL. Ocorre
amarelamento da pele e olhos, podendo ser acompanhada
por colúria (urina escurecida).
Icterícia
Colúria
A
bilirrubina, principal componente dos pigmentos
biliares, é o produto final da destruição da porção
"heme" da hemoglobina e outras hemoproteínas. Como a
icterícia é causada por uma anormalidade no metabolismo
da bilirrubina, compreender os passos da sua formação e
excreção é fundamental na compreensão da icterícia.
Metabolismo
da bilirrubina: (1) destruição do heme e formação da
bilirrubina; (2) transporte da bilirrubina pelo plasma,
ligada à albumina; (3) captação da bilirrubina do plasma
pelo hepatócito; (4) conversão no hepatócito da
bilirrubina não conjugada em conjugada; (5) transporte
da bilirrubina conjugada pela membrana biliar.
O
metabolismo do pigmento biliar pode ser alterado em
vários passos e as combinações das alterações
freqüentemente se sobrepõe. O nível plasmático de
bilirrubina desconjugada ( ou bilirrubina indireta - BI
) depende diretamente da taxa de produção de bilirrubina
e inversamente pela captação e conjugação pelo fígado,
que a transforma em bilirrubina conjugada ( ou direta -
BD )
Podemos,
portanto, diferenciar as causas de hiperbilirrubinemia
de acordo com o tipo de bilirrubina aumentada
Bilirrubina
não-conjugada
Bilirrubina conjugada
Aumento da
produção de bilirrubina
Hemólise
Eritropatias
Doença do fígado
Doença hepatocelular (ex: hepatites)
Hiperesplenismo, autoimune
Doença colestática (ex: CBP)
Eritropoese
ineficaz (ex: talassemias)
Distúrbio do metabolismo
S. de Dubin-Johnson
Destruição
de hematomas
Síndrome de Rotor
Redução da
conjugação
Hiperbilirrubinemia neonatal
Colestase benigna
Jejum
Colestase da gravidez
Síndrome de
Gilbert
Doenças extra-hepáticas
Doença do trato biliar (ex: tumor)
Síndrome de
Crigler-Najjar
Doença pancreática (ex: carcinoma)
O aumento da
bilirrubina indireta, sem doença do sangue,
provavelmente ocorre quando a transformação da BI em BD
está prejudicada
SÍNDROME DE
CRIGLER-NAJJAR
Algumas
pessoas nascem com deficiência genética da enzima que
faz esta transformação. Quando há a deficiência
completa, chamamamos de Síndrome de Crigler Najjar tipo
1, uma rara doença em que o acúmulo da bilirrubina
indireta é tanto que esta penetra no cérebro causando
uma patologia cerebral chamada kernicterus, que costuma
ser fatal. Após a infância, a bilirrubina indireta não
consegue mais entrar no cérebro e o kernicterus não
acontece mesmo que a BI suba muito.
Gilbert
Crigler Najjar I
Crigler-Najjar II
Bilirrubina
total
1,0-5,0
>20
10-20
UDP-glucuronil-transferase
50%
0%
10%
Conjugado
Monoglucuronide
40%
0
95%
Diglucuronide
60%
0
5%
Kernicterus
Não
Sim
Raro
Herança
Variável
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Mutação do
gene da UDP-GT
Região promotora
Região de codificação
Região de codificação
Resposta ao
fenobarbital
Sim
Não
Sim
Na Síndrome
de Crigler Najjar tipo II, a enzima está muito
diminuída, mas o suficiente para transformar parte da
bilirrubina. Graças a isso, o único sintoma é a
icterícia, a não ser quando ocorre infecções, quando a
enzima "pára" e há risco de kernicterus. Com a ajuda de
alguns medicamentos e tratando as infecções, conseguimos
estimular estas enzimas até o final da idade em que é
possível o desenvolvimento de kernicterus.
SÍNDROME DE
GILBERT
A Síndrome
de Gilbert é muito freqüente e ocorre em 5 a 7% da
população. É causada por uma mutação no gene UGT-1A1,
localizado no locus 2q37 (sendo a mutação mais freqüente
a (TA)7TAA, que está presente em até 36% dos africanos e
7% dos asiáticos). Como resultado da mutação (que tem
mecanismos variados de herança), a atividade da enzima
UDP-glucuronil-transferase está reduzida em graus
variados (o que faz com que a síndrome se manifeste
diferentemente de pessoa para pessoa), mas geralmente em
torno de 25% do normal, reduzindo a transformação da
bilirrubina indireta (não conjugada) em bilirrubina
direta (conjugada).
