marca
passo
(Apresentação,
Informações e Considerações Gerais)
Marcapasso é
um dispositivo de aplicação médica que tem o objetivo de
regular os batimentos cardíacos. Isto é conseguido
através de um estímulo elétrico emitido pelo dispositivo
quando o número de batimentos em um certo intervalo de
tempo está abaixo do normal, por algum problema na
condução do estímulo natural do coração pelo seus
tecidos antes de atingir os ventrículos. Os primeiros
aparelhos marca-passo eram externos e de certa forma
perigosos pois poderiam potencialmente eletrocutar seu
portador. Atualmente o tamanho do aparelho foi reduzido
e pode ser implantado no corpo do paciente pois é selado
hermeticamente numa cápsula de metal e possui pilhas
recarregáveis através de terminais externos. Sua cápsula
externa em geral é feita de titânio por ser um material
fisiologicamente inerte, o que reduz o risco de rejeição
pelo sistema imunológico.
1. INTRODUÇÃO
Você
agora é portador de um aparelho eletrônico muito
especial, o marcapasso. Como você, milhões de pessoas em
todo o mundo, desde 1960, sentem os benefícios deste
tratamento. Os batimentos do seu coração estão sendo
agora auxiliados por estímulos artificiais, produzidos
pelo marcapasso. Isto lhe traz muita segurança e assim
você pode levar vida normal, sem medo. Afinal, pessoas
com marcapasso são encontradas em todas as ocupações:
trabalhando na lavoura, nas fábricas, nos escritórios,
nas salas de aula, nas tarefas de casa, praticando
esportes, etc. Vamos então ler o manual para saber mais
de você com seu marcapasso.
2. COMO
FUNCIONA O CORAÇÃO NORMAL?
O coração normal trabalha sem parar e você nem percebe.
O trabalho
do coração é o de bombear sangue para chegar a todas as
partes do corpo, através dos batimentos cardíacos. Cada
batimento normal segue a seqüência demonstrada na figura
(1, 2, 3, 4) e bombeia uma quantidade de sangue que
varia de pessoa para pessoa. Por isso cada um tem um
número de batimentos diferente, que varia conforme as
necessidades.
Por exemplo,
quando realizamos esforços ou levamos um susto o número
de batimentos cardíacos aumentam e quando dormimos
diminuem.
Em geral, a
medida do pulso reflete o número desses batimentos
(medidos em 1 minuto).
Em condições
normais, o número de batimentos cardíacos é determinado
por um marcapasso natural (o nódulo sinusal), que em
atividades cotidianas varia entre 60 e 100 batimentos
por minuto.
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3. COMO
FUNCIONA O CORAÇÃO QUE PRECISA DE MARCAPASSO?
O coração pode, em determinadas situações, (Doença do nó
sinusal, Bloqueio Atrioventricular, Hipersensibilidade
do Seio Carotídeo ou outras), perder a capacidade de
gerar um número adequado de batimentos cardíacos,
transformando-se em um "coração lento", por curtos
períodos ou constantemente.
Estas
situações podem provocar tonturas, cansaço fácil,
palpitações, desmaios ou, às vezes, nada provocar.
Cabe ao
médico dar valor a estes sintomas e indicar a
necessidade do implante de marcapasso.
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4. PARA QUE
SERVE O MARCAPASSO?
O marcapasso artificial é um aparelho que substitui o
marcapasso natural, quando este apresenta defeito.
Ele permite,
portanto, que o coração volte a contar com um número de
batimentos eficientes, e com isso pode proporcionar o
desaparecimento dos sintomas.
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5. O QUE É E
COMO FUNCIONA O MARCAPASSO?
De um modo geral, o marcapasso é um aparelho eletrônico
composto de duas partes: 1. caixa do marcapasso
(gerador) que produz estímulos elétricos e 2. fio de
comunicação (cabo-eletrodo), que leva estes estímulos ao
coração para garantir os batimentos cardíacos.
Existem
diversos tipos de marcapasso. Alguns utilizam um único
cabo-eletrodo e produzem sempre o mesmo número de
batimentos cardíacos (frequência fixa); outros podem
proporcionar variação dos batimentos cardíacos conforme
as necessidades. Para isso, às vezes, são necessários
dois cabos-eletrodos.
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6. ONDE FICA
O MARCAPASSO?
O gerador fica localizado embaixo da pele, geralmente no
peito, próximo ao ombro. Menos freqüentemente, ele pode
estar localizado em outras regiões do corpo (barriga ou
abaixo da mama).
O
cabo-eletrodo, que sai do gerador, pode chegar ao
coração por uma grande veia e ser fixado na sua parede
interna (endocárdico). Também pode ser levado por
debaixo da pele e ser fixado no lado externo do coração
(epicárdico).
Esta fixação
pode ocorrer na cavidade superior (átrio direito -
marcapasso atrial), na cavidade inferior (ventrículo -
marcapasso ventricular) ou em ambas (átrio e ventrículo
- marcapasso átrio-ventricular).
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7. COMO É A
OPERAÇÃO DE COLOCAÇÃO DO MARCAPASSO?
A operação de colocação do marcapasso (implante) é bem
mais simples do que as outras cirurgias cardíacas.
As crianças
são sempre operadas sob anestesia geral. Os adultos, na
maioria das vezes, são operados sob anestesia local,
podendo ou não permanecer acordados.
O paciente
permanece em média, 90 minutos na sala operatória e ao
final pode voltar diretamente para seu quarto.
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8. O QUE
ACONTECE APÓS A OPERAÇÃO?
A internação dura de 1 a 3 dias. Após a operação, é
necessário o cuidado de permanecer deitado, sem levantar
da cama por 24 horas.
Você deverá
seguir à risca as orientações médicas e da enfermagem
com relação à atividade física, medicamentos e a data de
retorno à Clínica de Marcapasso.
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9. COMO SERÁ
DEPOIS DA ALTA HOSPITALAR?
Quanto aos cuidados com a ferida operatória, mantenha
sempre o local limpo e seco, para isso use apenas água e
sabonete.
Evite dormir
do lado em que foi implantado o marcapasso nos primeiros
dez dias.
Noventa dias
(3 meses) após a cirurgia, você poderá realizar qualquer
atividade, sem restrições.
Até
completar um mês após o implante, você não deve realizar
movimentos fortes usando o braço do lado onde está o
marcapasso.
Você pode
escovar os dentes, pegar coisas leves, usar talheres nas
refeições e realizar outras atividades correspondentes.
Se for
necessário erguer o braço para, por exemplo lavar ou
pentear os cabelos, procure fazê-lo sem realizar
movimentos rápidos.
Você pode
ainda, caminhar qualquer distância, mas procure fazê-lo
em ritmo lento para não forçar o movimento dos braços.
