Legião urbana
(Apresentação,
Informações e Considerações Gerais)
A História
de uma Banda
Este site,
mostra basicamente a história e trabalhos de uma banda,
que sempre, formada por tręs integrantes, faz de uma
simples combinaçăo de letras e melodias, um sucesso
total. Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá,
săo os principais ídolos que săo responsáveis de tal
sucesso. Os dados deste livro foram extraído basicamente
pelo texto escrito por Hermano Vianna em setembro de 95
e por pesquisas e depoimentos da própria banda. Estăo
presentes também as letras de todas as músicas gravadas
pela banda, nos oito discos, além do especial Músicas
para Acampamento e os solos de Renato Russo. Seu grande
talento em vida escritas humildemente neste livro,
mostram que não há morte que separe o ídolo de seus fâs
e da magia que sua obra pode manter.
Legião
Urbana
Por Enquanto- 1984/1995
Para a
história da Legião Urbana no Começo, bem no começo, está
o punk. Como nenhum começo é absoluto (o que existia
antes do começo?), esse punk é um princípio, digamos
assim, arbitrário. Outros começos poderiam ser válidos:
não seria absurdo citar as Sun Sessions de Elvis ou os
gritos de Love Me Do dos Beatles como pontos de partida
“alternativos”. Mas foi o do-it-yourself, que está na
base estética/política do punk, que motivou o
aparecimento de um “movimento” de Rock em Brasília no
final dos anos 70, do qual saiu a Legião Urbana.
Ser punk em
Brasília não era Exatamente um ato de rebeldia.
Impossível ser apenas rebelde quando conhece, de cor e
salteado (como os punks brasilienses conheciam), a
história dos Sex Pistols. A rebeldia já tinha sido
desmistificada como mais uma estratégia de marketing
necessária para o bom funcionamento da Indústria
Cultural. Malcolm McLaren apenas tornou evidentes os
mecanismos de produção de ídolos rebeldes. Depois dos
Sex Pistols, a rebeldia sem causa não deveria ter nenhum
futuro. O que restava era desilusão, e a possibilidade
de tirar proveito de uma sociedade que precisa de ilusão
(incluindo ídolos rebeldes) para sobreviver.
O “no Future” dos punks acabou se mostrando cheio de
conseqüências e de diferentes futuros. A cena pop
internacional passou a funcionar na base de estilhaços
de novos “movimentos” (muitos deles, seguindo o exemplo
da turma dos SexPistols, apenas produtos de releituras
ou revivals de momentos anteriores da história do rock),
todos com direito aos seus 15 minutos de fama e hits. No
primeiro dia de 1985, data em que a Legião Urbana lançou
seu primeiro disco, o punk já era uma lembrança remota,
a new wave já havia se tornado um passado comprometedor,
Ian Curtis já tinha se suicidado há quase 5 anos e o
hardcore já se cansava da tentativa desesperada de levar
a rebeldia do punk a sério. A música da Legião Urbana só
podia refletir esse fragmentado estado criativo, onde
não existe mais qualquer cartilha a ser seguida e onde
toda nova banda está condenada a reinventar, seguindo o
exemplo dos Sex Pistols, sua própria história do pop.
1º disco:
Legião Urbana 1
Será, a primeira canção do primeiro disco da Legião
Urbana começa com os seguintes versos: “Tire suas mãos
de mim / Eu não pertenço a você”. Parecia uma declaração
de princípios punks, autoritária e arrogante, onde o
grito de independência pressupõe o corte de todos os
laços (afetivos, de qualquer tipo de pertencimento) com
o mundo ao redor e com as pessoas que vivem nesse mundo.
Mas Será não é, nem de longe, uma reedição irônica da
ironia de Sub-Mission dos Sex Pistols. Será é o início
do diálogo (com um “você” ambíguo, em constante
metamorfose, que reaparecerá em inúmeras outras músicas
da Legião Urbana) e a primeira tentativa de construção
de um outro mundo regido por princípios éticos
pós-punks, que levem em conta (e ao extremo) a ausência
de futuro e a descrença radical no que passou.
Será é antes de tudo uma canção romântica (não foi por
acaso que também faz sucesso na voz de Simone e no ritmo
melodramático do pagode-suingue), tão romântica quanto a
escrita do mais desesperado poeta romântico alemão, que
também vivia o fim de um mundo. O sentimento
predominante em Será, e nas demais faixas do primeiro
disco da Legião Urbana, não é a revolta, mas sim o
desamparo (“Quem é que vai nos proteger?”) e a
necessidade urgente de criação de uma nova comunidade,
sem depender de ninguém, já que ninguém nos protege.
Essa proposta (assim mesmo desesperada e desamparada)
utópica da Legião já foi interpretada/acusada de
messianismo. Pode ser o caso, mas trata-se certamente de
um messianismo paradoxal ou radical (mesmo em seus
momentos mais cristãos), um messianismo que não
transmite a “boa palavra”, mas sim o eterno retorno do
“no future” como a nova ética, uma ética sempre
descrente de seus princípios, da possibilidade de
melhorar o mundo, ou da existência de alguma solução
para qualquer problema.
Solução? Em Teorema a própria idéia de solução é
colocada em suspenso: “Não sabemos se isso é problema /
Ou se é a solução”. Tudo é (repito: por princípio)
motivo para dúvida: “Se eu soubesse lhe dizer qual é a
sua tribo / Também saberia qual é a minha” (Petróleo do
Futuro); “Vivemos num planeta perdido como nós / Quem
sabe ainda estamos a salvo” (Perdidos no Espaço); “Qual
é a diferença?” (Baader-Meinhof Blues); “Quem é o
inimigo?” (Soldados); “Eu não sei mais o que / Eu sinto
por você” (Ainda é Cedo).
O estar perdido (em qualquer espaço, e não apenas no
Brasil), à deriva, também se reflete numa errância por
vários estilos musicais pós-punk. Legião Urbana 1 é
quase um álbum colcha-de-ratalhos onde convivem vários
ecos da fragmentação pós-punk. A dança lembra o
funk-punk do Gang of Four, Ainda é Cedo tem a melancolia
do Joy Division e do primeiro U2. A Legião gravou até um
reggae e um “punk-básico” (mesmo na letra) como Geração
Coca-Cola (composição do tempo do Aborto Elétrico,
primeiro grupo “punk” de Brasília, primeiro grupo
musical de Renato Russo). Não era possível perceber, a
partir desse disco de estréia, quais seriam os próximos
passos musicais da banda.
Muitos pontos de vista musicais convivem em cada faixa.
Muitas vozes conflitantes cantam cada letra. A Legião
Urbana inaugura nesse disco todos os procedimentos
poéticos que serão desenvolvidos nos próximos
lançamentos. Muitas vezes quem canta é uma personagem,
que pode citar (veja as letras impressas no encarte dos
discos e conte o número de aspas e travessões) outras
personagens. Outras vezes são contadas histórias (vide o
Reggae ) sem que se saiba quem está no comendo da
narrativa. Não existe futuro para quem não acredita em
futuro.
Mas nada disso fica totalmente claro. Até porque a
última canção desse disco coloca tudo, mais uma vez, em
suspenso, tudo parece provisório, tudo parece estar aqui
apenas Por Enquanto. Não é só pela predominância dos
sintetizadores (e não das guitarras elétricas, como nas
outras músicas) que Por Enquanto é, de certa forma,
desconcertante. O disco termina com uma declaração no
mínimo inesperada: “estamos indo de volta p’ra casa”.
Algo aconteceu entre “tire as suas mãos de mim” e o
“estamos indo de volta p’ra casa”. Então existe uma
casa, um local de repouso, uma utopia tranqüila? Que
casa é essa, onde ela fica, quem sabe onde ela fica,
quem está indo de volta? Esta casa é o “nosso” futuro?
Respostas nos próximos discos? Haverá discos se
encontrarmos essa casa?
Será
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Tom: C
Intr.: ( C F G )
C G
Tire suas mãos de mim,
Am F C
Eu não pertenço a você
G
Não é me dominando assim
Am F
Que você vai me entender
C G
Eu posso estar sozinho
Am F
Mas, eu sei muito bem
Am
Aonde estou
Você pode
até duvidar
F G
Acho que isso não é
C F C F C F C F
amor
G Dm
Será só imaginação
G Dm
Será que nada vai acontecer
G Dm
Será que é tudo isso em vão
G Dm
Será que vamos conseguir
Am
vencer?
F G C F C F C F C
Ô ô ô ô ô ô
C G
Nos perderemos entre monstros
Am F
Da nossa própria criação
C G
Serão noites inteiras
Am F
Talvez por medo da escuridão
C G
Ficaremos acordados
A Dança
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: E7
E7
Não sei o que é direito
Só vejo preconceito
C
E a sua roupa nova
é só uma roupa nova
E7
Você não tem idéias
Pra acompanhar a moda
C
Tratando as meninas
Como se fossem lixo
E7
Ou então espécie rara
Só a você pertence
C
Ou então espécie rara
Que você não respeita
E7
Ou então espécie rara
Que é só um objeto
C
Pra usar e jogar fora
Depois de ter prazer
C7
Você é tão moderno
Am
Se acha tão moderno
Bm Cm
Mas é igual a seus pais
G
é só questão de idade
F
Passando dessa fase
D
Tanto fez e tanto faz
E7
Você com as suas drogas
E as suas teorias
C
E a sua rebeldia
E a sua solidão
E7
Vive com seus excessos
Mas não tem mais dinheiro
C
Pra comprar outra fuga
Sair de casa então
Petróleo do Futuro
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Tom: G
Intr: G F
G F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
o que eu sonhei ontem à noite
C F
Você ia querer me dizer tudo
E
sobre o seu sonhoo também.
G
E o que é que eu tenho a ver com isso?
F G
Ah, se eu sobesse lhe dizer
D
o que eu vi ontem à noite
C F
Você ia querer ver mas não
E
ia acreditar.
G
E o que é que eu tenho a ver com isso?
C D G
Filósofos suicidas
C D G
Agricultores famintos
F D
Desaparecendo
Bb C
Embaixo dos arquivos
G F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
qual é a sua tribo
C F
Também saberia qual é a minha
E
Mas você também não sabe
G
E o que é que eu tenho a ver
com isso?
F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
O que fazer p'rá todo mundo
C
ficar junto
F
Todo mundo já estava há muito
E
tempo
Ainda é Cedo
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: (Dm C
Am)
Dm C
Uma menina me ensinou
Am
Quase tudo que eu sei
Dm
Era quase escravidão
C Am
Mas ela me tratava como um rei
Dm C
Ela fazia muitos planos
Am
Eu só queria estar ali
Dm
Sempre ao lado dela
C Am
Eu não tinha onde ir
Dm C Am
E eu dizia: Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo
Dm C
Sei que ela terminou
Am
O que eu não comecei
Dm C
E o que ela descobriu
Am
Eu aprendi também, eu sei
Dm
Ela me falou: - Você tem medo
C Am
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Dm
Falamos o que não devia
C Am
Nunca ser dito por ninguém
Dm
ela me disse: - Eu não sei
Am
Mais o que eu sinto por você
Dm C Am
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê
Dm C Am
E eu dizia: Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo
Perdidos no
Espaço
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: (Em
Bm Am)
Em B
Escrevi pra você e você não respondeu
A
Também não respondi quando você me escreveu
Em B
Anotei seu telefone num pedaço de papel
A
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel
Em B A D C F E
Esqueci seu sobrenome, mas me lembro de você
A D C#m F#
E a rotina crescia como planta
D C#m F#
E engulia metade do caminho
D C#m F#
E a mudança levou tempo por ser tão veloz
D C#m Bm
Enquanto estávamos a salvo
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Em B
Escrevi pra você e você não respondeu
A
Também não respondi quando você me escreveu
Em B
Anotei seu telefone num pedaço de papel
A
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel
Em B A D C F E
Esqueci seu sobrenome, mas me lembro de você
A D C#m F#
E era como se jogássemos Space Invaders
D C#m F#
Perdendo mais dinheiro de muitas maneiras
D C#m F#
Vivendo num planeta perdido como nós
D C#m Bm
Quem sabe ainda estamos a salvo?
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Geração
Coca-Cola
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: (B D A B D A)
B
Quando nascemos fomos programados
D A B
A receber o que vocês nos empurravam
D A
Com os enlatados dos U.S.A. de 9 ...s 6
B
Desde pequenos nós comemos lixo
D A
Comercial e industrial
B
Mas agora chegou nossa vez
D A
Vamos cuspir de novo o lixo em cima de vocês
B A G
Somos os filhos da revolução
B G
Somos burgueses sem religião
B A G
Somos o futuro da nação
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
A D B A D B G A
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
B
Depois de vinte anos na escola
D A
Não é difícil aprender
B
Todas as manhas de seu jogo sujo
D A
Não é assim que tem que ser?
B
Vamos fazer nosso dever de casa
D A
E aí então, vocês vão ver
B
Suas crianças derrubando reis
D A
Fazer comédia no cinema com as suas leis
B A G
Somos os filhos da revolução
B G
Somos burgueses sem religião
B A G
Somos o futuro da nação
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
A D B A D B G A
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
B
Depois de vinte anos na escola
O Reggae
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Tom: Am
Intr.: Am Dm7 Em7
Am
Ainda me lembro aos três anos de idade
Dm Em7
O meu primeiro contato com as grades
Am
O meu primeiro dia na escola
Dm7 Em7
Como eu senti vontade de ir embora
Am
Fazia tudo que eles quisessem
Dm7 Em7
Acreditava em tudo que eles me dissessem
Am
Me perdiram pra ter paciência
Dm7
Falhei
Em7
Então gritaram: - Cresça e apareça
F
Cresci a apareci e não vi nada
B
Aprendi o que era certo com a pessoa errada
E
Assistia o jornal da TV
Am
E aprendi a roubar pra vencer
F
Nada era como eu imaginava
B
Nem as pessoas que eu tanto amava
E
Mas, e daí, se é mesmo assim
Vou ver se tiro o melhor p'ra mim
(Am Dm7 Em7) (F B E Am F B E)
Am
Me ajuda se eu quiser
Me faz o que eu pedir
Dm7
Não faz o que eu fizer
Em7
Mas não me deixe aqui
Am
Ninguém me perguntou se eu estava pronto
Dm7 Em7
E eu fiquei completamente tonto
Am
Procuranto descobrir a verdade
Dm7 Em7
Nos meios das mentiras da cidade
Am
Tentava ver o que existia de errado
Baader-Meinhof Blues
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: (F#m
D E)
F#m D
A violência é tão fascinante
E
E nossas vidas são tão normais
F#m D
E você passa dia e noite e sempre vê
E
Apartamentos acesos
D# B C#m
Tudo parece ser tão real
F#m D E
Mas você viu esse filme também
F#m D E
Andando nas ruas
F#m D E
Pensei que podia ouvir
D# B C#m
Alguém me chamando
F#m D E
Dizendo meu nome
B A
Já estou cheio de me sentir vazio
B A
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
B A
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
B A (E)
Afinal, amar o proximo é tão demodê
(A E) F#m D E
O o o
F#m D E
Essa justiça desafinada
F#m D E
é tão humana e tão errada
D# B C#m
Nós assistimos televisão também
F#m D E
Qual é a diferença?
F#m D E
Não estatize meus sentimentos
F#m D
P'rá seu governo,
E D# B C#m
O meu estado é independente
B A
Já estou cheio de me sentir vazio
B A
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
B A
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
B A E (A E)
Afinal, amar o proximo é tão demodê
Soldados
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: (Cm Bb)
Cm
Nossas meninas estão longe daqui
Bb
Não temos com quem chorar e nem pra onde ir
Cm
Se lembra quando era só brincadeira
Bb Cm Bb Cm Bb
Fingir de ser soldado a tarde inteira?
Cm
Mas agora a coragem que temos no coração
Bb
Parece medo da morte mas não era então.
Cm
Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto
Bb
Tenho medo e eu sei porquê:
(Cm Bb)
Estamos esperando
Cm
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Bb
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Cm
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Cm Bb
Nos defendemos tanto tanto sem saber
Cm Bb Cm Bb (Ab B Bb) (Cm Bb)
Porque lutar
Cm
Nossas meninas estão longe daqui
Bb
E de repente eu vi você cair
Cm
Não sei armar o que eu senti
Bb
Não sei dizer que vi você ali
Cm
Quem vai saber o que você sentiu?
Bb
Quem vai saber o que você pensou?
Cm
Quem vai dizer agora o que eu não fiz
Bb
Com explicar pra você o que eu quis
Cm Bb
Somos soldados
Cm Bb
Pedimos esmola
Teorema
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: A
A
Não vá embora
D
Fique um pouco mais
G
Ninguém sabe fazer
D
O que você me faz
Bm E
Parece energia mas é só distorção
F# D Bm E F#
E não sabemos se isso é problema
D F# A
Ou se é a solução
A
Não tenha medo
D
N...o preste atenção
G
Não dê conselhos
D
Não peça permissão
A D G
é só você quem deve decidir o que fazer
D
Pra tentar ser feliz
Bm E
Parece energia mas é só distorção
F# D E Bm F#
E parece que sempre termina
D E A
Mas não tem fim
A
Não vá embora
D
Fique um pouco mais
G
Ninguém sabe fazer
D
O que você me faz
Bm E
Parece um teorema sem ter demonstração
F# D E Bm F#
E parece que sempre termina
D E A
Mas não tem fim
Por Enquanto
(Renato Russo / Dado Villa-Lobos / Marcelo Bonfá)
Intr.: D D7+
G F#m G Em G A7
Bm F#m G D Bm F#m G
Em A7/4 A7
D D7+ G F#m
Mudaram as estaçóes e nada mudou
G Em
Mas, eu sei que alguma coisa aconteceu
G A7
Está tudo assim tão diferente
Bm F#m G D
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Bm F#m
Que tudo era p'rá sempre
G F#m
Sem saber
G Em
Que o p'rá sempre sempre acaba?
D A/C# G D/F#
Mas, nada vai conseguir mudar o que ficou
G
Quando penso em alguém
Em
Só penso em você
G A7 A#o
E aí ent...o estamos bem
Bm F#m G D
Mesmo com tantos motivos p'rá deixar tudo como está
Bm F#m
E nem desistir, nem tentar
G
Agora tanto faz
A7 D
Estamos indo de volta p'rá casa
2º disco:
Dois
Dois, o
segundo disco da Legião Urbana, lançado em julho de
1986, não traz respostas óbvias. E as perguntas são
complexificadas. O disco começa com colagem sonora onde
se escuta, em meio a outros ruídos e outras músicas, o
seguinte trecho de Será: “Brigar p’ra quê / Se é sem
querer”. Mas parece que alguma coisa mudou, que as
perguntas (e talvez a ausência de respostas e de um
local de repouso no final da errância) não incomodam
tamto, que foi descoberta uma maneira de se viver-
pacificamente com a perplexidade: “Ainda estou confuso /
Só que agora é diferente / Estou tão tranquilo / E tão
contente” (Quase sem Querer). Parece que foi encontrado
um antídoto contra a maldade e o erro, quase como se a
resposta procurada fosse a resignação: “Nada mais vai me
ferir / É que eu já me acostumei / Com a estrada errada
que segui / E com a minha própria lei” (Andrea Doria).
Mas a resignação não é tudo. Em Dois torna-se mais clara
uma outra faceta inesperada, principalmente levando-se
em consideração sua origem punk, da Legião: uma
“vontade” de religião e piedade. Em Baader-Meinhof
Blues, do primeiro disco, já aparece um vestígio de
sentimento cristão: critica-se uma sociedade para a qual
“amar ao próximo é tão demodé”. Mas em Dois o que estava
submerso em metáforas e ironias vem à tona: sua primeira
faixa, logo a mais “explicitamente” sexual, tem um
título bíblico: Daniel na Cova dos Leões. Em Fábrica,
logo a mais punk (colocando-se de lado a indignação de
Metrópole), a legião canta: “Nosso dia vai chegar” e
“Quero justiça”.
O canto não deve ser tomado ao pé da letra. A Legião
Urbana canta, mas o que é cantado não expressa
necessariamente o pensamento da Legião Urbana. O eu de
cada canção sempre pode ser confundido com o pensamento
da Legião Urbana. Em Fábrica, pode estar cantando um
operário. Acrilic On Canvas é um diálogo entre duas (ou
mais ?) pessoas que não sabemos quem são. Eduardo e
Mônica, composição mais antiga, é a narrativa de uma
história com começo, meio e fim. O ouvinte fica sem
saber da opinião do cantor sobre aquilo que canta. Nada
é obviamente partidário ou panfletário.
Em “Indios”, assim mesmo com aspas, a música que encerra
esse disco, quem canta é um “Índio” que se dirige a um
“vocês” genérico, que somos nós (incluindo os próprios
componentes da Legião), “civilizados” brasileiros. Quem
canta ocupa o lugar do outsider, daquele que vem de fora
para fazer ver. O outsider não é dono da verdade (como
diz outra canção de Dois: “Não há mentiras nem verdades
aqui / Só há música urbana”), apenas acrescenta outros
pontos de vista, outras verdades e mentiras no meio das
verdades e mentiras já existentes, mais ou menos
oficiais. Em “Indios”, a voz muda a cada estrofe, é como
se uma multidão estivesse cantando. (Já comparam a
Legião Urbana a Joy Dvision, Smiths ou Van Morrison. Não
sei por que ninguém nunca pensou em David Bowie. Não é
preciso Mudar de corte de cabelo a cada ano para ser um
camaleão.)
Dois começa a definir também uma sonoridade (com os
timbres de guitarra preferidos de Dado Villa-Lobos e
sutileza rítmica de Marcelo Bonfá à frente) e uma
assinatura melódica da Legião Urbana. A música é mais
imediatamente pop, mas não facilmente assobiável. As
letras parecem, muitas vezes, estar em conflito com a
melodia, como de brincassem com o limite da métrica e se
tornassem parte da canção por obra de um milagre. E
algumas melodias são realmente milagrosas. Escute Tempo
Perdido. Essa canção soa nova quase dez anos depois de
gravada. É um dos momentos mais lindamente melancólicos
da história da música pop, ocupando algum lugar entre
Perfect Day, do Lou Reed, I Never Asked To Be Your
Mountain, do Tim Buckley, e Ribbon in the Sky, do Stivie
Wonder. Repare na parte da letra que diz: “Nem foi o
tempo perdido / Somos tão jovens”. A juventude (nossa -
não importa nossa idade - e da Legião Urbana) passou.
Mas ainda de pode cantar: “Temos nosso próprio tempo”.
Detalhe: Dois é o disco mais vendido da Legião Urbana.
Vendeu mais de 915 mil cópias.
3º Disco
Que País é Este
Foi em busca
de seu próprio tempo, um tempo antes de Tempo Perdido,
que a Legião Urbana lan-çou Que País é Este - 1978/1987,
em novembro de 1987. O disco reúne canções de épocas
diferentes, várias delas em fitas piratas entre os fãs
legionários. Tem de tudo: até um arremedo psicodélico de
Ska ( Depois do Começo) e declarações de amor/ódio para
Brasília. É interessante ouvir as composições do Aborto
Elétrico depois de Tempo Perdido ou “Índios”. No começo
punk predominavam letras na primeira pessoa. Com o
passar to tempo, o eu foi dando lugar ao você. A ironia
foi dando lugar a algo parecido com a sinceridade. A
irritabilidade foi se transformando em tranqüilidade. A
negação de tudo cedeu lugar à afirmação trágica do
mundo. E o “no future” passou a ter um outro sentido, um
sentido que já tinha sido cantado em 1971 pelos MC5, num
disco precursor do punk: “the future is now”.
E se o futuro é agora, deve-se reconhecer que este já é
um admirável mundo novo. Um mundo que pode fazer de
Faroeste Caboclo, músico de mais de 9 minutos, um dos
maiores sucessos radiofônicos dos anos 80, contra todas
as previsões das cartilhas das gravadoras. Então: que
país (ou que mundo) é este? Ninguém sabe. E a Legião
Urbana se recusa a dar uma resposta. Como diz a letra de
Mais do Mesmo, composição de 1987: “E agora você quer um
retrato do país / Mas queimaram o filme”. Continuamos
perdidos?
Este é um
registro da maior Parte das canções do Legião Urbana
nunca antes lançadas em dis-co, mas já conhecidas
através de apresentações ao vivo e gravações Pirata. São
nove canções, em versão original de estúdio, que hoje
soariam des-locadas, por tudo que já passamos juntos, de
dois anos para cá. Não há mais inocência e vai-se lon-ge
o tempo onde “Que País é Este” era um peri-goso grito de
rebeldia (1978): hoje resta a lem-brança nostálgica de
um tempo que dificilmente vai voltar. Era um tempo onde
Freud e Jung ainda eram discutidos seriamente em mesas
de bar e onde a rota das drogas passava pela Amazônia e
somente de lá para os grandes centros. Não se fa-lava
abertamente como hoje de tantas coisas, coi-sas que toda
criança sabe hoje em dia, nem pelos jornais. Drummont
estava vivo, John Lennon e Sid Vicious também. Nosso
país iria crescer e mudar para melhor e todos
acreditaram. Até aí morreu o neves (trocadilho
imperdoável, mas necessário) e cantar que “temos todo o
tempo do mundo”, porque “somos tão jovens” lembra um
tempo dis-tante, um tempo perdido mesmo. Muito mais
ain-da o inconformismo juvenil, por pura diversão, das
canções do grupo Aborto Elétrico, origem de parte do
repertório inicial da Legião Urbana, isto já quase cinco
anos depois. As letras destas nove canções refletem uma
ingenuidade adolescente mas só por terem sido escritas
há quase nove anos atrás. A temática continua atual, às
vezes até demais. “Nas favelas, no senado, sujeira p’ra
todo lado” é de certa forma adolescente e ingê-nuo mas,
depois de uma letra como “Índios”, que trata do mesmo
assunto, poderia até ser a mesma música, para onde ir?
Há uma diferença de sete anos entre as duas e o que
mudou? Parece até que queremos “vender todas as almas
dos nossos índios num leilão” ainda, do jeito que as
coisas vão.
Que País é Este - Uma das marcas registradas da Legiăo
Urbana junto com “Geraçăo Coca-Cola”, escrita em 1978
para o entăo Aborto Elétrico e, mais tarde, incorporada
definitivamente ao repertório da Legiăo. Com seu ritmo
tribal e seus tręs acordes, foi a música de abertura de
virtualmente todas as apresentaçőes ao vivo da banda,
também por ser ideal para auxiliar na passagem do
equilíbrio do P.A. e do som do palco. Seu refrăo é
simples, direto e eficaz. Nunca foi gravada antes porque
sempre havia esperança de que algo iria realmente mudar
o país, tornando-se a música entăo totalmente obsoleta.
Isto năo aconteceu e ainda é possível se fazer a
pergunta do título, sem erros. Jimmy Page dizia que o
bom do rock é que năo se aprende na escola. Outros
atacam: “para ser roqueiro basta pendurar uma guitarra
no pescoço e sair por aí, fazendo a música mais primária
do mundo.” Oras, mas é este mesmo o es-pírito da coisa!
O ataque continua: “O rock é isso mesmo, um bate-estaca,
a coisa mais elementar que existe, mais primitiva, menos
inventiva que pode acon-tecer. O rock năo é novidade, é
uma imposiçăo, é uma ditadura. É um sistema estético com
a intençăo de embotar a cabeça do jovem. Sim, pois se
vocę fica com aquele bate-estaca o dia inteiro na
cabeça, vocę se esquece da realidade que o cerca, de
coisas realmente importantes.” Dois apartes aqui.
Realmente o rock năo pode ser novidade já que é uma
forma musical que nasceu em 1955, năo tem mais de trinta
anos portanto. Bate-estaca ou năo, juvenil ou năo,
preste atençăo ŕ letra de “Que País é Este”. Năo nos
parece coisa de gente que se esquece da realidade que o
cerca. Comparar o rock com ditadura? Que País é Este?
Quem é Jimmy Page?
Que País é
Este
(Renato Russo)
Conecçăo
Amazônica - Mais bate estaca. E dos Bons. Assim como
"que País é Este" abriu caminho p’ra temas mais tarde
utilizados nas letras do grupo (principalmente do
primeiro LP), "Conexăo Amazônica", de 1980, definiu a
sonoridade característica de grande parte das músicas da
Legiăo Urbana: um ritmo esparso, quase marcial, repetido
como um mantra elétrico sobre o qual é feito uma
variaçăo vocal e instrumental (guitarras e efeitos
diversos). Bate-estaca! Esta continua até hoje proibida
pela censura por causa da temática. Lembrando que
discutir Freud e Jung em mesas de bar acontecia de
verdade naqueles tempos (pelo menos em Brasília) e que o
tema da música está hoje em todos os jornais e, pasmem,
até nas novelas! Gente, até em chamadas no horário
infantil (aquele anúncio do pó). Bem, alimento p'ra
cabeça nunca vai matar a fome de ninguém, mesmo.
Conexão
Amazônica
(Renato Russo / Felipe Lemos)
Tédio (Com Um T Bem Grande P’ra Vocę) - A ter-ceira
música da época em que o Renato Russo tinha o Aborto
Elétrico. Sempre quisemos ter uma música entre
paręnteses. Algo como "(I Can't Get No) Sa-tisfaction".
Faz parte da primeira leva: é de 1979 e totalmente boba.
Gravada em primeiro take é ótima para festas e era uma
espécie de hino dos punks de Brasília daquela época. Os
mais modernos podem cantar Césio com um C, se desejarem.
Só năo foi incluída no primeiro disco porque acharam que
deveriam falar sobre coisas mais sérias. Soldados, por
exemplo. Na verdade, foi mesmo por que o Biquíni Cavadăo
já tinha lançado uma música com o mesmo nome.
Tédio
(Com Um T Bem Grande P’ra Você)
(Renato Russo)
Depois do
Começo - Nosso ska, da época do revival Two-Tone, 1982
ou 83. A letra contém diversas mensagens em código,
ideal para quem gosta de descobrir significados secretos
em letras de música. Cuidado entretanto. Interpretar
estes versos provavelmente dirá mais sobre quem tenta
decifrá-los do que propriamente sobre a música em si. É
conhecida através de uma gravaçăo pirata de um show em
Santos em 1983, que circula também em Brasília e no sul
do país.
Depois do
Começo
(Renato Russo)
Química -
Também gravada em primeiro take, está aqui em uma versăo
diferente da que foi incluída nas cópias cassete do
segundo LP. Grito de guerra dos vestibulandos, escrita
em 1981 para violăo e voz.
Química
(Renato Russo)
Eu Sei -
Duas grandes redes de rádio transmitiram extensivamente
uma gravaçăo pirata das apresentaçőes de fim de ano em
Brasília, na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Quando
é hora do set acústico, qual năo foi a sur-presa ao
terem grande parte do público clamado por "Sexo Verbal,
sexo verbal". Esta cançăo, antes conhecida por "18 e 21"
aqui aparece com seu título definiti-vo. Das nove
cançőes esta talvez seja a que está mais próxima do
espírito do segundo LP. Foi escrita em 1982, depois do
Aborto Elétrico, pouco antes do aparecimento da Legiăo
Urbana. Somente tręs cançőes năo foram incluídas nesta
antologia: "A Cançăo do senhor da Guerra", "O Grande
Inverno da Rússia" por ser experimental demais e "Dado
Viciado", para evitar confusőes com o guitar-rista, que
năo é o personagem citado na cançăo.
Eu Sei
(Renato Russo)
Faroeste Caboclo - Com duraçăo de nove minutos ,
apresentada pela primeira vez no morro da Urca, em 1983.
A música é de 79, anterior a "Eduardo e Mônica",
seguindo a mesma linha: uma estória completa com
per-sonagens, começo, meio e fim. A letra permanece
original, rimas pobres e tudo.
Faroeste
Caboclo
(Renato Russo)
Angra Dos
Reis / Mais do Mesmo - Estas foram feitas logo após a
gravaçăo do “Dois”. As letras săo as mais recentes entre
todas aqui. Este disco junto aos outros dois LP’s
completa o registro da Legiăo Ur-bana em sua atual
formaçăo (já ultrapassada hoje).
Angra dos
Reis
(Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo Bonfá)
4º disco:
As Quatro Estações
As Quatro
Estações, lançado em outubro de 1989, é uma retomada da
trilha musical apontada em Dois. A religiosidade, no
sentido mais amplo dessa palavra, toma conta de todas as
faixas. Há Tempos, a primeira canção, dá o tom para o
resto do disco: “Disciplina é liberdade / Compaixão é
fortaleza / Ter bondade é ter coragem”. A irônica
rebeldia (ou o simulacro de rebeldia) punk cede lugar
para uma dolorosa busca da mais perfeita, agora sim,
sinceridade.
Mas em que basear a sinceridade se ainda continuamos
absolutamente descrentes? A história do rock tem
inúmeros exemplos de súbitas conversões religiosas que
duram dois ou três Lps. A simpatia pelo lado demoníaco
do mundo, que produziu tantos hits, parece sempre tirar
a credibilidade dessas tentativas de se inventar uma
ética piedosa para o pop. O encarte de As Quatro
Estações mostra quais são as fontes da religiosidade
perseguida pela Legião Urbana: a Doutrina de Buda; o Tao
Te King; a Bíblia; Camões (que, segundo Caetano Veloso,
pode ser lido com o I Ching). Essas fontes não são
usadas como doutrinas, ou como solução para os males do
mundo. A religiosidade aqui não é fundamento, não é
conforto, mas sim um enfrentamento direto com o nada,
com o vazio do Nirvana, com o aprendizado do amor do
vazio.
Tudo ainda parte da melancolia: “Há tempos o encanto
está ausente”; “Até bem pouco tempo atrás / Poderíamos
mudar o mundo”; “Meu coração é tão tosco / E tão pobre,
não sabe ainda / Os caminhos do mundo”. A conquista da
ética, da tranqüilidade e do amor é feita não com a
derrota do mal, mas apesar do mal, como numa profissão
de fé desesperada. Determina-se: “De hoje em diante, /
Todo dia vai ser o dia mais importante. E revogam-se
todas as disposições em contrário. É tudo uma questão de
vontade: “O Brasil é o país do Futuro / Eu quero tudo
p’ra cima”
Basta querer, basta querer estar do lado do Bem, para
praticar a bondade. As Quatro Estações é um pequeno
tratado sobre a virtude, é um manual de como ser
virtuoso depois do punk, quando já não se acredita em
nada. Tudo é óbvio, como se deve ser numa situação como
essa. A legião Urbana canta a lealdade, a nobreza, o
carinho, a amizade. Mas canta sobretudo o amor, a mais
“encantadora” das virtudes. Pois: “Quando se aprende a
amar / O mundo passa a ser seu”; “Sem amor eu nada seria
/ Só o amor conhece o que é verdade”. Então: a verdade
não pode ser encontrada no mundo, mas ela é produto da
nossa relação amorosa com o mundo, e mesmo com o que
existe de demoníaco e punkno mundo. A ausência de
sentido, a imperfeição do mundo, o “no future” não
impede o amor: “É preciso amar as pessoas / Como se não
houvesse amanhã”.
Mas quem fala? quem canta? Quem diz que as coisas e as
pessoas são assim e que devemos aprender a amá-las? As
Quatro Estações continua, ainda bem, a ser um disco sem
um centro de enunciação, sem o local de onde é dita a
verdade. Pais e Filhos, por exemplo (talvez o maior
sucesso radiofônico desse disco), é a mais polifônica
das canções da Legião Urbana. A cada verso muda quem
está falando. A canção é feita através de cut-ups de
declarações cotidianas das mais improváveis
procedências. No restante do disco, surgem inúmeras
citações: não importa a coerência lógica do que vai
sendo cantado, estrofe após estrofe. O disco termina com
o Agnus Dei, em oração, pedindo paz. A paz pode ser uma
dádiva ilógica.
5º Disco
Legião Urbana V
Para quem esperava a bem-aventurança pacífica, ou a
passagem imediata para paraíso, depois da eterna mudança
de As Quatro Estações, Legião Urbana V deve ter sido uma
surpresa ( à primeira vista, pelo menos) muito estranha.
Ezequiel Neves, no press-release que escreveu para o
disco, comparou esse novo conjunto de canções a um
réquiem. Talvez tenha razão: V - lançado em dezembro de
1991 - é o álbum mais triste, e talvez por isso mesmo o
mais belo, da Legião Urbana. Mas não é um disco sobre a
morte, nem mesmo sobre a perda, é mais uma apologia da
serenidade que se tem quando de descobre a beleza no
barulho da realidade (tanto que, na foto do encarte,
Renato Russo veste uma t-shirt do Jesus and Mary Chain -
e V é o disco menos barulhento da Legião), é - para usar
um lugar-comum - um disco do inevitável amadurecimento.
Tanto que V tem uma música chamada Sereníssima. Não é
certamente o caminho mais fácil, nem o mais seguro, para
a serenidade: “Consegui meu equilíbrio / Cortejando a
insanidade”. Tal equilíbrio só pode ser instável, um
estado onde “o caos segue em frente / Com toda a calma
do mundo”. Mais do que isso: um estado que não tem
nenhum futuro assegurado: “A felicidade mora aqui comigo
/ Até segunda ordem”. A Legião Urbana continua a trilhar
seu caminho sagrado pelo mundo profano do pop. Agora as
imagens são mais guerreiras: o Buda de As Quatro
Estações reaparece, mas como o cruzado alquimista, “sem
sela e espada”, de Metal Contra as Nuvens. Uma faixa
instrumental se chama A Ordem dos Templários. E o disco
abre com uma cantiga amorosa do século XIII.
Estamos de volta à Idade Média, vista mais como uma
idade das trevas do que aquela festa contínua do
Pasolini? Estamos de volta aos anos 70? O encarte diz:
“Bem-vindos aos anos 70”. Mas a introdução de Love Song,
a primeira faixa do disco, poderia ser também a abertura
de um ambient-techno do The Orb. V é um disco obscuro,
hermético e também contemplativo. Mesmo o mais simples,
o mais banal, o mais coloquial, o mais cotidiano (“Vamos
chamar nossos amigos / A gente faz uma feijoada” ou “Os
meus amigos todos / Estão procurando emprego”) adquire
uma “densidade metafísica” (para citar Guimarães Rosa)
incontrolável. A polifinia continua solta. Talvez porque
tudo faça sentido quando colocado lado a lado com
qualquer outra coisa. A idade das Trevas é a idade do
Ouro: “ É, tudo faz sentido”. O que é uma maneira
educada de dizer que nada faz.
Disco V, um
disco problema?
As maiores
críticas negativas voltadas aos discos da Legião urbana,
foram voltadas ao disco V, neste Renato Russo inclui
musicas que são as suas favoritas: Metal Contra as
Nuvens, Teatro dos Vampiros e Vento no Litoral
O caso do
Caderno perdido do Renato Russo e a História do Aborto
Elétrico
Numa tarde
de janeiro de 1991, Renato Russo alugou uma suíte do
Hotel Sheraton, um dos mais caros do Rio de Janeiro, com
vista para o mar e a praia de Ipanema. Ele ainda morava
com a família na suburbana Ilha do Governador e alugar
um quarto de hotel era habitual quando queria ficar
sozinho. Dinheiro não era problema para um grande astro
como Renato Russo.
Ele pegou o telefone e ligou para o escritório de Luís
Fernando Artigas, produtor dos primeiro shows da Legião
Urbana e velho amigo dos tempos de Brasília. "Tô no
Sheraton, bem pra cá", pediu.
Na suíte, Renato coordenava uma festa particular com
muitos estimulantes, num estado de hiperatividade que
Luís Fernando já conhecia. Renato não estava bem de
cebeça e procurava fugir da depressão. Elle descobrira
que era soropositivo.
Tarde e noite adentro Renato falou sem parar, de tudo:
música, política, amor, família. E falou também de um
certo caderno dele que teria ficado com Felipe Felipe
Lemos, o Fê, baterista do Capital Inicial e também velho
amigo de Brasília. Renato queria que Luís Fernando
pedisse a Fê o caderno de volta.
Mas Luís Fernando não ligou para Fê Lemos. Na ressaca do
dia seguinte, ainda abalado pelas outras coisas que
ouvira do amigo, ele esqueceu o pedido de Renato. Fê só
foi saber que Renato queria o caderno 2 anos depois, em
São Paulo, por uma estranha coincidência.
"Foi uma situação esquesita", lembra Fê. "Dei carona pra
um amigo de um amigo de um amigo que disse conhecer o
Renato, com quem eu não falava há um tempo. Pra mim, ele
tinha se tornado inacessível. Aí o cara disse, sem mais
nem menos, que eu tava com um livro que era do Renato.
Levei um susto. Pô, só podia ser o caderno do Aborto
Elétrico!"
Fê foi procurar no fundo de um baú empoeirado que guarda
recortes do início de sua carreira em Brasília e achou o
caderno de letras compostas por Renato Russo para o
Aborto Elétrico entre 1977 e 1981.
Três anos depois, Renato morreu sem ter visto novamente
o caderno do Aborto Elétrico.
SUBINDO A
COLINA
Brasília,
meados de 1978, início do processo de abertura política
que botou fim na ditadura militar. Aos 16 anos, Felipe
Lemos, filho de um professor da Universidade de
Brasília, voltara de uma estadia na Inglaterra com os
pais para morar num conjunto de quatro prédios, com
vista para o Lago Norte, apelidado de Colina. Os
apartamentos eram espaçosos e serviam de residência para
os professores.