Em situações
onde há redução mais acentuada da atividade da enzima,
como na adolescência em meninos (fatores hormonais),
após exercícios físicos, durante a menstruação e
episódios de infecções e no jejum prolongado, a
bilirrubina indireta no sangue pode aumentar o
suficiente para deixar pele e olhos amarelados
(icterícia).
Icterícia
Na Síndrome
de Gilbert não há qualquer alteração na estrutura do
fígado (avaliado pela biópsia) ou nos exames de função
hepática ou de lesão hepatobiliar além da elevação de
bilirrubina. É uma condição benigna, que não está
relacionada a sintomas além da icterícia ocasional e
prolongamento da icterícia neonatal (em recém nascidos).
Sintomas
como fadiga, sonolência, náusea e desconforto abdominais
não são causados pela Síndrome de Gilbert. O que
acontece é que nas infecções, mesmo leves, pelo vírus da
gripe, onde ocorrem estes sintomas, a enzima reduz sua
função e provoca icterícia. Além disso, a síndrome pode
ser descoberta em portadores de outras doenças,
incluindo depressão e ansiedade (que também pode
desencadear episódios de icterícia nos portadores da
síndrome), que fazem exames e descobrem a elevação da
bilirrubina indireta e erroneamente atribuem a isso a
causa dos seus sintomas.
O único
inconveniente mais sério da síndrome é que algumas
drogas que necessitam da UDP-glucuronil-transferase para
a sua metabolização podem ter o seu efeito prolongado,
mas isso não significa lesão ao fígado. Isso é mais
importante em relação a alguns quimioterápicos
(medicações para câncer). O uso de álcool ou do roacutan
(isotretinoína) não está contra-indicado em portadores.
Como a
realização de pesquisa genética para o diagnóstico da
Síndrome de Gilbert é um método muito caro e pouco
eficaz (a mutação estudada pode não ser a que o portador
tenha), o diagnóstico é primariamente de exclusão, ou
seja, são realizados exames para descartar a
possibilidade de doença do fígado e de hemólise, que
serão todos normais com exceção da bilirrubina indireta,
que estará aumentada (até 5,0 mg/dL).
Após a
exclusão de outras doenças que elvam ao aumento da
bilirrubina indireta, pode ser realizada dosagem de
bilirrubinas em condições normais e após uma dieta
hipocalórica de 24 horas, causando um aumento na
bilirrubina indireta de 2 a 3 vezes. O mesmo aumento
pode ser desencadeado pela administração endovenosa de
ácido nicotínico. O fenobarbital, um medicamento
utilizado para o tratamento de convulsões, estimula a
atividade da enzima UDP-glucuronil-transferase e leva a
redução na bilirrubina indireta, servindo como método
diagnóstico.
A Síndrome
de Gilbert não é contagiosa, não leva a doença do fígado
nem a complicações a longo prazo. O único inconveniente
é a icterícia em uma minoria dos portadores, que pode
ser manuseada evitando-se os fatores desencadeantes
(descritos acima), ou pelo uso de fenobarbital sob
acompanhamento médico se a icterícia for freqüente ou
intensa o suficiente para causar desconforto estético.
Não impede o uso do álcool, que terá o mesmo efeito em
portadores e não portadores (e deve ser utilizado com
moderação por todos), nem a doação de sangue.