Durante este
primeiro mês, você não deve dar pulos, viajar de carro
em estrada de terra, dirigir automóvel, guiar
motocicletas, carregar, suspender ou empurrar pesos.
Nos próximos
60 dias (2 meses) você pode, aos poucos, liberar-se para
atividades mais fortes: pode começar a dirigir
automóvel, realizar caminhadas mais rápidas e carregar
algum peso.
Você só deve
realizar atividades físicas como natação, jogo de tênis,
voley, futebol e outras, após completar 90 dias.
Retorno ao
trabalho:
Se você for
trabalhador braçal (pedreiro, doméstica, carpinteiro,
lavrador, etc.) não deve retornar ao trabalho antes de
90 dias (3 meses).
Se você não for um trabalhador braçal, provavelmente o
retorno ao trabalho deverá ser mais rápido. Converse com
o médico a esse respeito.
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10. QUE
CUIDADOS SE DEVE TER COM O MARCAPASSO?
1º) Carregar sempre a carteira (cartão) do portador de
marcapasso que é fornecida pelo hospital. Em caso de
atendimento médico de emergência ela será muito
importante.
2º) Evitar
traumatismos sobre a caixa do gerador, como esportes
violentos, agressões físicas, etc.
3º) Cuidados
especiais devem ser tomados nos seguintes ambientes:
a) em casa
b) na rua
c) no trabalho
A - Em casa
Você pode
utilizar qualquer aparelho eletrodoméstico, como:
enceradeira, aspirador de pó, forno elétrico, TV, rádio,
chuveiro elétrico, cafeteira, exaustor, torneira
elétrica, geladeira, batedeira, ferro elétrico, toca
discos, etc.
Caso você
sinta algum mal estar durante a utilização de qualquer
aparelho, afaste-se dele e os sintomas desaparecem
imediatamente.
Estas
interferências, quando ocorrem, alteram transitoriamente
o funcionamento do marcapasso, que volta ao normal assim
que você se afastar do aparelho que está causando a
interferência.
Você deve
evitar levar um choque elétrico, não mexendo em fio
descascado e ligando os aparelhos na tomada com muito
cuidado.
O
aterramento adequado das instalações e a correta
manutenção e utilização dos aparelhos elétricos, são
princípios gerais que devem ser adotados em sua casa.
Consulte, no
final deste manual, maiores detalhes sobre esse assunto
no Apêndice A.
B - Em
trânsito
Os
marcapassos podem sofrer interferências no seu
funcionamento durante diversas atividades sociais e
cotidianas de seus portadores. Essas interferências, na
maioria sem importância, podem ser evitadas com medidas
simples propiciando vida normal, sem maiores limitações.
Consulte, no
final deste manual, maiores detalhes sobre este assunto
no Apêndice B.
C - No
trabalho
No ambiente
profissional de portadores de marcapassos, pode existir
equipamentos que emitem sinais eletromagnéticos capazes
de interfirir no funcionamento do marcapasso e colocar
em risco a vida do profissional que opera o equipamento,
de outros profissionais que transitam pelo ambiente ou
de clientes da empresa (exemplo: piloto de avião
portador de marcapasso).
Interferências eletromagnéticas podem ocorrer, mais
frequentemente nos seguintes ambientes de trabalho de:
empresas de
fornecimento de energia elétrica
indústria mecânica e siderúrgica
indústria eletro-eletrônica
empresas de telecomunicações
empresas de transportes
indústria de transformação de madeira e plástico
hospitais e outros serviços médicos e para-médicos
prestadores de serviços
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
este assunto no Apêndice C.
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11. QUANDO
SE DEVE RETORNAR AO HOSPITAL?
Uma semana depois da cirurgia você deverá retornar ao
hospital para retirada de pontos da cicatriz cirúrgica
e/ou realizar a primeira avaliação do marcapasso. As
avaliações posteriores, em geral, são programadas para
30 e 90 dias depois da cirurgia e depois a cada 4 ou 6
meses, conforme o caso.
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12. O
MARCAPASSO PODE FALHAR?
Os progressos da ciência tem produzido aparelhos cada
vez mais perfeitos. O marcapasso é um aparelho
eletrônico muito seguro, porém, pode falhar.
Estas falhas
podem ser corrigidas, na grande maioria das vezes, com o
auxílio de aparelhos externos (programadores) que
"regulam" o marcapasso (reprogramação).
Raramente
será necessária outra cirurgia para resolvê-los.
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13. COMO
SABER SE HÁ PROBLEMAS COM O MARCAPASSO?
Existem duas maneiras de descobrir:
1º) Através
da avaliação de rotina do marcapasso.
Nesta o
médico pode descobrir defeitos que você pode não
perceber, e corrigí-los.
2º) Pela sua
própria observação.
Como
referido anteriormente neste manual, cada paciente tem
um número de batimentos cardíacos próprio (por minuto).
Estes podem
ser programados conforme as suas necessidades, pelo
médico.
O controle
periódico destes batimentos pode ser feito por você
mesmo através da verificação da pulsação (figura).
Variações importantes no ritmo e no número de batimentos
programados pode significar defeito do marcapasso.
Sintomas
como tonturas, desmaios, vertigens e palpitações podem
ocorrer e não estarem ligados a defeitos do marcapasso.
Portanto, você deverá imediatamente comunicar-se com o
seu médico.
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14. QUANTO
TEMPO DURA O MARCAPASSO?
Não se pode fazer previsão exata da duração de um
marcapasso.
A pilha,
colocada dentro da "caixa do marcapasso" (gerador), tem
prazo programado variável conforme o tipo de marcapasso
(5, 6, 8 anos ou mais).
Este prazo
pode, entretanto, não ser atingido. Algumas pilhas podem
apresentar desgaste anormal e com isso durar menos.
Também pode ocorrer de durar mais tempo que o previsto.
Lembre-se que durante as avaliações periódicas do
marcapasso, o médico pode: perceber se está ocorrendo
desgaste anormal das pilhas ou quando possível,
reprogramar a energia para aumentar a duração do
marcapasso.
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15. O QUE É
FEITO QUANDO A PILHA SE DESGASTA?
Sempre que for constatado desgaste anormal, a pilha deve
ser trocada (ela não pode ser recarregada). Para
resolver o problema é feita a troca da caixa do
marcapasso (não se pode trocar somente as pilhas).
Em geral, a
troca da caixa é realizada através de pequena cirurgia,
bem mais simples que a do implante. Raramente o fio de
comunicação necessita ser trocado. Assim o tempo de
internação é mais curto. Em alguns casos o paciente
recebe alta no mesmo dia.
As vezes,
entretanto, pode-se optar por colocar mais um fio de
comunicação e mudar o tipo de marcapasso, o que aumenta
o tempo de internação.
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16.
OBSERVAÇÕES FINAIS
Este manual procurou enfocar as orientações mais
importantes referentes aos portadores de marcapasso.