Numa noite, uns amigos levaram Fê a uma festa onde a
vitrola tocava músicas do Sex Pistols, Ramones e The
Clash, as mesmas que Fê Lemos ouvia na Inglatera.
Querendo saber quem era o dono dos disco, Fê foi
apresentado a um sujeito estranho, que usava camisa
social e andava segurando uma capanga numa mão e um
guarda-chuva na outra. Era Renato Russo.
"Foi uma afinidade imediata por causa daqueles discos e
ele passou a freqüentar minha casa todo dia", lembra Fê.
Logo Renato estava enturmado na Colina, onde viria a se
formar o núcleo da maioria das bandas de Brasília. No
começo era apenas uma turminha de garotos que gostavam
de punk rock e se reuniam para ouvir música, tomar
porres de vinho Chapinha, fumar baseado e cheirar
benzina de vez em quando. Às vezes, o clima pesava,
Renato e Fê, doupados e entediados, sentaram-se na
escada de serviço de um dos prédios para conversar,
Renato no degrau de cima e Fê no de baixo. De repente,
sem avisos, Renato começou a fazer xixi nas calças.
"Fiquei chocado. Provavelmente era o que ele queria.
Levantei xingando e fui pra casa. Ele ficou lá todo
molhado", conta Fê. Nessa noite, como muitas outras,
Renato voltou para casa a pé, uma caminhada de pelo
menos duas horas na escuridão da madrugada.
Renato ainda não tinha 20 anos. Chocar as pessoas era
uma de suas prioridades.
CLUBE DA
CRIANÇA JUNKIE
Renato Russo
respirava música. Seu quarto era um festival de
colagens, mais de 500. Tinha tanta coisa para ver que
quem entrava ali podia ficar horas de olhos grudados nas
paredes. Havia também uma imensa coleção de discos e
livros e um aparelho de som com quatro caixas, o melhor
da cidade. Era nesse quarto que ele enfrentava o tédio
das tardes de Brasília.
Renato era do tipo aglutinador. Ligava para todos da
turma, marcava os encontros, tinha idéias para
atividades em grupo e quando começava a falar era
difícil pará-lo. Extremamente bem-informado, tinha uma
cultura vasta e adorava planejar o futuro de sua própria
vida. Tinha gente em Brasília que o achava chato. Pelo
menos quando bebia demais e resolvia espalhar seu
execesso de amor nos bares da cidade.
Ainda em 1978, Renato conheceu André Pretorius, qua
andava na cidade vestido de punk e era filho de um
diplomata da África do Sul. Pretorius e Fê haviam
combinado montar uma banda com André Muller, qua estava
morando na Inguaterra. Mas Renato precipitou os
acontecimentos e convidou Fê e Pretorius para formar uma
banda com ele no baixo. Fê na bateria e Pretorius na
guitarra.
"A gente tava na Colina sentado no chão, pensando qual
ia ser o nome da nossa banda. Eu tava com um negócio de
elétrico na cabeça e alguém falou tijolo elétrico. Aí o
André Pretorius falou: não. Aborto Elétrico", recorda
Fê. Segundo ele, a versão de que o nome da banda é por
causa do cacetete elétrico, usado pela polícia de
Brasília em atos de repressão, não é verdadeira.
Renato escreveu "I want to be a junkie" na parede do
quarto, apesar de nunca ter sequer visto as drogas
realmente pesadas. E começou a compor o repertório do
grupo. Estava formada a "mãe" de todas as badas de
Brasília.
PURO PAU
PUNK
Os ensaios
do Aborto Elétrico aconteciam na própria Colina e o
primeiro show foi em 1980, no centro comercial Gilberto
Salomão, num barzinho chamado Só cana. Era um show
instrumental, Renato não cantava. André Pretorius
quebrou a palheta e cortou os dedos nas cordas,
continuando a tocar enquanto o sangue escorria. Foi o
primeiro e úncio show do Aborto Elétrico com Pretorius
na guitarra. Ele foi para a África do Sul servir ao
exército de lá, naquela época dramaticamente envolvido
na manutenção do Apartheid. Quem
estava no Só Cana gostou. Nos colégios de Brasília
começou a correr a notícia de que uns punks maconheiros
tocavam uma música violenta. Os playboys da cidade não
gostaram. Quando as turmas se encontravam, o pau comia.
Para Fê, "a gente tava fazendo algo com nossas vidas,
mexendo no ambiente onde a gente vivia, e isso
despertava curiosidade e inveja". Logo, outros garotos
seguiriam os passos do Aborto Elétrico, formando bandas
e detonando o fenômeno musical do rock de Brasília.
Anos mais tarde, em entrevista à Sonia Maia publicada na
Bizz, Renato disse que o Aborto Elétrico acabou
virtualmente quando "Petrorius foi a África do Sul matar
negros".
Flávio Lemos, irmão de Fê, assumiu o baixo no Aborto
Elétrico e Renato pegou a guitarra. Os ensaios
aconteciam na nova cada de Fê e Flávio no Lago Norte
também marca o começo do fim da turma da Colina, que
passou a ter um novo ponto de encontro. Na nova casa de
Fê, cercada por lindas árvores do cerrado, a turma fazia
camisetas, cartazes e música no intervalo entre os
baseados.
Renato sempre chegava com idéias das letras e os acordes
na guitarra. "Ficava fácil, porque as idéias que ele
trazia floresciam na banda", lembra Fê. "Ele era um puta
baixista também". As músicas, raivosas e radicais,
falavam muito em morte. Renato era um catalisador de
sofrimentos na sua poesia, embora fosse doce e delicado
no convívio diário.
Ainda em 1980, Pretorius voltou para umas férias em
Brasília e participou dos ensaios cruciais para criação
de "Música Urbana", "Que país é Esse?" , "Veraneio
Vascaína", "Conexão Amazônica" e "Baader-Meinhof Blues",
todas as músicas que teriam grande impacto na história
do rock brasileiro.
Em 1985, André Pretorius morreu de overdose nos Estados
Unidos.
ASCENSÃO E
QUEDA
O auge do
Aborto Elétrico aconteceu em 1981. Foram vários shows
com outras novas bandas de Brasília, todas originárias
de alguma forma da turma da Colina: Blitx, Plebe Rude,
formada pelo André Muller, Fusão, 5a Coluna. No meio do
ano, Ico Ouro Preto assumiu a guitarra do Aborto
Elétrico e Renato passou a se ocupar apenas dos vocais.
O cantor, compositor e ex-guitarrista do Aborto
Elétrico, Renato Russo, vivia falando de como seria sua
carreira numa banda de rock.
O grupo estava em plena atividade nas festinhas, nos
colégios e em festas de aniversário. Mas, para ele, era
pouco.
Renato sonhava acordado. Fê Lemos não tinha tanta
urgência em deixar a inocência do amadorismo. "Nas
férias, eu ia pra praia e ele ficava em Brasília, numa
ansiedade muito grande de ver alguma coisa acontecer. Eu
era muito garotão, a fim de curtir, tocar numa banda.
Renato tinha outros planos. Ele desenhou até a capa que
nosso disco ia ter. Era um enforcado num bosque. Acho
que essa diferença de atitude entre nós foi um dos
motivos do fim do Aborto".
O fim do Aborto Elétrico aconteceu em Março de 1982.
Renato disse que o grupo terminou numa briga por causa
da música "Química", um dos primeiros clássicos da
Legião Urbana. Segundo Renato, Fê lhe disse que
"Química" era muito ruim e o acusou de ter perdido o
jeito de fazer música. Renato respondeu que Fê só queria
fica fazendo camiseta e pediu boné.
Fê Lemos concorda que foi esse o momento da ruptura, mas
o clima entre os dois não estava muito bom havia algum
tempo. "Achei 'Química' horrível. Não tinha nada a ver
com que a gente fazia, com que a gente era. Pô, o Renato
era ótimo em química, eu também. Achei que ele tava
forçando a barra. Que bobagem minha! Hoje a música é um
clássico."
Aconteceram outras brigas entre Fê e Renato. Uma delas
foi no dia do primeiro aniversário da morte d John
Lennon, um dos grandes ídolos do Renato. "Fomos fazer um
show numa cidade satélite e o Renato tava super sentido.
Eu fiquei com ciúme. Quando ele errou uma música, atirei
uma baqueta nele e acertei na cabeça. Ele me olhou com
uma cara horrível e sumiu depois do show. Aí saquei o
que eu tinha feito. Fui na casa dele e só faltou me
jogar aos seus pés. Era uma amizade muito forte, tinha
um quê de mágica, porque nos conhecemos através dos
discos de punk".
Renato Russo e Fê Lemos tinham 22 e 20 anos,
respectivamente. Até aquele momento eram os principais
líderes da turma de Brasília, os fundadores do Aborto
Elétrico, a primeira banda punk da cidade, os
aglutinadores do movimento. Mas o fim do Aborto Elétrico
mudou destinos e separou os amigos em bandas diferentes.
"Depois que a gente montou o Capital Inicial e o Renato
formou a Legião Urbana, a coisa não era mais a mesma
entre a gente. Acho que ele se sentiu traído. Ele
esperava mais, até num sentido de amor, e eu não
percebia isso. Ele guardava segredos que eu não
conhecia, apesar de ter convivido com ele por cinco
anos, unha e carne."
Mesmo sem Renato Russo, Fê tentou manter o Aborto
Elétrico. Afinal, eles já tinham uma certa fama no
circuito alternativo de Brasília. Como numa despedida
oficial, Fê chamou Renato para uma última apresentação
com o grupo. Renato foi e o Aborto Elétrico teve sua
derradeira aparição. Seis meses depois Fê foi convidado
para entrar no Capital Inicial. Flavio foi com ele.
Era 1982 e a semente lançada em Brasília pelo Aborto
Elétrico havia gerado muitos frutos em forma de bandas
de punk rock. Com o fim do Aborto Elétrico, Renato Russo
intitulou-se O Trovador Solitário e, com um violão,
tocava abrindo shows de outros grupos locais e
apresentando novas composições, como "Faroeste Cabloco".
Mas Renato não queria seguir sozinho. Ele achava que era
importante ter uma banda no mundo do rock. Nesse mesmo
ano Renato formou a Legião Urbana.
Renato
Russo, a perda
Um dos
grandes poetas do rock nacional, ele morreu em outubro,
deixando obra significativa e órfãos os milhares de fãs
da legião Urbana.
No dia 11 de outubro, o rock brasileiro perdeu um dos
seus maiores poetas, o cantor e compositor do grupo
Legião Urbana, Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo.
Vítima de Aids, ele era soropositivo há seis anos, e de
uma depressão profunda que fez com que o vírus HIV
destruísse suas defesas. Renato deixa uma contribuição
enorme para a história do rock nacional. Suas canções e
poemas estarão para sempre marcados nas gerações dos
anos 80 e 90. Aos 36 anos, Russo andava deprimido há
muito tempo e nas últimas semanas, recusava-se a comer e
a sair do quarto. O roqueiro jamais veio a público
revelar que tinha Aids, mas nunca escondeu que talvez
pudesse ser portador do vírus. Comparado a Sid Vicious,
Ian Curtis e Kurt Cobain, Renato Russo torna-se um mito
do rock brasileiro. O cantor sempre foi um apaixonado
pela música. Começou a estudar piano ainda menino e ao
15 anos montou uma pequena banda com amigos, o Aborto
Elétrico. Eles se apresentavam em bares e como todo
roqueiro da época, em início de carreira, viviam na
marginalidade. Antes de estourar com o Legião, Renato
cursou jornalismo no Ceub(Centro de Ensino Unificado de
Brasilia), onde começou a fazer as primeiras letras do
grupo. Quando conseguiu o emprego de programador de um
rádio FM, conheceu os Paralamas do Sucesso. Iniciou-se
uma grande amizade. A Legião Urbana foi formada em 1978,
quando mudaram o nome da antiga banda. E a formação era:
Renato Russo no vocal e baixo, Marcelo Bonfá na bateria
e Dado Villa-Lobos na guitarra. Mais tarde o baixista
Renato Rocha, o Negreti, se juntaria a eles. Junto com
Plebe Rude e Capital Inicial, vindos de Brasília, a
Legião Urbana entrou para o cenário do rock brasileiro,e
pelas mãos de Herbert Vianna, o grupo foi contratado
pela gravadora Emi-Odeon. O primeiro álbum, Legião
Urbana, veio em 84. Dai saíram os primeiros "hinos",
"Será, Soldados" e "Geração Coca-Cola". O segundo disco
"Legião Urbana 2", lançado em 86, marcou principalmente
pela canção "Eduardo e Mônica". O disco vendeu 1,1
milhão de cópias. Em 1987, sai "Que país é Este", com
sucessos antigos do Aborto Elétrico, "Que País é Este" e
"Química", mas a sensação foi "Faroeste Cabloco", outro
"hino" da geração. Em 1988, um desagradável episódio no
estádio Mané Garrincha, em Brasília: logo no início do
show, um fã subiu ao palco, se agarrou a Renato e foi
brutalmente expulso. O show terminou com 400 feridos e
Renato prometeu que jamais voltaria a tocar em Brasília.
O quarto álbum da banda, e último do baixista Negreti,
"As Quatro Estações", de 89, vendeu 1,1 milhão de
discos, bem mais do que as 750 mil cópias do anterior.
Com citações bíblicas e trechos de Lao Tsé e Buda o
disco emplacou os sucessos "Monte Castelo", "Meninos e
Meninas" e "Há Tempos". E, a propósito de "Meninos e
Meninas",em 90, Renato declararia ser "preferencialmente
homossexual", gostar mais de meninos que de meninas. A
produção do grupo tornou-se mais intensa a partir de
1991. O Legião Urbana V saiu no começo de 91, foi
considerado um disco barra pesada e está entre os que
menos venderam do grupo, 465 mil cópias. Por pressão da
gravadora, no ano seguinte saiu "Música para
Acampamentos", uma coletânia dupla que não deixou a
banda satisfeita com o resultado. Foi o disco do grupo
que menos vendeu, 270 mil cópias. Nessa época, Renato se
internou numa clínica de apoio a drogados e, por um
tempo, abandonou o álcool e a cocaína, seus vícios desde
os 16 anos. Em 93, surgia o primeiro disco-solo, "The
Stonewall Celebration Concert". No ano seguinte, a
Legião lança "O Descobrimento do Brasil"e Renato ainda
teve forças para fazer mais dois discos, o solo
"Equilíbrio Distante" com músicas italianas, cantadas no
idioma original e "A Tempestade ou O Livro dos Dias", o
último da Legião Urbana e o mais revelador do momento
difícil de Renato Russo com a doença. O primeiro sucesso
desse disco, "A Via Láctea" é quase a despedida do
cantor. No dia 23 de outubro, os companheiros de banda e
amigos de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá,
anunciaram oficialmente o fim da Legião Urbana. "É
impossível continuar", contou Dado. Mas um disco, com 12
músicas inéditas, será lançado até o final do próximo
ano. Esse material é resultado da gravação do último
álbum da banda que em princípio seria duplo. Além disso,
o grupo vinha gravando os shows mais importantes, que
podem virar um disco ao vivo. Dado Villa-Lobos e Marcelo
Bonfá fazem projetos para carreira solo, deixando
definitivamente a Legião na memória de todos.
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Discografia
comentada
Ainda em construção.Neste espaço iremos trazer, quando
possível, uma discografia diferente, com as letras das
músicas,a capa do disco, as cifras, comentários do CD e
da música feita pela Legião Urbana e pelo pessoal da
lista de discução. O nome do comentarista estará
entre-parêntese.
• Ano: 1993
• Vendagem: 200 mil cópias
O Disco fala sobre o relacionamento amoroso, respeito
humano, carinho não necessariamente heterosexual.
(Renato Russo): O disco fala sobre a importância da
liberdade do espírito humano como indejesiopressão( *
não sei se escrevi certo * ).Como é importante as
pessoas lutarem por seus direitos, no caso fala, assim
para mim, o disco coloca uma série de situações de amor:
da pessoa querer encontrar um relacionamento, querer ser
respeitado como pessoa. Todo mundo precisa de carinho,
então as músicas falam disso só que de uma determinada
maneira que não é a visão hetenomativa da sociedade.
Então, canto Cherish da Madona sem mudar o pronome.
(Renato Russo): Quando aconteceu o Stonewall eu era um
pirralinho de 9 anos. Eu tava lá em Nova Iorque e não
sabia de nada dessas coisas. Mas isso é um dado
interessante. E a questão de serem canções em inglês é
porque, na verdade, este disco é uma tentativa de eu
exorcisar um relacionamento que eu tive com um cara, que
não deu muito certo, ele era americano e tudo... Então
algumas dessas canções são assim, as nossas canções.
Sabe aquelas coisas que meninos e meninas quando falam
"olha, esta é a nossa música" . Tem umas 2 ou 3 que eram
nossa música. De repente, quando o negócio não deu
certo, eu ficava lá ouvindo aquelas músicas. Então, tem
um pouco disso também. E também porque eu demoraria
muito tempo para preparar um repertório em português.
Pelo menos o estilo de cantar, assim o repertório em
português é uma coisa muito pra dentro.
A idéia inicial era de fazer um recital dos grandes
norte americanos da década de 20,30,40. mais tradição
popular mesmo, não entrando pelo Jazz. Mas acabou que o
disco tem até Madona. Eu canto Cherish da Madona, tem
Bob Dylan, era para ter entrado algumas coisas
Rock'Roll. Quer dizer, sempre dentro do estilo de
canções de amor. Poderia ter entrado Neil Young, acabou
ficando a seleção. O disco conta uma história. Tem uma
certa vibração. Não é a coisa mais animada do mundo, mas
tá um disco muito bonito. Eu acho que as pessoas vão
gostar
SEND IN THE CLOWNS
Stephen Sondheim
Isn't it
rich, are we a pair
Me here at last on the ground
You in mid-air
Send in the clowns
Isn't it
bliss, don't you approve
One who keeps tearing around
One who can't move
Where are the clowns
Send in the clowns
Just when
I'd stopped opening doors
Finally knowing the one that I wanted
Was yours
Making my entrance again with my
Usual flair
Sure of my lines
No one is there
Don't you
love farce,
My fault I fear,
I thought thar you'd want what I want
Sorry my dear
But where are the clowns
There ought to be clowns
Quick send in the clowns
What a
surprise!
Who could foresee
I'd come to feel about you
What you felt about me?
Why only now I see
That you've drifted away?
What a surprise...
What a cliche...
Isn't it
rich, isn't it queer
Losing my timing this late
In my career
And where are the clowns
Quick send in the clowns
Don't bother, they're here
CLOTHES OF
SAND
Nick Drake
Who has
dressed you
In strange clothes of sand,
Who has taken you
Far from my land,
Who has said my saying were wrong,
And who will say
That I stayed much too long?
Clothes of
sand have covered your face,
Given you meaning but taken my place,
So make your way on down the sea,
Something has take you so far from me.
Does it now
seem worth
All the colour of skies,
To see the earth through painted eyes,
To look through panes of shaded glass,
See the stains of winter's glass?
Can you now
return to
From where you came,
Try to burn your changing name,
Or with silver spoons
And coloured light
Will you worship moons
In winter's night.
Clothes of
sand have covered your face,
Given you meaning but taken my place,
So make your way on down the sea,
Something has take you so far from me.
CATHEDRAL
SONG
Tanita Tikaram
I saw from
the cathedral
You were watching me
And I saw from the cathedral
What I should be
So take my
lies
And take my time
'Cause all the others want to take my life
And I watch,
with an intent, basic
It's the same for you
You hold your hand
And it's all fine - laced and
What would you make me do
So take my
lies
And take my time
'Cause all the others want to take my life
Serious for
the winter time
To wrench my soul
Whole cotton whole cotton ears
But I know there must be
Yes, I know there must be
Yes, I know there must be a place to go
You saw me,
from the cathedral
Well, I'm an ancient heart
Yes, you saw me from the cathedral
And here we are just falling apart
You catch me
I am tired
I want all that you are
And I saw
from the cathedral
You were leaving me
And I saw from the cathedral
You could not see to see
So take my
lies
And take my time
'Cause all the others
Want to take my life
CATHEDRAL
SONG
Tanita Tikaram
Tom: A
Intr.: A D Bm E A
D Bm E
A D
I saw from the cathedral
Bm E
You were watching me
A D
And I saw from the cathedral
Bm E
What I should be
D
So take my lies
A
And take my time
E D A
'Cause all the others want to take my life
A D
And I watch, with an intent, basic
Bm E
It's the same for you
A
You hold your hand
D
And it's all fine - laced and
Bm E
What would you make me do
D
So take my lies
A
And take my time
E D A
'Cause all the others want to take my life
E A
Serious for the winter time
E A
To wrench my soul
E A
Whole cotton whole cotton ears
D
But I know there must be
Bm
Yes, I know there must be
E4 E
Yes, I know there must be a place to go
A D
You saw me, from the cathedral
Bm E
Well, I'm an ancient heart
A D
Yes, you saw me from the cathedral
Bm E
And here we are just falling apart
D
You catch me
Bm
I am tired
E4 E A D Bm E A D Bm E
I want all that you are
A D
And I saw from the cathedral
Bm E
You were leaving me
A D
And I saw from the cathedral
Bm E
You could not see to see
A
So take my lies
D
And take my time
E
'Cause all the others
D A
Want to take my life
LOVE IS
Kate, Anna & Jane McGarrigle
Love is a
shiny car
Love is a steel guitar
Love is a battle scar
Love is the morning star
Love is a
twelve-bar blues
Love is your blue suede shoes
Love is a heart abused
Love is a mind confused
Love is the
pleasures untold
And for some love is
Still a band of gold
My love has no
Reason has no rhyme
My love crossed the double line
Love is a
minor chord
Love is a mental ward
Love is a drawn sword
Love is it's own reward
Love is the
pleasures untold
And for some love is
Still a band of gold
My love has no
Reason has no rhyme
My love crossed the double line
CHERISH
Madonna / Patrick Leonard
So tired of
broken hearts,
Of losing at this game
Before I start this dance
I take a chance in telling you
I want more than just romance
You are my destiny,
I can't let go baby
Can't you see
Cupid please take your aim at me
Cherish the
thought
Of always having you
Here by my side
Cherish the joy
You keep bringing it into my life
Cherish your strength
You got the power
To make me feel good
Perish the thought
Of ever leaving I never would
I was never satisfied
With casual encounters
I can't hide the need
For two hearts that bleed
with burning love
That's the way it's got to be
Romeo and Juliet,
They never felt this way I bet
So don't understimate
My point of view
Cherish the thought
Of always having
You here by my side
Cherish the joy
You keep bringing it into my life
Cherish your strength
You got the power
To make me feel good
Perish the thought
Of ever leaving I never would
Who ? You ! Can't get away,
I won't let you
Who ? You !
I could never forget to
Cherish is the world
I use to remind me of
... your love
Romeo and Juliet,
They never felt this way I bet
So don't
understimate
My point of view
Give me
strength
Give me joy my boy
I will always
Cherish you
MISS CELIE'S
BLUES
Q. Jones / R. Temperton / L. Richie
Sister,
you've been on my mind
Sister, we're two of a kind
So sister,
I'm keepin' my eyes on you
I betcha think I don't know nothin'
But singin'
the blues
Oh sister, have I got news for you
I'm somethin'
I hope you think that
You're somethin' too
Scufflin',
I been up that lomesone road
And I seen a
lot of suns goin' down
Oh, but trust me
Now low life's gonna run me around
So let me tell you somethin' sister
Remember your name
No twister,
Gonna steal your stuff away
My sister
Sho' ain't got a whole lot of time
So shake you shimmy,
Sister
'Cause honey I sure is feelin' time
THE BALLAD
OF THE SAD YOUNG MEN
Wolf / Landesman
Sing a song
of sad young man
Glasses full of rye
All the news is bad again so
Kiss your dreams goodbye
All the sad
young men sitting in the bars
Knowing neon nights missing all the stars
All the sad young men
Drifting through the town
Drinking up the night trying not to drown
All the sad young men singing in the cold
Trying to forget that they're growing old
All the sad young men choking on their worth
Trying to be brave, running from the truth
Autumm turns the leaves gold
Slowly dies the heart
Sad young men are growing old
And that's the cruelest part
All the sad young men seek a certain smile
Someone they can hold for a little while
Tired little girl does the best she can
Trying to be gay for her sad young man
While the grimy moon watches from above
All the sad young men play of making love
Misbegotten moon shine for sad young men
Let your gentle light guide them home tonight
All the sad young men
IF I LOVED
YOU
Richard Rodgers
If I loved
you
Time and again
I would try to say,
All I'd want you to know
If I loved you,
Words wouldn't come in an
Easy way
Round in circles I'd go
Longing to tell you
But afraid and shy
I'd let my golden chances
Pass me by
Soon you'd leave me
Off you would go
In the mist of day
Never never
To know
How I loved you
If I loved
You
AND SO IT
GOES
Billy Joel
In every
heart there is a room
A sanctuary safe and strong
To heal the wounds frome lovers past
Until a new one comes along
I spoke to
you in cautious tones
You answered me with no pretense
And still feel I said too much
My silence is my self defense
And every
time I've held a rose
It seems I only felt the thorns
And so it goes, and so it goes
And so will you soon I suppose
But if my
silence made you leave
Then that would be my worst mistake
So I will share this room with you
And you can have this heart to break
And this is
why my eyes are closed
It's just as well for all I've seen
And so it goes, and so it goes
And you're the only one who knows
So I would
choose to be with you
That's if the choice were mine to make
But you can make decisions too
And you can have this heart to break
And so it
goes, and so it goes
And you're the only one who knows
I GET ALONG
WITHOUT YOU VERY WELL
Hoagy Carmichael
I get along
without you very well
Of course I do
Except when soft rains fall
And drip from leaves then I recall
The thrill of being sheltered in your arms
Of course I do
But I get along without you very well
I've
forgotten you just like I should
Of course I have
Except to hear your name
Or someone's laugh that is the same
But I'v forgotten you like I should
What a guy,
what a fool am I
To think my breaking
Heart could kid the moon
What's in store, should I phone once more
No it's best that I stick to my tune
I get along
without you very well
Of course I do
Except perhaps in spring
But I should never think of spring
For that would surely break my heart in two
SOMEWHERE IN
MY BROKEN HEART
Billy Dean / Richard Leigh
You made up
your mind
It was time it was over
After we had come so far
But I think there's
Enough pieces of forgiveness
Somewhere in my broken heart
I would not
have chosen
The road you have taken
It has left us miles apart
But I think can still find
The will to keep going
Somewhere in my broken heart
So fly, go
ahead and fly
Until you find out who you are
I will keep my love unspoken
Somewhere in my broken heart
I hope that
in time you will find
what you long for
Love that's written in the stars
And when you finally do
I think you will see it's
Somewhere in my broken heart
Oh, I will keep my love unspoken
Somewhere in my broken heart
I hope that in time you will find
what you long for
Love that's written in the stars
And when you finally do
I think you will see it's
Somewhere in my broken,
somewhere in my broken
Somewhere in my broken heart
IF YOU SEE
HIM, SAY HELLO
Bob Dylan
If you see
him, say hello,
He might be in Tangier
He left here last early spring,
Is livin' there, I hear
Say for me that I'm all right though
things get kind of slow
He might think that I've forgotten him,
Don't tell him it isn't so.
We had a
falling-out,
Like lovers often will
And to think of how he left that night,
it still brings me a chill
And though our separation,
it pierced me to the heart
He still lives inside of me,
We've never been apart
If you get
close to him,
Kiss him once for me
I always have respected him
for doing what he did and gettin' free
Oh, whatever makes him happy,
I won't stand in the way
Though the bitter taste still lingers on
from the night I tried to make him stay
I see a lot
of people
As I make the rounds
And I hear his name here and there
as I go from town to town
And I've never gotten used to it,
I've just learned to turn it off
Either I'm too sensitive
Or else I'm gettin' soft.
Sundown,
yellow moon,
I replay the past
I know every scene by heart,
they all went by so fast
If he's passin' back this way,
I'm not that hard to find
Tell him he can look me up
If he's got the time.
IF TOMORROW
NEVER COMES
K. Blazy / G. Brooks
Sometimes
late at night
I lie awake and watch him sleeping
He's lost in peaceful dreams
So I turn out the lights
And lay there in the dark
And the thought crosses my mind
If I never wake up in the morning
Would he ever doubt the way I feel
About him in my heart
If tomorrow
never comes
Will he know how much I loved him
Did I try in every way to show him every day
That he's my only one
And if my time on earth were through
And he must face the world without me
Is the love I gave him in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
'Cause I've
lost loved ones in my life
Who never knew how much I loved them
Now I live with the regret
That my true feelings for them
never were revealed
So I made a promise to myself
To say each day how much he means to me
And avoid the circumstance
Where there's no second chance to tell him
how I feel
So tell that
someone that you love
Just what you're thinking of
If tomorrow never comes
THE HEART OF
THE MATTER
Mike Campbell / Don Henley / J. D. Souther
I got the
call today, I didn't wanna hear
But I knew that it would come
An old true friend of ours
Was talkin' on the phone
He said you found someone
And I thought of all the bad luck, and the
struggles we went through
And how I lost me and you lost you
What are these voices
Outside love's open door
Make us throw off our contentment
And beg for something more ?
I'm learning to live without you now
But I miss you sometimes
The more I know, the less I understand
All the things I thought I knew,
I'm learning again
I've been tryin' to get down
to the heart of the matter
But my will gets weak and my thoughts
seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if,
even if you don't love me anymore
These times are so uncertain
There's a yearning undefined...
people filled with rage
We all need a little tenderness
How can love survive
In such a graceless age ?
The trust
and self-assurance
that lead to happiness
They're the very things we kill, I guess
Pride and competition
cannot fill these empty arms
And the work I put between us
doesn't keep me warm
I'm learning
to live without you now
But I miss you, baby
The more I now, the less I understand
All the things I thought I'd figured out
I have to
learn again
I've been trying to get down
to the heart of the matter
But everything changes
and my friends seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me anymore
There are
people in your life
who've come and gone
They let you down and hurt your pride
Better put it all behind you; life goes on
You keep carryin' that anger,
it'll eat you up inside
I've been
trying to get down
to the heart of the matter
But my will gets weak
and my thoughts seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me
I've been
trying to get down
to the heart of the matter
Because the flesh will get weak
and the ashes will scatter
So I'm thinkin' about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me
OLD FRIEND
Ford / Cryer
Everytime
I've lost another lover
I call up my old friend
And say let's get together
I'm under the weather
Another love has suddenly come to an end
And he listens as I tell him my sad story
And wonders at my taste in men
And we wonder why I do it
And the pain of getting through it
And he laughs and says:
"You'll do it again !"
And we sit in a bar and talk till two
'Bout life and love as old friends do
And tell each other what we've been through
How love is rare, life is strange
Nothing lasts, people change
And I ask him if his life is ever lonely
And if he ever feels despair
And he says he's learned to love it
'Cause that's really a part of it
And it helps him feel
The good times when they're there
And we
wonder if I'll live with any lover
Or spend my life alone
And the bartender is dozing
And it's getting time for closing
So we figure that I'll make it on my own
But we'll
meet the year we're sixty-two
And travel the world as old friends do
And tell each other what we've been through
How love is rare, life is strange
Nothing lasts, people change
SAY IT ISN'T
SO
Irvin Berlin
You can't
stop people from talking
And they're talking my dear
And the things they're saying
Fill my heart with fear
Now I could never believe them
When they say you're untrue
I know that they're mistaken
Still I want to hear it from you
Say it isn't
so
Say it isn't so
Everyone is saying you don't love me,
say it isn't so
Everywhere I go, everyone I know,
Whispers that you're growing tired of me,
say it isn't so
People say
that you found somebody new
And it won't be long before you leave me
Say it isn't true
Say that everything is still okay
That's all I want to know
And what they're saying, say it isn't so
SOMEWHERE
Music by Leonard Bernstein
Lyrics by Stephen Sondheim
Someday,
somewhere
We'll find a new way of living
We'll find a way of forgiving
Somewhere
There's is a place for us
Somewhere a place for us
Peace and quiet and open air
Wait for us
Somewhere
There's a time for us
Someday a time for us
Time together with time to spare
Time to learn
Time to care
Someday, somewhere
We'll find a new way of living
We'll find there's a way of forgiving
Somewhere
There's a place for us
A time and a place for us
Hold my hand and we're half way there
Hold my hand
And I'll take you there
Somehow
Someday, somewhere
PAPER OF
PINS
Traditional
I'll give to
you this paper of pins
If that's the way our love begins
If you will marry me, me, me
If you will marry me.
I'll not
accept your paper of pins
If that's the way our love begins
And I'll not marry you, you, you
No, I'll not marry you.
I'll give to
you this dress of red
All stitched around with golden thread
If you will marry me, me, me
If you will marry me.
I'll not
accept your dress of red
All stitched around with golden thread
And I'll not marry you, you, you
No, I'll not marry you.
I'll give to
you this golden chest
So you may have money at your request
If you will marry me, me, me
If you will marry me.
I'll not
accept your golden chest
So I may have money at my request
And I won't marry you, you, you
No, I won't marry you.
Well, I'll
give to you my hand and my heart
So we may marry and never part
If you will marry me, me, me
If you will marry me.
I will
accept you hand and your heart
That we may marry and never part
And I will marry you, you, you
And you will marry me, me, me
Yes, I will marry you
WHEN YOU
WISH UPON A STAR
Ned Washington / Leigh Harline
When you
wish upon a star
Makes no difference who you are
Anything your heart desires
Will come to you
If your
heart is in your dream
No request is too extreme
When you wish upon a star
Like dreamers do
Fate is kind
She brings to those who love
The sweet fulfillment of
Their secret longing
Like a bolt
out of the blue
Fate steps in and pulls you through
When you wish upon a star
Your dreams come true
CLOSE THE
DOOR LIGHTLY WHEN YOU GO
Eric Andersen
Turn around,
don't whisper out my name
For like a breeze, it'd stir a dying flame
I'll miss someone, if it eases you to know
So close the door lightly when you go
Who was the one that stole my mind ?
Who was the one that robbed my time ?
Who was the one who made me feel unkind ?
So fare thee well, sweet love of mine
Take your
tears to someone else's eyes
They're made of glass
And are cut like wounded lies
Memories are drifting like the snow
But close the door lightly when you go
Don't look
back to where you once hade been
Look straight ahead
When you're walking through the rain
And find a light
If the path gets dark and cold
But close the door lightly when you go.
Uma Outra
Estação
Reportagem
feita 20 dias antes do Lançamento:
Daqui a menos de 20 dias, os fãs da Legião Urbana
poderão, pela última vez, comprar um disco com músicas
inéditas da banda.
O grupo, que já vendeu cerca de 4 milhões de cópias de
seus oito trabalhos anteriores, incluindo uma coletânea
ao vivo, prepara para julho o lançamento de "Uma Outra
Estação" ou "As flores do Mal" .
Esse disco, que é último sopro criativo da Legião
Urbana, acabou de ser finalizado em um estúdio
nova-iorquino por Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
"Foi uma barra terminar um disco sem o Renato, ele é
quem centralizava esses trabalhos de finalização, mas
acho que o resultado ficou ótimo", afirma Dado.
O disco tem 15 músicas, a maioria tinha sido gravada
para fazer parte do CD "A Tempestade", que era para ser
duplo.
Segundo Dado, as músicas estavam com gravações de
primeiro "take", inclusive os vocais de Renato Russo.
Apesar disso, todo o trabalho musical foi feito apenas
pelos remanescentes da banda e Carlos Trilha, que já
havia participado da gravação do CD anterior e dos dois
discos solo de Russo.
Canções do Aborto Elétrico - banda punk de Brasília que
deu origem à Legião e a outras bandas, como Capital
Inicial e Plebe Rude - Também estão presentes no novo
trabalho.
Uma delas é "Dado Viciado", em uma versão acústica, com
voz e violão,e que não fora gravada antes para evitar
que o personagem da música fosse confundido com o
guitarrista da banda.
Outra do fundo do baú é "Marcianos invadem a Terra",
também do Aborto, e que havia sido gravada no ano
passado por Dinho Ouro Preto, ex-vocalista do Capital.
"O nosso maior desafio foi fazer com que essas músicas
juntas formassem um disco com história própria, com
começo, meio e fim, mas conseguimos", afirma Dado.
O guitarrista diz: "Quando ouço 'Uma Outra Estação' é
como se eu estivesse ouvindo a história de nossas vidas,
desde a época de Brasília até hoje. É o fim de um
cliclo".
As músicas
Os destaques do repertório da nova Legião são as músicas
"Reading Song", que tem uma roupagem "bem elétrica e
forte", além de "Clarisse", com uma letra pesada, que
foi feita em homenagem a uma fã da banda.
"Apesar de algumas letras serem amargas, o disco ficou
bem pra cima, equilibrado",diz Dado.
Algumas peculiaridades marcam o último trabalho da
Legião, como "Sagrado Coração", que tem a letra
publicada no encarte, mas não chegou a ter os vocais
gravados. Outra novidade é a inclusão de uma
instrumental, tema do filme "Matar ou Morrer", embora a
banda já houvesse composto canções sem vocais, como
"Central do Brasil", do Dois, e "Ordem dos Templários",
do disco V.
Veja os arquivos multimídia das músicas abaixo
1. Reading Song
2. Outra estação
3. As Flores do Mal
4. La Maison Die
5. Clarice
6. Shubert Lander (Instrumental)
7. A Tempestade
8. Matar ou Morrer (instrumental) (Tema do Filme "Matar
ou Morrer")
9. Marcianos Invadem A Terra
10. Mariane
11. Dado Viciado
12. Comédia romântica
13. Antes das Seis
14. Sagrado Coração (Sem a voz de Renato Russo)
15. Travessia de Eixão
COMENTÁRIOS DAS MÚSICAS
Comentários
das Músicas do CD "Uma Outra Estação"
"Riding Song" Rock direto, com Renato Rocha no baixo.
Serve como apresentação da banda. Usa trechos de uma
entrevista da época de "Dois" (1986): cada um diz nome,
signo,idade e fala sobre a sua trajetória. No fim, Dado
e Bonfá cantam: "Eu Já sei o que vou / ser quando
crescer".
(Bonfá): é um rock que lembra os primeiros discos da
Legião. A gente fez na época de A Tempestade. Gosto
dessa música, é uma grande brincadeira.
"Uma Outra Estação". A voz de Renato Russo, meio
sussurrada, convida: "Vem comigo, não tenha medo / Estou
longe, longe / Estou em outra estação".
(Bonfá):Essa letra o Renato fez para uma grande amiga
dele, a Flora. Ela era diplomata e facilitava a vida da
gente em nossas viagens pelos quatro cantos do mundo.
"As Flores do Mal". Raiva: "Volta pro esgoto, baby / Vê
se alguém te quer".
(Bonfá): Outra música que o Renato fez para uma amiga,
que andava na noite com ele. Não me lembro agora o nome
dela. A letra teve vários arranjos, mas acabou ficando
uma balada com uma letra bem pesada e amarga, bem ao
estilo de Renato.
Veja mais comentários desta música
"La Maison Dieu". Dado: "A gente antes execrava blues.
Mas fomos fazer um pela primeira vez, seria uma coisa
meio 'Tea for One', do Led Zeppelin,e saiu o que saiu".
A letra vomita: "Eu sou a lembrança do terror, de uma
revolução de merda, de generais e de um exército de
merda / Não, nunca podemos esquecer nem devemos
perdoar".
O único blues do disco. Uma das minhasfavoritas. A letra
fala de política,sobre tudo acabar em pizza no Brasil.
Tem uma parte que diz assim,não me lembro muito bem: "Eu
nunca anistiei ninguém, não devemos perdoar..."
"Clarisse". Talvez a canção mais fundo-do-posso da
Legião, tinha ficado fora de "A Tempestade" por ser
barra-pesada demais. Renato fala de si mesmo se
colocando como uma menina de 14 anos que, no fundo do
poço, rejeitada e maltratada, se corta toda.
(Bonfá): É uma espécie de canção autobiográfica. É bem
pesada. Dizem que foi feita para uma fã, mas acho que o
Renato é a própria Clarice na letra. Fala sobre os
problemas e as injustiças sofridas pelas mulheres
brasileiras. É uma música longa, de 12 minutos,
acompanhada de um violão de 12 cordas. Lembro que o
Renato chegou no estúdio e declamou toda a letra na
hora, sem parar.
"Schubert Ländler". Carlos Trilha só, ao piano. Uma das
muitas "canções de ninar" que o compositor austríaco
Franz Schubert (1797/ 1828) escreveu.
(Bonfá): É uma vinheta de apenas alguns segundos. Ela
foi incluída para dar uma acalmada. As cinco primeiras
músicas do álbum são muito pesadas e essa fase do CD
encerrada com essa vinheta.
"A Tempestade". Um rock gótico ortodoxo, tanto nos
timbres da guitarra quanto na interpretação de Renato
"Com teu amor eu quero que sintas dor, eu quero teu
sangue e ser teu credor".
(Bonfá):Lembra um pouco música gótica. Gosto também
dessa faixa. Era outra canção que o Renato fazia questão
de colocar no disco anterior.
"High Noon (Do Not Forsake Me)". Instrumental, da trilha
do clássico western "Matar ou Morrer" (título original:
High Noon).
(Bonfá): É tema de um filme de faroeste muitoconhecido
(High Noon, de Fred Zinnemann). A gente fez uma versão
bem mais rápida.
"Comédia Romântica". Dado toca dobro com slide e gaita,
dando um toque especialão rock. A letra confunde: "Não
preciso de heróis, eu tenho meus amigos".