Essa
pergunta enviada por e-mail reflete bem a maioria das
dúvidas sobre a Síndrome de Gilbert:
Tenho uma
filha de 14 anos e ela se sentiu mau após ficar um longo
período sem alimentar ( uma tarde inteira ) em meados de
junho. Por ela estar com uma cor amarela inclusive os
olhos, resolvemos então levá-la ao pediatra. Chegando lá
a principio a médica achou ser Hepatite o que foi
descartado após análise dos exames de sangue. Fomos
encaminhados a um Gastroenterologista e foram feitos
outros vários exames de sangue e ficou comprovado que se
tratava da Síndrome de Gilbert. Sua Bilirrubina se
estabilizou em: BT - 3,4 BI - 2,8 BD - 0,6. Os médicos
nos aconselharam diminuir o intervalo entre as refeições
dela e faremos novos exames em agosto para verificar os
níveis da Bilirrubina. Saliento que ela nasceu com
icterícia e ficou internada por aproximadamente 05 dias
(...) no sumário de alta consta o seguinte diagnostico -
icterícia por incompatibilidade ABO.
Diante
destas informações faço as seguintes perguntas:
Antes de
mais nada, gostaria que entendesse que a Sd. de Gilbert
não é uma doença, mas uma alteração do normal. Por uma
atividade reduzida de uma enzima, o único sintoma é essa
cor amarelada em situações de estresse, tanto emocional
quanto física. Costuma haver melhora após a
adolescência, portanto sua filha pode chegar a nem ter
esse sintoma no futuro. A Sd. de Gilbert não causa
lesões no fígado e em nenhum outro órgão, mas é uma
condição hereditária e pode ser passada aos seus netos,
mas isso não é motivo para preocupação.
1 - Se
tivermos outro filho, corremos o risco desta criança ter
este mesmo problema de incompatibilidade ?
Sim, desde
que ele tenha sangue tipo B.
2 - Minha
filha gerará filhos com esta mesma doença ?
Possivelmente sim, mas, como eu disse acima, não é uma
doença.
3 - A
diminuição entre refeições é a única maneira de
controlar esta doença ?
A diminuição
do intervalo entre as refeições é uma das melhores
maneiras de evitar o amarelamento. Além disso, deve-se
evitar exercícios intensos, medicamentos que sejam
tóxicos ao fígado e infecções.
4 - Ela terá
de conviver com isto para sempre ou tem cura ?
Após a
adolescência os sintomas dificilmente aparecerão, mas
não há cura, pois é uma condição genética.
5 - Ela pode
praticar esportes com elevado esforço físico ( natação,
academia, etc ...) ?
Pode, isso
não fará mal algum, mas é possível que a icterícia (
amarelamento de pele e olhos ) apareça após exercícios
físicos intensos.
6 - Ela
possui um sopro inocente no coração, isto agrava a
situação ou é indiferente ?
É
completamente indiferente.
7 - Ela tem
alergia a medicamento da família do Biofenac, isto
prejudica em algo ?
Essa classe
de anti-inflamatórios é hepatotóxica e deveria ser
evitado pois poderia desencadear icterícia, mas já que
ela é alérgica, isso seria apenas mais um motivo para
não tomar diclofenaco.
8 - Existe
algum alimento que contribui com a não transformação da
BI em BD ?
Não há
necessidade de qualquer tipo de dieta.
9 - Uma
pessoa que nasce saudável ( níveis de BI < 1 ) corre o
risco de adquirir esta doença ?
Não há
relação entre a Síndrome de Gilbert e a icterícia
neonatal que sua filha teve por incompatibilidade ABO.
BIBLIOGRAFIA
Burchell B;
Hume R Molecular genetic basis of Gilbert's syndrome. J
Gastroenterol Hepatol. 1999; 14(10):960-6
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Billing, B. H. Hepatic bilirubin UDP-glucuronyl
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(Editorial) New Eng. J. Med. 333: 1217-1218, 1995.
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Fevery, J e
Blanckaert, N em Bircher, J, Benhamou, JP et al. Oxford
Textbook of Clinical Hepatology, Oxford Medical
Publications,1999
O fígado por
ser o órgão em que ocorre a maior parte das reação
metabólicas, qualquer difunção deste, é de uma grande
preocupação. A maior parte das doenças do fígado é
acompanhada por Icterícia, ou seja, o doente fica com a
pele em um tom amarelado.
Uma doença
típica é a Hepatite, que tem origem viral. Ela pode ser
classificada em tipo A, B, C, D, E.
Outra doença
é a Cirrose, que é causada pela formação de tecido
fibroso no fígado, substituindo o tecido morto.
Hemocromatose é uma doença genética que afeta o fígado.