Entretanto, duvidas particulares não abordadas poderão
surgir.
Evidentemente elas deverão ser esclarecidas junto ao seu
médico assistente.
Procure
conhecer ao máximo o marcapasso e a sua relação com ele.
Para isso, se for necessário, leia o manual várias
vezes.
Caso você
esteja interessado em obter informações técnicas mais
detalhadas sobre os assuntos comentados anteriormente,
leia os apêndices descritos nas páginas seguintes.
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Apêndice A
AMBIENTE DOMÉSTICO
Apesar da
grande diversidade de equipamentos presentes no ambiente
domiciliar, o potencial de interferências dos mesmos é
muito pequeno. Essas interferências, na sua maioria de
natureza eletromagnética, além de ocorrerem raramente,
são na grande maioria das vezes, incapazes de causar
problemas clínicos relevantes.
Entretanto,
apesar de serem dotados de circuitos com filtros
específicos que procuram evitar problemas dessa
natureza, todo marcapasso está sujeito às interferências
de aparelhos eletrodomésticos. O aterramento adequado
das instalações e a correta manutenção e utilização dos
aparelhos elétricos, são princípios gerais que devem ser
adotados pelo portador de marcapasso em seu domicílio.
Eletrodomésticos
Em condições
normais de funcionamento e adequado aterramento da rede
domiciliar, a grande maioria dos aparelhos
eletrodomésticos não geram interferência nos marcapassos.
Entretanto deve ser evitado o contato direto da região
do corpo onde está o gerador com o aparelho em
funcionamento. São exemplos: rádios e televisores,
tomadas e interruptores elétricos, telefones comuns e
sem fio, portões eletrônicos, controles-remotos,
chuveiros, máquinas de lavar, geladeiras, secadoras,
batedeiras, liqüidificadores, ferros-elétricos,
exaustores, fornos, computadores, ar condicionado,
lâmpadas fluorescentes, aquecedores, enceradeiras,
torneiras elétricas e brinquedos eletrônicos.
Fornos de
microondas
Os fornos de
microondas eram antigamente questionados como causadores
de interferências às custas de "fuga de energia" por
ineficiente vedação do sistema. Os avanços tecnológicos
dos marcapassos e a blindagem atual dos fornos de
microondas tornam essa possibilidade de interferência
bastante remota. Nessa situação a possibilidade de
interferência pode ser evitada mantendo-se o paciente
afastado dois metros do microondas quando em
funcionamento.
Colchão
Magnético
O uso do
colchão magnético está contra-indicado para o paciente
portador de marcapasso, devido a possibilidade de
reversão para o modo assíncrônico de estimulação,
mudando sua freqüência para a magnética, quando o imã
entrar em contato com o gerador. Esse evento pode
propiciar a competição entre o ritmo próprio e o ritmo
do marcapasso, favorecendo o aparecimento ou
desencadeando arritmias.
Aparelhos
Sonoros Dotados de Imãs Potentes
Todo
manuseio de aparelhos com imãs potentes exigem cuidados.
Aparelhos sonoros como alto-falantes dotados de imãs
potentes apesar de não serem tão problemáticos como o
colchão magnético, podem causar problemas se estiverem
em contato direto com a loja do gerador.
Choques
Elétricos
Os choques
elétricos, que podem estar presentes em todas as
situações domiciliares, igualmente são minimizados pelas
condições de aterramento e manutenção adequada da
instalação e equipamentos. Geralmente são da ordem de
110 a 220 Volts e podem interferir de duas formas nos
sistemas de estimulação: a) interferência direta no
gerador, podendo momentaneamente inibi-lo, deflagrá-lo,
revertê-lo em modo assíncrono ou, até mesmo, alterar seu
circuito de sensibilidade; b) através da passagem da
corrente elétrica pelo cabo-eletrodo pode ocorrer
alteração da interface cabo-eletrodo-coração (mudança do
limiar de comando e/ou sensibilidade).
Aparelhos
que produzem vibração
Vibrações
causadas por aparelhos eletrodomésticos como barbeadores
elétricos, escovas dentais elétricas, aparadores de
grama, perfuradores elétricos e vibradores para
massagem, podem influir no circuito de sensibilidade dos
marcapassos dotados de sensores para movimento, como nos
acelerômetros e principalmente nos cristais
piezoeléctricos.
Nessas
condições o movimento vibratório pode provocar uma
taquicardia inapropriada.
Turbulência
Hídrica (Hidromassagem) e Acústica
Apesar da
inexistência de dados na literatura, as situações que
envolvem turbulência hídrica como hidromassagem e,
eventualmente, até turbulência acústica podem
teoricamente também interferir nesses marcapassos com
sensores de movimento.
Sauna
Não obstante
a sofisticação progressiva dos marcapassos que envolvem
sensores, a sua adequação fisiológica para as diversas
solicitações hemodinâmicas ainda são incompletas.
Portanto, embora não interfiram diretamente nos
marcapassos, situações que podem provocar vaso-dilatação
importante como saunas prolongadas podem, dependendo do
tipo do modo de estimulação, evoluir com sintomas de
baixo débito. Isso não deve ser interpretado como
interferência no marcapasso, mas como uma inadequada
resposta cronotrópica frente a uma solicitação
metabólica exacerbada.
Esteiras ou
Bicicletas Ergométricas
Estes
aparelhos não interferem com o marcapasso, mas podem
resultar num trabalho físico que exija uma adequação de
débito e freqüência cardíaca para o exercício realizado.
A eventual disfunção miocárdica e limitação da adequação
cronotrópica do marcapasso podem limitar a utilização
dessas formas de atividade física.
Fenômenos
Triboelétricos
São causados
por energia eletrostática, favorecida por clima quente e
seco. Um exemplo desse fenômeno é a atração de
partículas, gerados após a fricção de um objeto em uma
superfície capaz de acumular cargas elétricas (após ser
friccionado nos cabelos, um pente é capaz de atrair
partículas de papel). Esse fenômeno pode ocorrer na
interação de partículas acumuladas em monitores de
televisão e computador. Embora de discretíssimo efeito
clínico, existe a possibilidade de mínimas inibições
transitórias do gerador, quando em contato direto nessa
superfície. Resumidamente o ambiente doméstico raramente
causa problemas clínicos ao portador de marcapasso.
Pode-se considerar que, na vigência da rede elétrica bem
aterrada e aparelhagem com boa manutenção, é improvável
que as interferências do meio domiciliar possam trazer
qualquer prejuízo para a vida rotineira do paciente.