(Bonfá): Essa canção é a cara do Renato. Fala sobre esse
lado meio amargo dele. De as pessoas quererem ajudá-lo e
ele se recusar. Lembro dele falando para mim e para o
Dado: "Valeu a intenção, mas eu sou desse jeito mesmo,
não há muita coisa a se fazer".
"Dado Viciado". Voz e violão, composta por Renato nos
tempos de "Trovador solitário", gravado para "Dois".
(Bonfá): Essa música só não saiu antes porque o Dado
ficava com medo de os fãs acharem que o Dado viciado era
ele. Na verdade, era o primo dele. Agora, ele concordou
em colocá-la no novo CD, pois combinamos de deixar tudo
esclarecido no encarte. É uma das poucas versões
acústicas do álbum.
"Marcianos Invadem a Terra". Da mesma fase, cita "Life
on Mars?", de David Bowie.
(Bonfá): A letra lembra muito a nossa juventude em
Brasília. A gente saía com os nossos carros á noite pela
cidade. Éramos os próprios marcianos invadindo a Terra.
É uma canção acústica.
"Antes das Seis". Romantismo adolescente ("quem inventou
o amor, me explica por favor"), com Bi Ribeiro no
contrabaixo e Tom Capone na slide Guitar
(Bonfá): Uma das mais pops do CD. Acho que é outra que
vai virar hit. É mais acessível, o que ajuda a
equilibrar um pouco o disco.
"Mariane". Outro out-take de "Dois", feita por Renato em
inglês, para uma ex-namorada. "Não sei para onde estou
indo, acho que é só uma fase".
(Bonfá): É uma balada muito positiva, toda cantada em
inglês. Acho que pode ser um dos hits do disco. É tambêm
uma das minhas favoritas. Foi gravada originalmente só
com voz e violão. Aumentei a voz do Renato para poder
colocar bateria e guitarra.
"Sagrado Coração". Instrumental animada, com pianinho. A
letra está no encarte, mas Renato não teve tempo para
gravá-la. "Essa marca a ausência dele", ressalta Dado.
(Bonfá): Esta letra vai aparecer no encarte do novo
disco, mas não chegou a ter vocais gravados. É uma
balada superlegal. Ela foi escolhida para encerrar Uma
Outra Estação porque lembra um pouco aqueles letreiros
que passam no fim dos filmes.
"Travessia do Eixão"Música do Liga-Tripa, banda hippie
de Brasília, que pede proteção contra atropelamentos. No
clima mais informal possível, cantada em coro. A gente
faz uma referência a uma banda de malucos que tinha no
fim dos anos 60 em Brasília. Costumo dizer que é a
música alternativa do disco. Tem uma percussão com
garrafas. Ficou bem legal.
Riding Song
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Retirado de
Entrevistas feitas na época do "Dois"
Tirado de
Ouvido:
"Eu sou o Renato Russo
Eu escrevo
as letras, eu canto
Nasci no dia
27 de março, eu tenho 23 anos
E sou Áries
e ascendente em Peixes
Eu
trabalhava com Jornalismo, rádio, era professor de
Inglês também
E ...
comecei a trabalhar com 17 anos e tudo
Mas só que
de repente tocar Rock era uma coisa que eu gostava mais
de fazer
E como deu
certo eu continuo fazendo isso até hoje"
"Meu nome é
Dado Villa-Lobos
Sou
guitarrista da Legião Urbana
Nasci dia 29
de Junho de 65, tenho 21 anos
Cheguei em
Brasília em torno de 79
Cursei meu
segundo grau, consegui entrar na faculdade de Sociologia
Só que não
era exatamente o lance que eu tava a fim de fazer
Muito
teórico, não tem nada de praticidade
Aí meu lance
era de repente fazer música"
"Eu sou o
Renato Rocha
Baixista do
Legião Urbana
Tenho 25
anos, adoro esportes, adoro corrida de automóvel
Sou de
Brasília também, adoro música, Jazz, Rock
Adoro Det
Kennedys
Cursei
metade do meu segundo grau
Parei de
estudar, por que eu gostava de fazer esportes"
"Oi, meu
nome é Marcelo Bonfá
Nasci em 65,
sou do signo de Aquários
Gosto de
esportes aquáticos, gosto de desenhar
E gosto de
música
Saí da
escola depois que eu terminei meu segundo grau
Agora eu
toco bateria na Legião Urbana"
Eu já sei o
que vou
ser quando eu crescer
Uma Outra estação
Renato Russo
Sei que não
tenho a força que tens
Se me vejo feliz quase sempre exijo um talvez
Ela mora perto de um vulcão
E meu coração suburbano espera riquezas maiores
Eu sigo o calendário maia
E sou descendente dos astecas
Hoje vai ter prova
Mas no final da aula
Acho que tem futebol
Gosto quando estou feliz
Gosto quando sorris para mim
Estou longe longe
Estou em outra estação
Não me digam como deve ser
Gosto do jeito que sou
Quem insistir em julgar os outros
Sempre tem alguma coisa para esconder
Teu corpo alimenta seu espírito
Teu espírito alegra minha mente
Tua mente descansa meu corpo
Teu corpo aceita o meu como a um irmão
Todos fazem promessas demais
Temos muito o que aprender
É um feitiço tão latino
Essa preguiça ser feitiço
Mas tudo bem
Voltarás na terça-feira
És fogo e gelo ao mesmo tempo
E vai ser bom
Do Equador, da Venezuela, do Uruguai
Teremos o fim-de-semana só para nós
Venha comigo
Não tenha medo
Tem muita gente
Que pensa o mesmo
E estou longe longe
Estou em outra estação.
As flores do Mal
Renato Russo
Eu quis você
E me perdi Você não viu
E eu não senti
Não acredito nem vou julgar
Você sorriu, ficou e quis me provocar
Quis dar uma volta em todo o mundo
Mas não é bem assim que as coisas são
Seu interesse é só traição
E mentir é
fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Tua
indecência não serve mais
Tão decadente e tanto faz
Quais são as regras? O que ficou?
O seu cinismo essa sedução
Volta pro esgoto baby
Vê se alguém lhe quer
O que ficou é esse modelito da estação passada
Extorsão e drogas demais
Todos já sabem o que você faz
Teu perfume barato, teus truques banais
Você acabou ficando pra trás
Porque
mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Volta pro esgoto baby
Vê se alguém te quer
La maison Dieu
Renato Russo
Se dez
tatalhões viessem à minha rua
E 20 mil soldados batessem à minha porta
Á sua procura
Eu não diria nada
Porque lhe dei minha palavra
Teu corpo branco já pêlo
Me lembra o tempo em que você era pequeno
Não pretendo me aproveitar
E de qualquer forma quem volta
Sozinho pra casa sou eu
Sexo compra dinheiro e companhia
Mas nunca amor e amizade, eu acho
E depois de um dia difícil
Pensei ter visto você
Entrar pela janela e dizer:
- Eu sou a tua morte
Vim conversar contigo
Vim te pedir abrigo
Preciso do teu calor
Eu sou
Eu sou
Eu sou a pátria que lhe esqueceu
O carrasco que lhe torturou
O general que lhe arrancou os olhos
O sangue inocente
De todos os desaparecidos
Os choques elétricos e os gritos
- Parem por favor, isto dói
Eu sou
Eu sou
Eu sou a tua morte
E vim lhe visitar como amigo
Devemos flertar com o perigo
Seguir nossos instintos primitivos
Quem sabe não serão estes
Nossos últimos momentos divertidos?
Eu sou a lembrança do terror
De uma revolução de merda
De generais e de um exército de merda
Não, nunca poderemos esquecer
Nem devemos perdoar
Eu não anistiei ninguém
Abra os olhos e o coração
Estejamos alertas
Porque o terror continua
Só que mudou de cheiro
E de uniforme
Eu sou a tua morte
E lhe quero bem
Esqueça o mundo, vim lhe explicar o que virá
Porque eu sou
Eu sou
Eu sou.
Clarice
Renato Russo
Estou
cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das
lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não
trabalha.
E Clarice está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornoze-los sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem
mais efeito
Clarice sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarice está trancada em seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu descanso
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gai
A Tempestade
Renato Russo
Inédita
Será que eu sou capaz
De enfrentar o seu amor
Que me traz insegurança
E verdade demais
Será que eu sou capaz?
Veja bem quem eu sou
Com teu amor eu quero que sinta dor
Eu quero ver-te em sangue e ser seu credor
Veja bem quem eu sou
Trouxe flores mortas pra ti
Quero rasgar-te e ver o sangue manchar
Toda a pureza que vem do teu olhar
Eu não sei mais sentir
CPLAN
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MARCIANOS INVADEM A TERRA
Renato Russo
Diga adeus e
atravesse a rua
Voamos alto depois das duas
Mas as cervejas acabaram e os cigarros também.
Cuidado com
a coisa coisando por aí
A coisa coisa sempre e também coisa por aqui
Seqüestra o seu resgate, envenena sua atenção;
É verbo e substantivo/adjetivo e palavrão.
E o carinha
do rádio não quer calar a boca
E quer o meu dinheiro e as minhas opiniões
Ora, se você quiser se divertir
Invente suas próprias canções.
Será que
existe vida em Marte?
Janelas de hotéis
Garagens vazias
Fronteiras
Granadas
Lençóis
E existem
muitos formatos
Que só têm verniz e não tem invenção
E tudo aquilo contra o que sempre lutam
É exatamente tudo aquilo que eles são
Marcianos
invadem a Terra
Estão inflando meu Ego com ar.
E quando acho que estou quase chegando
Tenho que dobrar mais uma esquina
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Não tenho tanto tempo assim
E mesmo se eu tiver a minha liberdade:
"Será que existe vida em Marte?"
Mariane
Renato Russo
I' ve been
working all day
I' ve been thinking a lot
I' ve been doing some things
That are not quite right
I' ve been thinking about you
I' ve been thinking about you
When will you return?
I' ve been
working all day
I' ve been thinking a lot
I' ve been lost in the morning
I don't know what it costs
Will you find me there?
And I guess
it's just a phase
I don't know where I'm going
I' ve been
working all day
I' ve been thinking a lot
I' ve been lost in the morning
I don't know what it costs
I don't think about you
I will be able to do
Will you let me be?
And I don't
know where I'm going
I guess it's just a phase
And I don't know where I'm going
I guess it's just a phase
Just a phase
DADO VICIADO
Renato Russo
Você não tem
heroína, então usa Algafan
Viciou os seus primos, talvez sua irmã
Mas aqui não tem Village, rua 42
Me diz prá onde é que é que você vai depois?
Porque você
deixou suas veias fecharem?
Não tem mais lugar pras agulhas entrarem
Você não conversa, não quer mais falar
Só tem as agulhas prá lhe ajudar
Cadê o
bronze no corpo, os olhos azuis?
O seu corpo tem marcas de sangue e pus
Você nem sabe se é março ou fevereiro
Trancado o dia inteiro dentro do banheiro
Dado
Dado
Dado
O que fizeram com você?
Cadê os seus
planos, cadê as meninas
Você agora enche a cara e cai pelas esquinas.
Eu quero você mas não vou lhe ajudar
Não me peça dinheiro, não vou lhe entregar
Cadê a criança? Meu primo e irmão
Se perdeu por aí, com seringas na mão
Dado
Dado
Dado
O que fizeram com você?
* Esta música não tem referência nenhuma com Dado
Villa-Lobos
Comédia romântica
Renato Russo
Acho que só
agora eu começo a perceber
Que tudo que você me disse
Pelo menos o que me lembro que aprendi com você
Está realmente certo
Bem mais certo do que eu queria acreditar
Você gosta mesmo de mim
Se arriscando a me perder assim
Ao me explicar o que eu não quero ouvir
Ainda não estou pronto para saber a verdade
Ou não estava
Até uma estação atrás
Acho que só agora eu começo a ver
Que tudo o que você me disse
É o que você gostaria que tivessem dito pra você
Se o tempo pudesse voltar dessa vez
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E não há nada de errado comigo não
Não não não
Não preciso de modelos
Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos
E quando a vida dói
Eu tento me concentrar
Num caminho certo
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E eu queria que o tempo
Pudesse voltar dessa vez
Oh yeah.
Antes das Seis
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Quem
inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Vem e me diz
o que aconteceu
Faz de conta que passou
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Daqui vejo
seu descanso
Perto do seu travesseiro
Depois quero ver se acerto
Dos dois quem acorda primeiro
Quem
inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Enquanto a
vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você
Quem
inventou o amor?
Sagrado Coração
Renato Russo
Música
Instrumental pois não tem a gravação da voz de Renato
Russo
Sei que
tenho um coração
Mas é difícil de explicar
De falar de bondade e gratidão
E estas coisas que ninguém gosta de falar
Falam de um
lugar
Mas onde é que está?
Onde há virtude e inteligência
E as pessoas são boas e sensíveis
E que a luz no coração
É o que pode me salvar
Mas não acredito nisso
Tento mas é só de vez em quando
Onde está
este lugar
Onde está essa luz?
Se o que vejo é tão triste
E o que fazemos tão errado?
E me
disseram! Este lugar pode estar sempre ao seu lado
E a alegria dentro de você
Porque sua vida é luz
E quando vi
seus olhos
E a alegria no seu corpo
E o sorriso nos seus lábios
Eu quase acreditei
Mas é tão difícil
Por isso lhe
peço por favor
Pense em mim, ore por mim
E me diga: - este lugar distante está dentro de você
E me diga que nossa vida é luz
Diga que nossa vida é luz
Me fale do sagrado coração
Porque eu preciso de ajuda
Travessia do Eixão
Nonato Veras / Nicolas Behr
Nossa
Senhora do Cerrado
Protetora dos pedestres
Que atravessam o eixão
Às seis horas da tarde
Fazei com que eu chegue são e salvo
Na casa de Noélia
Nonô Nonô
Nonô Nononô...
Renato Russo
faz seu "Último Solo"
CD póstumo reúne oito sobras das gravações dos dois
álbuns individuais do líder da banda Legião Urbana
Um ano após
sua morte, o cantor Renato Russo volta às lojas com um
novo disco. "O Último Solo" reúne sobras de estúdio dos
dois álbuns de Renato sem a Legião Urbana: "The
Stonewall Celebration Concert"(1994) e "Equilíbrio
Distante"(1995).
Do primeiro, cantado em inglês, sobraram quatro músicas
("Hey, That's No Way to Say Goodbye", "The Dance", "I
Love You Porgy" e "Change Partners"); do segundo, mais
quatro ("Il Mondo Degli Altri", "Ti Chiedo Onestà",
"Lettera" e "E tu Come Stai?").
Três músicas ficaram de fora das sobras. Segundo o
tecladista e arranjador Carlos Trilha, que produziu o
CD, a qualidade da voz e da interpretação de Renato
ficariam muito aquém de "O Último Solo".
"As músicas em condições de serem apresentadas e que ele
gostaria quue fossem apresentadas ao público são essas
que estão no disco", disse.
Alterações
Trilha, que co-produziu os dois discos de Renato,
começou a trabalhar em "O Úlitmo Solo" em março. Ele diz
que teve muito trabalho para limpar os registros com a
voz do cantor. Principalmente nas quatro músicas em
italiano - com apenas a voz guia gravada.
Em duas músicas ("The Dance" e "Il Mondo Degli Altri")
houve a adição de uma orquestra com mais de 40 músicos
atendendo a indicações de arranjo do próprio Renato.
A Gravação foi feita no estúdio 1 de Abbey Road. Foi lá
também que o álbum foi masterizado, por Nick Web (Paul
McCartney, Genesis, Rolling Stones e Pink Floyd).
O disco, com menos de 30 minutos de duração, vem com
alguns atrativos como compensação. Há uma faixa
multimídia interativa para CD-ROM com o clipe de "Strani
Amore" - de "Equilíbrio Distante" - e 12 minutos de um
depoimento em áudio de Renato para a divulgação de seu
CD anterior.
Título do disco
O título do
CD foi uma escolha do pai do cantor, Renato Manfredini.
Uma escolha de duplo sentido. "Musicalmente ele não vai
cantar mais. O outro solo a que se refere o título é o
solo de flores que ele escolheu para ter as cinzas
dispersas", revelou.
Por isso, a capa é um quadro de flores pintado pela irmã
do cantor, Carmem. "Renato sempre disse que esse quadro
era dele e que um dia ele iria para seu apartamento."
Ele disse que a família não pretende fazer uma biografia
de Renato - e contou que, até agora, se negou a
colaborar com quis fazer. Mas pretende fazer uma
compilação com as letras do cantor, incluindo as
inéditas.
"Ele sempre nos disse que as letras eram bem explícitas
e que quem procurasse entendê-las não precisaria saber
da vida dele."
Legião Urbana Home-Page colocará nesta semana todos os
arquivos em formato Real Audio (.ra) nesta home-page!
Críticas do CD
As músicas do CD:
1. Hey, That's No Way to Say Goodbay
2. The Dance
3. I Loves you Porgy
4. Change Partners
5. Il Mondo Degli Altri
6. Ti Chiedo Onestà
7. Lettera
8. E Tu Come Stai?
9. Faixa multimídia com clip de "Strani Amore" e com uma
entrevista
Arquivos Multimídia
1. Arquivo de música(.ra) "Hey, That's no way to say
goodbye" . Duração 3:00. 346k
Retirado da
Folha de São Paulo
Entrevista
com Renato Russo
Renato Russo
O Roqueiro do Amore Mio
_________________________________________________________________
Por
Cristiane Simäes e Renato Guima
_________________________________________________________________
- A idéia do disco em italiano veio depois da
experiência em inglês
com o Stonewall Celebration?
-
Trabalhamos até outubro do ano passado, fizemos a turnê
do
Metropolitan e depois o Dado e o Bonfá já tinham outros
projetos.
Fiquei me perguntando: o que vou fazer? Até‚ que um dia
resolvi ir a
uma loja de discos e achei uma seção enorme de música
italiana. Puxa,
não conhecia nada disso, a não ser algumas da minha
infância. Comprei
uns quatro discos e fiquei surpreso com as letras. São
muito parecidas
com a temática da Legião. O canto deles também ‚ próximo
do meu jeito
de interpretar. Comentei com o pessoal da (gravadora)
EMI-Odeon que
queria gravar em italiano e, em duas semanas, me
mandaram para a
Itália. Foi jóia. Não sei nada de italiano, apenas
repetia as letras.
A produção foi toda minha, da ordem das músicas aos
arranjos.
- O disco
surgiu também por causa de sua ascendência italiana?
- É. Não
queria fazer um disco solo em português, senão todo
mundo ia
começar a dizer que a Legião acabou. A música remete a
emoções..
Nessa viagem, aproveitei e fui … cidade de Cremona para
ver a certidão
de casamento dos meus bisavós, que vieram para c em
1875. Ainda
descobri que este ano comemoramos os 150 anos da
imigração italiana,
teve tudo a ver.
- Chegou a
conhecer os compositores que gravou?
- Conheci só
os produtores das músicas. Foi bom conhecer o país,
sentir o cheiro da terra, ver como as pessoas andam na
rua, ouvir o
som do idioma para ficar com espírito italiano.
- E os
projetos de show com esse disco?
- Por
enquanto, não tem nada definido. A língua não ‚ tão
conhecida e
ainda por cima as rádios estão tocando Laura Pausini,
que canta quatro
músicas que gravei. Não sei se vai ter briga do tipo não
vou tocar a
versão do Renato porque já tem a da Laura em espanhol.
Mas ‚ um bom
disco para o verão, para namorar.
- Por que
não teve show com Stonewall?
- Porque já
estava em turnê com O Descobrimento do Brasil. Dá
trabalho, tem que juntar os músicos e ensaiar, não ‚
como com o grupo,
que já está careca de saber. Nunca tinha feito música
pop e ‚ mais
difícil do que rock. O Legião ‚ muito mais mole. Ficou
menos brega do
que tinha imaginado, mas há umas coisas estilo Fafá de
Belém no
Domingão do Faustão. (risos)
- Pretende
alcançar um público que não conhece suas músicas?
- Essa não
foi minha preocupação. Pensei o seguinte: ser que
consigo
pegar essas músicas bregas e fazer com que as pessoas se
emocionem com
isso? Foi tipo quando o Caetano gravou Sonhos, do
Peninha. Ninguém
dava nada pela música e todo mundo ficou falando depois:
"Que coisa
linda!"
- E o povo
italiano conhece o trabalho da Legião?
- Muito
pouco. Eles conhecem mais Chico, Caetano e Roberto
Carlos.
Quis colocar alguma coisa brasileira no disco e ficou
até‚ engraçado
porque não entendo nada de bossa nova. Mas resolvi
gravar Wave e Como
Uma Onda para ter algo brasileiro e para fazer uma
homenagem pro Tom
Jobim. Quando ouço o disco, não me lembro da Itália, me
lembro de uma
época da minha infância. Minha tia e todos aqueles
coroas ouvindo
Pepino di Capri, Rita Pavone. A própria Jovem Guarda
tinha muito dessa
influência da música italiana. Num determinado momento,
isso se
perdeu. Tinha o filme Candelabro Italiano, coisas bem
anos 60, mas
depois sumiram, com a entrada da música americana.
- E como vai
a Legião?
- Muito bem.
O Dado e o Bonfá foram para Londres cuidar da
remasterização e as caixas ficaram legais. Esse
relançamento ‚
importante porque a primeira tiragem dos discos ‚ ótima,
mas depois
vai decaindo. E, como a gente vende razoavelmente bem,
daqui a pouco
você compra o disco na loja e est tudo fora de registro.
Al‚m disso,
nossos três primeiros discos não foram feitos para ser
CDs. Muitas
pessoas ainda têm o disco em vinil e não em CD.
- Mas vai
demorar quatro anos de novo para ter show?
- Não, claro
que não. Sei que está na hora de fazer, mas agora
estamos
trabalhando no próximo disco.
- Como ‚ o
processo de composição das músicas?
- A gente
faz uns pedaços, depois pega e fica ouvindo. J devo ter
umas cinco ou seis letras e mais uma portão de idéias
para o próximo
disco. Guardo tudo numa sacola velha. Se por acaso uma
letra não entra
no disco, guardo e depois coloco em outro que tenha a
ver. Também
coleciono possíveis títulos.
- E como
começa a produção do disco?
- Marcamos
estúdio e cada um j leva alguma coisa pronta. O Bonfá
compõe bastante... Ali s, as pessoas têm mania de achar
que sou eu que
faço tudo. O Dado …s vezes traz a melodia acabada, só
fica faltando a
letra.
- O que ‚
mais complexo?
- Escolher
as letras. Na hora de gravar o disco, nós sentamos e
escolhemos o que tem de melhor nas fitas. Gravamos na
pré-produção e
sai uma beleza, mas depois não conseguimos reproduzir
igualzinho, o
que ‚ um saco. Somos mais intuitivos do que músicos. A
parte que
demora mais ‚ a composição das letras. Demorei três
meses para
escrever Há Tempos.
- Os seus
discos também relembram alguma fase da sua vida?
- É
diferente. Como ‚ trabalho, geralmente não consigo fazer
essa
associação. Se eu estiver bem e tocar Angra dos Reis, eu
fico ótimo.
Mas geralmente não ‚ assim. O que me lembro mesmo ‚ do
trabalho que d
as gravações e, quando fica pronto, ja ouvi tantas vezes
que não dá,
não tenho saco.
- Não dá
vontade de pegar um CD do grupo e ouvir?
- De
bobeira, não. Posso falar, hoje vou ouvir, e faço como
trabalho,
analisando. É aquela coisa que o padeiro fala, quando
oferecem pão a
ele: "Chega!"
- O que você
ouve então?
- Gosto
muito de música clássica.
- Por isso,
o último show foi aberto com ela?
- Acho
emocionante aquela abertura da Flauta Mágica de Mozart.
Todo
mundo gritando "vai começar!" Deixa uma expectativa
legal. Todo mundo
abre show com Carmina Burana. Não agüento mais ouvir
aquilo! Está
muito clichê. igual a esses discos que vendem s¢
Quatro Estações, de
Vivaldi, e Valsa das Flores, do bal‚ Quebra Nozes, de
Tchaikowsky.
- Quais são
seus compositores prediletos?
- Teve uma
‚época em que só ouvia compositores bem antigos, até‚ o
tal
do anônimo. Ali s, esse cara escreveu muito, né? (risos)
E coisas mais
recentes tipo Debussy, Eric Satie e Stravinsky. Agora,
de dois anos
para c , tenho escutado muito música romântica, que
antes achava
chato, tipo Brahms, Schubert. Gosto muito de anos 60 e
70. Dos 80, não
ouço quase nada.
- Por que?
- Não gosto.
Não tenho saco para ouvir New Order e The Cure. J David
Bowie e Rolling Stones eu adoro.
- E grupos
brasileiros?
- Gosto
muito do Pato Fu. Tem alguns grupos que eu respeito pra
caramba. O Titãs, principalmente da época do Arnaldo.
Acho Jesus Não
Tem Dentes No País Dos Banguelas um dos melhores discos
de rock de
todos os tempos. Geralmente gosto de ouvir outras coisas
como Kid
Abelha e Paralamas. Já ouvi muito Pink Floyd, aquele
disco da vaca
(Atom Heart Mother). Era só acordar e ir direto ouvir,
até‚ furar. Não
tenho mais 14 anos, estou a fim de ouvir outras coisas
além de rock.
As coisas andam meio esquisitas depois da morte do Kurt
Cobain. A
sensação ‚ a mesma que se viu com a morte dos Beatles.
Ficou um vazio,
o panorama mudou e, agora, com o ex-Nirvana, aconteceu a
mesma coisa.
- A idéia ‚
continuar sempre assim?
- Não
podemos nunca mudar a concepção da banda. O V (cinco) ‚
um disco
bem deprê, O Descobrimento do Brasil tem coisas s‚rias e
outras leves.
Não posso fazer Que País ‚ Este? 2 e 3. Gosto muito de
falar sobre
relacionamentos humanos, sobre amor. H coisas que
escrevo e não faço
com o grupo. Não tem nada a ver. É como se colocasse um
sofá na
cozinha. Meus amigos falam: 'poxa, Renato, como você ‚
conservador!'
Por isso, pude colocar tanta coisa romântica nesse disco
em italiano.
Assim, não vou precisar fazer esse gênero com a Legião.
Senão, os fãs
vão falar que estamos virando Legião Rosana.
- Isso não ‚
meio ditatorial: o público achar que vocês só têm que
tocar coisa pesada?
- Existe,
mas gosto de acreditar que faço o que quero, respeitando
o
público. Não posso fazer samba enredo.
- E as
críticas da imprensa?
- Já fomos
os queridos da crítica até o terceiro disco. Mas ‚ chato
saber que aquilo que deu tanto trabalho vai ser julgado
por um cara
que ouve três segundos de cada faixa, para dizer ‚ assim
ou assado.
Houve uma crítica sobre O Descobrimento do Brasil que
decorei de tão
ridícula. "O Brasil descoberto pela Legião Urbana ‚ tão
decepcionante
quanto as denúncias de corrupção da CPI." Puxa! Teve
outra que dizia:
"as letras são ininteligíveis, não fazem sentido, como
Meu tornozelo
coça por causa de mosquitos/ Estou com cabelos molhados/
Me sinto
livre." Nossa, ou essa senhora não toma banho, nunca foi
… praia ou em
São Paulo não tem mosquito. (risos)
- Mas com as
críticas … violência que tumultuou alguns shows da
Legião
você concorda, não é?
- Teve uma
época em que alguns fãs projetavam as fantasias mórbidas
na
minha pessoa. Isso aconteceu também com Cazuza e Lobão.
A maioria das
pessoas é legal, mas tem uma minoria que atrapalha, que
quer fazer
algazarra. Ai de mim se não tocar Eduardo e Mônica nos
shows. (risos)
- O que
sente com aquela galera gritando seu nome?
- A
adrenalina vai a mil. É muito emocionante, d um nervoso,
mas
quando chego no palco, tudo passa. Eu enxergo cada
pessoa que fica ali
na frente, peço até‚ para iluminar a galera para eu ver
melhor. Deu até‚
para ver aquela menininha que vai a todos os shows e
cantar uma música
olhando só para ela.
_________________________________________________________________
Extraido da Revista Ele & Ela | Dezembro
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Entre
lágrimas e cotoveladas
Daniela Name
"No lugar da
Ave-Maria e do Pai-Nosso, uma cantilena de "Tempo
perdido",
"Eduardo e Mônica" e "Monte Castelo", repetida dezenas
de vezes pelos fãs de
Renato Russo na porta do crematório do Caju. Era uma
manhã de sábado e O
GLOBO era o único jornal que tinha chegado cedo, na
esperança de entrevistar
os outros integrantes do Legião Urbana ou alguém da
família do compositor.
"O Dia" e "O
Fluminense" chegaram mais tarde, engrossando conosco o
exército
de repórteres de rádio e TV. Assistíamos à missa de
corpo presente pelas
frestas da parede e comungávamos uma certeza: nosso
trabalho tinha acabado
ali, na anotação do ritual. Talvez por isso pouca gente
tenha dado atenção à
mulher magrinha, baixa, de óculos escuros, que abriu o
portão do crematório
para agradecer a presença dos fãs.
Os
adolescentes suados, que tinham virado a noite no Caju,
fizeram um cordão
de isolamento em torno de Maria do Carmo Manfredini, mãe
de Renato. Cheguei
perto dela aproveitando as cotoveladas de um gordo alto
no resto da galera,
mas poucos conseguiram uma carona igual.
Não se pode
esperar palavras coerentes de uma mãe que acaba de
perder o
filho de Aids - e um filho jovem, inteligente e
carinhoso com a família. Mas
dona Maria do Carmo disse várias. Começou respondendo
minhas perguntas
óbvias sobre inéditos do grupo. Emocionada sem chegar ao
desespero, negou a
Aids anunciada pelo médico Saul Betsche, alegando que o
filho tinha morrido
de anorexia nervosa, mas falou espontaneamente que
Renato tinha desistido de
viver.
E fez isso
dando voz ao filho morto, reproduzindo os diálogos que
tinha com
ele: "‘Júnior, vai jogar bola, vai namorar"’ Ele ria
baixinho e dizia: ‘Não
adianta, mãe, eu sou diferente". Não estava falando mais
do compositor
controverdito, depressivo, transformado em mito da noite
para o dia.
Revelava o garoto tímido da Ilha do Governador, que se
dizia ateu, mas era
devoto de São Judas Tadeu e morreu com uma medalha de
Nossa Senhora
Aparecida no peito.
Explicava
que o garoto sensível virou um adulto atormentado: "Nos
últimos
tempos, não cansava de repetir: ‘Mãe, eu não sou daqui’.
Sempre foi muito
atormentado, sofria profundamente até com guerras na
Conchinchina". Já era
muito para quem acreditava que ia escrever um texto
corrido sobre os fãs
chorosos, mas tive coragem de fazer uma última pergunta:
"A senhora acredita
que seu filho foi feliz?". Ela podia titubear, alegar
cansaço, soltar um
desaforo. Mas falou a coisa mais triste e bonita que
ouvi nos últimos
tempos: "É duro dizer isso, mas tenho certeza que não.
Uma vez ele me disse:
‘Mãe, eu só fui feliz na infância"’.
A coragem de
Dona Maria do Carmo mostrou que a reportagem às vezes
não
termina no que é visto pelas frestas da parede.
Emocionou fãs e alguns
fotógrafos, levou um cameraman às lágrimas. E me fez
agradecer intimamente
ao gordo alto, com suas abençoadas cotoveladas."
Reportagens
/ Entrevistas
1. Folha - 11/10/96 - Venda de discos de Renato Russo
dobra em SP
2. Folha - 12/10/96 - Mãe diz que Renato Russo desistiu
de viver
3. Folha - 12/10/96 - Gravadora diz que Russo deixa
material inédito
4. Folha - 12/10/96 - Corpo de Renato Russo é cremado no
Rio
5. Estado - 11/10/96 - Texto escrito por Renato Russo em
abril
6. Estado - 11/10/96 - Renato captou espírito da geração
7. Estado - 11/10/96 - Renato segundo seus amigos
8. Estado - 11/10/96 - Corpo do músico será cremado
9. Estado - 11/10/96 - História do cantor era de morte
anunciada
10. Estado - 11/10/96 - Doente, artista evitava aparecer
em público
11. Estado - 10/10/96 - Corpo será cremado
12. Estado - 15/12/95 - Renato Russo dá voz para sua
geração
13. Estado - 06/05/96 - Legião Urbana prepara novo disco
14. Estado - 25/09/96 - Legião Urbana fala ao "Zap!"
sobre sua volta
15. Estado - 24/09/96 - Legião Urbana faz canções para
jovens em crise
16. Estado - 16/12/95 - Renato Russo encara o desafio de
cantar com sinceridade e muita qualidade
17. Estado - 15/12/95 - Rock é uma atitude, não é moda
18. Estado - 15/12/95 - Nos shows, emoção é o que
importa
19. Estado - 16/12/95 - Frase
20. Revista da Folha - Outubro de 1994 - O Anjo
Regenerado
Venda de
discos de Renato Russo dobra em SP
19h03 - 11/10/1996
SÃO PAULO, SP (Agência Folha) - A morte de Renato Russo
duplicou a venda de discos do músico e da banda Legião
Urbana hoje, em São Paulo. Francisco Nolberto Lucas,
gerente da Planet Music Mega Store, maior loja de discos
da cidade, disse que a procura aumentou da mesma forma
que depois da morte dos integrantes do grupo Mamonas
Assassinas. Funcionários das lojas Musical Box, Aqualang
e Hi-Fi Laser disseram que a vendagem dos discos de
Renato Russo e do Legião Urbana foi 50% maior. Os
trabalhos mais procurados, segundo os lojistas, são os
discos ''Equilíbrio Distante'' (trabalho solo com
músicas italianas), ''Dois'' e ''A Tempestade'' (disco
mais recente do Legião Urbana). O cantor e compositor
Renato Russo, ou Renato Manfredini Jr., nasceu no Rio em
27 de março de 1960, abandonou o jornalismo e a
profissão de professor de inglês para se tornar
vocalista da banda Aborto Elétrico, em 1978. A banda
teve vida curta. Com os amigos Dado Villa-Lobos e
Marcelo Bonfá, criou então o Legião Urbana. O primeiro
disco foi lançado em 1984, e teve sucesso relativo. O
grupo estourou com o segundo álbum, ''Dois'', em 1986. É
desse disco a música ''Eduardo e Mônica''. O último
disco, ''A Tempestade ou O Livro dos Dias'', foi lançado
no mês passado, sem divulgação para a imprensa. Segundo
o grupo, ''o disco fala por si''. Em 12 anos de
carreira, o grupo contabilizou mais de 4,5 milhões de
discos vendidos.
Mãe diz que
Renato Russo desistiu de viver
12h44 - 12/10/1996
RIO DE JANEIRO, RJ (Agência Folha) - A mãe de Renato
Russo, Maria do Carmo Manfredini, disse hoje de manhã,
depois da missa de corpo presente de seu filho, que ele
''quis chegar ao fim''. ''Não se suicidou, mas
simplesmente não lutou'', afirmou. Apesar de o médico do
músico, o clínico-geral Saul Bteshe, ter afirmado ontem
que Russo morreu em consequência de Aids, Maria do Carmo
disse que foi anorexia nervosa (doença que causa perda
do apetite) a causa da morte. Bteshe, que assinou o
atestado de óbito de Russo, informou que o cantor e
compositor tinha o vírus HIV havia seis anos. Segundo
Maria do Carmo Manfredini, nos últimos dias, Russo vivia
um ''período muito grande de depressão. Realmente não
queria mais viver. Sabe, ele foi se entregando. Ele
achava que não tinha mais nada''. Ela afirmou que o
compositor estava em crise desde o início do ano. ''O
nome 'A Tempestade ou O Livro dos Dias' (último disco da
banda, lançado em setembro) foi escolhido justamente por
causa disso, porque havia uma tempestade dentro dele. O
dever profissional dele era muito forte. Ele me disse
que queria deixar esse disco porque não sabia se faria
outro'', afirmou.
Gravadora
diz que Russo deixa material inédito
12h56 - 12/10/1996
RIO DE JANEIRO, RJ (Agência Folha) - O presidente da
gravadora EMI, Aloísio Reis, disse que o grupo Legião
Urbana tem muito material inédito gravado com a
participação de Renato Russo. Segundo ele, uma reunião
com os demais participantes do grupo, provavelmente
daqui a duas semanas, definirá o que será feito com esse
material ''Todo grupo de rock sempre tem material
gravado. No caso do Legião Urbana, esse material é
relativamente grande'', disse Reis. ''Até agora não
tivemos tempo de pensar, só de chorar'', afirmou. O
Legião Urbana é contratado da EMI desde 1984 e lançou
todos os seus discos pela gravadora. Segundo Reis, o
último disco do grupo, ''A Tempestade ou O Livro dos
Dias'' foi lançado com uma prensagem de 340 mil cópias,
a maior tiragem inicial de um disco do grupo. Com a
morte de Renato Russo, a EMI perdeu seu segundo
integrante do time de líderes de vendagem em menos de um
ano. O primeiro foi o grupo Mamonas Assassinas, cujos
integrantes morreram no dia 2 de março deste ano, em
acidente de avião.
Corpo de
Renato Russo é cremado no Rio
12h35 - 12/10/1996
RIO DE JANEIRO, RJ (Agência Folha) - Em uma cerimônia
simples, como era o desejo do cantor e compositor Renato
Manfredini Júnior, o Renato Russo, 36, o corpo do
artista foi cremado na manhã de hoje no cemitério São
Francisco Xavier, no Caju (zona portuária do Rio).
Poucos familiares e amigos compareceram ao cerimonial de
cremação do corpo de Russo, dentre eles os pais, Renato
e Maria do Carmo Manfredini, e os artistas Marina Lima e
Marco Nanini. O guitarrista Dado Villa-Lobos e o
baterista Marcelo Bonfá, que formavam com Russo o núcleo
central do grupo Legião Urbana, não compareceram ao
cerimonial. ''Estou muito triste, foi uma perda
profunda'', disse Marina. Maria do Carmo Manfredini
disse que as cinzas do corpo de Russo serão jogadas em
um jardim florido. A cremação do corpo começou às 9h. Às
9h45, a administração do crematório liberou a entrada
dos fãs, após a saída dos familiares.
Texto
escrito por Renato Russo em abril
de 1983 para o primeiro grande show
Estado - 11/10/1996
Os componentes dos quatro conjuntos fazem parte do que
era conhecido como "a turma da colina da UnB", isso por
volta de 1977, época da abertura e da redemocratização
(embora a UnB ainda apresentasse alguns problemas). Um
maço do Hollywood estava por volta de Cr$ 15,00 e, na
cidade, não existia nada para se fazer. Mas aparece
então o que iria acabar de vez com a pouca identidade
que a capital tinha com a música discoteca. Brasília
deixa de ser Brasília e passa a ser Rio de Janeiro, como
o País inteiro. Para quem gostava de rock, esse foi o
fim. Basta ser chamado de colonizado o tempo todo; com a
moda disco a situação piora sensivelmente. Ainda mais
porque na mesma época aparece um movimento original e
anárquico que pretende acabar com os falsos modismos. É
a moda levada ao extremo: antimoda, antiestética,
antitudo. Mas aqui é bem mais fácil controlar a
juventude oferecendo a válvula de escape ideal e não uma
música que faça todos pensarem e questionarem as
hipocrisias construtivas de uma sociedade falsa, à beira
da autodestruição atômica. Ha-ha. Música discoteca não
fala desse feito. E a música popular brasileira parece
estar mais preocupada com cama e mesa e a sensação das
cordilheiras. E o pessoal que faz letras espertas não
gosta de tocar rock no Brasil. O que fazer? Será que
estão todos satisfeitos? Rock é uma atitude, não é moda.
É música da África. Não é música americana. Tem no mundo
inteiro. Texto escrito por Renato Russo em abril de 1983
para o primeiro grande show reunindo as quatro
principais bandas de Brasília: Legião Urbana, Plebe
Rude, Capital Inicial e XXX.
Renato
captou espírito da geração
criada debaixo do militarismo
Estado - 11/10/1996
O rock brasileiro perdeu seu maior poeta. Renato Russo,
vocalista e compositor da Legião Urbana, captou o
espírito de toda a blank generation criada sob as botas
do militarismo pós-64. "Somos burgueses sem religião,
somos o futuro da nação: geração Coca-Cola," vociferava
no primeiro disco da banda, em 1984, quando o Brasil
retomava os caminhos da democracia. Aos 36 anos, Russo
andava deprimido havia muito tempo. Polêmico e
controverso, Russo foi punk, definiu seu grupo de rock
como filhos da revolução e nos últimos anos adotou uma
posição aberta em relação a sua condição de homossexual
sem fazer disso uma bandeira. Ao lado de Dado Villa
Lobos e Marcelo Bonfá, Russo foi o responsável pela
inserção de Brasília no panorama do rock nacional.
Aberta a porta pela Legião, outros grupos como Detrito
Federal, Plebe Rude e Capital Inicial atingiram os
ouvidos das novas gerações brasileiras na metade dos
anos 80. Todos eram muito zangados. Brasília foi amada e
odiada por Renato Russo. Foi na capital do Brasil que
ele desenvolveu seu rock e forjou a fúria e o sarcasmo
de seus versos bem construídos. Foi em Brasília, em
1988, que ele foi execrado pela cidade que criou o rock
da Legião Urbana. Um show da banda no estádio Pelezão,
em junho de 1988, marcou para sempre a trajetória da
banda. Um fã invadiu o palco e começou a agredir Russo.