Câncer de
fígado é uma anormalidade nos hepatócitos, que se
multiplicam descontroladamente, gerando sérios
agravamentos.
Icterícia é
o amarelamento da pele, da esclera dos olhos, e das
mucosas devido ao alto nível de bilirrubina no sangue.
Quando as hemáceas morrem, o grupo heme da hemoglobina
das hemáceas é transformada em bilirrubina no baço. Essa
bilirrubina é processada no fígado, e compõe a bile,
sendo assim excretada; porém com o mau funcionamento do
processamento da bilirrubina no fígado, esta se acumula
no sangue. Em recém-nascidos, a icterícia pode ocorrer
devido ao subdesenvolvimento do retículo endoplasmático
liso dos hepatócitos, o que impede o bom funcionamento
do processamento da bilirrubina. Ela pode ser tratada
com a exposição à luz azul de lâmpadas fluorescentes,
pois esta transforma a bilirrubina em um fotoisômero
hidrosolúvel, que permite a sua eliminação pelos rins.
A Hepatite é caracterizada por dores abdominais, febre,
icterícia e dilatação do fígado. Com a morte dos
hepatócitos, o tecido conjuntivo associado cresce nessas
áreas afetadas, criando uma área fibrosa, caracterizando
a Cirrose.
A Hepatite A
é transmitida por um enterovírus, que pode entrar no
organismo por comida contaminada. Este vírus causa a
forma aguda da doença. Porém, o sistema imunológico
produz anticorpos contra esse vírus, o que confere
imunidade a uma infecção futura. Já existe vacina para
este tipo de hepatite.
A Hepatite B
causa a forma aguda e a crônica do doença em pacientes
incapazes de eliminar o vírus. Ele pode ser transmitido
através de transfusão de sangue, tatuagens, contato
sexual, ou pela via placento-fetal. O sistema
imunológico produz anticorpos contra o vírus da hepatite
B, porém estes não são suficientes para cessar com a
infecção, que se estabelece no DNA dos hepatócitos
infectados. Logo, a contínua produção de vírus combinada
com os anticorpos é a principal causa da doença do
complexo imunológico. Já existe vacina para esse tipo de
hepatite.
A Hepatite C
ainda é desconhecida em muitos aspectos, porém sabe-se
que não é transmitida sexualmente, mas sim por contato
sangüíneo. Ela gera a forma crônica da hepatite,
culminando na Cirrose. Ela pode ser assimtomática por
até 20 anos. Pacientes com hepatite C tendem a contrair
hepatite A e B também. Não há ainda vacina disponível.
A Cirrose é o resultado dos danos no hepatócitos pelas
toxinas ou problemas metabólicos. Pois com a morte dos
hepatócitos, este se repostos por tecido fibroso,
alterando a conformação do fígado, o que diminui o fluxo
sangüíneo por ele. Com essa diminuição do fluxo
sangüíneo, o baço se hiperatrofia. O doente de cirrose
apresenta as palmas das mãos avermelhadas, pontos
vermelhos pelo corpo, hipertrofia das parótidas e
fibrose nos tendões das mãos. A cirrose não tem cura mas
tem tratamento que pode diminuir os efeitos desta.
A
Hemocromatose é uma doença genética, que causa o acúmulo
de ferro no sangue, devido a uma falha no processamento
desta no dieta. Um gene anormal não produz a sua
proteína que reduz a absorção de ferro, portanto o corpo
passa a ficar com altas concentrações de ferro no
sangue. Esse ferro é armazenado como Ferritina. Depois
passa a ser armazenado como um produto da ferrtina, a
hemosiderina, que é extremante tóxica aos tecidos. Ela
causa Cirrose, resistência a insulina (o que pode causar
o diagnóstico de Diabets Mellitus), além de disfução
erétil. O melhor tratamento é o controle da dieta,
evitando carnes vermelhas, ricas em ferro.
O Câncer de
fígado é caracterizado como um descontrole na divisão
celular do hepatócitos. Pode ser tratado com a remoção
cirúrgica do tumor, ou através da quimioterapia, que
destrói as células com alta taxa de divisão (principal
caracterítica do câncer), porém esta pode afetar células
com alta taxa de mitose, como as células-tronco
hematopoéticas.
Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina
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