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Apêndice B
AMBIENTE
SOCIAL
Os
portadores de marcapasso cardíacos estão sujeitos à
interferências no funcionamento de seus sistemas de
estimulação cardíaca, em diversas situações de suas
atividades sociais e cotidianas. Essas interferências,
na maioria sem significado clínico, podem ser evitadas
com medidas e/ou precauções simples, propiciando uma
vida normal sem maiores limitações. Procuraremos a
seguir comentar situações e circunstâncias que
freqüentemente são alvo de questões dos pacientes a seus
médicos:
Detetores de
metais em aeroportos e em portas de bancos e dispositivo
anti-furtos de lojas
Estes
dispositivos são passíveis de causar interferências em
marcapassos tanto unipolares como bipolares, podendo
inibir, deflagrar, reverter ao modo assíncrono e até
mesmo modificar a programação dos marcapassos.
Recomenda-se aos portadores de marcapassos que não se
exponham a estes tipos de equipamento.
Transformadores e linhas de Alta Tensão
Podem
determinar inibições ou deflagrações nos marcapassos,
sendo recomendado aos pacientes não transitarem próximo
destes locais.
Escada
Rolante, Elevadores, Portas Automáticas e Rádio de
Freqüência Privada
Não existem
evidências de interferências nos marcapassos.
Transportes
Coletivos
Não existem
evidências de interferências nos marcapassos de
pacientes que utilizam transportes coletivos, sendo
portanto liberados (em algumas situações a vibração
durante o translado pode interferir sobre os sensores de
atividade, provocando uma elevação inadequada da
freqüência, porém sem maiores significado clínico além
do desconforto para o paciente). Entretanto as cabines
de comando de aviões devem ser evitadas.
Telefonia
Celular
O sistema de
telefonia celular utilizado atualmente na maior parte do
território brasileiro é analógico e pode causar
discretas interferências do tipo inibição transitória
sem maiores repercussões clínicas. o sistema digital
mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa,
dependendo da proximidade do aparelho ao marcapasso,
pode determinar interferências mais significativas,
havendo relatos até mesmo de mudança da programação.
Independente da tecnologia utilizada, recomenda-se
manter o aparelho, sempre que ligado, a uma distância
superior a 15cm do marcapasso e seu uso no ouvido
contralateral além de não porta-lo próximo ao gerador
(não mante-lo nos bolsos de camisas e paletós, por
exemplo).
Usuários de
Automóvel
Apesar de
existirem relatos de interferências em marcapassos de
pacientes que se aproximam do motor, os usuários
(motorista e passageiros) não sofrem qualquer tipo de
interferência, sendo portanto este meio de transporte
liberado.
Práticas de
Esporte e Esforços físicos em Geral
Qualquer
esforço físico que requeira a participação da
musculatura próxima do gerador de pulso pode causar
interferências do tipo inibição, deflagração e/ou
reversão assincrônica nos marcapassos unipolares, devido
a ação dos potenciais elétricos dos músculos
esqueléticos, sendo que os marcapassos bipolares são
menos suscetíveis a este tipo de interferência. Não
existe maiores limitações para a prática de esportes.
Atividades
Sexuais
Não existe
qualquer tipo de interferência nos marcapassos durante a
atividade sexual desde que não ocorra, nos casos de
marcapassos unipolares, esforço físico na musculatura
próxima ao gerador de pulso.
Parques de
Diversão, Shopping Centers e Casas de Espetáculos
Não existem
evidências de interferência nos marcapassos nestes
locais.
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Apêndice C
AMBIENTE PROFISSIONAL
1. EMPRESAS
DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
a) Geração
de energia elétrica
Os campos
eletromagnéticos de grande magnitude como conseqüência
do acionamento dos diversos geradores de energia
elétrica contra-indica a presença de portadores de
marcapassos. Existem, no entanto, nestes locais algumas
áreas com baixo nível de interferência eletromagnética
onde não há risco para os portadores de marcapasso.
b)
Subestação de distribuição
Campos
eletromagnéticos de alta tensão (corrente alternada de
50 a 60 Hz) estão presentes nesses locais. Trabalhadores
desta área que portam marcapasso podem apresentar
modificação funcional dessas próteses (inibição e/ou
reversão assíncrona). Estudos demonstram que existe a
possibilidade de se proteger esses profissionais através
de paramentação específica, confeccionada com material
isolante capaz de permitir o trabalho em estações de até
400 KW.
c) Linhas de
transmissão
Os campos
eletromagnéticos provocados pelas linhas de alta tensão
podem provocar modificações funcionais em portadores de
marcapasso. Essa interferência depende da proximidade
física do paciente à rede elétrica e da presença de
objetos de metal de grande porte (como automóveis)
próximo ao portador de marcapasso.
2. INDÚSTRIA
MECÂNICA E SIDERURGIA
Os
engenheiros, técnicos e os operadores de equipamentos
portadores de marcapasso estão sujeitos a ação de campos
eletromagnéticos quando atuam sob a influência das
seguintes fontes:
a)
Dispositivos de solda elétrica (arco voltaico) que
utilizem até 225A em corrente alternada ou contínua com
baixa voltagem, parecem não interferir na função dos
marcapassos (testes in vitro). Por outro lado,
dispositivos de maior porte que utilizem mais de 300A
têm demonstrado modificações funcionais temporárias em
importante percentual de pacientes. São exemplos
equipamentos para solda a ponto, para solda submarina,
sob uso de gás tungstênio.
b) Motores
elétricos de grande porte através da geração de campos
eletromagnéticos podem provocar modificações funcionais
transitórias nos marcapassos, do tipo inibição,
deflagração e reversão assíncrona.
3. INDÚSTRIA
ELETRO-ELETRÔNICA
Os
profissionais da área de montagem de tubos de TV e
monitores genéricos de vídeo (fontes de emissão de raios
catódicos); equipamentos de dosagem de radiação
(portáteis ou de grande porte), estão sujeitos às
interferências por essas fontes de campo
eletromagnético. Equipamentos de solda por
radiofrequência também podem provocar alterações
temporárias no funcionamento dos marcapassos.
4. EMPRESAS
DE TELECOMUNICAÇÕES
a)
Transmissores de radiofrequência AM, FM e TV podem
inibir geradores de pulso unipolares, na dependência da
proximidade, potência e modulação da freqüência
transmitida.
b) Radar
raramente interfere na função dos marcapassos de seus
operadores, podendo eventualmente ser detectada inibição
esporádica da estimulação.
5. EMPRESAS
DE TRANSPORTES
Os
condutores de automóveis, ônibus, caminhões, trolebus
não sofrem interferências sobre a função dos seus
marcapassos durante suas atividades profissionais. As
cabines de aviões constituem exceção pela presença de
múltiplos dispositivos de radiocomunicação. Restrições
profissionais, entretanto têm sido feitas somente aos
pilotos não se estendendo aos demais tripulantes.
6. INDÚSTRIA
TRANSFORMADORA DE MADEIRA E PLÁSTICOS
Os secadores
de madeira por radiofrequência, furadeiras, lixadeiras
são fontes de interferência que podem causar inibição,
deflagração e reversão de marcapassos.