Foi o estopim de uma noite infernal. No final, 385
feridos e um discurso inflamado de Russo prometendo
nunca mais tocar em Brasília. O episódio foi
classificado como uma espécie de Altamont brasileiro,
referência a um concerto dos Rolling Stones em dezembro
de 1969 que quase acabou em tragédia. Clone vocal de um
ídolo da Jovem Guarda, Jerry Adriani, Russo deu a volta
por cima nessa armadilha do destino. E fez o caminho
pelo avesso: se Jerry começou cantando em italiano,
Russo acabou a carreira com um disco solo na língua de
Dante. Deprimido crônico, dependente confesso de álcool
e cocaína, Russo sempre atraiu a atenção dos repórteres,
fosse pelo hábito de quase não falar à imprensa ou pela
torrente de declarações bombásticas que fluía quando ele
resolvia abrir a boca.
Renato
segundo seus amigos
Estado - 11/10/1996
"Era um idealista", diz Roger Moreira, do Ultraje
Amigos, colegas e vizinhos se manifestaram sobre a morte
de Renato Russo. A seguir, alguns dos depoimentos sobre
o cantor.
Nota oficial da gravadora da Legião Urbana, EMI-Odeon
"Lamentamos profundamente a morte ocorrida nesta
madrugada do nosso querido Renato Russo, cuja memória
permanecerá viva na lembrança do povo perpetuada que
está em seu inesgotável talento e na beleza de suas
obras e interpretações, que tivemos o privilégio de
fixar para a eternidade. Mais do que um extraordinário
artista, perdemos um grande companheiro e amigo. Que
Renato Russo descanse em paz."
Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor "Estou
chocado. O Renato era um cara de um carisma
impressionante, um idealista. Admirava também o seu
caráter - nunca precisou se vender ao sistema para fazer
sucesso. Ele viveu pra dizer o que pensava."
Edgar Scandurra, guitarrista do IRA! "O Ira e o Legião
começaram a carreira juntos, em 1977. A gente com o nome
de Subúrbio e eles como Aborto Elétrico. A gente tocava
nos mesmo lugares aqui em São Paulo - Rose Bom Bom,
Radar Tam Tam, Napalm. Era todo mundo adolescente na
época, lembro dele me presenteando com um disco do Small
Faces, com uma dedicatória super-carinhosa. Me dava
muito bem com o Renato."
Marina Lima, cantora "Nós fizemos um grupo de estudos de
filosofia juntos. Mas não posso dizer que era íntima
dele, seria uma blasfêmia. O Renato era uma pessoa muito
cerimoniosa. Acho uma perda enorme para a música
brasileira, ele tinha um talento ímpar. Para minha
geração em particular é uma perda terrível, igual à do
Cazuza. Fica um vazio enorme, um sentimento amargo de
incompreensão desse tempo em que vivo."
Carlos Trilha, tecladista (tocou em todas as faixas do
último disco do Legião, A Tempestade) "Renato sempre foi
muito triste e sozinho, mas nos últimos três meses, se
isolou completamente."
Francisca Maria da Silva, 50 anos (vizinha de Renato
Russo) "Gostava muito de ouvir ele tocar teclado. Ele
costumava tocar Brasileirinho, Asa Branca e Pais e
Filhos, uma música que me marcou muito. Há três semanas,
parei de ouvir o teclado e achei que ele tivesse
viajado. O relacionamento dele com os vizinhos era por
meio das músicas que saíam de seu apartamento."
Lulu Santos, cantor e guitarrista "Estou muito chocado
para falar a respeito"
Toni Garrido, vocalista do Cidade Negra "O Cidade Negra
sempre fez reggae, mas mesmo assim a gente foi muito
influenciado pelas letras dele. O Renato era um ídolo
para todo mundo da nossa geração. Eu ficava tremendo
toda vez que era apresentado a ele."
Roberto Dranoff, da Red Hot Organization "Passei anos
tocando Legião na Jovem Pan. Chegamos a pensar em
convidá-lo para entrar no projeto do Red Hot and Rio.
Para mim, ele e o Arnaldo Antunes são os melhores do
Brasil."
Carlos Maltz, baterista da banda gaúcha Engenheiros do
Hawaii "Renato Russo foi o maior cantor de minha
geração, e eu comecei a tocar imitando o Legião Urbana.
Espero que agora ele encontre o seu caminho."
Fernanda Takai, vocalista da banda mineira Pato Fu "É um
episódio muito triste, não há como medir a perda de um
artista assim. A pesar de atitudes de não querer dar
entrevistas ou mesmo fazer shows, Renato Russo era
adorado pelos fãs: para ele, suas palavras valiam ouro.
Com o tempo, a gente vai sentir o peso de sua morte para
a história do rock brasileiro."
Cascão, vocalista da banda Detrito Federal "É completa a
influência que ele teve sobre mim. Brasília tinha uma
cara administrativa e ele foi o estopim que mostrou a
cara jovem dela. A influência dele no som da minha
banda, Detrito Federal, também foi gigantesco. Quando
ouvi o Aborto Elétrico (primeira banda de Renato)
pensei: É isso que eu quero fazer. E o lema da época era
o do it yourself, então fui atrás de uma banda. Pode-se
dizer que o Renato Russo é o nosso JK, o que o Juscelino
Kubitschek foi para Brasília o Renato foi para a
juventude dela."
Corpo do
músico será cremado
Estado - 11/10/1996
RIO - O cantor e compositor Renato Russo, de 36 anos,
vocalista da banda Legião Urbana, morreu à 1h15 de
sexta-feira, em sua casa, em Ipanema, Zona Sul. Seu
corpo será cremado neste sábado, às 9 horas, no
Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Norte. De
acordo com o atestado de óbito, assinado pelos médicos
Saul Pteshe e Humberto Mauro R. L. Vasconcelos, sua
morte foi causada por septicemia, broncopneumonia e
infecção urinária. Ele tinha Aids havia seus anos.
Parentes e amigos de Renato Russo (o nome artístico de
Renato Manfredini Jr.) não confirmaram. "Está todo mundo
falando isso, mas é uma coisa que ele não falava", disse
Fernanda Villa-Lobos, mulher do guitarrista da Legião,
Dado Villa-Lobos. "Não cabe a mim comentar." Ela afastou
a hipótese de Renato Russo ter-se suicidado. "Ele não
teria coragem." O cantor estava deprimido havia vários
dias, recusando-se a comer e a sair de seu quarto,
segundo parentes. "Ele estava muito triste e falava em
morte até nas suas músicas", disse Asmar Manfredini, tio
de Renato. Segundo Fernanda, o cantor estava anoréxico e
anêmico. A prima de Russo, Leisa do Espírito Santo
Manfredini, também negou a hipótese de suicídio: "Ele
estava com pneumonia." Suicídio - O boato de que o
cantor havia se matado circulou no Rio há três dias e
chegou a ser noticiado em algumas rádios. Informado
sobre isso, o diretor-artístico da EMI, João Augusto,
ligou imediatamente para a casa do cantor e obteve
notícias de que ele estava bem. Fernanda contou que, na
ocasião, Dado Villa-Lobos foi à casa do parceiro para
saber o que havia ocorrido. O guitarrista conversou com
o pai do cantor, o funcionário público Renato
Manfredini, e ficou preocupado com a situação do amigo.
Ele contou a Dado que seu filho não comia havia vários
dias e se recusava a sair do quarto. "Dado, então,
conversou com Renato, que chorou muito, demonstrando
estar realmente deprimido", contou Fernanda. "Não
sabíamos que a situação era tão grave." A depressão
profunda de Renato Russo é confirmada por seus vizinhos,
amigos e parentes. "Ele andava muito triste", disse a
prima Leisa. "Há 15 dias ele estava cabisbaixo, triste e
deprimido", contou o vizinho e amigo do cantor, Chico
Guarani. O amigo lembrou ainda que quando estava bem,
Renato ouvia som em um volume muito alto. "Há dois meses
não se escuta música por aqui." Doença - Uma equipe de
enfermagem acompanhava o estado de saúde de Renato Russo
em casa, desde que ele começou a ter crises de
pneumonia. "Ele nunca quis se hospitalizar", contou o
tio do cantor, Asmar Manfredini. De acordo com vizinhos,
Renato Russo se submetia a um tratamento de
desintoxicação de drogas. O cantor já havia declarado em
entrevistas que era dependente de cocaína e de álcool
desde os 16 anos de idade. Na hora da morte, Renato
Russo estava no quarto de seu apartamento conjugado,
acompanhado de um enfermeiro e de seu pai, que veio de
Brasília há um mês para cuidar dele. A mãe do cantor,
Carmem Manfredini, chegou neste sábado de manhã à
cidade. Renato Russo deixa um filho, Giuliano
Manfredini, de 7 anos, que também está no Rio, na casa
dos bisavós. Diversos amigos do cantor estiveram
sexta-feira em seu apartamento, entre eles, a vocalista
do conjunto Sex Beatles, Chris Broun, o fotógrafo Flávio
Colker, que fez diversas capas do disco da banda, e o
ator Maurício Branco. Nenhum deles quis comentar a morte
do cantor. Diversos fãs de Renato Russo fizeram vigília
durante todo o dia de sexta-feira em frente da casa do
cantor. Eles chegaram a agredir verbalmente os
jornalistas, dizendo que Renato jamais aprovaria tal
assédio da imprensa.
História do
cantor era de morte anunciada
Estado - 11/10/1996
ALEX ANTUNES
Antes do fim de 83, um trio brasiliense começou a
aparecer em São Paulo, para tocar no Napalm e em outras
casas underground. Era a Legião Urbana, apenas mais uma
banda pós-punk - elétrica, direta, rápida, compacta,
barulhenta. E, no entanto, uma certa... intensidade?
sinceridade? credibilidade? já emanava dos caras, em
especial do feioso vocalista e baixista, um certo Renato
Russo (pseudônimo), com pendor para letras mais, eh,
literárias (sorry) do que a média. O povo das bandas
paulistas o seguia, espécie de fãs num ambiente onde não
os havia. Eu era um desses. Nos dez anos seguintes,
encontrei a Legião inúmeras vezes - o grupo de popstars,
eu como jornalista. Escrevi mil vezes sobre eles; hoje,
vendo a cara do Renato Russo na televisão, só posso
admitir que eu mesmo nunca entendi nada. Russo congelado
para sempre como uma espécie de enigma - sempre próximo
(como no começo), sempre distante (como no final),
ridiculamente transparente, rigorosamente inexpugnável.
A história de Renato Russo é a de uma morte anunciada -
nós o pegamos para Cristo (e como ele gostou disso!).
Outro dia, conversando com Skowa, ele falava no "poder"
do artista em cima de um palco. Propus-lhe um ponto de
vista diferente, o do vudu: entre o galã e a fanzoca,
quem é que recorta, fura e prega a imagem de quem, no
caderno ou na parede? Quem é que se expõe nas luzes,
quem é que esconde o rosto nas sombras? Quem é que
engole quem, quem é escravo de quem? Renato Russo era
escravo dessa idéia, dessa história. Uma sensibilidade
especial para o drama pequeno e mortal, o foco menor e o
mais intenso. Espelho - Alguém anônimo o pára no
corredor do Shopping da Gávea e, agressivamente,
pergunta: "Quem te deu o direito de ficar espalhando o
que acontece na minha vida na tua música (Ainda É
Cedo)?" Essa era a vida do Russo, no espelho do espelho.
Ele tentou quebrar o encanto, assumindo o lado messias:
em um único show, foi capaz de discursar seguidamente
contra a fraude nos vestibulares, o serviço militar
obrigatório, os cambistas de ingressos e as eleições
indiretas. Ou então tentou assumir o entertainer: fez
queimar fogos de artifício ao som de Rhapsody In Blue,
em outro ano, em outra apresentação. Para o público, era
a mesma coisa: era ele!, Renato Russo. Só ele não sabia
quem era, só ele não aceitava o jogo (como Kurt Cobain).
E ainda esperava um gesto, um sinal do público anônimo,
amorfo e ensandecido (Russo quase causou uma catástrofe
por insistir em tocar em estádio sem impor o fosso entre
o palco e a platéia). Talvez tivesse escrúpulos demais
("Não vou fazer o equivalente sonoro das fotos de Robert
Mapplethorpe"), o outro nome para a covardia. Talvez
procurasse um sentido que simplesmente não existe
(organizava seus 2 mil discos por ordem... de
preferência!). Morreu enquanto dormíamos. Continuaremos
dormindo.
Doente,
artista evitava aparecer em público
Estado - 11/10/1996
Desde que seu clipe de Strani Amori estreou na MTV que
Renato Russo vinha evitando aparições públicas. Nada de
fotos, releases ou declarações públicas. No entanto,
furou o silêncio em julho, em uma entrevista publicada
há poucas semanas no Zap!, por conta do lançamento do
mais recente disco da Legião Urbana, A Tempestade ou O
Livro dos Dias. "Gravamos 25 canções, mas daí nos
tocamos da inviabilidade de, num último disco de um
contrato, lançar um álbum duplo." Dessa forma, a banda
cortou dez canções já prontas, o que pode fazer com que
os fãs esperem para os próximos anos um novo álbum do
trio. Apesar de quase nunca se encontrarem fora dos
estúdios, os três integrantes do grupo tinham suas
"formulinhas" e compunham com aparente facilidade. Ainda
há muitos tapes inéditos das sessões dos outros discos
também. Violência - Não era segredo que Renato odiava se
apresentar em shows ao vivo, principalmente depois dos
problemas de violência na platéia durante a turnê de As
Quatro Estações, em 1989/1990. "A gente percebeu que era
impossível insistir naquela coisa de `tocar de igual
para igual' com o público, aquela coisa de o público ser
igual a gente." No entanto, Renato achava que a questão
da violência na platéia já estivesse contornada, mas
ainda havia coisas a ser acertadas. "A gente pretende
voltar a tocar, em palcos altos e lugares grandes, assim
que passar todos esses meus problemas". Quais? Não quis
revelar. "Mas estou me tratando com meus remédios e
fazendo análise." Renato era um poço de obscurantismo,
monossilábico, que se protegia atrás de um falso ar
blasé. Tossia muito e interrompia a entrevista várias
vezes para que seu renitente soluço passasse. Aliás, não
tem uma pessoa que tenha encontrado Russo nos últimos
tempos que não o visse doente, gripado, soluçante ou
profundamente deprimido, o que intensificou os boatos a
respeito de seu estado de saúde. Russo era a figura mais
errática de sua geração, a do rock brasileiro dos anos
80 e sua morte, ainda que lamentável, não chega a ser
surpresa para quem acompanha os passos do cantor desde o
começo. Renato parecia acreditar (mesmo que sua lucidez
o forçasse a negar veementemente) na tradicional
lenga-lenga sobre "mártires" do rock. Heróis que partem
em uma infecção pulmonar, como ele, em uma overdose,
como Keith Moon, ou num suicídio, como Kurt Cobain,
sempre sabem que estão trocando suas vidas por um lugar
na história. Uma barganha não muito lucrativa, diga-se.
Cobain, por sinal, era um dos casos recentes que mais
perturbavam Renato. "O Nirvana está naquela linhagem
indispensável da história do rock, como Elvis, os
Beatles e o Sex Pistols", disse ele. "E eu ficava muito
aborrecido com aquele menino, porque eu me via no lugar
dele, vivendo a minha história", contou, antes de
concluir: "Eu tinha tudo para morrer como ele."
Corpo será
cremado
Estado - 10/10/1996
O cantor e compositor Renato Russo, de 36 anos,
vocalista da banda Legião Urbana, morreu à 1h15 da
madrugada desta sexta-feira em sua casa, em Ipanema, na
Zona Sul da cidade. Seu corpo será cremado neste sábado,
às 9h30m, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na
Zona Norte. De acordo com nota oficial divulgada por
integrantes do grupo, o cantor "morreu em decorrência de
problemas infecciosos pulmonares". Parentes e amigos do
cantor disseram que Renato Russo estava deprimido havia
vários dias, recusando-se a comer e a sair de seu
quarto. "Ele estava muito triste e falava em morte até
nas suas músicas", disse Asmar Manfredini, tio do
cantor. Parentes e amigos de Renato Russo não
confirmaram que o cantor estivesse com Aids. "Está todo
mundo falando isso, mas é uma coisa que ele não falava",
disse Fernanda Villa-Lobos, mulher do guitarrista do
Legião, Dado Villa-Lobos. "Não cabe a mim comentar". Ela
afastou a hipótese de Renato Russo ter-se suicidado.
"Ele não teria coragem", afirmou. Segundo Fernanda, o
cantor estava anoréxico e anêmico. A prima do cantor,
Leisa do Espírito Santo Manfredini, também negou que ele
tenha se suicidado. "Ele estava com pneumonia", disse.
Suicídio - O boato de que o cantor havia se matado
circulou no Rio há três dias e chegou a ser noticiado em
algumas rádios. Informado sobre o boato, o diretor
artístico da EMI, João Augusto, ligou imediatamente para
a casa do cantor e teve notícias de que ele estava bem.
Fernanda contou que, na ocasião, Dado Villa-Lobos foi à
casa do parceiro para saber o que havia acontecido. O
guitarrista conversou com o pai do cantor, o funcionário
público Renato Manfredini, e ficou preocupado com a
situação do amigo. Ele contou a Dado que seu filho não
comia havia varios dias e se recusava a sair do quarto.
"Dado, então, conversou com Renato, que chorou muito,
demonstrando estar realmente deprimido", contou
Fernanda. "Não sabíamos que a situação era tão grave". A
depressão profunda de Renato Russo é confirmada por seus
vizinhos, amigos e parentes. "Ele andava muito triste",
disse a prima Leisa. "Há 15 dias ele andava cabisbaixo,
triste e deprimido", contou o vizinho e amigo do cantor,
Chico Guarani. O amigo lembrou ainda que quando estava
bem, Renato ouvia som em um volume muito alto. "Há dois
meses não se escuta música por aqui." Doença - Uma
equipe de enfermagem acompanhava o estado de saúde de
Renato Russo em casa, desde que ele começou a ter crises
de pneumonia. "Ele nunca quis se hospitalizar", contou o
tio do cantor, Asmar Manfredini. De acordo com alguns
vizinhos, Renato Russo estava sendo submetido a um
tratamento de desintoxicação de drogas. O cantor já
havia declarado em entrevistas que era dependente de
cocaína e alcoólatra desde os 16 anos de idade. Na hora
da morte, Renato Russo estava no quarto de seu
apartamento conjugado, acompanhado de um enfermeiro e de
seu pai, que veio de Brasília há um mês para cuidar
dele. A mãe do cantor, Carmem Manfredini, chegou hoje de
manhã à cidade. Renato Russo deixa um filho, Giuliano
Manfredini, de 7 anos, que também está no Rio, na casa
dos bisavós, na Ilha do Governador. Diversos amigos do
cantor estiveram em seu apartamento, entre eles, a
vocalista do conjunto Sex Beatles, Chris Broun, o
fotógrafo Flávio Colker, que fez diversas capas do disco
da banda, e o ator Maurício Branco. Nenhum deles quis
comentar a morte do cantor. Diversos fãs de Renato Russo
fizeram vigília durante todo o dia em frente à casa do
cantor. Eles chegaram a agredir verbalmente os
jornalistas, dizendo que Renato jamais aprovaria tal
assédio da imprensa.
Renato Russo
dá voz para sua geração
Estado - 15/12/1995
O trabalho do vocalista, letrista e compositor da Legião
Urbana supera a nostalgia dos anos 80
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Adécada de 80 foi marcada pelo auge do rock brasileiro,
que entrou definitivamente para o universo da música
popular produzida no País. Muita coisa ficou para trás e
já é, em tão pouco tempo, motivo para nostalgia (vide a
volta com sucesso da Blitz). Do que ficou, um nome se
destaca como o letrista que melhor cantou essa geração:
Renato Russo, de 35 anos. Neste fim de ano, ele se expõe
de maneira dupla - em Equilíbrio Distante, seu segundo
disco solo, e na caixa com os seis discos de estúdio da
Legião Urbana remasterizados (nas lojas na semana que
vem), ambos pela EMI. O vocalista, letrista e compositor
da Legião, a banda de maior sucesso na história do rock
brasileiro, vive entre a conclamação de público e classe
artística e as alfinetadas da imprensa, que o acusa de
ultrapassado e até de "rock mauricinho", o que explica o
tempo que ele passa em cada entrevista falando das
sandices escritas a seu respeito. Mas já é tempo de se
admitir - como fazem Lobão, Cássia Eller, Boca Livre,
Marina e tantos outros - que, como Cazuza, Russo é um
nome importante, com o mesmo peso para a sua geração que
têm Caetano e Gil para a anterior. Comparações musicais
são injustas, porque a proposta da Legião nunca foi ter
uma produção complexa, sofisticada ou experimental nesse
sentido. "Nossas música são duas notas", ironiza o
próprio Russo. Mas sua capacidade lírica é incontestável
quando se lê com atenção Acrilic on Canvas, por exemplo,
do elogiado disco Dois. "Minha geração sempre foi
tachada de vazia e idiota", comenta. A chance de provar
que isso não era verdade sempre foi um incentivo para
escrever as coisas com cuidado. "Eu não podia fazer uma
besteira." Agora Renato Russo enfrenta o desafio de
mostrar que, embora seja um cantor intuitivo (sem
técnica), pode se sair bem como intérprete e produtor,
cuidando minuciosamente de todas as fases - até da
produção gráfica - de Equilíbrio Distante. Com esse
disco romântico, assumidamente brega e todo cantado em
italiano - com faixas que vão de Laura Pausini (leia
entrevista com a cantora na página 2) à versão de Como
uma Onda -, ele pretende experimentar o máximo da
absorção na cultura pop, sem misturar com o seu trabalho
na Legião, que está preparando novo disco. Até lá vai se
ouvir falar muito dele.
Legião
Urbana prepara novo disco
Estado - 06/05/1996
Em estúdio desde janeiro, Renato Russo explica como será
o álbum da banda
MARINA DELLA VALLE
Especial para o Estado
Em time que está ganhando não se mexe. Essa máxima
popular pode ser aplicada ao grupo Legião Urbana. Em
estúdio desde janeiro, o vocalista Renato Russo, o
guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá
trabalham em seu novo disco, que deve ser batizado de A
Tempestade. De acordo com Russo, o álbum não apresenta
muitas inovações em relação aos outros trabalhos da
banda. A gravadora EMI-Odeon ainda não tem data marcada
para o lançamento, previsto para este ano. "É um disco
igualzinho aos outros, o mesmo Legião de sempre",
explica Russo. Ele define o novo trabalho como uma
mistura dos álbuns Dois (1986) com As Quatro Estações
(1989) e partes do que ele classifica como "discos
sérios", V (1991) e O Descobrimento do Brasil (1994).
Russo anuncia uma obra melancólica. "Este foi um ano
ruim", lamenta-se. "Perdi meu namorado, tinha de ser
assim." O grupo segue a linha da crítica social e
espiritualidade que vem fazendo desde As Quatro Estações
(1989), que alcançou a marca de 870 mil cópias vendidas.
A Tempestade deve trazer canções sobre esperança. "A
gente tenta ser do bem e olhar para frente", diz Russo.
A banda não esquece a crítica social que deu o tom aos
primeiros álbuns. "Não posso dizer que todo mundo está
feliz na praia, dançando a dança da garrafa, quando está
tudo ruim."
Legião
Urbana fala ao "Zap!" sobre sua volta
Estado - 25/09/96
Os integrantes da banda Legião Urbana, afastados dos
palcos e do público nos últimos três anos, estão de
volta ao contato com seus fãs. Eles falam com
exclusividade ao caderno Zap! e acabam de lançar o CD A
Tempestade. Brasília, a cidade desse grupo jovem,
continua presente nas letras das músicas. "O novo CD
está mais pop", explica Renato Russo, líder da banda,
que também insiste em sua visão pessimista da
atualidade. Russo aponta vários dramas ocorridos este
ano, entre os quais o acidente que matou os Mamonas
Assassinas. Zap!
Legião
Urbana faz canções para jovens em crise
Estado - 24/09/96
Novo disco da banda, `A Tempestade', é manual de
educação sentimental repleto de clichês
JOTABÊ MEDEIROS
Convenhamos: os versos do Legião Urbana não são o que
costumamos chamar de "achados poéticos". Observem: Não
confunda ética com éter/Não façamos do amor algo
desonesto/Não se pode olhar pra trás sem aprender alguma
coisa pro futuro/Tem gente que não tem nada e outros têm
mais do que precisam. Todos esses MaCclichês estão em
Tempestade (EMI), o novo disco do Legião, que é uma
espécie de manual de educação sentimental para teenagers
com crises existenciais e mesadas esporádicas. Renato
Russo fala de como acha que o teen deve proceder em
assuntos de amor, trabalho, amizade, lealdade, etc.
Renato Russo, no entanto, não é uma "má influência", no
sentido kierkegaardiano do termo. Nem é burro: fez o
disco com uma intenção clara e incluiu até um manifesto
dessa disposição, a canção Aloha, em que diz: A
juventude está sozinha/Não há ninguém para ajudar a
explicar/Por que o mundo/É esse desastre que aí está."
Daí, Russo se dispõe a explicar o mundo. Ele tinha
abandonado essa intenção desde que o acusaram de
messianismo, nos já distantes anos 80. Sua determinação
de dizer como o "órfão" adolescente deveria se comportar
tinha esmaecido quando houve um quebra-costela
monumental num show em Brasília, os "órfãos" se comendo
de pau. Mas Russo voltou à carga em A Tempestade. O
problema é que ele é um professor que subestima os
alunos. Seu CD é, também em sonoridade, um disco que
remete à Legião dos anos 80, os "anos teen" do rock
nacional. Há equivalentes sonoros bastante evidentes,
como a canção Dezesseis, que é um óbvio remake de
Faroeste Caboclo, desta vez tendo como personagem um
James Dean tupiniquim. O disco é muito ruim, para não
ficarmos em eufemismos. Os tecladinhos batidos de sempre
conferem aquele som pré-Smiths a canções-ladainhas (como
o carro-chefe A Via Láctea), didáticas ou catequizantes.
Quando é rock, é antediluviano, lembrando aquelas coisas
a que fomos submetidos nos anos dourados: Zero, Capital
Inicial, RPM. No mundo das hipóteses, sinceramente, é
até preferível que tenha sobrado Renato Russo ditando
regra do que o inferno que seria agüentar Paulo Ricardo
ou Guilherme Isnard ou Dinho Ouro Preto, se esses
tivessem sobrevivido. Renato Russo é um dos mais
interessantes artistas do rock nacional e é também um
dos mais obstinados. Quando faz discos-solo, como o
excepcional Stonewall Celebration, se supera e mostra
que tem referências. Com o Legião, alterna bons e maus
momentos, como esse Tempestade, mas não se pode dizer
nunca que seja incoerente.
Renato Russo
encara o desafio de cantar com sinceridade e muita
qualidade
Estado - 16/12/95
Tanto no trabalho com o Legião Urbana quanto nos álbuns
solos, o músico, que gosta de cantar, procura falar de
relacionamentos, do universo humano, das sensações e do
que cada um tem dentro de si
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Renato Russo tem fama de não gostar de dar entrevista. É
possível, já que ele sempre teve problemas com a
imprensa. Mas, quando começa a falar, não falta nada:
carreira solo, Legião, dependência química, geração do
rock de Brasília. Só não fala do filho, Giuliano
Manfredini, de 6 anos, autor dos desenhos da capa de
Equilíbrio Distante.
Caderno 2 -
Com Equilíbrio Distante você está encarando
definitivamente o desafio de ser intérprete?
Renato Russo - O Legião tem uma concepção fechada de
trabalho. As canções e as letras têm certas
características que estão dentro desta concepção do que
a gente representa dentro do universo do rock-and-roll e
da música pop. E eu gosto muito de cantar. Várias vezes,
pela própria maneira que a gente compõe, a letra é mais
importante do que o canto.
Caderno 2 - Isso começou com o The Stonewall
Celebration.
Russo - O Stonewall foi uma primeira tentativa de fazer
algumas coisas minhas já que a Legião já estava
sedimentada. Depois de 10 anos, sem desmerecer o
trabalho principal, os membros de um grupo vão tendo
outros interesses e esse foi o meu. O Bonfá está
trabalhando com computação gráfica. O Dado tem o selo
Rock It! O que eu gosto mesmo é de música. É de cantar.
Eu tinha algumas outras opções, como escrever, trabalhar
com cinema, mas o que eu queria mesmo era continuar
trabalhando com música.
Caderno 2 - O disco tinha 50% da renda revertida para a
campanha do Betinho.
Russo - Ele nasceu da idéia de colaborar com a campanha.
E aproveitei para usar o disco como uma espécie de
exorcismo de um relacionamento que eu tinha tido e não
deu certo. E também para dar a minha marca nos 25 anos
da celebração de Stonewall, um marco na questão dos
direitos humanos em relação à sexualidade.
Caderno 2 - Mas há outros interesses além do canto...
Russo - Para mim entra no aspecto da produção. Nesse
novo disco eu pude trabalhar com outros músicos, com
outras convenções musicais. A grande brincadeira dos
discos solo é entrar mais pelo lado da mídia para ver
como a coisa funciona. Quero fazer várias entrevistas,
fazer Xuxa Hits. Acho que o trabalho permite isso porque
é um outro conteúdo. Não é a minha vida que está ali na
linha. Legião é uma coisa que o público percebe como
sendo além de música. Nos discos solos estou fazendo só
música.
Caderno 2 - E por que em italiano?
Russo - Gravar em outras línguas é simplesmente para não
confundir com o Legião Urbana. Eu até poderia ter
gravado em português, mas as pessoas iam achar que era o
novo disco do Legião ou que a Legião acabou. Nos dois
discos fica bem claro que é um trabalho separado. Mesmo
se eu cantasse standards de MPB, as pessoas iam
confundir.
Caderno 2 - Seu disco solo acabou adiando o novo da
Legião...
Russo - A Legião está lançando os seis primeiros discos
remasterizados em Londres, com uma produção gráfica
atualizada. Consertamos tudo. É do interesse da
gravadora porque grande parte das nossas vendas foi
feita em vinil e essa é uma maneira de relançar tudo em
CD. Fizemos dez anos em 1994. A gente não acha muito
tempo, mas todo mundo ficou cobrando uma comemoração que
resolvemos não fazer. Espero que isso chame a atenção
das pessoas para o que foi feito nesse período.
Caderno 2 - A remasterização não tira a espontaneidade,
principalmente do primeiro disco?
Russo - Você vai ouvir todos os erros. É a mesma
mixagem, os mesmos arranjos. Mas o som vem menos velado.
Embora a gente não tenha mexido na mixagem, os discos
vêm com essa sonoridade mais atual, mais dentro dos
padrões da indústria nos anos 90.
Caderno 2 - Mas não significa deixar de lado o novo
disco.
Russo - A gente ainda não sabe qual vai ser o perfil do
disco. Mas já tenho algumas letras escritas e temos
muito material.
Caderno 2 - Mas o formato do Legião ainda te agrada?
Russo - Se me agradasse completamente eu não estava
fazendo disco solo. Mas acho que o desafio é você fazer
uma coisa sincera e de qualidade dentro do formato. É um
formato fechado, mas é muito profundo. Eu não vou fazer
uma música como O Vira, dos Mamonas Assassinas. Mas
dentro da nossa concepção existem n possibilidades,
porque a gente fala de relacionamento, do universo
humano, das sensações, do que cada um tem dentro de si.
Isso para mim é uma coisa quase infinita. Tem coisas que
são da mesma linha. Bader Meinhoff Blues no primeiro; no
segundo tem Fábrica, ou mesmo Índios; no terceiro tem
Que País É Este e Mais do Mesmo; no quarto tem Há
Tempos; no quinto tem Teatro dos Vampiros, que é mais
suavezinha, mas é a mesma coisa; e, agora, em
Decobrimento do Brasil, você tem Perfeição. Eu gostaria
de acreditar que são músicas completmente diferentes,
mas se você parar para pensar, a gente está falando da
mesma coisa.
Caderno 2 - Como mudou sua relação com as drogas. Você
continua dependente?
Russo - Tenho dependência química, que é como ser
canhoto ou daltônico. Eu sou o que se chama "dependente
químico em recuperação". Eu estou na programação desde
1992 e não uso mais nada porque eu não posso. Comecei a
beber com 17 anos. O negócio só ficou pesado mesmo aos
28.
Caderno 2 - Mas não era apenas álcool...
Russo - Infelizmente a droga é um meio de
confraternização social. No meio artístico, quando você
faz sucesso, todo mundo oferece droga. E você vai
pegando porque o negócio é bom. De madrugada, no
estúdio, quando alguém faz uma presença, você vai ficar
no cafezinho? E comigo ainda tinha essa história de
romantizar. E o pior é que a coisa chega a um ponto que
é vergonhoso. Eu vi que a situação estava feia quando
começaram a dizer que eu armei cena em festa que eu nem
fui, só porque já era lugar-comum. É completamente
degradante e eu gosto de falar sobre isso porque me dá
força. Faz parte da programação lembrar como era ruim. E
o negócio é que não tem meio-termo.
Caderno 2 - O consumo ou não de drogas afeta a
criatividade?
Russo - Essa idéia de você estar calibrado ou usar
substâncias químicas de qualquer tipo aumenta a
inspiração não é verdade. Mas quando a pessoa bebe, usa
drogas e tudo o mais, ela naturalmente vai viver certas
experiências que a pessoa careta não vai. Eu me metia
nuns buracos, conhecia umas pessoas estranhas. Se eu
fico na Galeria Alaska até as 6 horas, vou ter uma visão
diferente de quem acorda cedo e pega sol. Algumas
pessoas acreditam que isso afete o trabalho, mas eu
acredito que não. A inspiração é uma coisa que não dá
para você forçar. Para mim geralmente vem quando eu
estou tentando dormir. Justo o contrário, quando eu
usava droga para tentar trabalhar, o resultado ficava
mais lento e disperso. Já teve vez que tomei ácido e
escrevi para caramba. Na hora você acha uma obra-prima,
mas no dia seguinte vê que não tem nada ali. Em geral
atrapalha tudo. Você usar alguma coisa durante a
mixagem, por exemplo, é um caos.
Caderno 2 - Mas você encaretou?
Russo - Já tenho uma boa bagagem de experiência, não
preciso sair por aí para conhecer o mundo. Já fiz muita
loucura. E certas coisas que eu romantizava, hoje não
acho mais maravilhosas. Tenho alguns amigos que ainda
glamourizam essas coisas. Gente que adora os filmes do
Jim Jarmusch. Até acho alguns interessantes, mas eu não
queria conhecer aquelas pessoas.
Caderno 2 - Que pessoas você quer conhecer hoje?
Russo - Acho interessante conhecer pessoas de verdade.
Quando eu trabalhava no Ministério da Agricultura, por
volta de 1982, sempre fazia trabalho de campo. Eu era da
Coordenadoria de Orientação e Defesa ao Consumidor, que
foi um dos primeiros órgãos do gênero. Eu saía por aí
vendo se os supermercados estavam ligando os freezers,
se os produtos estavam na validade. Eu tinha de fazer
"povo fala" - parar as pessoas na rua e conversar, por
exemplo, sobre o preço do feijão. Era uma coisa
fabulosa. Essas pessoas me interessam. Agora, quem fica
jogado na noite, drogado, sem fazer nada de produtivo,
não me interessa. O que eu tinha em comum com essas
pessoas era estar doidão. Hoje não tenho mais nada.
Caderno 2 - Quando foi esse emprego? Antes da Legião?
Russo - Nessa época eu era o Trovador Solitário. Tinha
brigado com o pessoal do Aborto Elétrico, porque achava
que eles não me davam valor. Então ficava tocando umas
músicas só com violão para abrir os shows do pessoal.
Foi nessa época que compus Eduardo e Mônica, Faroeste
Caboclo. Aí eu cansei e resolvi fazer a Legião com o
Bonfá.
Caderno 2 - O Dinho Ouro Preto, do Capital, era do
Aborto?
Russo - Não. Dinho era fã de Led Zeppelin. A gente
gostava de Siouxie and the Banshees, então era proibido
gostar de Led Zeppelin e ter cabelo comprido. Até que um
dia ele virou punk. Mas todo mundo fazia tudo junto e o
primeiro disco do Capital tinha várias músicas que eles
pegaram do Aborto Elétrico, porque o Flávio (baixista) e
o Fê (baterista) eram do Aborto. Eu peguei uma parte e
eles pegaram as músicas que o Flávio fez a melodia, como
Veraneio Vascaína.
Caderno 2 - E onde entrou a Legião nessa história?
Russo - O Bonfá tocava em todas as bandas. Tocou no XXX,
no Dado e o Reino Animal, na Blitzz de Brasília, nos
Metralhas, no SLU. Eu fiquei só no Aborto Elétrico,
depois fui tocar violão e não sabia o que ia fazer. O
Dado na época estava tocando com o Dado e o Reino
Animal, mas ele não sabia tocar guitarra direito.
Caderno 2 - Como assim?
Russo - Não sabia mesmo. Ele teve de aprender a tocar
guitarra para tocar com a Legião. Em duas semanas ele
aprendeu a tocar nove músicas. No primeiro show a gente
tocou Ainda É Cedo e ele praticamente nunca tinha visto
uma guitarra. A gente ficava: "Faz barulhinho." Daí é
que saiu o solo. Até se tornar uma coisa completamente
zen e espetacular como pode ser ouvido em Música para
Acampamentos. O solo dele naquela gravação ao vivo é
fabuloso.
Caderno 2 - Mas a idéia da Legião...
Russo - A idéia, já que tinha tanta gente tocando, era
fazer um núcleo de baixo e bateria - eu e o Bonfá - e
chamar as pessoas para fazerem uma música. Por isso a
gente era a Legião Urbana. Só que é claro que isso não
deu certo porque não dava para organizar.
Caderno 2 - Dado não foi o primeiro.
Russo - Chamamos um carinha chamado Eduardo Paraná. Ele
era meio jazz-fusion, mas era bonitinho. Tinha umas
histórias engraçadas, porque ele solava o tempo todo e
dizia: "Eu não vou fazer barulhinho porque as pessoas
vão achar que eu não sei tocar." E tinha um tecladista,
o Paulo Paulista, que só entrou na banda porque tinha um
tecladinho. A gente não aproveitou nenhuma das músicas
que fez nessa época. Era muito pop. Eu escolhia todos os
meninos bonitinhos e via se tinham um mínimo de talento
musical. Tinha um menino chamado Beto Pastel. Era um
homem lindo, mas não sabia tocar nada.
Caderno 2 - Vocês chegaram a se apresentar com essa
formação?
Russo - Uma das primeiras apresentações da gente foi em
Patos de Minas. A gente sempre mimeografava as letras e
um general pegou a letra de Música Urbana, que falava
"os PMs armados e as tropas de choque vomitam música
urbana". Só que a gente era supercomportado no palco.
Então eles acharam que quem tinha feito o panfleto havia
sido a Plebe Rude.
Caderno 2 - Quando foi a entrada de Dado?
Russo - Um dia o Paraná cansou de brigar com o Bonfá e
decidiu estudar regência e "levar música a sério", como
ele dizia. O Paulista tinha 16 anos, mas parecia 30 e
resolveu sair também. Nessa época estava marcada a
primeira grande apresentação das bandas de Brasília, no
auditório da Associação Brasileira de Odontologia (ABO).
Iam tocar as quatro principais bandas combinadas em
duplas: Plebe Rude, Legião, XXX e Capital Inicial.
Faltava um pouco mais de um mês e a gente completamente
sem guitarrista. Chamamos o Ico Ouro Preto, irmão do
Dinho, que tinha sido do Aborto. No segundo ensaio ele
desistiu. Aí já não tinha ninguém bonitinho e a gente
chamou o Dado. Ele foi aprendendo e acho que hoje é um
dos grandes guitarristas porque tem estilo próprio.
Caderno 2 - O contrato com a EMI veio do show na ABO?
Russo - Os nossos padrinhos eram os Paralamas porque o
Bi era amigo de todo mundo. Eles gravaram Química e
sempre tocavam nos shows. Foram eles que apresentaram
uma fita acústica minha, que eu fiz para o Ico levar
para a França, para o George Davidson, da Odeon, que
quis saber quem eu era. Só que nessa época eu já estava
com a Legião e eles não sabiam. Quando nos viram,
tomaram um susto porque era mais um trio de Brasília com
vocalista de óculos. Com o tempo acabou se decidindo que
era melhor eu só cantar e o Bonfá chamou o Renato Rocha.
Na época, eu já estava pensando no disco. Ia se chamar
Revoluções por Minuto e ia ter London London.
Caderno 2 - Vocês foram a primeira banda a sair direto
em LP e fizeram sucesso de cara...
Russo - Na gravadora ninguém dava nada. Só que o disco
vendeu, na época, 50 mil cópias. Mas a grande virada foi
no Dois. Todo mundo esperava punk rock de Brasília e a
gente chega com uma balada de 5 minutos com violão, voz
e pandeiro, falando de um casal (Eduardo e Mônica).