7. HOSPITAIS
E OUTROS SERVIÇOS MÉDICOS E PARAMÉDICOS
Os
profissionais que operam ou transitam em ambientes
dotados de equipamentos médicos, odontológicos ou
paramédicos, estão sujeitos às mesmas restrições que os
pacientes. Devem, portanto seguir as mesmas orientações
do capítulo das interferências hospitalares.
8.
PRESTADORES DE SERVIÇO
a)
Eletricistas
Apesar do
risco potencial, esses profissionais lidam com rede de
baixa voltagem e, quando suficientemente esclarecidos e
protegidos por luvas de borracha e botas, não são alvo
de acontecimentos fatais.
b) Mecânicos
de automóveis
As possíveis
fontes de interferência ao sistema de estimulação
cardíaca relacionados à mecânica de automóveis tem sido
pouco estudadas. Sabe-se entretanto, que as operações
ligadas aos motores e instalações elétricas podem gerar
campos elétricos e/ou eletromagnéticos. Com relação aos
motores de partida e a bobina do sistema de ignição são
tidos como capaz de provocar inibições da estimulação em
marcapassos unipolares em situações de proximidade
inferior a 60cm.
Recomendam-se distâncias de 1 metro durante o manuseio
de motores com a ignição eletrônica ligados. As demais
operações que envolvem instalações elétricas de
automóveis não são capazes de provocar ameaças porque
operam em baixa voltagem e em corrente contínua.
c) Funilaria
e serralheria
Tais
profissionais são submetidos a fontes diversas de
interferências durante suas atividades, a utilização de
dispositivos de solda elétrica de baixa voltagem e
amperagem parece não interferir nos marcapassos. Quando
se utilizam equipamentos de alta voltagem, entretanto,
podem ocorrer inibições de marcapasso uni ou bipolares.
O uso de furadeiras e lixadeiras pode provocar baixo
grau de inibição ou reversão assíncrona.
d) Técnico
de televisão
O tubo de
imagem e os dispositivos utilizados para teste e reparo
são fontes de campos eletromagnéticos capazes de
interferir nos marcapassos. As interferências podem ser
do tipo inibição, deflagração ou reversão para o modo
assíncrono.
e) Digitador
e técnico de informática
Com exceção
dos problemas inerentes aos fenômenos triboelétricos
relacionados ao monitor de computador, não parece haver
qualquer interferência sobre o marcapasso. É
recomendável entretanto, o adequado aterramento do
computador, inclusive do teclado.
f)
Consultório dentário
Os dentistas
e seus auxiliares quando portadores de marcapasso, podem
estar sujeito a inibição, deflagração e reversão pela
interferência de aparelhos de diatermia dental sempre
que os aparelhos estejam ligados. Observando-se
distâncias superiores a 35cm tais interferências deixam
de ocorrer.
Clínica de
Marcapasso
A Clínica de Marcapasso situa-se no Instituto do Coração
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
Apresenta
uma área física de 104m2 distribuída em: 4 consultórios,
central transtelefônica, departamento de engenharia
clínica e informática e unidades administrativas.
Tem como
objetivo:
Indicação de
implante de marcapasso e cardioversor desfibrilador
implantável
Acompanhamento de pacientes portadores de marcapasso e
desfibrilador implantável:
identificar falências do sistema de estimulação cardíaca
artificial (protocolos de rotina) e prevenir as
conseqüências clínicas.
aumentar a sobrevida dos pacientes, através de
acompanhamento clínico regular particularizado, e do
gerador de pulsos através da redução da estimulação
crônica
reduzir as indicações de reoperação otimizando e
adaptando as programações
diagnosticar precocemente as complicações clínicas e do
sistema de estimulação
oferecer apoio psicológico considerando os aspectos
sócio-econômicos dos pacientes
avaliação a distância através de parâmetros eletrônicos
e eletrocardiográficos (Central Transtelefônica)
A Clínica de Marcapassos representa um papel importante
na sociedade brasileira:
desenvolvimento de trabalhos científicos
aplicação de técnicas modernas e de ponta na estimulação
cardíaca artificial
serviço voltado para sociedade carente
produção de guias educativos (orientações ao portador de
marcapasso e orientações ao portador de cardioversor
desfibrilador implantável)
Realiza propedêutica complementar específica no auxílio
diagnóstico e seguimento de seus pacientes:
eletrocardiograma de repouso
eletrocardiografia esofágica
monitorização de eventos (Loop Event Recorder)
estudo eletrofisiológico por estimulação esofágica
Neste
Artigo:
- Quando um
marcapasso é usado?
- Qual o preparo para um implante de marcapasso?
- Como é o procedimento?
- O que acontece depois do procedimento?
- Quais são os riscos associados ao procedimento do
implante do marcapasso?
"Um implante
de marcapasso é um procedimento no qual o médico realiza
uma cirurgia, através da qual um aparelho que controla
os batimentos do coração, chamado marcapasso, é
implantado debaixo da pele e conectado ao seu coração
através de um ou mais fios, chamados eletrodos."
Quando um
marcapasso é usado?
Este
procedimento é freqüentemente indicado quando o número
de batimentos cardíacos (freqüência cardíaca) está muito
baixo. Como resultado da freqüência anormal, o coração
bombeia menos sangue e causa sintomas tais como fadiga,
falta de ar, ou desmaio.
Qual o
preparo para um implante de marcapasso?
O paciente
deve planejar antecipadamente como será a sua vida e
atividades durante o período de recuperação da operação,
reservando tempo para repousar. As tarefas e obrigações
do dia a dia deverão ser delegadas a outras pessoas, ou
simplesmente adiadas.
As
instruções e orientações pré-operatórias dadas pela
equipe médica devem ser observadas, incluindo tempo de
jejum e preparo da pele local. Alguns serviços
recomendam o prévio preparo da pele no local da incisão
cirúrgica com o uso de solução de PVPI.
Como é o
procedimento?
Uma
enfermeira lavará o tórax do paciente com solução
anti-séptica. Na maioria das vezes, a anestesia é local.
Em crianças e em outras condições especiais usa-se
anestesia geral. O anestésico local é normalmente
combinado com sedativos leves, aliviando a dor do
paciente durante a operação. Caso o paciente sinta dor,
desconforto, ou incômodo durante o procedimento, deverá
comunicar imediatamente ao médico cirurgião.
O cirurgião
faz uma incisão na pele na porção superior do tórax e
separará os tecidos para criar um lugar para colocar o
gerador (bateria) do marcapasso. O sistema de marcapasso
artificial consiste em um ou dois eletrodos e uma
unidade de bateria. Os eletrodos (fios) são inseridos em
uma veia localizada abaixo da clavícula. Com a ajuda de
imagens de radioscopia vistas em tempo real em um
monitor, o médico os coloca em seu átrio direito e
ventrículo direito. As pontas dos eletrodos estabelecem
contato com o músculo cardíaco, e transmitem o impulso
elétrico que estimula as batidas do coração. As outras
extremidades dos eletrodos são conectadas à unidade de
marcapasso (chamado de “gerador”) que contém baterias e
circuitos eletrônicos. O médico coloca esta unidade
debaixo da pele, na parte superior do tórax.