Quiseram derrubar, mas como já tinham errado na primeira
vez, a gente insistiu em fazer do nosso jeito. E o disco
vendeu quase 1 milhão de cópias. Nosso primeiro contrato
era para dois compactos. Depois que a gente fez sucesso,
passou a ser dois LPs. Contrato de gravadora é que nem
Fausto assinando com Mefistófeles: uma vírgula pode
mudar tudo. Agora que o nosso contrato está acabando
eles estão tratando a gente a pão-de-ló. Este ano nós
vendemos 150 mil discos só com material de catálogo.
Rock é uma
atitude, não é moda
Estado - 15/12/1995
O músico escreveu texto em 1983 para panfleto de show de
bandas em Brasília Os componentes dos quatro conjuntos
fazem parte do que era conhecido como "a turma da colina
da UnB", isso por volta de 1977, época da abertura e da
redemocratização (embora a UnB ainda apresentasse alguns
problemas). Um maço do Hollywood estava por volta de Cr$
15,00 e na cidade não existia nada para se fazer. Mas
aparece então o que iria acabar de vez com a pouca
identidade que a capital tinha com a música discoteca.
Brasília deixa de ser Brasília e passa a ser Rio de
Janeiro, como o País inteiro. Para quem gostava de rock,
essa foi o fim. Basta ser chamado de colonizado o tempo
todo; com a moda disco a situação piora sensivelmente.
Ainda mais porque na mesma época aparece um movimento
original e anárquico que pretende acabar com os falsos
modismos. É a moda levada ao extremo: anti-moda,
anti-estética, anti- tudo. Mas aqui é bem mais fácil
controlar a juventude oferecendo a válvula de escape
ideal e não uma música que faça todos pensarem e
questionarem as hipocrisias construtivas de uma
sociedade falsa, à beira da autodestruição atômica.
Ha-ha. Música discoteca não fala desse feito. E a MPB
parece estar mais preocupada com cama e mesa e a
sensação das cordilheiras. E o pessoal que faz letras
espertas não gosta de tocar rock no Brasil. O que fazer?
Será que estão todos satisfeitos? Rock é uma atitude,
não é moda. É música da África. Não é música americana.
Tem no mundo inteiro. Texto escrito por Renato Russo em
abril de 1983 para o primeiro grande show reunindo as
quatro principais bandas de Brasília: Legião Urbana,
Plebe Rude, Capital Inicial e XXX.
Nos shows,
emoção é o que importa
Estado - 15/12/1995
Renato Russo valoriza a mensagem, o que está sendo dito,
mas também a maneira como tudo está sendo dito, a
emoção, que pode ser usada com inteligência e
sensibilidade
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Com o tempo, veio o sucesso retumbante. Faroeste Caboclo
ficou vários meses em primeiro lugar nas principais FMs.
O disco Quatro Estações foi demolidor e o ao vivo,
Música para Acampamentos, registrou a força dos shows. A
imagem estava construída. O cuidado agora tinha de ser
para mantê-la.
Desde um comentadíssimo tumulto em um show da banda em
Brasília, em 1988, Renato Russo e a Legião Urbana evitam
ao máximo a superexposição e, sempre que podem, ficam o
maior tempo possível sem trabalhar - nada de shows, nada
de entrevistas e alguma dor de cabeça para o empresário
do grupo, Rafael Borges. "Ele é o máximo porque
administra o nosso não-trabalhar", comenta Renato Russo.
Caderno 2 -
Você hoje admite que não gosta de fazer show.
Renato Russo - Já gostei muito. Agora tenho meu pé atrás
porque sei quais são as dificuldades que eu vou
enfrentar e o que pode ocorrer. Acho que a marca foi
aquele show em Brasília. A gente começou a perceber que
existem muitas coisas envolvidas que podem não dar
certo. Então a responsabilidade é muito maior e a
pressão também. Mesmo quando o show dá certo, tem aquele
engarrafamento monstro. Antigamente a gente não pensava
nisso.
Caderno 2 - O que mudou?
Russo - Comecei a pensar nisso quando tive filho. A
gente fica medroso quando tem filho. Não é medo de
acontecer alguma coisa comigo, mas de acontecer alguma
coisa comigo que afete meu filho.
Caderno 2 - Mas quando começa o show você se
transforma...
Russo - Não tem uma transformação. Eu subo no palco para
cantar as músicas. Sei que é uma bobagem dizer isso, mas
para mim o palco é sagrado. O que dificulta é a
expectativa do público e a nossa responsabilidade. E ter
de cantar as mesmas músicas sempre. Não tem um show em
que a gente não cantou Será. Você tem de passar por cima
de um tédio existencial que tem com o material e cantar
Será como se fosse a primeira vez. Isso desgasta.
Caderno 2 - Você também não se sente desgastado por se
expor muito às suas músicas? E tem também a questão do
canto, da voz mesmo...
Russo - São músicas difíceis de cantar para passar a
mensagem. Há Tempos começa tranqüila, no final eu estou
me esgoelando. Mas, quando você vê aquele bando de gente
cantando "há tempos são os jovens que adoecem", não tem
como não se emocionar.
Caderno 2 - E tem o som...
Russo - É muito desgastante se preparar para fazer um
show legal e na hora encontrar um som ruim. E o som em
todo lugar é ruim porque a gente não pode tocar em lugar
pequeno. A gente tenta equacionar essas coisas para que
tudo dê certo porque não há nada melhor do que um bom
show. Lava a alma mesmo.
Caderno 2 - Essa impossibilidade de controlar tudo é que
afasta vocês também dos festivais?
Russo - A gente é o tipo de banda que reclama se tiver
um outdoor da Coca-Cola no show. A turnê do As Quatro
Estações foi patrocinada pela Lacta porque a gente achou
que chocolate era tudo bem. Mas, mesmo assim, tinha um
monte de regrinhas. Isso dificulta as coisas para a
gente, mas se fosse de outra forma talvez perdêssemos
essa coisa especial que a banda tem. Eu estou lá falando
de ética, sofrendo, é o cantor trágico-romântico suicida
e dependente químico. O público não vai respeitar.
Caderno 2 - A relação da Legião com o público é maior
que a música...
Russo - Eles têm um perfil que eu acho muito bonito. São
pessoas que não são racistas, não são fascistas, que
buscam uma determinada ética frente ao mundo complicado
que têm. Fico feliz de tentar trabalhar com o que
acredito e o que acredito passar na música. Não existe
confusão.
Caderno 2 - A mensagem é o principal no trabalho da
Legião?
Russo - O importante para mim não é o que está sendo
dito, mas como está sendo dito. O importante é que as
pessoas conseguem se emocionar com a Legião. A coisa que
eu mais invejo é você fazer You Are Not Alone, do
Michael Jackson. É muito difícil. Você pegar frases de
cinco palavras, aquelas rimas pobres e vocabulário
batido e fazer algo que emocione as pessoas é
complicado. É muito fácil ser Nick Cave. Se não passar
emoção, não tem texto que segure. Eu vejo isso pelo
trabalho do Caetano. Você pega uma coisa como Língua.
Sinto muito, mas sou mais Leãozinho. Existe uma maneira
de você usar a emoção com inteligência e sensibilidade.
Caderno 2 - É nesse espaço que você trabalha?
Russo - Eu gosto de brincar com o limite disso. É o tal
do brega, que eu falo. No Descobrimento do Brasil, a
gente brincou com muitas coisas, só que ninguém
percebeu. Tem músicas como Só por Hoje. Aquilo é show da
Xuxa com a diferença que eu falo de dependência química.
Você se emocionar com Dumbo é diferente de achar Mirnau
ou Fassbinder o máximo.
Caderno 2 - Mas o público de vocês se aproxima mais da
MPB...
Russo - Sempre tive essa teoria - e é um crime eu falar
isso. O povo que conhece MPB, gosta de MPB e só ouve
MPB, que tem uma relação religiosa com a MPB, geralmente
são pessoas chatinhas. Tem umas músicas emblemáticas de
rodas de violão que eu acho muito chatas.
Frase
Estado - 16/12/1995
"Contrato de gravadora é que nem Fausto assinando com
Mefistófeles: uma vírgula pode mudar tudo."
(Renato Russo, cantor e compositor, em 16/12)
O Anjo
Regenerado
Revista da Folha- Outubro de 1994
Rock star mais idolatrado do Brasil, o cantor e
compositor Renato Russo deixa o inferno, atinge o
purgatório e busca o paraíso. Rompeu com o vício e com
as brigas de amor. De namorado novo e disco solo, avisa
a legião de fãs: "Chega de glorificar a relação entre
drogas e rock"
Hoje à noite, Renato Russo sobe ao palco do
Metropolitan, no Rio, para o último show da Legião
Urbana por um longo tempo. A partir de amanhã, ele troca
o furor do público pela frieza do estúdio - onde se
entrega às composições que os fãs do grupo só vão
conhecer em 95. Nesse meio tempo, será possível ouvir
sua voz entre uma tramóia e outra de Vera Fischer, a
malvada do folhetim de Gilberto Braga. Foi o prório
Gilberto quem escolheu "Send In The Clows" - do primeiro
disco solo do vocalista, "The Stonewall Celebration
Concert"- para a trilha de"Pátria Minha". Reconhecimento
tardio (mas bem-vindo) de um trabalho até então ignorado
por rádio e TV.
94 foi um grande ano para Renato Russo. Sentado numa
lanchonete a algumas quadras da sua casa, em Ipanema,
ele é todo sorrisos. Voz doce, revela detalhes de sua
carreira ou vida íntima, lembra dos flertes com a morte.
O maior motivo da alegria: neste ano, o mais amado rock
star brasileiro emergiu de um inferno regado`a álcool e
drogas.
"Eu era uma pessoa intratável", diz, com o resto de
tristeza. "Até meses atrás, não era possível falar
comigo." Agora é: durante três horas, ele discorre
animadamente sobre o disco solo, o filho, paixão,
homossexualismo, Aids, messianismo, drogas e
rock'n'roll.
Dá para dividir a história de Renato entre antes e
depois do disco solo (lançado em junho). Foi um marco.
Sinalizou o fim da paixão pelo americano Scott, com quem
viveu entre 89 e 90. Escancarou sua homessexualidade (
assumida em público em 88), com canções de amor
endereçadas a homens. E abriu outra perspectiva em sua
carreira - a de Renato Russo "crooner".
"Escolhi canções que falassem da minha experiência
pessoal", conta Renato. Ele não teve escrúpulos em
reunir no mesmo disco clássicos da canção
norte-americana (de Leonard Bernstein & Stephen
Sondhein, Hoagy Carmichael e Irving Berlin, entre
outros) e hits de compositores brega-pop, como Billy
Joel e Don Henley. Os detratores de plantão se
surpreenderam: em lugar da esperada caricatura,
encontraram um trabalho despretencioso e delicado - que
alterna momentos de dor (como "The Heart Of Matter") com
tiradas alegres ("Cherish", antigo hit de Madonna). Até
agora, o disco vendeu 40 mil cópias, com um detalhe: 50%
dos direitos são doados à campanha do sociólogo Betinho.
Para Renato, porém, esse disco tem um significado bem
particular. É o seu manifesto de sobrevivência, o passo
final num processo de recuperação iniciado um ano antes.
"No começo de 93, eu tinha chegado ao fundo do poço. "Eu
estava igualzinho ao Kurt Cobain", diz, referindo-se ao
vocalista do Nirvana, dependente de heroína, que se
matou com um tiro na cabeça em abril.
"Dizem que ele foi covarde. As pessoas não têm idéia do
que é o sofrimento de um dependente químico. É um vazio
espiritual! Eu sei o que é acordar e ver tudo cinza, não
ver alegria nas pessoas que te amam, tamanha é sua
solidão."
Renato estava nessa desde os 17. "A coisa vai num
crescendo. Depois que você faz sucesso, todos te
oferecem, aparecem os traficantes de plantão.
Experimentei tudo, mas sempre terminava em álcool e
tranquilizantes. No bar e na farmácia."
Em 90, no auge da popularidade da Legião (870 mil cópias
vendidas de "Quatro Estações", shows com 50 mil
pessoas), Renato foi ao inferno pela primeira vez. "Na
época de "Quatro Estações", eu ia para os shows com um
médico ao lado. Peguei pesado com o Scott, porque ele
era viciado em anfetaminas. Depois, caí na heroína. Usei
durante um mês e meio. No final de 90, estava um bagaço,
magérrimo, cadavérico. Tive uma hepatite séria e quase
morri."
A doença e a briga com o namorado - traumática - o
levaram a procurar uma terapia de apoio. Ficou bem o
suficiente para escrever as letras do disco "V" (várias
delas sobre drogas). Na turnê seguinte, em 91, outra
recaída. "Cancelamos os shows no Nordeste porque eu
estava bebendo de cair, com tendências suicidas. "No
começo de 93, suas bebedeiras foram parar nos jornais.
"No meu aniversário, 23 de março, pensando no meu filho,
em mim, vi que não podia continuar assim."
Em abril daquele ano, Renato ingressou em um grupo de
auto-ajuda e passou a seguir a "programação dos 12
passos", espécie de manual do viciado. Reza que a pessoa
deve reconhecer a impotência diante da dependência
química e se comprometer a lutar dia-a dia. "Hoje, essa
é a minha filosofia de vida".
Ficar careta tem suas vantagens. O rapaz está de amor
novo. "Eu nunca conseguia namorado. Agora, está chovendo
na minha horta", diz. Empolgado, dá um sorriso maroto e
imita uma velhinha: "Sabia que ele é viado? Mas é
bonzinho! É inteligente até, limpinho...".
Renato solta uma gargalhada. Esse tipo de coisa não
incomoda mais. "Resolvi minhas últimas dúvidas quando
fui aos EUA em 89. No Brasil, ou você é enrustido e pega
michê ou travesti, ou é bicha-discoteca. Não sou nada
disso". Em Nova York, descobriu que não precisava
"desmunhecar". "Gay lá pode ser macho. Eles são
setorizados: musculosos, sadomasoquistas, loucos...".
No Brasil, a revelação de que ele era gay, ainda em 88,
não arranhou sua popularidade. Fidelíssimo, o público da
Legião cantou sem titubear o refrão "eu gosto de meninos
e meninas".
Era, na verdade, o ingrediente que faltava para
completar a improvável receita do grupo de Brasília - o
mais bem - sucedido no "boom"do rock nacional. Em
retrospecto, é difícil entender como aquela banda de
letras quilométricas e desprovida de um símbolo sexual
como Paulo Ricardo chegou ao topo. Ou como manteve-se no
alto: o disco mais recente, "Descobrimento do Brasil"
está na marca de 250 mil cópias vendidas.
Pais e filhos
Nome: Renato
Manfredini Junior
Apelido: Junior
Data e local do nascimento: 23/03/60, Rio de Janeiro
Mãe e Pai: Maria do Carmo e Renato
Irmãos: uma, Carmem Teresa Manfredini
Filho: Giuliano Manfredini, 5 anos
Signo: Áries
Formação: Jornalismo, em DF
Altura e Peso: 1,74m, 65 Kg
Perfeição
Algo no
corpo o incomoda? "Minha saúde. Foram 15 anos de droga-
adicção".
Parte do corpo de que mais gosta: "Cérebro. E também
adoro as minhas mãos".
Cuidados com o corpo: "No momento, manter-me longe do
alcoolismo já é um milagre".
A que horas dorme e acorda: "Vou dormir às sete da manhã
e acordo meio-dia. De dia, não faço nada, porque o mundo
está acontecendo".
Propriedades: "Só o meu apartamento".
Meninos e Meninas
Símbolo
sexual: "O Leonardo, da seleção. Eu acho ele um
gatinho".
Primeiro beijo: "Aos 9 anos, com a minha namorada nos
EUA. Achei a coisa mais nojenta".
Primeira transa: "Foi num carro, aos 17"
Lugar mais esquesito onde fez amor: "Embaixo do telhado,
no vão da caixa d'água"
Melhor lugar para fazer amor: "Um lugar onde a gente se
sinta mais seguro".
Fantasia não- realizada: "Ganhar o Oscar".
Homens são: "Bobos, que nem cachorro".
Mulheres são: "Misteriosas que nem gato".
O que te seduz?: "Espírito, bondade, desejo".
O que te broxa?: "Estupidez, pretensão".
Melhor cantada: "Do Scott, em Nova York, num bar gay. Vi
aquele menino loirinho, cara de estivador, vindo na
minha direção! Pedi um cigarro, ele disse: Não!. Saiu.
Voltou com um maço novinho pra mim. Ficamos juntos dois
anos".
Pior cantada: "Gosta de mulher mas também gosto de viado!
Vá a merda!".
Última pessoa que levaria para cama: "Paulo Francis"
Quase sem querer
Maior
maldade que já fez: "Não admitir que as pessoas se
preocupavam comigo".
Maior mentira que já contou: "Só mentiras bobas. Aqui,
eu não falei toda a verdade".
Arrependimento: "Não conhecer a programação dos doze
passos na época do Scott".
Todas as canções
Palavra
preferida: "Essência".
Palavra que mais usa: "Eu".
Canção: "I Get Along Without You Very Well"
Compositor preferido: "Bob Dylan".
Livro: "Sonetos, Shakespeare".
Enviado de outro site do Legiao Urbana
Memorial
Veja algumas mensagens que foram mandados pelos usuários
que já entraram neste site: (as últimas mensagens estão
no final da página)
" Mudaram as
estações e NADA mudou
mas eu sei que alguma coisa aconteceu
foi o Renato que nem desistiu nem tentou
esta indo de volta
pra casa...
tchau Renato, ateh a próxima"
otto@magiclink.com.br
" É pena,
mas ele (Renato) estava certo...
"Depois do começo o que vier vai começar a ser o fim."
Fim da Legião e do Renato Russo, mito do rock
nacional...
Ficaram
muito saudades e isso ainda dói. E isso não terá fim.
Adriano
Vieira (lider@uninet.com.br)
NA VIDA NÓS
TEMOS QUE PROVAR MUITA COISA, CRESCER A CADA MINUTO E
APRENDER
COM CADA PERDA.
O GRUPO LEGIÃO URBANA, FOI CRIADO PARA PROVAR A CADA
PESSOA QUE O CONHECEU,
QUE A VERDADE SEMPRE DEVE ESTAR ACIMA DE TUDO.
ELES PASSARAM POR MOMENTOS INESQUECÍVEIS QUE MARCARAM A
VIDA Ñ SÓ DELES,
MAS DE QUEM OS OUVIU.
CADA MÚSICA DEIXA UMA LEMBRANÇA DEFERENTE, Ñ SÓ DE NOSSO
INESQUECÍVEL
RENATO RUSSO, MAS DE TODO GRUPO QUE CONTRIBUIRAM PARA
QUE CADA UMA DELAS
EXISTISSE.
RENATO RUSSO, É LÓGICO QUE FAZ MUITA FALTA . O SEU
CARISMA, A SUA VONTADE
DE VENCER, CADA MOMENTO DE SUA VIDA, ELE NOS DEIXOU DE
PRESENTE,
REGISTRADOS NAS LETRAS DE SUAS CANÇÕES.
EU ACHO QUE NÓS TEMOS QUE REFLETIR MUITO EM CADA MÚSICA
DELE, POIS ASSIM
CONSEGIREMOS TIRAR DELAS SOLUÇÕES PARA MUITAS COISA.
SABE, UM COISA QUE ME AJUDA É QUANDO ELE DIZ EM SUA
MÚSICA "QUASE SEM
QUERER" : QUANTAS CHANCES DESPERDICEI QUANDO O QUE EU
MAIS QUERIA ERA
PROVAR PARA TODO MUNDO QUE EU NÃO PRECISAVA PROVAR NADA
PRA NINGUÉM.
É REALMENTE QUANDO NÓS NO PREOCUPAMOS EM PROVAR ALGUMA
COISA PARA ALGUÉM,
NÓS PERDEMOS A CHANCE DE PROVARMOS PARA NÓS MESMO QUE
SOMOS CAPAZES E QUE
PODEMOS SER FELIZES SE ACREDITARMOS EM NÓS MESMOS.
BEM RENATO, OBRIGADA POR TER NOS ENCINADO TANTO A VIVER.
joancolo@nutecnet.com.br
Desde que me
entendo por gente gostaria de ir a um show da Legião
Urbana,
mas o último que fizeram em minha cidade(Cuiabá) devia
ter uns 10anos.
Bem impossivel...Ainda sonhava com isso quando, pela
manhã ouvi no radio
a noticia da morte do Renato Russo. Ele se foi, mas suas
músicas sempre
estaram em meus ouvidos, em meu coração..
Marlene Fernandes ( aluno14@mbox1.ufsc.br )
Foi-se o
poeta ficou a obra e os fãs;
a obra será imortal e nós fãs devemos difundi-lá
aos quatro cantos do mundo.
"... Feche as janelas
Apague a luz
E saiba que te amo."
Melissa
Ele que
sempre pensou antes aquilo que iríamos acreditar tempos
depois, se
foi.
Ele que traduziu toda uma geração, não está mais aqui.
Renato Russo, o ídolo que ficará para sempre em nossos
corações.
"Quando as estrelas começarem a cair,
Me diz prá onde a gente vai fugir?"
O Brasil é
uma república federativa,
cheia de árvores e gente dizendo ADEUS?
E uma coisa RENATO nos ensinou que pelas
maravilhas da vida todos tem capacidade de vencer,
e sinto muito,nunca se perca em maliças ou por um
pouco de desejo,acho que as pessoas às vezes morrem
por não ter capacidade de viver ou entrega os pontos
por querer,choro de tristeza,palavras inadequadas,como
diz ele:*É preciso amar as pessoas como se não houvesse
amanhã*
Ass:Cristiane Inês Reis da Silva
(SETE LAGOAS,MG.)
Ao chegar do
trabalho na manhã do dia 11 de outubro de 1996, liguei o
rádio e ouvi a bela canção "Quase sem Querer", aumentei
o volume do
rádio e comecei a acompanhar a música até o final e em
seguida troquei
de emissora e então estava tocando "Angra dos Reis".
Ouvindo essa linda
canção, pensei: - Será que é especial do Legião hoje e
ninguém me avisou
?. Foi quando o locutor anunciava: - A EMI acaba de
confirmar a morte do
vocalista da Legião Urbana. Assim no seco.
Eu fiquei
ali parado em frente ao rádio, com olhos umedecidos,
lembrando
o quanto esse gênio me ajudou em toda minha vida,
através de suas
letras, suas palavras.
" Vai com
anjos, vai em Paz"
Suas letras
ficarão em nossa memória para sempre.
Valeu
Renato.
Arivaldo
Silva, Alagoinhas-BA. (ary@silva.com.br)
A Legião
Urbana não morreu, ela está dentro de nossos corações!!!
O POETA ESTÁ VIVO!!!!!!!!!
Ana
É pena, mas
ele (Renato) estava certo...
"Depois do começo o que vier vai começar a ser o fim."
Fim da Legião e do Renato Russo, mito do rock
nacional...
Ficaram
muito saudade e isso ainda dói. E isso não terá fim.
Adriano
Vieira
Para mim o
rock nacional foi enterrado junto com Renato Russo e
com o fim da lendária Legião Urbana, o maior e melhor
grupo com o maior e
melhor compositor brasileiro de todos os tempos.
Luiz Reis
Junior (thunder@gold.com.br)
renato russo
simplismente inesquecivel
avelino
parreira polo (5577355@originet.com.br)
Ainda que
ele falasse a lingua dos anjos, nao conseguiria ser mais
exato
em tudo que dizia, e mais desconcertante do que tudo que
ouvimos
normalmente,
ele nos ensinava a que a vida tem que ser mais do que
uma moto importada
e uma garota na garupa, por que "é so o amor que conhece
o que é
verdade"
antao@coltec.ufmg.br
Hoje, eu
sinto a mesma dor daqueles que outrora perderam seus
ídolos,
como, John Lenon, Freddy Mercury e Elvis. É duro,
acordar e saber que
não mais teremos shows, novos cds, músicas inteligentes
e intrigantes
dessa fantástica banda de rock...
JOMAR FARIAS
o CD "A
Tempestade parece o réquiem de Renato Russo.Quase todas
as
canções são de despedida, de adeus.Todo mundo percebeu
isso, só que
quase ninguém esperava que ele nos deixasse tão cedo."A
juventude está
sozinha não há ninguém para ajudar/a explicar porque é
que o mundo é
este desastre que aí está", cantou Renato em
"Aloha".Sim, ele nos deixou
sós.Mas deixou uma obra linda, uma vida intensa,
rica.Renato morreu como
ser humano e nasceu como um mito.Meu e-mail é
olfutfoca@hotmail.com,
moro em Belo Horizonte e estudo na UFMG.ESCREVAM-ME
LEGIONÁRIOS.
Nunca vai
existir uma banda como o Legiao, nem mesmo um compositor
como
Renato Russo
Renata
Colasante (renatacc@imagenet.com.br)
"Eu sei
porque voce fugiu
Mas nao consigo entender..."
<L'AVVENTURA Russo R. -
Nem nos conseguimos entender... nem nos...
Patricia@biohard.com.br
Realmente,
um cara tão cabeça, tão inteligente não poderia viver
nesse
mundo de injustiças e de desilusões. Todos diziam que
ele queria "ir" por
isso não se cuidou, será que ele estava certo ou errado?
O motivo exato da
sua "ida" ninguém sabe qual foi ao certo. Depressão? O
poema vem da
depressão e aqui ele era o maior poeta. Talvez sendo o
maior poeta ele
fosse também um dependente da depressão. Sua vida era
perfeita e seu
coração angustiado. Fãs e companheiros tinha aos montes,
mas amigos e
amores, talvez não. Ele quase não falava para a imprensa
e certa vez disse:
"Eles nos perseguem, não acreditem no que vêem na TV e
lêem nos jornais; é
tudo mentira".
Ele teve cara e coragem (coisa que não lhe faltava) de
dizer: "...e eu
gosto de meninos e meninas..." dizia ser assim mesmo ou
seria assim para
sempre. Dizia que as pessoas não poderiam ser julgadas
por sua sexualidade
.
Esse cara era único.
A música "Vento no Litoral" do disco "V" tem uma frase
que sempre será
lembrada por mim. _"Aonde está você agora. além de aqui
dentro de mim?".
Thalita, RJ
O que vai
ser agora, sem o Renato, sem suas magníficas canções?
Não é difícil de se identificar com as músicas da
Legião, pois o
Renato pensava como agente... e passava tudo isso para
nós junto de uma
melodia... pois na verdade não eram músicas, eram a vida
dele, a nossa
vida!
Saudades do
Renato...
Ana Paula.
RENATO NÃO
MORREU E NUNCA MORRERÁ, POIS ENQUANTO TIVER UMA SÓ
PESSOA QUE OUÇA, CANTE OU RABISQUE UM VERSO DE SUAS
CANÇÕES EM QUALQUER
CANTO DE ALGUMA CIDADE, ELE SEMPRE ESTARÁ VIVO.
NÃO PENSO EM SUA MORTE COMO O FIM DE TUDO, MAS SIM COMO
UM NOVO
COMEÇO, ONDE QUEM NÃO CONHECIA A BANDA VAI SE INTERESSAR
EM OUVIR PELO
MENOS UMA MUSICA DELE.
NÃO DIGO ADEUS AO RENATO, MAS SIM ATÉ LOGO "AMIGO" E
"IRMÃO",
POIS QUEM SABE NÃO SEJA HOJE, NEM AMANHÃ, MAS UM DIA
IREMOS NOS
ENCONTRAR.
Fernando J.
Toporoski Coutinho (Russo)
shihade@foznet.com.br
MÚSICA
URBANA III
Quem me dera
ao menos uma vez entender
porque será
que ainda é cedo.
Por enquanto ou
quase sem querer
achamos que foi tempo perdido.
Há tempos eu me pergunto
Que país é este?
Pois sempre estamos
entre a cruz e a espada .
Eu sou da geração coca-cola,
do tempo de Daniel na cova dos leões.
Ah... O mundo anda tão complicado!
E como se fosse em Monte Castelo
precisa-se de soldados
todos de armas na mão,
lutando contra o senhor da guerra
dos sonhos e da destruição.
Eu tentei viver bem as
quatro estações
mesmo que por
um equilíbrio distante;
em uma tribo de índios
ou em um teatro de vampiros
brincando de pais e filhos.
Eu sei
que parece tudo tão difícil.
É o tédio que oprime
É a química que não me deixa em paz
É Andrea Doria nos meus sonhos
É Eduardo e Mônica
dizendo Adeus.
Para que fugir se somos tão jovens?
Temos todo o tempo do mundo...
No entanto, a tempestade
chegou em tua alma e
deixou marcas no caminho.
É preciso amar as pessoas como
se não houvesse amanhã.
O amanhã chegou
e hoje você não está mais aqui.
Mais uma vez...
Quem me dera ao menos uma vez...
trazer você de volta para mim.
Elisabeth
Paranhos Gouvêa
O POETA
As palavras
vagam
Pelo pensamento,
como se quisessem chegar
à algum lugar na
imaginação.
Os
pensamentos vem
com pressa e sem noção.
Vagam pelas idéias,
Sem compreensão.
O tempo não
passa
O tempo se perde
Por entre os vãos
da mão da vida.
Corro sem
conseguir chegar.
Espero o tempo passar.
Subo na escada da vida.
Quando estou bem alto,
não penso, apenas ajo.
Vejo pessoas
chorando.
Mas agora estou feliz.
Estou perto de você.
Diga para não chorarem.
Não precisam
chorar.
Estou aqui perto.
Ouço uma voz,
Veio me acordar.
Agora estou
em seu
"Monte Castelo",
Pronto, vamos caminhar.
Vamos nos encontrar
Quem sabe a beira mar.
Cíntia Fraile
A falta de
um amigo se expressa com os olhos, de águas nunca vistas
Com um sorriso de cada segundo que dizia tudo de um
pouco.
É claro que esse sentimento é meu, não é nosso!
Um movimento que nunca vai acabar,
Pois não está somente em palavras, está na realidade dos
corações,
Está no sangue e nos músculos, está no céu, está no ar;
Porque tudo isso já existia,mas ninguém sabia falar.....
......só você amigo que conseguiu nos levantar !
Pensei em
escrever...
escrever alguma coisa...
qualquer coisa...
escrever o que?
escrever pra que?...
Se isso não
vai trazer de volta quem amamos? LLLL
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
Se isso não vai apagar as lembranças do show nunca
assistido... L
"É tão
estranho...
os bons morrem antes..."
Tchau
Renato!
Patrick
Leandro Dommarco (patrick@netalpha.com.br)
Morre o
líder da Geração Coca-Cola mas permanecem seus ideais.
Sou filho
da geração Legião Urbana. (Permanecemos!)
Igor
Mangueira.
Um livro de
flores revelou o teu destino
O livro dos nossos dias revelou os teus amores
Presente estais
E encantado vive sagrado
Renato
Quando prescisamos de carinho, força e cuidado
E no livro com tuas letras
Que resgatamos a confiança.
Dostoievsky Andrade(djacy@nutecnet.com.br)
Aprendi com
ele que os homens não tem mais tempo de conhecer coisa
alguma.
Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem
mais AMIGOS.
Aprendi com ele também que às vezes existem coisas, que
algumas pessoas
fazem e outras sonham. Se você sonha, não desista!!!
RICARDO
JUNIOR.
RENATO RUSSO
- AINDA É CEDO PARA SE IR (1960-1996).
"O lugar de
Renato Russo não
pode ser ocupado por ninguém
dentro da música brasileira.
Nenhum outro compositor rasgou a
alma com a sinceridade e a
pung=EAncia do cantor e poeta da
Legião Urbana. Quando o grupo
surgiu para o grande público, em
1984, ninguém no Brasil tinha
expressado com tanta coragem e
sensibilidade o que Renato chegou
cantando. As relações de poder nos
relacionamentos, o desencanto com
a política, a raiva de mão amarradas
dos jovens, os medos, as ansiedades,
as fraquezas, sentimentos que nunca
haviam sido expostos afloravam nas
inesquecíveis canções de Renato.
Selvagem e doce, nas letras e nas
entrevistas ele se abriu como
nenhum artista teve coragem de se
abrir no Brasil. A identificação com
aquele ídolo que se revelava tão
frágil foi imediata para milhares de
jovens do país inteiro. Ao grande
Renato, nossa eterna admiração.
E obrigado por tudo."
URBANA LEGIO
OMNIA VINCIT
Carlos
Eduardo Santos
Nem foi
Tempo Perdido, Somos tão jovens....
alessandro.dalcim@mandic.com.br
"ELE
TRADUZIU PARA NOS A NOSSA LEGIAO URBANA,
TRADUZIU NA INSPIRACAO DE SUAS MUSICAS, POIS
O ADULTO DE AMANHA SERA AQUELE QUE O ADOLES-
CENTE DE HOJE PREPAROU, DE TAL FORMA QUE DO
USO QUE VOCES FIZEREM DE SUA LIBERDADE PRESEN-
TE NASCERA UM PROJETO DE VIDA QUE LEVARA A IN-
FELICIDADE OU A FELICIDADE. UM ADOLESCENTE OU
UM JOVEM QUE NAO COMPREENDE ISSO NAO COMPREENDE
NADA DE SI MESMO."
(URBANA LEGIO OMNIA VINCIT)
RICARDO
JUNIOR(jricardo@telnetbh.com.br)
Ele nunca
fugiu, não o acusem de covarde!! Não sejam babacas de
dizer
que "ele sempre disse tudo aquilo que eu sentia, muito
antes de eu
entender". Não! Renato não queria ser seu guru. Queria
ser feliz e amar
os outros como qualquer um é capaz de fazer. Ele nunca
teve ajuda, pois
sempre esteve uma estação à frente. Não dava para
ajudá-lo. Ele dizia o
que sentia, sem máscaras, nem pudores. Viveu
intensamente tudo o que
podia, e sempre teve forças para ir adiante, Mas um dia
o cara lá de
cima não teve outra alternativa, levou-o para que seu
AMOR, maior que
tudo, pudesse ser entendido e correspondido!!
Força Sempre,
francisco
Depois que
ele morreu, as estacões já não tem nome para me uma
outra
estação vei para dar de novo estes nomes.Renato nos
encontraremos la onde
você descubri que depois de sua morte que exeste.
Vamos dizer
adeus, e pensarmos no que ouvimos,
ouvimos a vida de mais um grande compositor (Renato).
Quando estava contente nos fazia sorrir nos trouxe
rebeldias como "geração coca-cola", disse verdades como
em
musica urbana 2 falou de sua vida e no final sintetizou
tudo
dizendo "o mal do século é a solidão"; para mim isto
quiz dizer
como o mal do século (reumatismo) matou milhares de
poetas hj
a solidão os mata, porque quando buscamos o verdadeiro
amor
encontramos apenas intereces, sejam eles, dinheiro, sexo
ou vaidade,
Seus sentimentos foram expostos em cada musica, "flores
do mau"
foi uma espécie de vingança e a frase "quando tudo esta
perdido sempre
existe uma luz" para mim significa: embora tenha
milhares de leginários
perdi esta batalha vou descansar.
Ele deixou esta guerra para nós então vamos vencer a
solidão
sejamos mais amigos e lutemos contra a injustiça.
Ao Renato um grande abraço, e nossas lembranças a outros
como
ele descançam esperando que vençamos suas batalhas
Cazuza e Fred
Mercury.
Como final devemos cobrar uns dos outros além de usar a
camizinha
procurar se informar como vai a luta contra Aids pq
somente se
estivermos
interessados e pressionando os governos ajudaram nestaq
luta.
Ou será que querem que a esta fraze seja eterna:
"O meu tesão agora é risco de vida" (cazuza)
MA
mades@sti.com.br
Para ele que
se foi, um descanso.
Para nos que ficamos, restou saudade, lembrancas,
GRANDES lembrancas!!
Um fato
inaceitavel para milhares de pessoas.
Deixo aqui
minha mensagem de carinho pra voce Renato. Voce sempre
permanecera' vivo em nossos coracoes.
VALEU !!!
- Suze
(Campinas - SP )
Se tivermos
que traduzir a vitalidade dos anos 80, sua identidade,
seu
modo de vida em meio a tantas transformações, por certo
bastaríamos
resgatar alguns versos vorazes da voz que melhor tratou
dos desejos de
mudança da juventude.
Renato Russo vive. E o o Rock'n'' roll agradece!
Gildásio
Alves
E-mail: Gildasio@base.com.br
Para,
Renato(Poeta);
O homen não morre quando deixa de existir e sim quando
deixa de amar!!
Pois a honra consiste em tornar belo aquilo que se
obriga a fazer. Sem
nos esquecermos que" aquele que semeia a alegria da paz
nunca morre,
ele dorme!!!
ETERNAMENTE?!..."
(URBANA
LEGIO OMNIA VINCIT)
RICARDO JUNIOR(jricardo@telnetbh.com.br)
e tao
estranho que os bons morram antes, com essa musica ele
nos deixa tudo bem explicado.
ele faz falta como pessoa, mas nao consequiria me
imaginar se fosse as musicas deles tivesem
que ir embora tambem. aonde quer que esteja muito
obrigada,
O POETA DA
JUVENTUDE
No dia 11 de
Outubro de 1996 a juventude brasileira, perdeu um de
seus
maiores idolos, Renato Russo o poeta, que através das
suas músicas deu-nos
varias lições de vida, desistia de viver, deixando
orfãos todos aqueles que
compravam os seus discos e traziam na ponta da língua
todas as letras que
escreveu.
Talvez não tenha sido a AIDS, nen tão pouco a solidão,
que tenha-o
feito desistir da vida, é difícil compreender como uma
pessoa que levava
multidões aos seus shows, poderia ser tão solitária.
Prefiro acreditar que
tenha feito isso apenas para provar o que já havia
escrito em uma de suas
músicas, onde dizia que "os bons morrem jovens" esta
frase explica porque
foi embora tão cedo.
E agora sim é que as estações vão mudar, mas nada irá
mudar e nada vai
acontecer, porque sem as tuas palavras os jovens não
terão a mesma força,
não terão a mesma vontade de lutar e talvez nunca
consigam fazer deste país
um jardim daqueles onde suas cinzas foram jogadas e
assim seremos obrigados
a viver para sempre neste faroeste caboclo, onde os
senhores da guerra não
aprenderam a amar as pessoas e nam tão pouco a falar a
língua dos homens e
dos anjos.
Cristiano
Ferras Venturella
"A nossa
geração dos anos 80 não seria a mesma sem a vitalidade
do
Rock'n'roll agressivo, corajoso e verdadeiro do Legião
Urbana. Para quem
cantou e versou a nossa realidade com tanta precisão,
nada mais justo que
após a sua ''morte", cantar que MENTIR É FÁCIL DEMAIS!
Isso pode parecer gasto, mais os anos 80, sua música,
sua identidade
enquanto fase de mudança deve um tribuito ao grande
poeta do Rock, Renato
Russ'.
Valeu, cara!
GIldasio Alves
Email: Gildásio@base.com. br.
UM ANO
um ano se
passou,
por um ano os jornais mofaram no meu quarto,
por um ano não acretidamos que ele tinha ido embora,
por um ano ficamos sós, sem ninguem para nós disser oque
falar,
por um ano choramos sua morte (não, não sua morte e sim
sua ausencia),
por um ano esperamos que a TV, o jornal e o radio
estivessem mentindo,
pou um ano tateamos no escuro,
por um ano choramos as lagrimas mais sinceras que alguem
poderia
derramar por um desconhecido.
por um ano sofremos sua perda, e por mais dez anos
sofremos que for
preciso para a memoria de um heroi não morrer.
por um ano...
nem parece
que foi só um ano, nem parece que passamos apenas 365
dias
ouvindo a voz de alguem que já não esta entre nós, mas
na verdade ele
nunca esteve, ele via o mundo do modo ao mesmo tempo
menos critico
possivel mas ao mesmo tempo mais perssimista possivel,
ele via realidade
mais puramente que qualquer um.
ao conrario daqueles que o criticam, ele estava
simplesmente dizendo
suas ideias quando cantava, nunca oprimiu a ideia de
ninguem, ele sabia
o quanto era humano.
Ele conseguia em uma simples metafora dizer tudo que
sentiamos, desde o
sentimeno mais complexo ate o medo mais simples.
Só gostaria
de pedir que quem lesse essa carta se lembrasse dele,
simplesmente isso, se lembrar dele...
Julia
Bracher Mariani
13 anos
São Paulo
biab@uol.com.br
Renato se
foi, certo?
Não errado, se foi para quem não o amava, mas para nos,
que gostávamos
do bom rock ele não se foi, esta difícil um ano e pouco
depois da morte
dele ouvir, Faroeste caboclo, Vento no Litoral, Pais e
Filhos e não se
emocionar, você se foi e nos te adoramos Renato, quando
eu for para o céu
junto com você, vou levar junto um leptop para você
escrever sua
autobiografia que falou que iria escrever quando fizesse
50 anos
Ta difícil amigo, um dia a gente se vê, e agora eu digo
"ainda e cedo,
cedo, cedo", tenho só 19 anos, não fiz parte da sua
geração Coca-Cola, mas
faço parte dos que apreciam a grande musica
Você se Foi, mas ficara para sempre em nosso Coração...
DE BERNARDO Para um
DEUS...
RENATO RUSSO
CPLAN
Consultoria e Planejamento Ltda.
Endereço: R.Mucajai,26 - Moema - São Paulo- SP- Brasil
Cep 04084-040
Tel: (55)(011) 542-7820 Fax: (55)(011)241-5781
E-mail:joao.boyadjian@mandic.com.br
Musicas
cifradas diversas
Será
Dado Villa-Lobos - R. Russo - Marcelo Bonfá
Tom: C
Intr.: ( C F G )
C G
Tire suas mãos de mim,
Am F C
Eu não pertenço a você
G
Não é me dominando assim
Am F
Que você vai me entender
C G
Eu posso estar sozinho
Am F
Mas, eu sei muito bem
Am
Aonde estou
Você pode
até duvidar
F G
Acho que isso não é
C F C F C F C F
amor
G Dm
Será só imaginação
G Dm
Será que nada vai acontecer
G Dm
Será que é tudo isso em vão
G Dm
Será que vamos conseguir
Am
vencer?
F G C F C F C F C
Ô ô ô ô ô ô
C G
Nos perderemos entre monstros
Am F
Da nossa própria criação
C G
Serão noites inteiras
Am F
Talvez por medo da escuridão
C G
Ficaremos acordados
Am F
Imaginando alguma solução
Am
P'rá que esse nosso egoísmo
F
Não destrua nosso
G C F C F C F C F
coração
G Dm
Será só imaginação
G Dm
Será que nada vai acontecer
G Dm
Será que é tudo isso em vão
G Dm
Será que vamos conseguir
Am
vencer?
F G C F C F C F C
Ô ô ô ô ô ô
C
Brigar p'rá quê?
G/B
Se é sem querer
Bb9 Dm G
Quem é que vai nos proteger?
C
Será que vamos ter
G/B
Que responder
Bb9
Pelos erros a mais
Dm G
Eu e você
A Dança
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: E7
E7
Não sei o que é direito
Só vejo preconceito
C
E a sua roupa nova
é só uma roupa nova
E7
Você não tem idéias
Pra acompanhar a moda
C
Tratando as meninas
Como se fossem lixo
E7
Ou então espécie rara
Só a você pertence
C
Ou então espécie rara
Que você não respeita
E7
Ou então espécie rara
Que é só um objeto
C
Pra usar e jogar fora
Depois de ter prazer
C7
Você é tão moderno
Am
Se acha tão moderno
Bm Cm
Mas é igual a seus pais
G
é só questão de idade
F
Passando dessa fase
D
Tanto fez e tanto faz
E7
Você com as suas drogas
E as suas teorias
C
E a sua rebeldia
E a sua solidão
E7
Vive com seus excessos
Mas não tem mais dinheiro
C
Pra comprar outra fuga
Sair de casa então
E7
Então é outra festa
é outra sexta-feira
C
Que se dane o futuro
Você tem a vida inteira
E7
Você é tão esperto
Você está tão certo
C
Mas você nunca dançou
Com ódio de verdade
C7
Você é tão esperto
Am
Você está tão certo
Bm Cm
Que nunca vai curar
G
Mas a vida deixa marcas
F
Tenha cuidado
D E7
Se um dia você dançar
C7
Nós somos tão modernos
Am
Só não somos sinceros
Bm Cm
Nos escondemos mais e mais
G
é só questão de idade
F
Passando dessa fase
D
Tanto fez e tanto faz
C7
Você é tão esperto
Am
Você está tão certo
Bm Cm
Que voce nunca vai errar
G
Mas a vida deixa marcas
F
Tenha cuidado
D
Se um dia você dançar
Petróleo do
Futuro
Dado Villa-Lobos/Renato Russo
Tom: G
Intr: G F
G F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
o que eu sonhei ontem à noite
C F
Você ia querer me dizer tudo
E
sobre o seu sonhoo também.
G
E o que é que eu tenho a ver com isso?
F G
Ah, se eu sobesse lhe dizer
D
o que eu vi ontem à noite
C F
Você ia querer ver mas não
E
ia acreditar.
G
E o que é que eu tenho a ver com isso?
C D G
Filósofos suicidas
C D G
Agricultores famintos
F D
Desaparecendo
Bb C
Embaixo dos arquivos
G F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
qual é a sua tribo
C F
Também saberia qual é a minha
E
Mas você também não sabe
G
E o que é que eu tenho a ver
com isso?
F G
Ah, se eu soubesse lhe dizer
D
O que fazer p'rá todo mundo
C
ficar junto
F
Todo mundo já estava há muito
E
tempo
G
E o que é que eu tenho a ver com isso?
C D G
Sou brasileiro errado
C D G
Vivendo em separado
F D
Contando os vencidos
Bb C G Solo
De todos os lados.
Ainda é Cedo
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: (Dm C
Am)
Dm C
Uma menina me ensinou
Am
Quase tudo que eu sei
Dm
Era quase escravidão
C Am
Mas ela me tratava como um rei
Dm C
Ela fazia muitos planos
Am
Eu só queria estar ali
Dm
Sempre ao lado dela
C Am
Eu não tinha onde ir
Dm C
Mas, egoísta que eu sou,
Am
Me esqueci de ajudar
Dm C
A ela como ela me ajudou
Am
E não quis me separar
Dm
Ela também estava perdida
C Am
E por isso se agarrava a mim também
Am
E eu me agarrava a ela
C Am
Porque eu não tinha mais ninguém
Dm C Am
E eu dizia: Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo
Dm C
Sei que ela terminou
Am
O que eu não comecei
Dm C
E o que ela descobriu
Am
Eu aprendi também, eu sei
Dm
Ela me falou: - Você tem medo
C Am
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Dm
Falamos o que não devia
C Am
Nunca ser dito por ninguém
Dm
ela me disse: - Eu não sei
Am
Mais o que eu sinto por você
Dm C Am
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê
Dm C Am
E eu dizia: Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo
Perdidos no
Espaço
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: (Em
Bm Am)
Em B
Escrevi pra você e você não respondeu
A
Também não respondi quando você me escreveu
Em B
Anotei seu telefone num pedaço de papel
A
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel
Em B A D C F E
Esqueci seu sobrenome, mas me lembro de você
A D C#m F#
E a rotina crescia como planta
D C#m F#
E engulia metade do caminho
D C#m F#
E a mudança levou tempo por ser tão veloz
D C#m Bm
Enquanto estávamos a salvo
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Em B
Escrevi pra você e você não respondeu
A
Também não respondi quando você me escreveu
Em B
Anotei seu telefone num pedaço de papel
A
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel
Em B A D C F E
Esqueci seu sobrenome, mas me lembro de você
A D C#m F#
E era como se jogássemos Space Invaders
D C#m F#
Perdendo mais dinheiro de muitas maneiras
D C#m F#
Vivendo num planeta perdido como nós
D C#m Bm
Quem sabe ainda estamos a salvo?
Bm D F#
Ficamos suspensos
Bm D F#
Perdidos no espaço
Geração
Coca-Cola
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: (B D
A B D A)
B
Quando nascemos fomos programados
D A B
A receber o que vocês nos empurravam
D A
Com os enlatados dos U.S.A. de 9 ...s 6
B
Desde pequenos nós comemos lixo
D A
Comercial e industrial
B
Mas agora chegou nossa vez
D A
Vamos cuspir de novo o lixo em cima de vocês
B A G
Somos os filhos da revolução
B G
Somos burgueses sem religião
B A G
Somos o futuro da nação
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
A D B A D B G A
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
B
Depois de vinte anos na escola
D A
Não é difícil aprender
B
Todas as manhas de seu jogo sujo
D A
Não é assim que tem que ser?
B
Vamos fazer nosso dever de casa
D A
E aí então, vocês vão ver
B
Suas crianças derrubando reis
D A
Fazer comédia no cinema com as suas leis
B A G
Somos os filhos da revolução
B G
Somos burgueses sem religião
B A G
Somos o futuro da nação
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
A D B A D B G A
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
B
Depois de vinte anos na escola
D A
Não é difícil aprender
B
Todas as manhas de seu jogo sujo
D A
Não é assim que tem que ser?
B
Vamos fazer nosso dever de casa
D A
E aí então, vocês vão ver
B
Suas crianças derrubando reis
D A
Fazer comédia no cinema com as suas leis
B A G
Somos os filhos da revolução
B G
Somos burgueses sem religião
B A G
Somos o futuro da nação
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
A D B A D B
Geração Coca-Cola, geração Coca-Cola
O Reggae
Marcelo Bonfá - Renato Russo
Tom: Am
Intr.: Am Dm7 Em7
Am
Ainda me lembro aos três anos de idade
Dm Em7
O meu primeiro contato com as grades
Am
O meu primeiro dia na escola
Dm7 Em7
Como eu senti vontade de ir embora
Am
Fazia tudo que eles quisessem
Dm7 Em7
Acreditava em tudo que eles me dissessem
Am
Me perdiram pra ter paciência
Dm7
Falhei
Em7
Então gritaram: - Cresça e apareça
F
Cresci a apareci e não vi nada
B
Aprendi o que era certo com a pessoa errada
E
Assistia o jornal da TV
Am
E aprendi a roubar pra vencer
F
Nada era como eu imaginava
B
Nem as pessoas que eu tanto amava
E
Mas, e daí, se é mesmo assim
Vou ver se tiro o melhor p'ra mim
(Am Dm7 Em7) (F B E Am F B E)
Am
Me ajuda se eu quiser
Me faz o que eu pedir
Dm7
Não faz o que eu fizer
Em7
Mas não me deixe aqui
Am
Ninguém me perguntou se eu estava pronto
Dm7 Em7
E eu fiquei completamente tonto
Am
Procuranto descobrir a verdade
Dm7 Em7
Nos meios das mentiras da cidade
Am
Tentava ver o que existia de errado
Dm7 Em7
Quantas crianças Deus já tinha matado
F
Beberam o meu sangue
e não me deixaram viver
B
Têm o meu destino pronto
e não me deixam escolher
E
Vêm falar de liberdade
prá depois me prender
Am
Pedem identidade prá depois me bater
F
Tiram todas as minhas armas
B
Como posso me defender
E
Vocês venceram esta batalha
(Am Dm7 Em7)
Quanto à guerra vamos ver...
Baader-Meinhof Blues
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: (F#m
D E)
F#m D
A violência é tão fascinante
E
E nossas vidas são tão normais
F#m D
E você passa dia e noite e sempre vê
E
Apartamentos acesos
D# B C#m
Tudo parece ser tão real
F#m D E
Mas você viu esse filme também
F#m D E
Andando nas ruas
F#m D E
Pensei que podia ouvir
D# B C#m
Alguém me chamando
F#m D E
Dizendo meu nome
B A
Já estou cheio de me sentir vazio
B A
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
B A
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
B A (E)
Afinal, amar o proximo é tão demodê
(A E) F#m D E
O o o
F#m D E
Essa justiça desafinada
F#m D E
é tão humana e tão errada
D# B C#m
Nós assistimos televisão também
F#m D E
Qual é a diferença?
F#m D E
Não estatize meus sentimentos
F#m D
P'rá seu governo,
E D# B C#m
O meu estado é independente
B A
Já estou cheio de me sentir vazio
B A
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
B A
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
B A E (A E)
Afinal, amar o proximo é tão demodê
Soldados
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: (Cm
Bb)
Cm
Nossas meninas estão longe daqui
Bb
Não temos com quem chorar e nem pra onde ir
Cm
Se lembra quando era só brincadeira
Bb Cm Bb Cm Bb
Fingir de ser soldado a tarde inteira?
Cm
Mas agora a coragem que temos no coração
Bb
Parece medo da morte mas não era então.
Cm
Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto
Bb
Tenho medo e eu sei porquê:
(Cm Bb)
Estamos esperando
Cm
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Bb
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Cm
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Cm Bb
Nos defendemos tanto tanto sem saber
Cm Bb Cm Bb (Ab B Bb) (Cm Bb)
Porque lutar
Cm
Nossas meninas estão longe daqui
Bb
E de repente eu vi você cair
Cm
Não sei armar o que eu senti
Bb
Não sei dizer que vi você ali
Cm
Quem vai saber o que você sentiu?
Bb
Quem vai saber o que você pensou?
Cm
Quem vai dizer agora o que eu não fiz
Bb
Com explicar pra você o que eu quis
Cm Bb
Somos soldados
Cm Bb
Pedimos esmola
Cm
E a gente não queria lutar
Bb
E a gente não queria lutar
Cm
E a gente não queria lutar
Bb (Ab B Bb) Bb
E a gente não queria lutar
Teorema
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: A
A
Não vá embora
D
Fique um pouco mais
G
Ninguém sabe fazer
D
O que você me faz
A
é exagero
D
E pode até não ser
G
O que você consegue
D
Ninguém sabe fazer
Bm E
Parece energia mas é só distorção
F# D Bm E F#
E não sabemos se isso é problema
D F# A
Ou se é a solução
A
Não tenha medo
D
N...o preste atenção
G
Não dê conselhos
D
Não peça permissão
A D G
é só você quem deve decidir o que fazer
D
Pra tentar ser feliz
Bm E
Parece energia mas é só distorção
F# D E Bm F#
E parece que sempre termina
D E A
Mas não tem fim
A
Não vá embora
D
Fique um pouco mais
G
Ninguém sabe fazer
D
O que você me faz
A
é exagero
D
E pode até não ser
G
O que você consegue
D
Ninguém sabe fazer
Bm E
Parece um teorema sem ter demonstração
F# D E Bm F#
E parece que sempre termina
D E A
Mas não tem fim
Por Enquanto
Renato Russo / Renato Rocha
Intr.: D D7+
G F#m G Em G A7
Bm F#m G D Bm F#m G
Em A7/4 A7
D D7+ G F#m
Mudaram as estaçóes e nada mudou
G Em
Mas, eu sei que alguma coisa aconteceu
G A7
Está tudo assim tão diferente
Bm F#m G D
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Bm F#m
Que tudo era p'rá sempre
G F#m
Sem saber
G Em
Que o p'rá sempre sempre acaba?
D A/C# G D/F#
Mas, nada vai conseguir mudar o que ficou
G
Quando penso em alguém
Em
Só penso em você
G A7 A#o
E aí ent...o estamos bem
Bm F#m G D
Mesmo com tantos motivos p'rá deixar tudo como está
Bm F#m
E nem desistir, nem tentar
G
Agora tanto faz
A7 D
Estamos indo de volta p'rá casa
Disco dois
Daniel na
Cova dos Leões
Renato Russo / Renato Rocha
Tom: Am
Intr.: (Am G)
Am G Am G
Aquele gosto amargo do teu corpo
Am G Am G
Ficou na minha boca por mais tempo:
Am G Am G
De amargo e então salgado ficou doce,
Am G Am G
Assim que o teu cheiro forte e lento
Dm F C
Fez casa nos meus braços e ainda leve
Bb Dm F
E forte e cego e tenso fez saber
C Bb (Intr.)
Que ainda era pouco e muito pouco.
Am G Am G
Faço nosso o meu segredo mais sincero
Am G Am G
E desafio o instinto dissonante
Am G Am G
A insegurança não me ataca quando erro
Am G Am G
E o teu momento passa a ser o meu instante.
Dm F
E o teu medo de ter medo de ter medo
C Bb
Não faz da minha força confusão:
Dm F
Teu corpo é o meu espelho e em ti navego
C Bb (Solo)
E sei que a tua correnteza não tem direção.
Dm F
Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
C Bb
A motor e insistir em usar os remos,
Dm F
é o mal que a água faz, quando se afoga
C Bb
E o salva-vidas não está lá porque não vemos.
Quase Sem
Querer
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha
Tom: G
Intr.: (G C D)
G Am C D
Tenho andado distraído,
G Am C D
Impaciente e indeciso,
G Am
E ainda estou confuso.
C D
Só que agora é diferente:
G Am
Estou tão tranquilo
C D
E tão contente.
C D C D G
Quantas chances disperdicei
Em Bm Am
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo mundo
D
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
G Am
Me fiz em mil pedaços
C D
Pra você juntar
G Am
E queria sempre achar
C Am
Explicação pro que sentia.
G Am
Como um anjo caído
C D
Fiz questão de esquecer
G Am
Que mentir pra si mesmo
C D
é sempre a pior mentira.
C D C D G
Mas não sou mais
Em Bm Am D
Tão criança a ponto de saber tudo
F
Já não me preocupo
G
Se eu não sei porquê
F G
ás vezes o que eu vejo quase ninguém vê
F
E eu sei que você sabe
G
Quase sem querer
F G
Que eu vejo o mesmo que você.
G Am C D
Tão correto e tão bonito:
G Am
O infinito é realmente
C D
Um dos deuses mais lindos.
G Am
Sei que às vezes uso
C D
Palavras repetidas
G Am
Mas quais são as palavras
C D
Que nunca são ditas?
C D C D G Em Bm Am
Me disseram que você estava chorando
D
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
F
Já não me preocupo
G
Se eu não sei porquê
F G
ás vezes o que eu vejo quase ninguém vê
F
E eu sei que você sabe
G
Quase sem querer
F G
Que eu vejo o mesmo que você.
Acrilic On
Canvas
Dado Villa-Lobos - Renato Russo - Renato Rocha - Marcelo
Bonfá
Introd.: (Dm
Bb)
(Dm Bb)
- É saudade então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez:
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei com você em luz e sombra
Dm G Bb
Era sempre:
Eb
-Não foi por mal.
Cm
Eu juro que nunca
F
quis deixar você tão triste
Dm G
Sempre as mesmas desculpas
Bb Eb
E desculpas nem sempre
Cm
são sinceras
F
Quase nunca são
(Dm Bb)
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis
Que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes
E fiz então
Pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do batom
Que roubei de você
E com ele marquei
Dois pontos de fuga
E rabisquei no horizonte
Dm G Bb
Era sempre:
Eb
- Não foi por mal.
Cm
Eu juro que não foi por mal.
F
Eu não queria machucar você:
Prometo que isso nunca vai acontecer
Dm G
Mais uma vez
Bb
E era sempre, sempre o
Eb Cm
mesmo novamente
F
A mesma traição
(Dm Bb)
Às vezes é difícil esquecer:
- Sinto muito, ela não mora mais aqui.
Mas então porque eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
- Não foi desse jeito
Ninguém sofreu:
É só você que provoca
Essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"
Eduardo e
Mônica
Renato Russo
Intr.: G C F
G
G C F G
Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas
pelo coração
C F
E quem irá dizer que não existe razão
D G
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
C G
Ficou deitado e viu que horas eram
D G C D
Enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da
cidade como eles disseram
G C
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
F G
E conversaram muito mesmo prá tentar se conhecer
C
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse
F G
- Tem uma festa legal, a gente quer se divertir
C
Festa estranha com gente esquisita
F G
- Eu não tô legal, não agüento mais birita
D G
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
C G
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
D G
E o Eduardo meio tonto só pensava em ir prá casa
C D
- É quase duas, eu vou me ferrar
G C F
Eduardo e Mônica trocaram telefone, depois telefonaram
G
E decidiram se encontrar
C
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
F G
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
D G
Se encontraram, então, no parque da cidade
C G
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
D G
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
C D
Mas a menina tinha tinta no cabelo
G C
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
F G
Ela era de leão e ele tinha dezesseis
C
Ela fazia medicina e falava alemão
F G
E ele ainda nas aulinhas de inglês
C
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
F G
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
C F G
E o Eduardo gostava de novela e jogava futebol de botão
com seu avô
C F G
Ela falava coisas sobre o planalto central, também magia
e meditação
C F G
E o Eduardo ainda estava no esquema
escola-cinema-clube-televisão
D G C G
E mesmo com tudo diferente veio mesmo de repente uma
vontade de se ver
D C G C D
E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia
como tinha que ser
G C F G
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro e
artesanato e foram viajar
C F G
A Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a
terra, a água e o ar
C F G
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer e decidiu
trabalhar
C F G
E ela se formou no mesmo mês que ele passou no
vestibular
C F G
E os dois comemoraram juntos e também brigaram juntos
muitas vezes depois
C
E todo mundo diz que ele completa ela
F G
E vice-versa, que nem feijão com arroz
D G
Construíram uma casa uns 2 anos atrás
C G
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
D G C D
Batalharam grana, seguraram legal a barra mais pesada
que tiveram
G C
Eduardo e Mônica voltaram prá Brasília
F G
E a nossa amizade dá saudade no verão
C
Só que nessas férias não vão viajar
F G C F G
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
G C F G
E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas
feitas pelo coração
C F (G F G)
E quem irá dizer que não existe razão
Tempo Perdido
Renato Russo
Tom: Em
Intr.: C Am Bm (Em D C Am7 B9+/7)
C Am7
Todos os dias quando acordo,
B7 Em
Não tenho mais o tempo que passou
C Am7
Mas tenho muito tempo:
B9+/7 Em
Temos todo o tempo do mundo.
C Am7
Todos os dias antes de dormir,
B9+/7 Em
Lembro e esqueço como foi o dia:
C Am7
"Sempre em frente,
B9+/7 Em
Não temos tempo a perder".
C Am7
Nosso suor sagrado
B9+/7 Em
é bem mais belo que esse sangue amargo
C Am7
E tão sério
B9+/7 Em
E salva... gem.
C Am7 B9+/7
Veja o sol dessa manhã tão cinza:
Em C Am7 B9+/7 Em
A tempestade que chega é da cor dos teus olhos casta...
nhos
C Am7 B7
Então me abraça forte e me diz mais uma vez
Em C Am7
Que já estamos distantes de tudo:
B9+/7 Em
Temos nosso próprio tempo.
C Am7 B9+/7 Em C Am7 B9+/7 Em
Não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas
ago,.. ra.
C Am7
O que foi escondido é o que se escondeu
B9+/7 Em
E o que foi prometido, ninguém prometeu.
C Am7
Nem foi tempo perdido;
B9+/7 Em
Somos tão jo... vens.
Metrópole
Renato Russo
Tom: A
Intr.: (Em F G Em F C B)
A D G C
"é sangue mesmo, não é mertiolate".
A D
E todos querem ver
G C
E comentar a novidade.
A D G C
"é tão emocionante um acidente de verdade".
A D
Estão todos satisfeitos
G C
Com o sucesso do desastre:
(Em F G Em F C B)
Vai passar na televisão.
A D G C
"Por gentileza, aguarde um momento.
A D G C
Sem carteirinha não tem atendimento -
A D G C
Carteira de trabalho assinada, sim senhor.
A D G C
Olha o tumulto: façam fila por favor.
(Em F G Em F C B)
Todos com a documentação.
A D G C
Quem não tem senha não tem lugar marcado.
A D G C
Eu sinto muito mas já passa do horário.
A D G C
Entendo seu problema mas não posso resolver:
A D G C
é contra o regulamento, está bem aqui, pode ver.
Em
Ordens são ordens.
A D G C
Em todo caso já temos sua ficha.
A D G C
Só falta o recibo comprovando residência.
A D G C
Pra limpar todo esse sangue, chamei a faxineira -
A D G C
E agora eu vou indo senão perco a novela
(Em F G Em F C B )
E eu não quero ficar na mão."
Música
Urbana 2
Renato Russo
Disco "Dois" e "Música p/ Acampamentos"
Tom: G
Introd.: G
G
Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música
urbana,
C
Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres
G
Cantam música urbana,
D F
Motocicletas querendo atenção às três da manhã -
G C D
é só música urbana.
Os PMs
armados e as tropas de choque vomitam música urbana
C G
E nas escolas as crianças aprendem a repetir a música
urbana.
D C G C D
Nos bares os viciados sempre tentam conseguir a música
urbana.
G
O vento forte seco e sujo em cantos de concreto
Parece música urbana
C
E a matilha de crianças sujas no meio da rua -
G
Música urbana.
D C G C D
E nos pontos de ônibus estão todos ali: música urbana.
G
Os uniformes
Os cartazes
Os cinemas
E os lares
Nas favelas
Coberturas
Quase todos os lugares
C G
E mais uma criaça nasceu.
D
Não há mentiras nem verdades aqui
C G
Só há música urbana.
CPLAN
Consultoria e Planejamento Ltda.
Endereço: R.Mucajai,26 - Moema - São Paulo- SP- Brasil
Cep 04084-040
Tel: (55)(011) 542-7820 Fax: (55)(011)241-5781
E-mail:joao.boyadjian@mandic.com.br
Andrea Doria
Dado Villa-Lobos /Renato Russo / Marcelo Bonfá
Tom: Dm
Intr.: Dm Em7 A4/7 Bb A4/7 F7+ G A4/7 Bb
Dm Em7 Am
às vezes parecia que, de tanto acreditar
Dm Em7 Am
Em tudo que achávamos tão certo,
Dm Em7 Am
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:
Dm Em7 Am
Faríamos floresta do deserto
Bb Gm C
E diamantes de pedaços de vidro.
F
Mas percebo agora
Am
Que o teu sorriso
Dm
Vem diferente,
Bb Gm C
Quase parecendo te ferir.
F Am
Não queria te ver assim -
Bb C
Quero a tua força como era antes.
F Am
O que tens é só teu
Bb
E de nada vale fugir
C
E não sentir mais nada.
Dm Em7 Am
às vezes parecia que era só improvisar
Dm Em7 Am
E o mundo então seria um livro aberto,
Dm Em7 Am
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Dm Em7 Am
Vendendo fácil o que não tinha preço.
Bb Gm C
Eu sei - é tudo sem sentido.
F Am
Quero ter alguém com quem conversar,
Dm Bb Gm
Alguém que depois não use o que eu disse
C
Contra mim.
F
Nada mais vai me ferir.
Am
é que já me acostumei
Bb
Com a estrada errada que eu segui
C
E com a minha própria lei.
F
Tenho o que ficou
Am
E tenho sorte até demais,
Bb C
Como sei que tens também.
Fábrica
Renato Russo
Tom: D
Intr.: D G D G
D G D
Nosso dia vai chegar,
G D
teremos nossa vez
G D
Não é pedir demais:
G
Quero justiça,
C Bm
Quero trabalhar em paz.
Am G
Não é muito o que lhe peço -
D C
Eu quero trabalho honesto
E A
Em vez de escravidão.
D G D
Deve haver algum lugar
G
Onde o mais forte
D G D
Não consegue escravizar
G
Quem não tem chance.
D A F#m A
De onde vem a indiferença
G G7+ Em A
Temperada a ferro e fogo?
D A F#m A G D Em A
Quem guarda os portíes da fábrica?
D G D G
O céu já foi azul, mas agora é cinza
D G
E o que era verde aqui já não existe mais.
C Bm
Quem me dera acreditar
Am G D C
Que nào acontece nada de tanto brincar com fogo.
E A
Que venha o fogo então.
D A F#m A G D Em
Esse ar deixou minha vista cansada,
A D A F#m A
Nada demais.
G D Em A D
Nada demais.
Índios
Renato Russo
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Ter de volta todo ouro que entreguei
Em
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Am
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Em
Que se cortava sempre um pano-de-chão
Am
De linho nobre e pura seda.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Explicar o que ninguém consegue entender:
Em
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Em
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Am
E fala demais por não ter nada a dizer.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Em
Mas nos deram espelhos
Am
E vimos um mundo doente.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
Em
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
Am
é só maldade então, deixar um Deus tão triste.
F
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
C
Entenda - assim pude trazer você de volta pra mim,
F
Quando descobri que é sempre só você
C
Que me entende do inicio ao fim
F
E é só você que tem a cura para o meu viacutecio
De insistir nessa saudade que eu sinto
C
De tudo que eu ainda não vi.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Acreditar por um instante em tudo que existe
Em
E acreditar que o mundo é perfeito
Am
E que todas as pessoas são felizes.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Em
Está em tudo e mesmo assim
Am
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Dm
Quem me dera, ao menos uma vez,
G Em
Como a mais bela tribo, dos mais belos iacutendios,
Am
Não ser atacado por ser inocente.
F
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
C
Entenda - assim pude trazer você de volta pra mim,
F
Quando descobri que é sempre só você
C
Que me entende do iniacutecio ao fim
F
E é só você que tem a cura para o meu viacutecio
De insistir nessa saudade que eu sinto
C
De tudo que eu ainda não vi.
F
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente -
C
Tentei chorar e não consegui.
Que País é
Este?
Tom: E
Intr.: (E C D)
(E C D)
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituicão
Mas todos acreditam no fuuro da nação
Que país é este
(E C D)
No Amazonas, no Araguaia, na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Geraes e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão
Que país é este
(E C D)
Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios em um leilão
Que país é este
Conexão
Amazônica
Renato Russo
Tom: F
Intr.: (Bb F)
(Bb F)
Estou cansado de ouvir você falar
Em Freud, Jung, Engels e Marx
Intrigas intelectuais
Rodando em mesa de bar
Db Bb F
Ei ei ei ei ei ei
(Bb F)
O que eu quero eu não tenho
O que eu não tenho eu quero ter
Não posso ter o que eu quero
E acho que issoo nada tem a ver
Db Bb F
Ei ei ei ei ei ei
F
Os tambores da selva já começaram a rufar
A cocaína não vai chegar
Conexão amaz"nica está interompida
Db Bb F
Ei ei ei ei ei ei
C Eb F
E você quer ficar maluco sem dinheiro e acha que está
tudo bem
C Eb F
Mas alimento pra cabeça nunca vai matar a fome de
ninguém
C Eb F
Uma peregrinação involuntária talvez fosse a solução
C Eb F
Auto-exílio nada mais é do que ter seu coração na
solidão
Tédio (Com
Um T Bem Grande Pra Você)
Tom: E
Intr.: E B A (E G A G B A G D B A)
E B A E B A
Moramos na cidade, também o presidente
E B A E B A
E todos vão fingindo viver decentemente
E G A G B
Só que não pretendo ser tão decadente não
A G D B A
Tédio com um T bem grande pra você
E B A E B A
Andar a pé na chuva, às vezes eu me amarro
E B A E B A
Não tenho gasolina, também não tenho carro
E G A G B
Também não tenho nada de interessante pra fazer
A G D B A
Tédio com um T bem grande pra você
E B A E B A
Se eu não faço nada, fico satisfeito
E B A E B A
Durmo o dia inteiro e a¡ não é direito
E G A G B
Porque quando escurece, só estou a fim de aprontar
A G D B A
Tédio com um T bem grande pra você
Depois do
Começo
Renato Russo
Tom: C
Intr.: (C Bb G)
C Bb G
Vamos deixar as janelas abertas
C Bb G
Deixar o equilíbrio ir embora
C Bb G
Cair como um saxofone na calçada
G Bb G
Amarra um fio de cobre no pescoço
F Em
Acender um intervalo pelo filtro
Dm C
Usar um extintor como lençol
F Em
Jogar pólo-aquático na cama
Dm Bb G
Ficar deslizando pelo teto
C Bb G
Da nossa casa cega e medieval
C Bb G
Cantar canções em línguas estranhas
C Bb G
Retalhar as cortinas desarmadas
C Bb C
Com a faca surda que a fé sujou
F Em
Desarmar os brinquedos indecentes
Dm C
E a indecência pura dos retratos no salão
F Em
Vamos beber livros e mastigar tapetes
Dm Bb G
Catar pontas de cigarros nas paredes
C Bb G
Abrir a geladeira e deixar o vento sair
C Bb G
Cuspir um dia qualquer no futuro
C Bb C Bb G
De quem já desapareceu
F Em Dm C
Deus, Deus, somos todos ateus
F Em
Vamos cortar os cabelos do príncipe
Dm Bb G
E entregá-los a um deus plebeu
C Bb G
E depois do começo
C Bb G C
O que vier vai começar a ser o fim.
Eu Sei
Tom: D
Intr.: D
D A
Sexo verbal não faz meu estilo
Em
Palavras sáo erros, e os erros são seus
G F#m Em A
Não quero lembrar que eu erro também
D A
Um dia pretendo tentar descobrir
Em
Porque é mais forte quem sabe mentir
G F#m Em A
Não quero lembrar que eu minto também
D G C Bm
Eu sei...
D A
Feche a porta do seu quarto
Em
Porque se toca o telefone pode ser alguém
G F#m Em
Com quem você quer falar
A D A Em
Por horas e horas e horas
G F#m Em A
A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
D
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Em
Lembranças e histórias
G F#m Em A
Somos pássaro novo longe do ninho
D G C Bm
Eu sei...
Faroeste
Caboclo
Renato Russo
Tom: D
Intr.: G D
G D
- Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
G D
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
G D
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
G D
Só pra sentir no sangue o ódio que Jesus lhe deu
G D
Quando criança só pensava em ser bandido
G D
Ainda mais, quando com um tiro de soldado o pai morreu
G D
Era o terror da cercania onde morava
G D
E na escola até o professor com ele aprendeu
G D
Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
G D
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
G D
Sentia mesmo que era mesmo diferente
G D
E sentia que aquilo ali não era o seu lugar
G D
Ele queria sair para ver o mar
G D
E as coisas que ele via na televisão
G D
Juntou dinheiro para poder viajar
G D
E de escolha própria, escolheu a solidão
G D
Comia todas as menininhas da cidade
G D
De tanto brincar de médico, aos doze era professor
G D
Aos quinze foi mandado pro reformatório
G D
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
G D
Não entendia como a vida funcionava
G D
Descriminação por causa da sua classe ou sua cor
G D
Ficou cansado de tentar achar resposta
G D
E comprou uma passagem, foi direto a Salvador
G D
E lá chegando foi tomar um cafezinho
G D
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
G D G
E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem
D
Mas João foi lhe salvar
G D
Dizia ele: - Estou indo pra Brasília
G D
Neste país lugar melhor não há
G D
Estou precisando visitar a minha filha
G D
Eu fico aqui e você vai no meu lugar
G D G D
E João aceitou sua proposta e num onibus entrou no
Planalto Central
G D
Ele ficou bestificado com a cidade
G D
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal
G D
- Meu Deus, mas que cidade linda
G D
No ano novo eu começo a trabalhar
G D
Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro
G D
Ganhava três mil por mês em Taguatinga
G D
Na sexta-feira ia pra zona da cidade
G D
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
G D
E conhecia muita gente interessante
G D
Até um neto bastardo de seu bisavo
Angra dos
Reis
Tom: C
Intr.: C G7 C G7
G7 C G7 C G7
Deixa, se fosse sempre assim quente
C G7
Deita aqui perto de mim
C G7 C G7
Tem dias em que tudo está em paz
C G7 C G7
E agora todos os dias são iguais
C C/E
Se fosse só sentir saudade
Am Bb
Mas tem sempre algo mais
C
Seja como for
C/E Am
É uma dor que dói no peito
Bb Am
Pode rir agora que estou sozinho
Bb (C G7)
Mas não venha me roubar
G7 C G7 C G7
Vamos brincar perto da usina
C G7 C G7
Deixa pra lá, a angra é dos reis
C G7 C G7
Porque se explicar se não existe perigo?
C C/E Am
Senti teu coração perfeito batendo à toa
Bb
E isso dói
C
Seja como for
C/E
é uma dor que dói no peito
Am Bb Am
Pode rir agora que estou sozinho
Bb (C G7)
Mas não venha me roubar
Bb
Vai ver que não é nada disso
Am
Vai ver que já não sei quem sou
Bb
Vai ver que nunca fui o mesmo
Am
A culpa e toda sua e nunca foi
Bb Am
Mesmo se as estrelas começassem a cair
E a luz queimasse tudo ao redor
Bb
E fosse o fim chegando cedo
Am (C G7)
E você visse nosso corpo em chamas
(C Gm)
Deixa pra lá
C Gm
Quando as estrelas começassem a cair
C Gm
Me diz, me diz pra onde a gente vai fugir?
Mais do
Mesmo
Renato Russo
Tom: C
Intr.: G
G C A
Ei menino branco o que é que você faz aqui
D Em
Subindo o morro pra tentar se divertir
F
Mas já disse que não tem
G
E você ainda quer mais
C F
Por que você não me deixa em paz?
G C A
Desses vinte anos nenhum foi feito pra mim
D Em
E agora você quer que eu fique assim igual a você
F G
É mesmo, como vou crescer se nada cresce por aqui?
C
Quem vai tomar conta dos doentes?
F C
E quando tem chacina de adolescentes
F C F Solo
Como é que você se sente?
D Bm G A
Em vez de luz tem tiroteio no fim do t£nel.
D Bm
Sempre mais do mesmo
G A
Não era isso que voc
Há Tempos
Dado V. Lobos - R. Russo - Marcelo Bonfá
Intr.: ( D
Am7 D G4 G )
D Am7 D Am7
Parece cocaína, mas é só tristeza, talvez tua cidade
D Am7
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
D Am7
E o descompasso e o desperdício
G Em
Herdeiros são agora da virtude que perdemos
D Am7 D Am7
Há tempos tive um sonho, não me lembro, não me lembro
F C F C
Tua tristeza é tão exata e hoje o dia é tão bonito
D Am7 D G4 G
Já estamos acostumados a nem termos mais nem isso
D Am7 D Am7
Os sonhos vêm, os sonhos vão, o resto é imperfeito
D Am7 D Am7
Disseste que se tua voz tivesse força igual à imensa dor
que sentes
G Em D Am7
Teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança
inteira
D Am7 F C
E há tempos nem os santos têm ao certo a medida da
maldade
F C
E há tempos são os jovens que adoecem
F C F
E há tempos o encanto está ausente, e há ferrugem nos
sorrisos
C A
E só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e
proteção
D G
Meu amor, disciplina é liberdade
D G D G4 G
Compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem
D G D
Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa
Pais e
Filhos
Renato Russo
Tom: G
Intr.: (C D G)
C D
Estátuas e cofres
G
E paredes pintadas
C D G
Ninguém sabe o que acoteceu
C D G C
Ela se jogou da janela do quinto andar
D G
Nada é fácil de entender
F C/E C D Am
Dorme agora
D
É só o vento lá fora
C D
Quero colo
G
Vou fugir de casa
C D G
Posso dormir aqui com vocês?
C D
Estou com medo
G
Tive um pesadelo
C D G
Só vou voltar depois das três
F C/E C Bm Am
Meu filho vai ter nome de santo
D
Quero o nome mais bonito
G C Em C
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
G C
Porque se você parar pra pensar
Em C
Na verdade não há
D G C D G
Me diz: porque que o céu é azul?
C D G
Me explica a grande fúria do mundo
C D G C D G
São meus filhos que tomam conta de mim
C D G C D G
Eu moro com a minha mãe mas o meu pai vem me visitar
C D G
Eu moro na rua não tenho ninguém
C D G
Eu moro em qualquer lugar
C D G C
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
D F C/E C Bm Am D
Eu moro com meus pais
G C Em C
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
G C
Porque se você parar pra pensar
Em C
Na verdade não há
G C Em C
Sou uma gota d'água, sou um grão de areia
G C
Você diz que seus pais não entendem
Em C
Mas você não entende seus pais
D G C D G
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
C D G
São crian‡as como você
C D G
O que você vai ser quando você crescer?
Quando o Sol
Bater na Janela do Teu Quarto
Renato Russo
Tom: D
Intr.: D
D G Em A G D A
Quando o sol bater na janela do teu quarto
D G Em A G D A
Lembra e vê que o caminho é um só
G A
Porque esperar se podemos começar tudo de novo, agora
mesmo?
G
A humanidade é desumana, mas ainda temos chance
A
O sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer
D G Em A G D A
Quando o sol bater na janela do teu quarto
D G Em A D
Lembra e vê que o caminho é um só
Em A Em
Até bem pouco tempo atrás poderiamos mudar o mundo
A
Quem roubou nossa coragem?
Bm C E D A Em A
Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor
D G Em A G D A
Quando o sol bater na janela do teu quarto
D G Em A G D
Lembra e vê que o caminho é um só
Eu Era um
Lobisomem Juvenil
Renato Russo
Intr.: Em D
A B
E D E B E
Luz e sentido e palavra, palavra é
D A B E
O que o coração não pensa
A
Ontem faltou água, anteontem faltou luz
G
Teve torcida gritando quando a luz voltou
B E
Não falo como você fala mas vejo bem o que você me diz
A
Se o mundo é mesmo parecido com que vejo
G
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito
B
E você estava esperando voar
E G A
Mas como chegar até às nuvens com os pés no chão
E D
O que sinto muitas vezes faz sentido
E
E outras vezes não descubro o motivo
B E
Que me explica porque é que não consigo
D
Ver sentido no que sinto, o que procuro
A B E
O que desejo é o que faz parte do meu mun
1965 (Duas
Tribos)
Renato Russo
Tom: G
Intr.: G D Am D G D C Am D
G D
Vou passar
Am D
Quero ver
G D
Volta aqui
Am D
Vem você
G D
Como foi
Am D
Nem sentiu
G D
Se era falso
Am D
Ou fevereiro
C G/B
Temos paz
C G/B
Temos tempo
Am
Chegou a hora
D
E a hora é aqui
G D
Cortaram meus braços
Am D
Cortaram minhas maos
G D
Cortaram minhas pernas
Am D
Num dia de verão
Am D
Num dia de verão
Am D
Num dia de verão
G D
Podia ser meu pai
Am D
Podia ser meu irmão
C G/B
Não se esqueça
C G/B
Temos sorte
Am D
E agora é aqui
G D
Quando querem transformar
G D
Dignidade em doença
G D
Quando querem transformar
G D
Inteligência em traição
G D
Quando querem transformar
G D
Estupidez em recompensa
G D
Quando querem transformar
G D
Esperança em maldição:
G D Am D
é o bem contra o mal
G D Am D
E você de que lado está?
G D Am D
Estou do lado do bem.
G D Am D
E você de que lado está?
C G/B C G/B
Estou do lado do bem.
Am
Com a luz e com os anjos.