O que
acontece depois do procedimento?
O paciente
pode ficar no hospital de 1 a 3 dias após a cirurgia, na
dependência de cada caso. O repouso no leito com
monitorização dos batimentos cardíacos é feito pelo
menos por 12 a 24 horas após o implante.
Antes da
alta hospitalar, é feita uma análise computadorizada do
sistema de marcapasso, para se obter um ponto basal após
o implante. São feitas recomendações quanto aos cuidados
e quanto ao controle clínico e do marcapasso no
pós-operatório. O paciente poderá ser ensinado a
utilizar um sistema de transmissão trans-telefônica dos
dados do marcapasso.
O médico
pode explicar como o fato de portar um marcapasso poder
afetar o estilo de vida do paciente; são dadas outras
informações gerais sobre os cuidados e acerca dos
controles futuros e de qual será a duração estimada do
marcapasso.
Geradores de
marcapasso tem, de modo geral, uma duração estimada em 6
a 8 anos, podendo este tempo ser aumentado com a
reprogramação do sistema no pós-operatório
Quais são os
riscos associados ao procedimento do implante do
marcapasso?
• Anestesia:
a anestesia geral, em principio, tem mais riscos do que
a anestesia local.
• A anestesia local pode não ser suficiente para retirar
toda a sensação de dor no local do implante, levando a
incômodo e desconforto
• O eletrodo pode perfurar um dos pulmões, a veia por
onde ele é introduzido, ou a cavidade do coração
• Como qualquer dispositivo elétrico ou mecânico, o
marcapasso pode precisar de uma substituição se deixar
de funcionar corretamente.
• O fio do marcapasso (eletrodo) pode vir a se fraturar,
havendo possivelmente necessidade de sua substituição
• O marcapasso é implantado geralmente porque o ritmo do
coração é anormal. Isto pode estar associado com outros
problemas cardíacos, que podem piorar apesar da correção
do ritmo.
• Existem riscos de infecção e também de sangramento.
Se você vai
se submeter a um implante de marcapasso, pergunte a seu
médico se estes ou outros riscos se aplicam a você.
A ciência
médica encontrou uma maneira de corrigir os problemas de
"coração lento", através do implante de marcapasso
cardíaco artificial.
Este
aparelho é um dispositivo eletrônico composto de gerador
(pilha do marcapasso) e eletrodo (fio que se comunica
com o coração).
O gerador
composto de circuitos e baterias, produz impulsos que
permitem a contração cardíaca e o batimento normal do
coração.
O eletrodo
substitui o sistema de condução, levando os impulsos
elétricos do gerador até o músculo cardíaco.
Eles
(gerador e eletrodo) trabalham juntos de forma
semelhante ao marcapasso cardíaco natural.
O que ocorre
quando o coração precisa de Marcapasso Artificial?
Algumas vezes, podem ocorrer danos no marcapasso natural
ou no sistema de condução do impulso elétrico, fazendo
com que o coração funcione tão lentamente que uma
quantidade insuficiente de sangue chega ao corpo.
Quando isso
ocorre sintomas como tonturas, cansaço e desmaios podem
ocorrer.
Estes
defeitos podem ser corrigidos através do implante de um
marcapasso cardíaco artificial.
O seu
marcapasso é implantado abaixo da pele, no peito próximo
ao ombro, geralmente do lado contrário ao seu braço mais
utilizado.
O eletrodo
que sai do gerador é introduzido através de uma veia
importante e colocado dentro do coração em contato com o
músculo cardíaco. Pode-se utilizar somente um eletrodo
(no ventrículo direito) ou dois (um no ventrículo
direito e outro do átrio direito), dependendo do
problema a ser corrigido).
A cirurgia é
bem mais simples que as outras cirurgias cardíacas e
geralmente não há necessidade de anestesia geral
(somente anestesia local). Você ficará internado por
aproximadamente 3 dias no hospital.
Mantenha a
ferida da cirurgia sempre limpa e seca até a
cicatrização, utilizando apenas água e sabonete.
Nos 2
primeiros dias após o implante, ainda internado no
hospital, você permanecerá a maior parte do tempo em
repouso no leito.
No 1º mês
após cirurgia você não deverá realizar esforços físicos
intensos. Se você for trabalhador braçal você só voltará
às suas atividades normais entre 30 a 90 dias após a
cirurgia dependendo da orientação de seu médico. Em
outras profissões o retorno ao trablaho é bem mais
rápido.
Nos
primeiros 30 dias você não deve dirigir automóveis.
Realizar movimentos leves e lentos com o braço do lado
onde o marcapasso foi implantado. Você pode escovar
dentes, utilizar talheres nas refeições e outras
atividades semelhantes. Se for necessário utilizar força
ou erguer muito o braço (por exemplo pentear cabelos),
recomenda-se utilizar o outro braço.
Você pode
caminhar desde o dia da alta, porém evitando movimentar
muito o seu braço.
O mais
importante que você tem que lembrar, é que o Marcapasso
Cardíaco Artificial é utilizado, para que você possa ter
uma vida praticamente normal
Carregue
sempre a carteirinha do marcapasso que você vai receber
no hospital
Você deverá sempre voltar para revisões com o seu médico
conforme ele determinar
Evite traumatismos sobre o marcapasso (agressões,
traumas, esportes violentos)
Evite choques elétricos
Não ultrapasse portas que apresentem detectores de
metais (em bancos e aeroportos). Nestes casos avise o
segurança do local que ele saberá como agir
Eu posso
utilizar aparelhos eletrodomésticos?
O marcapasso cardíaco não sofre interferência dos
aparelhos existentes em sua casa. No entanto, você deve
verificar sempre a instalação elétrica para não sofrer
choques elétricos (que podem danificar temporariamente o
seu aparelho). Algumas vezes alguma interferência pode
ocorrer com a utilização de forno de microondas, mas
estas interferências são raras e temporárias
(desaparecem se você se afastar do aparelho). Qualquer
sintoma que apresente com a utilização de qualquer
aparelho, desaparecem ao se afastar dele e deve ser
comunicada ao seu médico na próxima revisão.
Eu posso
praticar esportes?
Sim, desde que orientado pelo seu médico. Esportes
violentos que possam causar algum trauma sobre o gerador
do marcapasso devem ser evitados.
Eu posso ter
relações sexuais?
Sim. Você tem que lembrar que o marcapasso foi colocado
em você para que possa ter uma vida praticamente normal.
Eu tenho que
ter cuidados com cirurgias, exames ou tratamentos
dentários?
Em alguns exames, cirurgias e tratamentos dentários, são
utilizados aparelhos que podem interferir com o
funcionamento do marcapasso. Sempre que houver
necessidade de algum procedimento você deve avisar ao
profissional que você é portador de marcapasso e pedir
orientação de seu médico.
Você não
pode ser submetido a exame de ressonância magnética.
Quanto tempo
dura a "pilha" do meu marcapasso?
Os geradores de marcapasso possuem baterias (pilha) que
tem duração média de 5 anos. Este tempo varia de acordo
com o tipo e marca do marcapasso implantado. Estas
informações você terá com seu médico
O que
acontece quando acaba a pilha do meu marcapasso?
Você será submetido a troca do gerador. A cirurgia é bem
mais simples que a primeira de implante, pois não há a
princípio necessidade de se mexer no eletrodo. Com as
avaliações periódicas o seu médico irá informar
exatamente quando deverá ser realizada a cirurgia de
troca do gerador.
O meu
marcapasso pode parar de funcionar de repente?
Com o avanço de tecnologia isto seria praticamente
impossível de ocorrer. Problemas não previstos com o
gerador ou com eletrodo podem ser detectados durante as
avaliações periódicas recomendadas.
Fonte:
www.pucpr.br
marcapasso
O marca-passo é um pequeno aparelho transistorizado,
instalado no interior do tórax com a função de comandar
os batimentos do coração lesionado. O marca-passo por
ser um mecanismo mecânico, necessita após alguns anos de
funcionamento, serem substituídos por outro.
Em 1896, o
médico inglês Stephen Paget previu que a cirurgia
cardíaca já havia atingido os limites impostos pela
própria natureza. Este médico quis dizer, com isso, que
nenhuma nova descoberta poderia superar as dificuldades
naturais representadas por lesões cardíacas congênitas
ou adquiridas. Menos de um século mais tarde, contudo, o
vertiginoso progresso da medicina e da cardiologia
tornaram corriqueiras as mais complicadas técnicas
cirúrgicas.
Uma das
descobertas, nesse campo, foi a do marca-passo, em 1952.
Conhecido internacionalmente por seu nome inglês
pacemaker, trata-se de um aparelho que comanda os
batimentos cardíacos nos casos em que se dê o bloqueio
do coração. Num pequeno nicho situado na parte do átrio
direito, existem células dotadas da propriedade de gerar
impulsos "elétricos" intermitentes (nodo-sinoatrial) e
transmiti-lo compassadamente. O nodo sinoatrial é o
marca-passo natural do coração, que pode ser comparado a
um metrônomo, aparelho encarregado de marcar o compasso
musical para os estudantes de piano. Além de dar ritmo,
fornece a energia necessária às contrações cardíacas.
Não há cabos condutores; o fluxo se transmite em ondas
eletromagnéticas, captadas por outra ''estação''
retransmissora, nodo atrio-ventricular situada no
assoalho do átrio direito. A partir daí a transmissão é
feita através de feixes de fibras especiais (feixes de
Hiss) que distribuem o impulso contrátil a todo o
coração.
Coração Fora
de ritmo (descompassado) - os distúrbios da condução ou
bloqueio cardíaco podem alterar a transmissão natural
das contrações. Em conseqüência, os tecidos
particularmente o cérebro se ressentem das folhas que
ocorrem no fluxo sangüíneo. Tonturas, desmaios e
convulsões são sintomas comuns.
Em 1952 foi
construído um aparelho que enviava choques elétricos
através da parede torácica, provocando a construção
cardíaca. Os inconvenientes desse primeiro marca-passo
eram vários: os choques contraíam também a musculatura
do tórax, trazendo sofrimento ao paciente.
Em 1957
houve um aperfeiçoamento: marca-passo, estrutura
semelhante a uma pequena caixa que contém um gerador de
corrente elétrica partem um ou dois fios que terminam em
uma ou duas pequenas placas, os eletrodos, ligados na
parede do coração. O aparelho é regulado para promover
estímulos cardíacos na razão de 70 batimentos por
minuto. Com a descarga elétrica, o coração se contrai
como numa pulsação comum.
posição
corpórea do marca-passo
Técnicas -
hoje em dia existem várias técnicas de implantação para
os diferentes tipos de marca-passo. Uma delas consiste
em abrir o tórax e pôr o coração a descoberto. Os dois
eletrodos são suturados na superfície do ventrículo
esquerdo. Os fios ligados aos eletrodos chegam, através
de um túnel que se abre no tecido subcutâneo, até a
caixa geradora, a qual se implanta, geralmente, na
parede do abdome. Ouro tipo é o marca-passo
endocavitário ou endovenoso, cuja implantação evita a
abertura do tórax. Colocado, por exemplo, abaixo da
clavícula, dele parte uma sonda. Esta, por via venosa,
chega ao ventrículo direito do coração, onde entra em
contato com o eletrodo.Existe, ainda, um tipo em que um
dos eletrodos fica sob a pele, enquanto o outro em forma
de agulha é espetado no coração. Os eletrodos permanecem
desligados e, se necessário, são ligados a uma bateria
que fornece energia.
Trata-se de
uma modalidade provisória, geralmente utilizada em caso
de urgência. Às vezes, o marca-passo é instalado de tal
modo que fica ''desligado''. Se o ritmo cardíaco cair
abaixo do normal, o aparelho funcionará automaticamente.
Nos Estados
Unidos, o marca-passo mantém vivos mais de 50 mil
pacientes, garantindo o funcionamento de seus corações à
base de pequenas baterias de mercúrio.
A maioria
desses pacientes leva vida praticamente normal, não
necessitando de mediações suplementares. O único cuidado
é um controle do estado ''elétrico'' e funcional do
aparelho. Assim, as baterias devem ser recarregadas
periodicamente (de 2 em 2 anos). O aparelho em geral
permanece inalterado por três anos, mas às vezes chega a
cinco, quando deve ser substituído.
Fonte:
www.consulteme.com.br
marcapasso
"Um implante de marcapasso é um procedimento no qual o
médico realiza uma cirurgia, através da qual um aparelho
que controla os batimentos do coração, chamado
marcapasso, é implantado debaixo da pele e conectado ao
seu coração através de um ou mais fios, chamados
eletrodos."
Quando um
marcapasso é usado?
Este procedimento é freqüentemente indicado quando o
número de batimentos cardíacos (freqüência cardíaca)
está muito baixo. Como resultado da freqüência anormal,
o coração bombeia menos sangue e causa sintomas tais
como fadiga, falta de ar, ou desmaio.
Qual o
preparo para um implante de marcapasso?
O paciente deve planejar antecipadamente como será a sua
vida e atividades durante o período de recuperação da
operação, reservando tempo para repousar. As tarefas e
obrigações do dia a dia deverão ser delegadas a outras
pessoas, ou simplesmente adiadas.