(G)
Mataram um menino
Tinha arma de verdade
Tinha arma nenhuma
Tinha arma de brinquedo
Eu tenho autorama
Eu tenho Hanna-Barbera
Eu tenho pera, uva e maçã
Eu tenho Gaunabara
D
E modelos Revell
Am D G D
O Brasil é o país do futuro
Am D G D
O Brasil é o país do futuro
Am D G D
O Brasil é o país do futuro
Am D
O Brasil e o pais
C G/B C
Em toda e qualquer situação
G/B Am D
Eu quero tudo pra cima
Am D
Pra cima
Am D C G/B D G
Pra cima
Monte
Castelo
Renato Russo
Intr.: C F G
C F G C F G C F G C F C/E Dm G
C F G C F
Ainda que eu falasse a língua dos homens
G C F G C F G C F C/E Dm G
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
C F G C F G C
É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade
F G C F G C F C/E Dm G
O amor é bom, não quer o mal, não sente inveja ou se
envaidece
C F G C F G C
O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e
não se sente
F G C F G C F C/E Dm G
É um contentamento descontente, é dor que desatina sem
doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
C F G C F G C
É um não querer mais que bem querer, é solitário andar
por entre a gente
F G C F G C
É um não contentar-se de contente, é cuidar que se ganha
em se perder
(Dm G)
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata lealdade
Tão contrário a si é mesmo o amor
F C/E Dm G F C/E Dm G
Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos
dormem
F C/E Dm G F C/E Dm G
Agora vejo em parte, mas então veremos face a face
C F G C F G C
É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos homens
F C/E Dm C
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
Meninos e
Meninas
Renato Russo
Tom: D
Intr.: (D G A)
D G A
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
D G F
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
C D C D Em A
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
G D Bm C D
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
A
Acho que gosto de São Paulo
C D
Gosto de São João
A C D
Gosto de São Francisco e São Sebastião
Em G A
E eu gosto de meninos e meninas
D G A
Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
D G F
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
C D C D
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Em A G D
Você me deixou sentindo tanto frio
Bm C D
Não sei mais o que dizer
A C D
Te fiz comida, velei teu sono
A C D
Fui teu amigo, te levei comigo
Em G A
E me diz: pra mim o que é que ficou?
D G A
Me deixa ver como viver é bom
D G F
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
C D C D
Você não quis tentar me ajudar
Em A G D Bm C D
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?
A C D
Eu canto em português errado
A C D
Acho que o imperfeito não participa do passado
Em
Troco as pessoas
G A
Troco os pronomes
D G A
Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
D G F
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
C D C D
Acho que te amava, agora acho que te odeio
Em A G D Bm C D
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar
A
Acho que gosto de São Paulo
C D
Gosto de São João
A C D
Gosto de São Francisco e São Sebastião
Em G A Int.
E eu gosto de meninos e meninas
Sete Cidades
Renato Russo
Tom: C
Intr.: C Am F G
C Am F G
Já me acostumei com a tua voz
C Am F G C Am
Com teu rosto e teu olhar, me partiu em dois
F G C Am F G
E procuro agora o que é minha metade
Am G
Quando não estás aqui
Am G
Sinto falta de mim mesmo
Bb Am F G
E sinto falta do meu corpo junto ao teu
C Am F G
Meu coração
C Am F G
é tão tosco e tão pobre
C Am F G C Am F G
Não sabe ainda os caminhos do mundo
Am G
Quando não estás aqui
Am G
Sinto falta de mim mesmo
Bb Am F G
E sinto falta do meu corpo junto ao teu
G F C
Vem depressa pra mim que eu não sei esperar
F Am G
Já fizemos promessas demais
C F C Am G F G (C)
Já me acostumei com a tua voz, quando estou contigo
estou em paz
Am G
Quando não estás aqui
Am G
Meu espírito se perde
(Bb Am F G C)
Voa longe, longe, longe
Se Fiquei
Esperando Meu Amor Passar
Renato Russo
Tom: C
Intr.: (F Dm G C)
G D/F# Em
Se fiquei esperando meu amor passar
C G/B Am
Já me basta então que eu não sabia
D G D/F# Em D
Amar e me via perdido e vivendo em erro
C G/B
Sem querer me machucar de novo
Am D
Por culpa do amor.
G D/F# Em D
Mas você e eu podemos namorar
C G/B Am D
E era simples: ficamos fortes.
G D/F# Em
Quando se aprende a amar
D
O mundo passa a ser seu.
F D/F# G F D/F# G
Sei rimar romã com travesseiro.
F D/F# G
Quero a minha nação soberana
C A D Intr.
Com espaço nobreza e descanso.
G D/F# Em
Se fiquei esperando meu amor passar
C G/B Am D
Já me basta que estava então longe de sereno
G D/F# Em D
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
C G/B Am D
Por fazer amor fazer sentido.
F D/F# G
Começo a ficar livre
F D/F# G
- Espero. Acho que sim.
F D/F# G
De olhos fechados não me vejo
C A D (Intr.)
E você sorriu pra mim
F Dm G C F
"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dm G C
Tende piedade de nós
F Dm G C F
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dm G C
Tende piedade de nós
F Dm G C F
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dm G
Dai-nos a paz."
Metal Contra
as Nuvens
Renato Russo
Tom: G
I
D G
Não sou escravo de ninguém
D A D
Ninguém senhor do meu domínio
C
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
Em A D
E temo o que agora se defaz
G D G
Viajamos sete léguas
D A D
Por entre abismos e florestas
C
Por Deus nunca me vi tão só
Em
é a própria fé o que destrói
A D
Estes são dias desleais.
C D G Em
Sou metal - raio, relâmpago e trovão
C D G Em
Sou metal, eu sou o ouro em seu brazão
C D F G
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.
C Am
Reconheço meu pesar:
D
Quando tudo é traição,
Dm
O que venho encontrar
G
é a virtude em outras mãos.
A D G E A
Minha terra é a terra que é minha
D G E A D G
E sempre será minha terra
E A D G E A (Am)
Tem a lua, tem estrelas e sempre terá.
II
Am D Am
Quase acreditei na tua promessa
D
E o que vejo é fome e destruição
Am D
Perdi a minha sela e a minha espada
Am D (A)
Perdi o meu castelo e minha princesa.
(Am D)
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão
(Am) C (Em D C Am G D)
III
D G D
é a verdade o que assombra
G D A D
O descaso que condena,
C
A estupidez o que destrói
Em
Eu vejo tudo que se foi
A
E que não existe mais
D G D G
Tenho os sentidos já dormentes,
D A D
O corpo quer, a alma entende.
C
Esta é a terra-de-ninguém
Em
Sei que devo resitir -
A D
Eu quero a espada em minhas mãos.
C D G Em
Sou metal - raio, relâmpago e trovão
C D G Em
Sou metal: eu sou o ouro em seu brazão
C D F G
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.
C Am
Não me entrego sem lutar -
D
Tenho ainda coração.
D
Não aprendi a me render:
G (Em A C G D)
Que caia o inimigo então.
IV
(Em A C G D)
- Tudo passa, tudo passará
C G Am
E nossa história não estará pelo avesso
G
Assim, sem final feliz.
C Em Am D
Teremos coisas bonitas pra contar.
C D G C D G
E até lá, vamos viver
C D G
Temos muito ainda por fazer.
C D Em
Não olhe para trás -
C D G
Apenas começamos.
C D G C D Em
O mundo começa agora -
C D G C G
Apenas começamos
A MONTANHA
MÁGICA
Renato Russo
Tom : A
Introd.: A G D A G D A
A G
Sou meu próprio líder: ando em círculos
D A
Me equilibro entre dias e noites
G
Minha vida toda espera algo de mim
D A
Meio sorriso, meia-lua, toda tarde.
E
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
A
És o que tenho de suave
E A
E me fazes tão mal.
D
Ficou logo o que tinha ido embora.
E
Estou só um pouco cansado
Não sei se isto termina logo
D
Meu joelho dói
E Intr
E não há nada a fazer agora.
A
Para que servem os anjos?
G D
A felicidade mora aqui comigo
A
Até segunda ordem
G
Um outro agora vive minha vida
D A
Sei o que ele sonha, pensa e sente
G
Não é coincidência a minha indiferença
D A
Sou uma cópia do que faço
G
O que temos é o que nos resta
D A
E estamos querendo demais
E
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
A
És o que tenho de suave
E A
E me fazes tão mal.
D
Existe um descontrole, que corrompe e cresce
E
Pode até ser, mas estou pronto prá mais uma
D
O que é que desvirtua e ensina?
E Intr.
O que fizemos de nossas próprias vidas?
A G
O mecanismo da amizade,
D A
A matemática dos amantes
G
Agora só artesanato
D A
O resto são escombros.
E
Mas é claro que não vamos lhe fazer mal
A
Nem é por isso que estamos aqui
E
Cada criança com seu próprio canivete
A
Cada líder com seu próprio 38
D
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
E
Chega - vou mudar a minha vida
D
Deixa o copo encher até a borda
E A Intr.
Que eu quero um dia de sol num copo d'água.
Teatro dos
Vampiros
Renato Russo
Tom: G
Intr.: G D Em Bm C G C D
C Bm
Sempre precisei de um pouco de atenção
C
Acho que não sei quem sou
Bm
Só sei do que não gosto
C Bm
E destes dias tão estranhos
Bm F C
Fica poeira se escondendo pelos cantos
C Bm C Bm
Este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante
C Bm
E a primeira vez é sempre a £ltima chance.
Bb
Ninguém vê onde chegamos:
F C
Os assassinos estão livres, nós não estamos
G
Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
F
Voltamos a viver como há dez anos atrás
C/E
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas
G
Vamos lá, tudo bem - eu só quero me divertir
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal pra ir
F
Já entregamos o alvo e a artilharia
C/E
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
G
Nossas vidas possam se encontrar
C Bm C
Quando me vi tendo de viver comigo apenas
Bm
E com o mundo
C Bm
Você me veio como um sonho bom
Bb
E me assustei
F C
Não sou perfeito
Eu não esqueço
Bm
A riqueza que nós temos
C Bm
Ninguém consegue perceber
C Bm Bb
E de pensar nisso tudo, eu, homem feito
F C
Tive medo e não consegui dormir.
C/E
Comparamos nossas vidas
G
E mesmo assim, não tenho pena de ninguém.
Otea
Sereníssima
Renato Russo
Tom: D
Intr.: (G D) (D C) (C G D)
D C G
Sou um animal sentimental
C D C G C
Me pego facilmente a quem desperta meu desejo
D C G
Tente me obrigr a fazer o que eu não quero
C D C G
E cê vai logo ver o que acontece.
C G
Acho o que você quiz me dizer
D A
Mas existem outras coisas.
D C G C
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade
D C G C
Tudo está perdido mas existem possibilidades
D C G
Tínhamos a idéia, você mudou os planos
C D C G
Tínhamos um plano, você mudou de idéia
C G D A
Já passou, já passou - quem sabe outro dia
G Em A D
Antes eu sonhava, agora já não durmo
G Em A D
Quando foi que competimos pela primeira vez
G Em A D
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
G Em A D
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade
D G
Não estou mais interessado no que sinto
C D C G
Não acredito em nada além do que duvido
C D C G
Você espera respostas que eu não tenho
C D C G
Não vou brigar por causa disso
C G D
Até penso duas vezes se você quiser ficar
A G Em A D
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
G Em A D
Foi a lua dessa noite, do sereno da madrugada?
G Em D
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
G Em
Enquanto o caos segue em frente
A D
Com toda a calma do mundo.
Vento no
Litoral
Renato Russo
Tom: C
Intr.: Am Em Am Em F C F C
Am Em
De tarde quero descansar, chegar até a praia
Am
Ver se o vento ainda está forte
Em
E vai ser bom subir nas pedras
C
Sei que faço isso pra esquecer
Bb
Eu deixo a onda me acertar
Am F G Am F G C F
E o vento vai levando tudo embora.
Em
Agora está tão longe
Dm
Vê, a linha do horizonte me distrai:
G F
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Em Dm
Quando olhávamos juntos na mesma direção.
Bb
Aonde está você agora
Am
Além de aqui, dentro de mim?
F G Am F G Am Intr.
C Cm
Agimos certo sem quere
G/B
Foi só o tempo que errou
Bb
Vai ser dificil sem você
A4 A Dm
Porque você está comigo o tempo todo.
Quando vejo o mar
C
Existe algo que diz:
G/B Am G F
- A vida continua e se entregar é uma bobagem
Em A7 Dm
Já que você não está aqui,
Dm/C Bb G
O que posso fazer é cuidar de mim.
C
Quero ser feliz ao menos.
F Bb G
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Am Em Am G C F E4 E
- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Em C
Sei que faço isso pra esquecer
Bb
Eu deixo a onda me acertar
Am F G C
E o vento vai levando tudo embora
O Mundo Anda
Tão Complicado
Renato Russo
Tom: C
Intr.: C Dm G Dm G F
C
Gosto de ver você dormir
Dm G
Que nem criança com a boca aberta
Dm G
O telefone chega sexta-feira
F
Aperto o passo por causa da garoa
C
Me empresta um par de meias
Dm G
A gente chega na sessão das dez
Dm G
Hoje eu acordo ao meio-dia
F C
Amanhã é a sua vez
F G C
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
F G
O mundo anda tão complicado
Am Dm G
Que hoje eu quero fazer tudo por você.
C
Temos que consertar o despertador
Dm G
E separar todas as ferramentas
Dm G
A mudança grande chegou
F C
Com o fog...o e a geladeira e a televisão
Dm
Não precisamos dormir no chão
G Dm G
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
F C
E na quinta chegou o som
F G C
Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
F G Am
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Dm
Agora que temos nossa casa
G C
é a chave que sempre esqueço
Dm Ab C C7 Dm Ab G
C
Vamos chamar nossos amigos
Dm G
A gente faz uma feijoada
Dm G
Esquece um pouco do trabalho
F
E fica de bate-papo
C
Temos a semana inteira pela frente
Dm G
Você me conta como foi seu dia
Dm G
E a gente diz um p'ro outro:
F C
- Estou com sono, vamos dormir!
F G C
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
F G
O mundo anda tão complicado
Am Dm G
Que hoje eu quero fazer tudo por você
C Dm Ab C C7 Dm Ab G
C
Quero ouvir uma canção de amor
Dm G
Que fale da minha situação
Dm G
De quem deixou a segurança de seu mundo
F
Por amor
C
Por amor
Vinte e Nove
Renato Russo
Tom: G
Intr.: G Am D Am D
G C
Perdi vinte em vinte nove
D
amizades
G Am
Por conta de uma pedra em
D
minhas mãos
G
Me embriaguei morrendo
Am
vinte e nove vezes
G F
Estou aprendendo a viver
Em C
sem você
G/B Am D
Já que você não me quer mais
G
Passei vinte e nove meses
D
num navio
G D
E vinte e nove dias na prisão
G/B
E aos vinte e nove,
Am
com retorno de saturno
G F Em
Decidi começar a viver
C G/B
Quando você deixou de me amar
Am
Aprendi a perdoar
D G Intr.
E a pedir perdão
G
E vinte nove anjos me
Am
saudaram
D
E tive vinte nove amigos
C G
outra vez
Perfeição
Renato Russo
Tom: C
Intr.: G C7 Bb G C7 Bb
G
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estrupadores e ladrões
C7
Vamos celebrar a estupidez do povo
G Bb
Nossa polícia e televisão
C7
Vamos celebrar nosso governo
Bb G
E nosso estado que não é nação
D
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
F C
Celebrar nossa desunião
D
Vamos celebrar Erros e Thanatos
Persephone e Hades
F
Vamos celebrar nossa tristeza
G
Vamos celebrar nossa vaidade
C7
Vamos comemor como idiotas
Bb G
A cada fevereiro e feriado
C7
Todos os mortos na estrada
Bb G
Os mortos por falta de hospitais
C7
Vamos celebrar nossa justiça
Bb G
A ganância e a difamação
C7
Vamos celebrar os preconceitos
Bb G
O voto dos analfabetos
F
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas mentiras e sequestro
Nosso castelo de cartas marcadas
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
C7
Vamos celebrar a fome
G
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
D
Vamos alimentar o que é maldade
Am
Vamos machucar um coração
C
Vamos celebrar nossa bandeirra
G
Nosso passado de absurdos gloriosos
D
Tudo que é gratuito e feio
Am
Tudo que é normal
F
Vamos cantar juntos o hino nacional
( A lágrima é verdadeira )
G
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
C7
Vamos festejar a inveja
G
A intolerância e a incompreensão
D
Vamos festejar a violência
Am
E esquecer a nossa gente
C
Que trabalhou honestamente
a vida inteira
G
E agora não tem mais direito a nada
D
Vamos celebrar a aberração
Am
De toda a nossa falta de bom senso
F
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso
Bb
- Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
F
Já que também podemos celebrar
G
A estupidez de quem cantou esta canção
C Dm Em
Venha, meu coração está com pressa
F G C Dm
Quando a esperança esta dispersa
Em
Só a verdade me liberta
F G C
Chega de maldade e ilusão
Dm Em
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
F G C
E vem chegando a primavera
Dm Em
Nosso futuro recomeça:
F G C
Venha, que o que vem é perfeição
O
Descobrimento do Brasil
Renato Russo
Tom: G
Intr.: G
G
Ela me disse que trabalha no correio
Am
E que namora um menino eletricista
G
Estou pensando em cassamento
Am
Mas não quero me casar
G
Quem modelou teu rosto ?
Am
Quem viu a tua alma entrando ?
G Am
Quem viu a tua alma entrar ?
G
Quem são teus inimigos ?
Am G
Quem é de tua cria ? A professora
Am G
Adélia, a tia Edilamar e a tia esperança
G
Será que você vai saber
C G
O quanto penso em você com
Am
o meu coração ?
G
Quem está agora ao teu lado ?
Am
Quem para sempre está ?
G
Quem para sempre estará ?
A D E
Ela me disse que trabalha no correio
Bm G
E que namora um menino eletricista
A D E
As família se conhecem bem
A Bm G
E são amigas nesta vida
A
Será que você vai saber, o quanto
Bm G
penso em você com meu coração ?
A
Será que você vai saber, o quanto
Bm G A Bm G
penso em você com o meu coração ?
G
A gente quer um lugar pra gente
Am
A gente quer é de papel passado
G
Com festa, bolo e brigadeiro
Am
A gente quer um canto sossegado
G
A gente quer um canto de sossego
Estou pensando em casamento
Am
Ainda não posso me casar
G
Eu sou rapaz direito
Am
E fui escolhido pela menina
G
mais bonita
VAMOS FAZER
UM FILME
Renato Russo
Tom: C
Intr.: F Dm G C
C Am
Achei um 3x4 teu e não quis
acreditar
F
Que tinha sido há tanto tempo
G
atrás
C
Um exemplo de bondade e
Am
respeito
F
Do que o verdadero amor
G
é capaz
C
A minha escola não tem
Am
personagem
F
A minha escola tem gente
G
de verdade
C
Alguém falou do fim do mundo
Am
O fim do mundo já passou
F
Vamos começar de novo
G
Um por todos, todos por um
F
O sistema é mau
Em
mas minha turma é legal
F Em
Viver é foda, morrer é dificil
F Em
Te ver é uma necessidade
F G C
Vamos fazer um filme
F
O sistema é mau
Em
mas minha turma é legal
F Em
Viver é foda, morrer é dificil
F Em
Te ver é uma necessidade
F G C
Vamos fazer um filme
F Dm G
E hoje em dia, como é que se diz
C
Eu te amo?
F Dm G
E hoje em dia, como é que se diz
C
-Eu te amo?
C
Sem essa de que
Am
Estou sozinho
F G
Somos muito mais que isso
C Am
Somos pinguim, somos golfinho
F G
Homem, sereia, beija-flor
C Am
Leão, leoa e leão-marinho
F
Eu preciso e quero teu carinho,
G C
liberdade e respeito
Am
Chega de opressão
F
Quero viver a minha vida
G
em paz
F Dm
Quero um milhão de amigos
G C
Quero irmãos e irmãs
F Dm
Deve ser cisma minha
G C
Mas a única maneira ainda
F Dm
De imaginar a minha vida
G
É vê-la como um musical do
C
anos trinta
F Dm
E no meio de uma depressão
G C
Te ver e ter beleza e fantasia
Os Anjos
D
Hoje não dá
A
Hoje não dá
G
Não sei mais o que dizer
Em A D
E nem o que pensar
Hoje não dá
A
Hoje não dá
G
A maldade humana agora
A
Não tem nome
D
Hoje não dá
G
Pegue duas medidas de
A
Estupidez
D A/C# Bm
Junte trinta e quatro partes de mentira
G
Coloque tudo numa forma
A
Untada previamente
D A/C# Bm
Com promessas não cumpridas
G A
Adicione a seguir o ódio e a inveja
D A/C# Bm
As dez colheres cheias de burrice
G A
Mexa tudo e misture bem
D A/C# Bm
e não se esqueça antes de levar ao forno
D A/C#
Temperar com essência de
Bm
Espírito de porco
D A/C# Bm
Duas xícaras de indiferença
D A/C# Bm
E um tablete e meio de preguiça
D
Hoje não dá
A
Hoje não dá
G Em
Está um dia tão bonito lá fora
A D
E eu quero brincar
Mas hoje não dá
A
Hoje não dá
G Em
Vou consertar a minha asa quebrada
A D
E descansar
G A D A/C#
Gostaria de não saber destes
Bm G
Crimes atrozes
A D A/C#
E todo dia agora e o que vamos fazer?
A D
Quero voar pra bem longe
A/C# Bm G
Mas hoje não dá
A D A/C#
Não sei o que pensar e nem
Bm G A
o que dizer
D A/C# Bm G
Só nos sobrou do amor
Em A D
a falta que fico
Um Dia
Perfeito
Renato Russo / Dado Villa Lobos
Tom: E
Intr.: E C#m B7
E
Quase morri
A
Há menos de trinta e duas horas
atrás
C#m
Hoje a gente fica na varanda
F# B7 A
Um dia perfeito com as crianças
E
São as pequenas coisas que
valem mais
F#
É tão bom estamos juntos
B7
E tão simples:
A C#m ( E C#m B7 )
Um dia perfeito
E
Corre corre corre
E7
Que vai chover
A C#m F# B7 A
Olha a chuva !
E
Não vou me deixar embrutecer
F#
Eu acredito nos meus ideais
B7
Podem até maltratar
A
meu coração
C#m
Que meu espírito
Ninguém vai conseguir
E C#m B7
quebrar
Giz
Dado Villa Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Tom : D
Intr.: D A D A D E D A
D A
E mesmo sem te ver
E D A
Acho até que estou indo bem
D A D A
Só apareço, por assim dizer
D E
Quando convém
D A A/G# F#m D
Aparecer ou quando quero
A A/G# F#m D
Quando quero
Bm D E A
Desenho toda a calçada
Bm D
Acaba o giz, tem tijolo
E F#m
de construção
Bm D
Eu rabisco o sol que a chuva
E
apagou
D A D A
Quero que saibas que me lembro
D E D A
Queria até que pudesses me ver
D A D A
És, parte ainda do que me faz forte
D E
E, pra ser honesto
D A
Só um pouquinho infeliz
A/G#
Mas tudo bem
F#m D
Tudo bem, tudo bem ...
Bm D E
Lá vem, lá vem, lá vem
A
De novo
Bm D E
Acho que estou gostando
F#m
de alguém
Bm D
E é de ti que não me
E (A A/G# F#m D)
Esquecerei
Tudo bem, tudo bem ...
A A/G#
Eu rabisco o sol que a chuva
F#m D
apagou
Tudo bem, tudo bem ...
A A/G#
Acho que estou gostando de
F#m D
alguém
Tudo bem, tudo bem ...
Love In The
Afternoon
Renato Russo / Dado Villa Lobos
Tom: D
Intr.: D
D A D
É tão estranho, os bons morrem
A D A
jovens, assim parece ser
D A
Quando me lembro de você
Em D/F# G A
Que acabou indo embora
Em D/F# G A
Cedo demais
D A
Quando lhe dizia
D
- Me apaixono todo dia
A
E é sempre a pessoa errada
D A
Você sorriu e disse:
D A
- Eu gosto de você também
Em D/F# G A
Só que você foi embora
Em D/F# G A
Cedo demais
G A
Eu continuo aqui
G A
Com meu trabalho e meus amigos
G A Em
E me lembro de você em dias assim
D/F# A Em A
Um dia de chuva, um dia de sol
D D/C# D/C G/B
E o que sinto eu não sei dizer
G A G A
- Vai com os anjos ! Vai em paz
Em
Era assim todo dia de tarde
G A
A descoberta da amizade
D A
Até a próxima vez É tão estranho
D A D
Os bons morrem antes, me lembro
A D A
de você, e de tanta gente que se foi
Em D/F# G A Em D/F# G A
Cedo demais E cedo demais
G A G
Eu aprendi a ter tudo que sempre quis
A
Só não aprendi a perder
G A Em D/F# G A Em
E eu, que tive um começo feliz
A D D/C# D/C G/B
Do resto eu não sei dizer
G A
Lembro das tardes que passamos juntos
G A
Não é sempre, mais eu sei
Em
Que você está bem agora
G A
É só este ano o verão acabou
G D
Cedo demais
La Nuova
Gioventú
Dado Villa Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Intr.: C A G
C A G
C
Tudo que sei
É que você quis partir
Em
Eu quis partir você
Tirar você de mim
G
Demorei para esquecer
Demorei para encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais
C
E guardei um pouco
Em
Porque o tempo é mercúrio-cromo
G
E tempo é tudo que somos
C
Talvés tivéssemos, teríamos tido, tivéremos filhos
Em
Estava lhe ensinando a ler
G
On the road
E coisas desiguais
C
Com você por perto
Em
Eu gostava mais de mim
C
Com você por perto
Em
Eu gostava mais de mim
C
Com você por perto
Em
Eu gostava mais de mim
C
Com você por perto
Em
Eu gostava mais de
D F G D F G
mim
C Em
Veja bem, eu já não sei se
G
estou bem só por dizer
C Em
Só por dizer é que finjo que sei
G
Não me olhe assim
Eu sou parte de você
D F G
Você não é parte de mim
D
Do seu passado você faz pouco caso
F
Mas, só para você saber
G
Me diverti um bocado
C
E com você por perto
Em
Eu gostava mais de mim ...
Só Por Hoje
Dado Villa Lobos / Renato Russo
Tom : D
Intr.: Am D G C F D Em G
Am D G
Só por hoje eu não quero mais
C
chorar
F D Em G
Só por hoje eu espero conseguir
Am D G C
Aceitar o que passou o que virá
F D Em
Só por hoje vou me lembrar
G D C D Am
que sou feliz
G
Hoje já sei tudo que sou
Am
que preciso ser
Bm
Não preciso me desculpar e
F D
nem te convencer
Em A
O mundo é radical
C
Não sei onde estou indo
G/B
Só sei que estou perdido
C D
Aprendi a viver um dia
de cada vez
Am D G
Só por hoje eu não vou me
C
machucar
F D Em
Só por hoje eu não quero me
G
esquecer
Am D
Que há algumas pouco
G C
vinte quatro horas
F D Em
Quase joguei a minha vida
G
inteira fora
( Em F#m B )
Não não não não
Viver é uma dádiva fatal
No fim das contas ninguém
sai vivo daqui mas
Vamos com calma !
Am D G
Só por hoje eu não quero mais C
chorar
F D Em
Só por hoje eu não vou me
G
destruir
Am D G
Posso até ficar triste
C
se eu quiser
F D Em
É só por hoje, ao menos isso
eu aprendi Yeah
Natália
Renato Russo
Intr.: (Am D
C Am C D )
(Am D C Am C D )
Vamos falar de pesticidas
E de tragédias radioativas
De doenças incuráveis
Vamos falar de sua vida
(Am D C Am C D )
Preste atenção ao que eles dizem
Ter esperança é hipocrisia
A felicidade é uma mentira
Am C D
E a mentira é a salvação
Am D C D
Beba desse sangue imundo
Am D C D
E você conseguirá dinheiro
(Am D C Am C D )
E quando o circo pega fogo
Somos os animais na jaula
Am
Mas você só quer algodão-doce
(Am D C Am C D )
Não confunda ética com éter
Am C D
Quando penso em você eu tenho febre
D C G
Mas quem sabe um dia eu escrevo
D
Uma canção pra você
C G
Mas quem sabe um dia eu escrevo
D
Uma canção pra você
(Am D C Am C D )
É complicado estar só
Quem está sozinho que o diga
Quando a tristeza é sempre o ponto de partida
Quanto tudo é solidão
D C G
É preciso acreditar num novo dia
D C G
Na nossa grande geração perdida
D C G
Nos meninos e meninas
D C G
Nos trevos de quatro folhas
D C G
A escuridão ainda é pior que essa luz cinza
D C G
Mas estamos vivos ainda
D C G
E quem sabe um dia eu escrevo
D
Uma canção pra você
C G
Quem sabe um dia eu escrevo
D
Uma canção pra você
L'Avventura
Renato Russo
Intr.: A A7
G G7 F7+
Am
Quando não há compaixão
Ou mesmo um gesto de ajuda
F
O que pensar da vida
Am
E daqueles que sabemos que amamos?
Dm
Quem pensa por si mesmo é livre
F
E ser livre é coisa muito séria
C
Não se pode fechar os olhos
Eb
Não se pode olhar pra trás
G
Sem se aprender alguma coisa
F
Pro futuro
C G/B Am
Corri pro esconderijo e olhei pela janela
F Em Am
O sol é um só mas que sabe são duas manhãs
Bb
Não precisa vir se não for pra ficar
F Eb Bb
Pelo menos uma noite e três semanas
SOLO G
C G
Nada é fácil, nada é certo
F Am
Não façamos do amor algo desonesto
C G
Quero ser prudente e sempre ser correto
F Am
Quero ser constante e sempre tentar ser sincero
C
E queremos fugir
G F Am
Mas ficamos sempre sem saber
Am
Seu olhar não conta mais estórias
F Am
Não brota o fruto e nem a flor
Dm F
E nem o céu é belo e prateado
C
E o que eu era eu não sou mais
Eb G
E não tenho nada pra lembrar
C G/B
Triste coisa é querer bem
Am F
A quem não sabe perdoar
Em
Acho que sempre lhe amarei
Am Bb
Só que não lhe quero mais
F
Não é desejo, nem é saudade
Eb Bb
Sinceramente nem é verdade
SOLO G
C G
E eu sei porque você fugiu
F Am
Mas não consigo entender
C G
E eu sei porque você fugiu
F Am
Mas não consigo entender
MÚSICA DE
TRABALHO
Renato Russo
Tom: B
Intr.: B A
Bm
Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
E D
Não sinto o meu valor
Bm
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
E D
Eu tenho o meu ofício
Bm
Que me cansa de verdade
E D Bm
Tem gente que não tem nada
E D Bm
E outros que tem mais do que precisam
E D Bm A
Tem gente que não quer saber de trabalhar
D Em
Mas quando chega o fim do dia
A D
Eu só penso em descansar
Bm Em C A
E voltar p'rá casa pros teus braços
D Em
Quem sabe esquecer um pouco
A D
De todo o meu cansaço
Bm Em
Nossa vida não é boa
C A
E nem podemos reclamar
Bm
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
G F#
Se você não segue as ordens
Bm
Se você não obedece
G E
E não suporta o sofrimento
Bm
Está destinado a miséria
G F#
Mas isso eu não aceito
Bm
Eu sei o que acontece
G E
Mas isso eu não aceito
Bm
Eu sei o que acontece
D Em
E quando chega o fim do dia
A D
Eu só penso em descansar
Bm Em C A
E voltar p'rá casa pros teus braços
D Em
Quem sabe esquecer um pouco
A D
Do pouco que não temos
Bm Em
Quem sabe esquecer um pouco
C A
De tudo que não sabemos
(D Em A D Bm Em C A)
Longe Do Meu Lado
Renato Russo
Intr.: Dm7
G7 Dm7 G7 F
Dm7 G7
Se a paixão fosse realmente um bálsamo
Dm7 G7
O mundo não pareceria tão equivocado
F G
Te dou carinho, respeito e um afago
Dm7 G7
Mas entenda, eu não estou apaixonado
Am7
A paixão já passou em minha vida
C
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
Am7
E agora carrego em mim
C
Uma dor triste, um coração cicatrizado
Dm7 G7
E olha que tentei o meu caminho
Am F
Mas tudo agora é coisa do passado
Dm7 G
Quero respeito e sempre ter alguém
Am F
Que me entenda e fique sempre a meu lado
Dm7 G7 Dm7 G7
Mas não, não quero estar apaixonado
SOLO F G7 Dm7 G7
Am7
A paixão quer sangue e corações arruinados
C
E suade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago
Am7 C
E essa escravidão e essa dor não quero mais
Dm7 G7 Am
Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Dm7 G7 A
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado
( Dm7 G7 Dm7 G7 F G )
Am7
Não estou mais pronto para lágrimas
C Am7
Podemos ficar juntos e vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo
Dm7 G7
Eu também sei que dizem
Am F Dm7 G7 Dm7 G7
Que não existe amor errado
Dm7 G7 Dm7 G7
Mas entenda, não quero estar apaixonado
SOLO F G C
A Via Láctea
Renato Russo
Intr.: B7
B C#m
Quando tudo está perdido
A B
Sempre existe um caminho
C#m
Quando tudo está perdido
A B
Sempre existe uma luz
F#m B E
Mas não me diga isso
A E
Hoje a tristeza não é passageira
F#m7 B7
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
F#m7 G#m
E quando chegar a noite
A B F#m7 E
Cada estrela parecerá uma lágrima
A E
Queria ser como os outros
F#m B
E rir das desgraças da vida
F#m7 G#m
Ou fingir estar sempre bem
A B
Ver a leveza das coisas com humor
F#m7 E
Mas não me diga isso
F#m7 E
É só hoje e isso passa...
A E
Só me deixe aqui quieto
F#m7 B
Isso passa ...
F#m7 B A E
Amanhã é um outro dia não é
B A E
Eu nem sei porque me sinto assim
B A E
Vem de repente, um anjo triste perto de mim
A E
E essa febre que não passa
F#m7 B
E meu sorriso sem graça
A G#m F#m7
Não me dê atenção
B A E
Mas obrigado por pensar em mim
B C#m
Quando tudo está perdido
A B
Sempre existe uma luz
B C#m
Quando tudo está perdido
A B
Sempre existe um caminho
B C#m
Quando tudo está perdido
A B
Eu me sinto tão sozinho
B C#m
Quando tudo está perdido
A B A
Não quero mais ser quem eu sou
G#m F#m7
Mas não me diga isso
B
Não me dê atenção
E
E obrigado por pensar em mim
A G#m
Mas não me diga isso
F#m7
Não me dê atenção
B E
E obrigado por pensar em mim
SOLO
MÚSICA
AMBIENTE
Renato Russo
Tom: Am
Intr.: (Am F#m7 C Bb) x3 D
Em Am
Se um dia fores embora
Em Am
Te amarei bem mais do que está hora
C G/B C G/B
Me lembrarei de tudo que eu não disse
C G/B D G
E de quando havia tudo que existe
Em Am
Quando choramos abraçados
Em Am
E caminhamos lado a lado
C G C G
Por favor amor me acredite
C G D G
Não há palavras para explicar o que eu sinto
Em C D G
Mesmo que tenhamos planejado
Em C D
Um caminho diferente
Em C D G
Tenho mais do que eu preciso
Em C D
Estar contigo é o bastante.
Em Am
Certas coisas de todo dia
Em Am
Nos trazem a alegria
C G/B C G/B C G D G
De caminhamos juntos lado a lado por amor.
C G C G/B
E quando eu for embora
C G D G
Não, não chore por mim.
ALOHA
Renato Russo
Tom: G
Intr.: (G7 C/G G) (G F C F G)
G Bb
Será que ninguém vê
C F
O caos em que vivemos ?
Bb Gm
Os jovens são tão jovens
C Dm C
E fica tudo por isso mesmo
G Bb C F
A juventude é rica, a juventude é pobre
Bb Gm C Dm C
A juventude sofre e ninguém parece perceber
D C
Eu tenho um coração
G C
Eu tenho ideais
D C
Eu gosto de cinema
G C
E de coisas naturais
D
E penso sempre em sexo, oh yeah!
( B A)
Todo adulto tem inveja dos mais jovens
G Bb
A juventude está sozinha
C F
Não há ninguém para ajudar
Bb Gm
A explicar por que é que o mundo
C Dm C
É este desastre que aí está
Bb Gm C Dm C
Eu não sei, eu não sei
(F Bb Dm)
Dizem que eu não sei nada
Dizem que eu não tenho opinião
Me compram, me vendem, me estragam
E é tudo mentira, me deixam na mão
Não me deixam fazer nada
E a culpa é sempre minha, oh yeah!
(Ab Eb C Ab Eb F)
C Bb
E meus amigos parecem ter medo
F Bb
De quem fala o que sentiu
C Bb
De quem pensa diferente
F Bb
Nos querem todos iguais
C Bb F
Assim é bem mais fácil nos controlar
Bb C
E mentir, mentir, mentir
Bb C
E matar, matar, matar
Bb C
O que eu tenho de melhor: minha esperança
(B A)
Que se faça o sacrifício
E cresçam logo as crianças
SOUL
PARSIFAL
Renato Russo
Tom: C
Intr.: C B7 Em Am Dm G
C Bb6
Ninguém vai me dizer o que sentir
Meu coração está disperso
Dm
É sereno o nosso amor
Eb G C
E santo este lugar
B6
Nos tempos de tristeza
A7
Tive o tanto que era bom
Dm
Eu tive o teu veneno
Eb G A
E o sopro leve do luar
B7 Bb6 A7
Porque foi calma a tempestade
Dm Ab G C
E tua lembrança, a estrela a me guiar
B7 B6 A7
Da alfazema fiz um bordado
D7 Ab G C
Vem, meu amor. É hora de acordar
Bb6 F
Tenho anis, tenho hortelã
G F
Tenho um cesto de flores
Eb Ab Am D Em7
Eu tenho um jardim e uma canção
Bm7 C
Vivo feliz, tenho amor
G D Em
Eu tenho desejo e um coração
Bm7 C
Tenho coragem e sei quem eu sou
G D C
Eu tenho um segredo e uma oração
A G6 F#7
Vê que a minha força é quase santa
Como foi santo o meu penar
Bm7 C E A
Pecado é provocar desejo e depois renunciar
Ab7
Estive cansado
G6 F#7
Meu orgulho me deixou cansado
Bm7
Meu egoísmo me deixou cansado
F E
Minha vaidade me deixou cansado
A G6
Não falo pelos outros
F#7
Só falo por mim
Bm7 C E A
Ninguém vai me dizer o que sentir
(A C E)
Tenho jasmim, tenho hortelã
Eu tenho um anjo, eu tenho uma irmã
Com a saudade teci uma prece
E preparei erva-cidreira no café da manhã
Ninguém vai
me dizer o que sentir
Eu, eu vou cantar uma canção prá mim
(A Ab7 G6 F#7 D A)
DEZESSEIS
Renato Russo
Tom: Bb
Intr. Bb Eb
Eb
João Roberto era o maioral
F
O nosso Johnny era um cara legal
Eb
Ele tinha um Opala metálico azul
Bb G F
Era o rei dos pegas na Asa Sul
Bb
E em todo lugar
G
Quando ele pegava no violão
Ab
Conquistava as meninas
E quem mais quisesse ver
Eb
Sabia tudo da Janis
G
Do Led Zeppelin, dos Beatles e dos Rolling
(Bb)
Stones
Eb
Mas de uns tempos prá cá
Meio sem querer
F Bb
Alguma coisa aconteceu
Eb Bb
Johnny andava meio quieto demais
G F Bb
Só que quase ninguém percebeu
G
Johnny estava com um sorriso estranho
Ab
Quando marcou um super pega no fim de semana
Eb
Não vai ser no CASEB
F (Bb)
Nem no Lago Norte, nem na UnB
Eb
As máquinas prontas, o ronco de motor
F
A cidade inteira se movimentou
Eb
E Johnny disse:
Bb
"- Eu vou prá curva do Diabo em Sobradinho
G F
e vocês ?"
Bb F/A
E os motores saíram ligados a mil
Ab Bb
Prá estrada da morte o maior pega que
existiu
F/A
Só deu para ouvir, foi aquela explosão
Ab Eb
E os pedaços do Opala azul de Johnny pelo chão
Bb F/A
No dia seguinte, falou o diretor:
Ab Eb
"- O aluno João Roberto não está mais entre nós
Bb F/A
Ele só tinha dezesseis.
Ab Eb
Que isso sirva de aviso prá vocês".
Bb F/A
E na saída da aula, foi estranho e bonito
Ab Eb
Todo o mundo cantando baixinho:
Bb F/A
Strawberry Fields Forever
Ab Eb
Strawberry Fields Forever
Bb
E até hoje, quem se lembra
F/A
Diz que não foi o caminhão
Ab
Nem a curva fatal
Eb
E nem a explosão
Bb
Johnny era fera demais
F/A
Prá vacilar assim
Ab
E o que dizem que foi tudo
Eb
Por causa de um coração partido
Bb F/A Ab Eb Bb
Um coração... um coração...um coração
Bb F/A
Bye, bye Johnny
Ab
Johnny, bye, bye
Eb
Bye, bye Johnny.