As
instruções e orientações pré-operatórias dadas pela
equipe médica devem ser observadas, incluindo tempo de
jejum e preparo da pele local. Alguns serviços
recomendam o prévio preparo da pele no local da incisão
cirúrgica com o uso de solução de PVPI.
Como é o
procedimento?
Uma enfermeira lavará o tórax do paciente com solução
anti-séptica. Na maioria das vezes, a anestesia é local.
Em crianças e em outras condições especiais usa-se
anestesia geral. O anestésico local é normalmente
combinado com sedativos leves, aliviando a dor do
paciente durante a operação. Caso o paciente sinta dor,
desconforto, ou incômodo durante o procedimento, deverá
comunicar imediatamente ao médico cirurgião.
O cirurgião
faz uma incisão na pele na porção superior do tórax e
separará os tecidos para criar um lugar para colocar o
gerador (bateria) do marcapasso. O sistema de marcapasso
artificial consiste em um ou dois eletrodos e uma
unidade de bateria. Os eletrodos (fios) são inseridos em
uma veia localizada abaixo da clavícula. Com a ajuda de
imagens de radioscopia vistas em tempo real em um
monitor, o médico os coloca em seu átrio direito e
ventrículo direito. As pontas dos eletrodos estabelecem
contato com o músculo cardíaco, e transmitem o impulso
elétrico que estimula as batidas do coração. As outras
extremidades dos eletrodos são conectadas à unidade de
marcapasso (chamado de "gerador") que contém baterias e
circuitos eletrônicos. O médico coloca esta unidade
debaixo da pele, na parte superior do tórax.
O que
acontece depois do procedimento?
O paciente pode ficar no hospital de 1 a 3 dias após a
cirurgia, na dependência de cada caso. O repouso no
leito com monitorização dos batimentos cardíacos é feito
pelo menos por 12 a 24 horas após o implante.
Antes da
alta hospitalar, é feita uma análise computadorizada do
sistema de marcapasso, para se obter um ponto basal após
o implante. São feitas recomendações quanto aos cuidados
e quanto ao controle clínico e do marcapasso no
pós-operatório. O paciente poderá ser ensinado a
utilizar um sistema de transmissão trans-telefônica dos
dados do marcapasso.
O médico
pode explicar como o fato de portar um marcapasso poder
afetar o estilo de vida do paciente; são dadas outras
informações gerais sobre os cuidados e acerca dos
controles futuros e de qual será a duração estimada do
marcapasso.
Geradores de
marcapasso tem, de modo geral, uma duração estimada em 6
a 8 anos, podendo este tempo ser aumentado com a
reprogramação do sistema no pós-operatório
Quais são os
riscos associados ao procedimento do implante do
marcapasso?
- Anestesia: a anestesia geral, em principio, tem mais
riscos do que a anestesia local.
- A anestesia local pode não ser suficiente para retirar
toda a sensação de dor no local do implante, levando a
incômodo e desconforto
- O eletrodo pode perfurar um dos pulmões, a veia por
onde ele é introduzido, ou a cavidade do coração
- Como qualquer dispositivo elétrico ou mecânico, o
marcapasso pode precisar de uma substituição se deixar
de funcionar corretamente.
- O fio do marcapasso (eletrodo) pode vir a se fraturar,
havendo possivelmente necessidade de sua substituição
- O marcapasso é implantado geralmente porque o ritmo do
coração é anormal. Isto pode estar associado com outros
problemas cardíacos, que podem piorar apesar da correção
do ritmo.
- Existem riscos de infecção e também de sangramento.
Se você vai
se submeter a um implante de marcapasso, pergunte a seu
médico se estes ou outros riscos se aplicam a você.
Fonte:
boasaude.uol.com.br
O coração é
um músculo cuja principal função é trabalhar como uma
bomba, impulsionando o sangue para frente.
A função de bomba é exercida através da contração do
músculo cardíaco. Como todo músculo do nosso organismo,
o coração para se contrair (jogar o sangue pra frente),
necessita de um estímulo elétrico, esse estímulo ocorre
em média de 60 (repouso) a 120 (exercício) vezes por
minuto, produzindo as contrações cardíacas (pulso).
Indivíduos que apresentam alterações neste sistema
elétrico do coração, são os que tem possibilidade de
virem a precisar de marcapasso cardíaco ou desfibrilador.
O sistema elétrico do coração é formado pelo nó sinusal
que se localiza na parede superior do átrio direito e é
o local onde o estímulo elétrico nasce, é criado.
RESUMO: A
estimulação cardíaca artificial que utiliza o marcapasso
cardíaco definitivo é uma das alternativas para o
tratamento das arritmias. Entretanto, o uso do
marcapasso tem provocado reações singulares e alterações
nos hábitos de vida dos portadores, o que,
indiretamente, pode afetar sua qualidade de vida. Este
estudo teve por objetivo verificar como o paciente
portador de marcapasso cardíaco definitivo avalia sua
qualidade de vida antes e após o implante do marcapasso.
Foram entrevistados 80 pacientes imediatamente antes e
após quatro meses de implante. Para avaliação da
qualidade de vida, utilizou-se o Índice de Qualidade de
Vida (IQV) de Ferrans e Powers: versão cardíaca (1992),
que foi traduzido e adaptado para portadores de
marcapasso. A maioria dos pacientes era do sexo
masculino (65,0%), maior que 61 anos (52,5%) e referiu
como principais sintomas falta de ar (62,5%), cansaço
(51,3%), tontura (45,0%), precordialgia (42,5%) e dor ou
edema nas pernas (41,3%). Os demais sintomas referidos
no pré-implante foram palpitação (26,3%), fraqueza
(26,3%), síncope / desmaio (21,3%), turgor jugular
(5,0%), inapetência / insônia (5,0%), hipertensão /
nervosismo / suor frio (5,0%), cefaléia (3,8%). Todos os
sintomas regrediram significantemente após o implante,
exceto o turgor jugular. Dentre as atividades que
deixaram de fazer pós-implante, 25,0% deixaram de pegar
peso e 23,3% de trabalhar. O uso de eletrodomésticos foi
mantido por 60,0% dos pacientes, 25,0% deixaram de usar
ferro elétrico, 13,4% não usam mais chuveiro elétrico e
10,0% não usam mais telefone celular nem ligam a
televisão. Os incômodos referidos por serem portadores
de marcapasso foram atrapalhar o sono, interferir no
trabalho, gerar medo, dor no sítio do gerador e
interferência das pessoas na própria vida. As variáveis
que mais influenciaram na mudança da qualidade de vida
foram as dos Domínios "Saúde e Funcionamento" e
"Psicológico / Espiritual" do IQV. Conclui-se que existe
diferença entre a qualidade de vida antes e após o
implante de marcapasso cardíaco definitivo, sendo maior,
o Índice de Qualidade de Vida após o implante (14,88
versus 17,43).
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