MIL PEDAÇOS
Renato Russo
Tom: G
Intr. G Bm C Gm/Bb Am D4 D
G Bm C
Eu não me perdi
Gm/Bb Am D4 D
E mesmo assim você me abandonou
G Bm C
Você quis partir
Gm/Bb Am
E agora estou sozinho
G Bm C
Mas vou me acostumar
G
Com o silêncio em casa
F Am D4 D
Com um prato só na mesa
Em Am
Eu não me perdi
Em C
O sândalo perfuma
D G G/B C
O machado que o feriu
Am Bm C D G
Adeus, adeus, adeus meu grande amor
C#m F#
E tanto faz
Bm E
De tudo que ficou
Am D4 D
Guardo um retrato teu
C D G
E a saudade mais bonita
Bm C
Eu não me perdi
Gm/Bb Am G
E mesmo assim ninguém me perdoou
Bm C Gm/Bb
Pobre coração - quando o teu
Am C
Estava comigo era tão bom.
Solo G Am
Bb
Não sei por quê
Eb Db Fm
Acontece assim e é sem querer
Bb C
O que não era prá ser.
G Em
Vou fugir desta dor.
Am Bb G/B Em Am
Meu amor, se quiseres voltar - volta não
Bb G C
Porque me quebraste em mil pedaços.
LEILA
Renato Russo
Tom: B
Intr. (B A)
B
Estou pensando em você
B7+
Quero lhe ver
E C#m
Mas nesse horário você deve estar
D#m C#m
Pegando os filhotes no colégio
F#
Depois chegar em casa
B B7+
Ver o resto de tudo
E C#m
E quando vem o silêncio
D#m C#m
Fumar unzinho e ouvir Coltrane
F#
Não faço mais isso mas entendo muito bem
B B7+
Adoro os teus cabelos
E C#m
Adoro a tua voz
D#m C#m
Adoro teu estilo
F#
Adoro tua paz de espírito
E D
O encanador te deixou na mão
E D
Tem reunião do condomínio
D/A A
O telefone não dá linha
C/G G
E o chuveiro tá dando choque
E D
Tem uma barata voadora no quarto das crianças
E D
E os monstrinhos estão gritando alucinados
D/A A
P'rá eles tudo é diversão
C/G
Mas você sabe o que é ter pavor, pavor, pavor
( B A )
De baratas voadoras
E você diz daquele seu jeito:
"- Ai, preciso de um homem!"
E eu digo: "- Ah, Leila, eu também!"
( B A )
E a gente ri
E D
Você monta suas fotos prá exposição
E D
Promete trabalhar mais com o computador
D/A A
E terminar seu vídeo até setembro
C/G G
Ter que pegar o carro no conserto
E D
Ver a conta do banco, cartão, IPTU
E D
Sábado vai ter peixada na Analú
D/A A C/G
E domingo, cachorro-quente com as crianças na
G Solo ( B A )
Fernanda
B B7+
Adoro teu olhar
E C#m
Adoro tua força
D#m C#m F#
E adoro dizer seu nome: Leila
B B7+ E C#m
Às vezes as coisas são difíceis, minha amiga
D#m C#m F# B B7+
Mas você sabe enfrentar a beleza dessa vida
E C#m
Adoro dizer seu nome:
D#m C#m F#
Lei....la, Leila.
1o DE JULHO
Renato Russo
Tom: D
Intr. (D C Am G)
D C
Eu vejo que aprendi
Am G
O quanto te ensinei
D G Am G
E nos teus braços que ele vai saber
D C
Não há por que voltar
Am G
Não penso em te seguir
D C Am G
Não quero mais a tua insensatez
D C
O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
G Am D
E das palavras que aguardei prá ti
D C
Não penso em me vingar
Am G
Não sou assim
D C Am G
A tua insegurança era por mim
D C
Não basta o compromisso
Am G
Vale mais o coração
D C Am
Já que não me entendes, não me julgues
G
Não me tentes
G
O que sabes fazer agora
Em
Veio tudo de nossas horas
G Em D
Eu não minto, eu não sou assim
D C
Ninguém sabia e ninguém viu
Am G
Que eu estava a teu lado então
G Em
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
C
Sou minha mãe e minha filha,
D
Minha irmã, minha menina
G Em
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
C D
Sou Deus, tua deusa, meu amor
D
Alguma coisa aconteceu
C D
Do ventre nasce um novo coração
G
Não penso em me vingar
Em
Não sou assim
C D
A tua insegurança era por mim
G
Não basta o compromisso
Em
Vale mais o coração
C
Ninguém sabia, ninguém viu
D
Que eu estava ao teu lado então
G Em
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
C
Sou minha mãe e minha filha,
D
Minha irmã, minha menina
G Em
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
C D
Sou Deus, tua deusa, meu amor
D
Baby, baby, baby, baby
O que fazes por sonhar
C D C
É o mundo que virá prá ti e prá mim
D C
Vamos descobrir o mundo juntos baby
D C D
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
C D
Meu amor, meu amor
Baby
ESPERANDO
POR MIM
Renato Russo
Tom: C
Intr. C G C
C G
Acho que você não percebeu
Am Em
Que o meu sorriso era sincero
F G C
Sou tão cínico às vezes
O tempo todo
Em G
Estou tentando me defender
C G
Digam o que disserem
Am Em
O mal do século é a solidão
F G
Cada um de nós imerso em sua própria
C
arrogância
Em G
Esperando por um pouco de afeição
C
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões
Dm F
Hoje à tarde foi um dia bom
C Em Am
Saí prá caminhar com meu pai
Dm F
Conversamos sobre coisas da vida
C
E tivemos um momento de paz
É de noite que tudo faz sentido
No silêncio eu não ouço meus gritos
C G
E o que disserem
Am Em F G C Em G
Meu pai sempre esteve esperando por mim
C G
E o que disserem
Am Em F G C Em G
Minha mãe sempre esteve esperando por mim
C G
E o que disserem
Am Em F G C
Em G
Meus verdadeiros amigos sempre esperaram por mim
C G
E o que disserem
Am Em F G C Em G
Agora meu filho espera por mim
C G
Estamos vivendo
Am Em F C
E o que disserem os nossos dias serão para sempre.
C G Am Em F G C Em G
QUANDO VOCÊ VOLTAR
Renato Russo
Tom: G
Intr. G C G
G C G
Vai, se você precisa ir
D C
Não quero mais brigar esta noite
G
Nossas acusações infantis
C
E palavras mordazes que machucam tanto
G C
Não vão levar a nada, como sempre
G D
Vai, clareia um pouco a cabeça
C G
Já que você não quer conversar.
D
Já brigamos tanto
C D G
Mais não vale a pena
D
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
C D
Sei que existe alguma coisa incomodando você
G C
Meu amor, cuidado na estrada
D
E quando você voltar
G
Tranque o portão
D
Feche as janelas
C
Apague a luz
D G
E saiba que te amo
O LIVRO DOS
DIAS
Renato Russo
Tom: D E
Intr. D Em F#m Bm Em A G
D
Ausente o encanto antes cultivado
Em
Percebo o mecanismo indiferente
F#m
Que teima em resgatar sem confiança
Bm
A essência do delito então sagrado
Em
Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar
A
E teu desejo inverso é velho amigo
G Intr.
Já que o tenho sempre a meu lado
G A
Hoje estão aceitas pelo nome
D
O que perfeito entregas mas é tarde
C
Só daria certo aos dois que tentam
Em
Se ainda embriagado pela fome
A
Exatos teu perdão e tua idade
G Intr.
O indulto a ti tomasse como bênção
E
Não esconda tristeza em mim
F#m
Todos se afastam quando o mundo está errado
G#m
Quando o que temos é um catálogo de erros
C#m
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado
F#m
Este é o livro das flores
B
Este é o livro do destino
A
Este é o livro de nossos dias
E
Este é o dia dos nossos amores
Uma Outra
estação
Renato Russo
Tom: Em
Intr: Em
(Em9/7 Em7)
Sei que não tenho a força que tens
Se me vejo feliz quase sempre exijo um talvez
Ela mora perto de um vulcão
E meu coração suburbano espera riquezas maiores
Eu sigo o calendário maia
E sou descendente dos astecas
Hoje vai ter prova
Mas no final da aula
(Em9/7 Em7)
Acho que tem futebol
(D Em/D Em7)
Gosto quando estou feliz
Gosto quando sorris para mim
Estou longe longe
Estou em outra estação
Não me digam como deve ser
Gosto do jeito que sou
Quem insistir em julgar os outros
Sempre tem alguma coisa para esconder
(D Em/D Em7 )
Teu corpo alimenta seu espírito
Teu espírito alegra minha mente
Tua mente descansa meu corpo
Teu corpo aceita o meu como a um irmão
Todos fazem promessas demais
Temos muito o que aprender
É um feitiço tão latino
Essa preguiça ser feitiço
Mas tudo bem
Voltarás na terça-feira
És fogo e gelo ao mesmo tempo
E vai ser bom
(D Em/D Em7 )
Do Equador, da Venezuela, do Uruguai
Teremos o fim-de-semana só para nós
D Em7
Venha comigo
D/F# G
Não tenha medo
D Em7
Tem muita gente
D/F# Em7
Que pensa o mesmo
E estou longe longe
D
Estou em outra estação.
Em7
E estou longe longe
D
Estou em outra estação.
Em7
E estou longe longe
D
Estou em outra estação.
Em7 D Em7
Estou Longe, Longe
As flores do
Mal
Renato Russo
Tom: A
Int.: A D G A
(Usar notas ressoantes)
A D
Eu quis você
G A D
E me perdi Você não viu
G A
E eu não senti
D G A
Não acredito nem vou julgar
D G A
Você sorriu, ficou e quis me provocar
D G A
Quis dar uma volta em todo o mundo
D G A
Mas não é bem assim que as coisas são
D G A
Seu interesse é só traição
G
E mentir é fácil demais
D A
Mentir é fácil demais
G
Mentir é fácil demais
D A
Mentir é fácil demais
(A D G A)
D G A
Tua indecência não serve mais
D G A
Tão decadente e tanto faz
D G A
Quais são as regras? O que ficou?
D G A
O seu cinismo essa sedução
D
Volta pro esgoto baby
G A
Vê se alguém lhe quer
D G A
O que ficou é esse modelito da estação passada
D G A
Extorsão e drogas demais
D G A
Todos já sabem o que você faz
D
Teu perfume barato, teus truques banais
G A
Você acabou ficando pra trás
G
Porque mentir é fácil demais
D A
Mentir é fácil demais
G
Mentir é fácil demais
D A
Mentir é fácil demais
D
Volta pro esgoto baby
G A
Vê se alguém te quer
La maison
Dieu
Renato Russo
Tom: Em
Intr.: Em A G
Em7
Se dez tatalhões viessem à minha rua
A
E 20 mil soldados batessem à minha porta
G
Á sua procura
Em
Eu não diria nada
A G
Porque lhe dei minha palavra
Em
Teu corpo branco já pêlo
A G
Me lembra o tempo em que você era pequeno
Em
Não pretendo me aproveitar
A
E de qualquer forma quem volta
G
Sozinho pra casa sou eu
Em
Sexo compra dinheiro e companhia
A G
Mas nunca amor e amizade, eu acho
Em
E depois de um dia difícil
C
Pensei ter visto você
F#
Entrar pela janela e dizer:
Em B
- Eu sou a tua morte
A D B
Vim conversar contigo
Em Bm
Vim te pedir abrigo
A D B
Preciso do teu calor
Em
Eu sou
Em
Eu sou
A G Am D
Eu sou a pátria que lhe esqueceu
Am D
O carrasco que lhe torturou
Am D
O general que lhe arrancou os olhos
Am
O sangue inocente
D
De todos os desaparecidos
Am D
Os choques elétricos e os gritos
Am G Em Am G
- Parem por favor, isto dói
Em
Eu sou
Eu sou
A
Eu sou a tua morte
D
E vim lhe visitar como amigo
Am D
Devemos flertar com o perigo
Am D
Seguir nossos instintos primitivos
Am D
Quem sabe não serão estes
Am D Am G
Nossos últimos momentos divertidos?
Em Bm A D B
Eu sou a lembrança do terror
Em
De uma revolução de merda
Bm Am
De generais e de um exército de merda
D B
Não, nunca poderemos esquecer
Em B
Nem devemos perdoar
A B Am G
Eu não anistiei ninguém
Am D
Abra os olhos e o coração
Am D
Estejamos alertas
Am D
Porque o terror continua
Só que mudou de cheiro
Am D Am G
E de uniforme
Em
Eu sou a tua morte
A G D
E lhe quero bem
Em
Esqueça o mundo, vim lhe explicar o que virá
Am G D
Porque eu sou
Em
Eu sou
Am G D
Eu sou.
Solo sobre
introdução Em C#7 C7 Bm7 Em
A Tempestade
Renato Russo
Tom: Em
Intr.: ( Bm4 D9 A7 Em7 ) ( Bm G A Em7 )
Bm4 D9
Será que eu sou capaz
A7 Em7 Bm4
De enfrentar o seu amor
D9 A7 Em7
Que me traz insegurança
Bm4 D9 A7
E verdade demais
Em7 Bm4 D9 A7 Em7
Será que eu sou capaz?
Introduçao:
Bm G A Em7
Bm4 D9 A7
Veja bem quem eu sou
Em7 Bm4 D9 A7
Com teu amor eu quero que sinta dor
Em7 Bm4 D9 A7
Eu quero ver-te em sangue e ser seu credor
Em7 Bm4 D9 A7 Em7
Veja bem quem eu sou
Introdução:
Bm G A Em7
Bm4 D9 A7
Trouxe flores mortas pra ti
Em7 Bm4 D9
Quero rasgar-te e ver o sangue manchar
A7 Em7 Bm4 D9 A7
Toda a pureza que vem do teu olhar
Em7 Bm4 D9 A7 Em7
Eu não sei mais sentir
Introdução:
Bm G A Em7
CPLAN
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Endereço: R.Mucajai,26 - Moema - São Paulo- SP- Brasil
Cep 04084-040
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COMÉDIA
ROMÂNTICA
Dado/Renato/Bonfá
TOM: G
Intr: G Bb
C F G
Acho que só agora eu começo a perceber
C F
Tudo o que você me disse
G Em Am
Pelo menos o que lembro que aprendi com você
C D G (G Bb
F) 4x
Está realmente certo.
C F G
Bem mais certo do que eu queria acreditar
C F G
Você gosta mesmo de mim
Em Am
Se arriscando a me perder assim
C D G (G Bb
F) 4x
Ao me explicar o que eu nao quero ouvir.
F C4 C
Ainda não estou pronto pra saber a verda......de
G Bb G (G Bb
F) 4x
Ou não estava até uma estação atrás.
C F G
Acho que só agora eu começo a ver
C F
Que tudo que você me disse
G Em Am
É o que você gostaria que tivessem dito pra você
C D (G Bb F)
4x
Se o tempo pudesse voltar dessa vez.
Am Em
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
Am Bb
E não há nada de errado comigo, não
G
Não, não, não
C G
Não preciso de modelos, Não preciso de heróis
Am G Em
Eu tenho meus amigos, E quando a vida dói
Am C D G
Eu tento me concentrar, Num caminho fácil
D
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
C4 C
E eu queri....a que o tempo
G Bb F (G Bb
F) 4x
Pudesse voltar dessa vez
Oh yeah.
DADO VICIADO
Renato Russo
Tom: C
Dm7 Em
Você não tem heroína, então usa Algafan
F Dm7 G
Viciou os seus primos, talvez sua irmã
C F
Mas aqui não tem Village, rua 42
D/F# F G
Me diz prá onde é que é que você vai depois?
Dm7 Em
Porque você deixou suas veias fecharem?
F Dm7 G
Não tem mais lugar pras agulhas entrarem
C F
Você não conversa, não quer mais falar
D/F# F G
Só tem as agulhas prá lhe ajudar
Dm7 Em
Cadê o bronze no corpo, os olhos azuis?
F Dm7 G
O seu corpo tem marcas de sangue e pus
C F
Você nem sabe se é março ou fevereiro
D/F# F G
Trancado o dia inteiro dentro do banheiro
Dm7
Dado
Dado
Dado
Em7
O que fizeram com você?
F
Dado
Dado
Dado
Dm7 G
O que fizeram com você?
C F
Cadê os seus planos, cadê as meninas
D/F# F G
Você agora enche a cara e cai pelas esquinas.
Dm7 Em
Eu quero você mas não vou lhe ajudar
F Dm7 G
Não me peça dinheiro, não vou lhe entregar
C F
Cadê a criança? Meu primo e irmão
D/F# F G
Se perdeu por aí, com seringas na mão
Dm7
Dado
Dado
Dado
Em7
O que fizeram com você?
F
Dado
Dado
Dado
Dm7 G
O que fizeram com você?
* Esta música não tem referência nenhuma com Dado
Villa-Lobos
MARCIANOS
INVADEM A TERRA
Renato Russo
Tom: G
Intr.: Em C Am Bm Em
G D/F# Em C
Diga adeus e atravesse a rua
Am Bm Em
Voamos alto depois das duas
C Am Bm Em
Mas as cervejas acabaram e os cigarros também.
D C G D
Cuidado com a coisa coisando por aí
C G
A coisa coisa sempre e também coisa por aqui
C G D
Seqüestra o seu resgate, envenena sua atenção;
C G D
É verbo e substantivo/adjetivo e palavrão.
G$ G
E o carinha do rádio não quer calar a boca
G4 G
E quer o meu dinheiro e as minhas opiniões
G4 G
Ora, se você quiser se divertir
G4 G
Invente suas próprias canções.
G D/F# Em C
Será que existe vida em Marte?
Am
Janelas de hotéis
Bm Em
Garagens vazias
C
Fronteiras
Am
Granadas
Bm Em
Lençóis
D C G D
E existem muitos formatos
C G D
Que só têm verniz e não tem invenção
C G D
E tudo aquilo contra o que sempre lutam
C G D
É exatamente tudo aquilo que eles são
G4 G
Marcianos invadem a Terra
G4 G
Estão inflando meu Ego com ar.
G4 G
E quando acho que estou quase chegando
G4 G
Tenho que dobrar mais uma esquina
C G
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
C G
Não tenho tanto tempo assim
C G
E mesmo se eu tiver a minha liberdade:
C D G
"Será que existe vida em Marte?"
ANTES DAS
SEIS
Dado Villa-Lobos e Renato Russo
Tom: G
Intr: D G (C Em C D G)2x G Em C D D Am G C D (Bm Em Am
D7)2x
D Am G
Quem inventou o amor?
D Am G
Me explica por favor
Em Am
Quem inventou o amor?
D
Me explica por favor
Bm Em Am
Vem e me diz o que aconteceu
D7
Faz de conta que passou
Bm Em
Quem inventou o amor?
Am D7
Me explica por favor
D Am G
Daqui vejo seu descanso
D Am G
Perto do seu travesseiro
Em Am
Depois quero ver se acerto
D
Dos dois quem acorda primeiro
Bm Em
Quem inventou o amor?
Am D7
Me explica por favor
Bm Em
Quem inventou o amor?
Am D7
Me explica por favor
(D Am G)
Am Em C D
Quem inventou o amor?
Am Em C D
Me explica por favor
Am Em C D
Quem inventou o amor?
Am Em C D
Me explica por favor
Bm Em
Enquanto a vida vai e vem
Am D7
Você procura achar alguém
D Am G
Que um dia possa lhe dizer
D Am G
-Quero ficar só com você.
Quem
inventou o amor?
Mariane
Renato Russo
Tom: D
Intr.: D
D G
I' ve been working all day
A4 A D
I' ve been thinking a lot
G
I' ve been doing some things
A4 A D
That are not quite right
Bm G
I' ve been thinking about you
A4 A D
I' ve been thinking about you
Bm Em A A4 A A7
When will you return?
D G
I' ve been working all day
A4 A D
I' ve been thinking a lot
D
I' ve been lost in the morning
A4 A D
I don't know what it costs
Bm G A A4 A A7
Will you find me there?
A G
And I guess it's just a phase
F#m Bm
I don't know where I'm going
A G
And I guess it's just a phase
F#m Bm
I don't know where I'm going
A G
And I guess it's just a phase
F#m Bm
I don't know where I'm going
F#m Bm
I don't know where I'm going
A G
And I guess it's just a phase
F#m Bm A A4 A A7
I don't know where I'm going
D G
I' ve been working all day
A D4 D
I' ve been thinking a lot
D G
I' ve been lost in the morning
A D
I don't know what it costs
Bm G
I don't think about you
A4 A D
I will be able to do
Bm G A A4 A A7
Will you let me be?
A G
And I don't know where I'm going
F#m Bm
I guess it's just a phase
A G
And I don't know where I'm going
F#m Bm
I guess it's just a phase
A G
And I don't know where I'm going
F#m Bm A A4 A7
I guess it's just a phase
(A A4 A A7)
Vocalização: Ooo.... ooo
A
Just a phase
Travessia do
Eixão
Nonato Veras / Nicolas Behr
Tom: G
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
G F C G
Vocalização: Nonô Nonô Nonô Nononô...
G F
Nossa Senhora do Cerrado
C G
Protetora dos pedestres
F
Que atravessam o eixão
C G
Às seis horas da tarde
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
G F C G
Vocalização: Nonô Nonô Nonô Nononô...
-Mais uma!
G F C G
Nonô Nonô Nonô Nononô...
G F
Nossa Senhora do Cerrado
C G
Protetora dos pedestres
F
Que atravessam o eixão
C G
Às seis horas da tarde
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
F C
Fazei com que eu chegue são e salvo
G
Na casa de Noélia
acamp
ON THE WAY
HOME
Neil Young
Disco "Música para acampamentos"
Tom: G
Intr.: G Em G Em
G
When the dream came
Em G
I held my breath with my eyes closed
I went
insane,
Em
Like a smoke ring day
G
When the wind blows
C Em
Now I won't be back till later on
C Am C
If I do come back at all=20
F C F C G Em G Em
But you know me, and I miss you now.
G
In a strange game=20
Em G
I saw myself as you knew me
When the
change came,
Em
And you had a
G
Chance to see through me
C Em
Though the other side is just the same
C Am C
You can tell my dream is real
F C F C G Em G Em
Because I love you, can you see me now.
C Em
Though we rush ahead to save our time
C Am C
We are only what we feel
F C F C G Em G Em
And I love you, can you feel it now.
A Canção do
Senhor da Guerra
Tom: D
Intr.: D Em A
D G Em A
Existe alguém esperando por você
D G
Que vai comprar a sua juventude
Em A
E convencê-lo a vencer
D
Mais uma guerra sem razão
D/F#
Já são tantas as crianças com armas nas mãos
F
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos
C
Aumenta a produção
G
Uma guerra sempre avança a tecnologia
D/F#
Mesmo sendo guerra santa
Quente,
morna ou fria
F
Pra que exportar comida?
C A
Se as armas dão mais lucro na exportação
D A
Existe alguém que está contando com você
D G
Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra
Em A
Não é ele que vai morrer
D
E quando longe de casa
G Em A
Ferido e com frio o inimigo você espera
D
Ele estará com outros velhos
G A
Inventando novos jogos de guerra
G D/F#
Que belíssimas cenas de destruição
F
Não teremos mais problemas
C
Com a superpopulação
G D/F#
Veja que uniforme lindo fizemos pra você
F
E lembre-se sempre que Deus está
C A SOLO
Do lado de quem vai vencer
D
Existe alguém que está
G Em A
contando com você
D
Pra lutar em seu lugar
G Em
Já que nessa guerra não é ele
A
Quem vai morrer
D
E quando longe de casa
G
ferido e com frio
Em A
O inimigo você espera
D
Ele estará com outros velhos
G Em A
Inventando novos jogos de guerra
G D/F#
Que belíssimas cenas de destrição
F C
Não teremos mais problemas com a super população
G D/F#
Veja que uniforme lindo fizemos pra você
F
Lembre-se sempre que
C A
Deus está do lado de qyem vai vencer
D
O senhor da guerra
Bm A
Não gosta de crianças
G
O senhor da guerra
Bm A
Não gosta de crianças
...
ingles
MISS CELIE'S
BLUES
Q. Jones / R. Temperton / L. Richie
Tom: B
Intr.: B6 Bb6 A6 B E/G# F/A F#/A#
Hum, hum
Hum, hum, hum
Hum, hum, hum, hum,
hum
Hum, hum
Hum, hum, hum
Hum, hum, hum, hum, hum
Hum, hum, hum, hum,
hum, hum, hum, hum
B D°
Sister, you've been on my mind
D#m5-/7 G#7
Sister, we're two of a kind
C#7/9
So sister,
F#7 B C°
I'm keepin' my eyes on you
C#m F#5+/7 B
I betcha think I don't know nothin'
D°
But singin' the blues
D#m5-/7 G#7
Oh sister, have I got news for you
C#7/9
I'm somethin'
F#5+/7
I hope you think that
F#7 B
You're somethin' too
B6 Bb6 A6 B A#°
G#m C#9
Scufflin',
G#m C#9
I been up that lomesone road
G#m E7+ G#m C#9
And I seen a lot of suns goin' down
G#m C#9
Oh, but trust me
G#m G#7 C#7 F#7
Now low life's gonna run me around
B
So let me tell you something sister
D°
Remember your name
D#m5-/7
No twister,
G#7
Gonna steal your stuff away
C#7/9
My sister
F#7 B D#7 G#7
Sho' ain't got a whole lot of time
C#7/9
So shake you shimmy,
Sister
F#7 B6 Bb6 A6 B B7/F#
'Cause honey I sure is feelin' fine
italy
Gente
A. Valsiglio / Cheope / M. MaratiM
Tom: E G
Intr.: E/G# C#m7 G#m7 A/B C#m B7
E
Si sbaglia sai quasi continuamente
C#m G#m7
Sperando di non farsi troppo male
A/B C#m B7
Ma quante volte si cade.
E
La vita sai è un filo in equilibrio
C#m A G#m/A F#m/A
E prima o poi ci ritroviamo distanti
B4/7 B7
Davanti a un bivio.
A G#m7 C#m
Ed ogni giorno insie......me
F#m7 C#m
Per fare solo un metro in più
A G#m7 C#m
Ci vuole tutto il be......ne
F#m7 A/B E/G# C#m7
Che riusciremo a trovare in ognuno di noi
E/G#
Ma a volte poi basta un sorriso solo
C#m G#m7
A sciogliere in noi anche un inverno di gelo
A/B C#m B7
E ripartire da zero
E/G#
Perché non c'è
Un limite
per nessuno
C#m
Che dentro sè
A G#m/A F#m/A
Abbia un amore sincero
B4/7 B7
Solo un respiro
E/G# C#m7 C#m5+
Non siamo angeli in volo venuti dal cielo
F#m/A G#m/A F#m7/A B7
Ma gente comune che ama davvero
E/G# C#m7 C#m
Gente che vuole un mondo più vero
A E/G# A/B ( E/G# )
La gente che incontri per strada in città
Solo ( G ) ( Em ) A6/9
G6/A Em/B Bm7
G
Prova e vedrai ci sarà sempre un modo
Em C Em/B Am
Dentro di noi per poi riprendere il vo.lo
D4/7 D7
Verso il sereno
G/B Em7 Bm5+
Non siamo angeli in volo venuti dal cielo
Am7 Bm7 Am7/E D7
Ma gente comune che ama davvero
G Em7 Bm5+
Gente che vuole un mondo più vero
C G/B C/D G/B
La gente che insieme lo cambierà
Solo G/B A4/7 Em C
Em/B Am D7
G Em7 Bm5+
Gente che vuole un mondo più vero
C G/B C/D G
La gente che insieme lo cambierà
Solo ( G Em C C/D ) = 8 vezes
STRANI AMORI
Disco "Equilibrio Distante
Tom: C
Intr.: C F G C Am F G
C
Mi dispiace devo andare via
F7+
Ma sapevo che era una bugia
G
Quanto tempo perso dietro a lui
C
Che promette poi non cambia mai
F7+ G7/4 Am
Strani amori mettono nei guai
Dm7 G7/4 G7=20
Ma in realt=E0 siamo noi.
C
E lo aspetti ad un telefono
F7+
Litigando che sia libero
G
Con il cuore nello stomaco
C
Un gomitolo nell'angolo
F7+ G7/4 Am
Li da solo, dentro un brivi....do
Dm7 G7/4
Ma perch=E9 lui non c'=E8, e sono
C Dm7
Strani amori che fanno crescere
G/B C F
E sorridere tra le lacrime
G7/4 Am=20
Quante pagine li da scrivere
Dm7 G/B
Sogni e lividi da dividere.
C G/B
Sono amori che spesso a quest'et=E0
E Am Am/G
Si confondono dentro quest'anima
F G/B E Am
Che s'interroga senza decidere
Dm7 G/B
Se =E8 un amore che fa per noi
D
E quante notti perse a piangere
G7+
Rileggendo quelle lettere
A
Che non riesci pi=F9 a buttare via
D
Dal labirinto della nostalgia
G A4/7 Bm =20
Grandi amori che finis....cono
Em A4/7 A7
Ma perch=E9 restano, nel cuore
D Em
Strani amori che vanno e vengono
A/C# D
Nei pensieri che li nascondono
G7+ A4/7 Bm
Storie vere che ci appartengono
Em A/C#
Ma si lasciano come noi
E A/B
Strani amori fragili,
B7 E
Prigioneri liberi
A B4/7 C#m
Strani amori mettono nei guai
F#m B
Ma in realt=E0 siamo noi
E B/D#
Strani amori fragili
G#7 C#m
Prigioneri liberi
A B G#m C#m
Strani amori che non sanno vivere
F#m B
E si perdono dentro noi
E
Mi dispiace devo andare via
A
Questa volta l'ho promesso a me
B
Perch=E9 ho voglia di un amore vero
C#m A B E
Senza te
La
Solitudine
P.Cremonesi - A.Vaisiglio - F.Vavalli
Intr.: ( D
Bm G7M G/A )
D
Marco se ne è andato e non ritorna piú
Bm
E il treno delle 7:30 senza lui
G7M
È un cuore di metallo senza l'anima
G/A
Nel freddo del mattino grigio di città
D
A scuola il banco à vuoto, marco è dentro me
Bm
È dolce il suo respiro fra i pensieri miei
G7M
Distanze enormi sembrano dividerci
G/A
Ma il cuore batte forte dentro me
D A/C# Bm Bm/A
Chissà se tu mi penserai, se con i tuoi non parli mai
G D/F#
Se ti nascondi come me
Em G/A
Sfuggi gli sguardi e te ne stai
D A/C#
Rinchiuso in camera e non vuoi mangiare
Bm Bm/A
Stringi forte a te il cuscino
G7M D/F# Em G/A
Piangi e non lo sai quanto altro male ti farà
D (intr.)
La solitudine
D
Marco nel mio diario ho una fotografia
Bm
Hai gli occhi di bambino un poco timido
G
La stringo forte al cuore e sento che ci sei
G/A
Fra i compiti d'inglese e matematica
D
Tuo padre e i suoi consigli che monotonia
Bm
Lui con il suo lavoro ti ha portato via
G
Di certo il tuo parere non l'ha chiesto mai
G/A
Ha detto "un giorno tu mi capirai"
D A/C# Bm Bm/A
Chissà se tu mi penserai, se con gli amici parlerai
G D/F# Em G/A
Per non soffrire più per me, ma non è facile lo sai
D A/C# Bm Bm/A
A scuola non ne posso più, e i pomeriggi senza te
G D/F# Em A7
Studiare è inutile tutte le idee, si affollano su te
G D/F# Em D/F#
Non è possibile dividere la vita di noi due
G D/F# Em A
Ti prego aspettami amore mio, ma illuderti non so !
D A/C# Bm Bm/A
La solitudine fra noi, questo silenzio dentro me
G D/F# Em A
È l'inquietudine di vivere la vita senza te
D A/C#
Ti prego aspettami perché
Bm Bm/A
Non posso stare senza te
G D/F# Em A
Non è possibile dividere la storia di noi due
D A/C# Bm Bm/A
La solitudine fra noi, questo silenzio dentro me
G D/F# Em A
È l'inquietudine di vivere la vita senza te
D A/C#
Ti prego aspettami perché
Bm Bm/A
Non posso stare senza te
G D/F# Em A
Non è possibile dividere la storia di noi due
G Bm Em G/A D (G D)
La solitudine
COME FA
UN'ONDA
Tom: D
Intr. : (D7+Bbº Am7 D7/9 G7+
Gm7 F#7/13 F#5+/7
F#m7 B7/9- E7/9 Bb7+
A5+/7 Dm7/9 Gm7
C/Bb Am7 Ab/Bb
Bb/Ab Gm7 A5+/7
D6/9
Niente di ciò che verrà domani
D7+
Sarà com'è già stato ieri
D/F#
Tutto passa tutto sempre
Em7 B5+/7
passarà
Em7 B5+/7
La vita, come un'onda come
Em7 A7
il mare
E7/9
In un e viene
A7/13 A7 Bb5-/7
infinito
D6/9
Quel che poi vedremo è
D7+
Diverso da ciò che abbiamo visto ieri
D/F# Fº
Tutto cambia, il tempo tutto nel
Em7 B7
mon..do
Gm7
Non serve a niente fuggire
D7+ B5+/7
Nè mentire a se stesso
Em7 Gm7
Amore, se hai ancora un
D7+
posto nel cuore
B5+/7 Em7
Mi ci tuffo dentro
Bb
Come fa
C
un'onda
D Bb C
nel mare
La forza
della vita
P. Vallesi / Datti
Disco EQUILIBRIO DISTANTE
Tom: E G F#
Int.: (E) F#m7 E7+ F#m7
E F#m7
Anche quando ci buttiamo via E7+
Per rabbia o per vigliacheria
G#m5+ C#m7/9
Per un amore inconsolabi.....le
A7+ C#m7
Anche quando in casa è el posto più invisibile
F#m7 A/B
E piangi e non lo sai che cosa vuoi
B4/7 B7 E F#m7
Cre...di c'è una forza in noi amore mio
E7+
Pio forte dello scintillio
G#m5+ C#m7/9
Di questo mondo pazzo e inuti.....le
A7+ C#m7
È più forte di una morte incomprensibile
F#m7 A/B B7
E di questa nostalgia che non ci lascia Mai.
E F#m
Quando toccherai il fondo con le dita
G#m G#m5+ C#m7/9 E/G#
A um tratto sentirai la forza della vi........ta
A G#m
Che ti transcinerà con se
F#m
Amore non lo sai
A/B B4/7 B7 E D7+ A7+ D4/7
Vedrai una via d'usci.....ta c'è.
G Am7
Anche quando mangi per dolore
G7+
E nel silenzio senti il cuore
Bm5+ Em7/9 Em7
Come in rumore insopportabi....le
C7+ Em7
E non vuoi più alzarti e il mondo è irraggiungibile
Am7 C/G F#m5-/7 B7
E anche quando la speranza oramai non ti basterà.
E F#m
Cè una volontà che questa morte sfida G#m G#m5+ C#m7/9
E/G#
È la nostra dignità la forza della vi......ta
A G#m
Che non si chiede mai cos'è eternità F#m
Anche se c'è chi la offende
A/B B4/7 B7
O chi le vende l'aldilà.
E F#m
Quando sentirai che afferra le tue dita G#m G#m5+ C#m7/9
E/G#
La riconoscerai la forza della vi.......ta
A D#7 G#m
Che ti transcinerà con se
C#m7
Non lasciarti andare mai
B4/7 B7
Non lasciarti senza te.
A
Anche dentro alle prigioni
A/B
Della nostra ipocrisia
F#m
Anche in fondo agli ospedali
B4/7 B7
Nella nuova malattia
D
C'è una forza che ti guarda e che riconoscerai
Bm7 G/A G#m5-/7
È la forza più testarda che c'è in noi C#7
Che sogna e non si arrende mai
G#m
È la volontà più fragile e infinita
A#m
La nostra dignità A#m5+ D#m7/9 F#/A#
Amore mio è la forza della vi........ta
B
Che non si chiede mai
A#m Cos'è l'eternità G#m Ma che lotta tutti i gi
orni insieme a noi
B7
Finchè non finiráE F#m Quando sentirai che afferra le t
ue dita
G#m G#m5+ C#m7/9 E/G#
La riconoscerai La forza della vi........ta
G#m La forza è dentro noi
A#m Amore mio prima o poi la sentirai
A#m5+ D#m7/9 F#/A#
La forza della vi.......ta
B F7 A#m D#m
Che ti transcinerà con se
G#m
Che sussurra intenerita:
B/C# C#7 F#
"Guarda ancora quanta vita c'è!"
( F# G#m A#m A#m5+
D#m7/9 F#/A# B F7
A#m D#m G#m B/C# C#7 )
geral
A cruz e a
espada
Paulo Ricardo / Luiz Schiavon
Voz: Paulo
Ricardo e Renato Russo
Tom: A
Intrudação: (Bm9+ C#m7 B4/7 Bm7 E D6 E/6/D)
Bm7 C#m7
Havia um tempo em que eu vivia
Bm4/7 E7
Um sentimento quase infantil
Bm7 C#m7
Havia o medo e a timidez
bM4/7 E7
Todo um lado que você nunca viu
Bm7 C#m7
E agora eu vejo aquele beijo
Bm4/7 E7
Era mesmo o fim
Bm7 C#m7
Era o começo e o meu desejo
BM4/7 E7 E4/7 A
Se perdeu de mim
Bm7 C#m7
E agora eu ando correndo tanto
Bm4/7 E7
Procurando aquele novo lugar
Bm7
Aquela festa
C#m7
O que me resta
bM4/7 E7
Encontrar alguém legal pra ficar
Bm7
E agora eu vejo
C#m7
Aquele beijo
B9 E7 E4/7
Era mesmo o fim
Bm7 C#m7
Era o começo e o meu desejo
D6 E7 E4/7 (A) Intr.
Se e perdeu de mim
Bm7
E agora eu vejo
C#m7
Aquele beijo
Bm7 E7 E4/7
Era mesmo o fim
Bm7 C#m7
Era o começo e o meu desejo
B9 E7 E4/7 A
Se perdeu de mim
Bm7
E agora é tarde
C#m7
Acordo tarde
Bm4/7
Do meu lado alguém
E7
Que eu nem conhecia
Bm7 C#m7
Outra criança adulterada
B9 E7 E4/7
Pelos anos que a pintura escondia
Bm7
Agora eu vejo
C#m7 D7+ Bm7 E7
Aquele beijo era o fim, o fim
Bm7 C#m7
Era o começo e o meu desejo
B9 E7 E4/7
Se perdeu de mim
Bm7
E agora eu vejo
C#m7 D7+ E7 E4/7
Aquele beijo era mesmo o fim
Bm7 C#m7
Era o começo e o meu desejo
D7+ E7 E4/7 A
Se perdeu de mim
Letras que
faltam nao cifradas
Plantas
Embaixo do Aquário
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo
BONFÁ
Disco "Dois"
Aceite o
desafio e provoque o desempate:
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce.
Se afaste do abismo -
Faça do bom-senso a nova ordem;
Não deixe a guerra começar.
Pense só um
pouco,
Não há nada de novo.
Você vive insatisfeito e não confia em ninguém
E não acredita em nada
E agora é só cansaço e falta de vontade,
Mas, faça do bom-senso a nova ordem:
Não deixe a guerra começar.
CPLAN
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Química
Renato Russo
Estou
trancado em casa e não posso sair
Papai já disse, tenho que passar
Nem música eu não posso mais ouvir
E assim não posso nem me concentrar
Não saco
nada de Física
Literatura ou Gramática
Só gosto de Educação Sexual
E eu odeio Química
Não posso
nem tentar me divertir
O tempo todo eu tenho que estudar
Fico só pensando se vou conseguir
Passar na porra do vestibular
Não saco
nada de Física
Literatura ou Gramática
Só gosto de Educação Sexual
E eu odeio Química
Chegou a
nova leva de aprendizes
Chegou a vez do nosso ritual
E se você quiser entrar na tribo
Aqui no nosso Belsen tropical
Ter carro do
ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária,
comprar feijão
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo,
burguês padrão
Você tem que passar no vestibular.
Feedback
Song For a Dying Friend
Renato Russo
Disco "As Quatro Estações"
Soothe the
young man's sweating forehead
Touche the naked stem held hidden there
Safe in such dark hayseed wired nest
Then his light brown eyes are quick
Once touchs what he thought was grip
Tis not his hands those there but mine
And safe, my hands to seek to gain
All knowledge of my master's manly rain
The scented taste that stills my tongue
Is wrong that is set but not undone
His fiery eyes can slash my savage skin
And force all seriousness away
He wades in close waters
Deep sleep alters his senses
I must obey my only rivl -
He will command our twin revival
The same
Insane
Sustan
Again
(Th two of the us so close to our own hearts)
I silenced and wrote
This is awe
Of the coincidence
Canção retorno para um amigo à morte
Tradução: Millôr Fernandes
Alisa a testa suada do rapaz
Toca o talo nú ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Entam seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava que era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras, minha mão buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É enquanto instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Forçar toda gravidade a ir embora
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera seus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez
(Os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência
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Maurício
Renato Russo
Disco "As Quatro Estações"
Já não sei
dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem
Ás vezes faço planos
Ás vezes quero ir
Para algum país distante e
Voltar a ser feliz
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que eu vou ?
Eu vi você voltar pra mim
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Love Song
Nuno Fernandes Torneol (séc XIII)
Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá
Pois nasci
nunca vi amor
E ouço del sempre falar.
Pero sei que me quer matar
Mais rogarei a mia senhor
Que me mostr' aquel matador
Ou que m'ampare del melhor.
L'AGE D'OR
Letra: Renato Russo
Aprendi a
esperar mas não tenho mais certeza
Agora que estou bem, tão pouca coisa me interessa
Contra minha própria vontade sou teimoso, sincero
E insisto em ter vontade própria.
Se a sorte
foi um dia alheia ao meu sustento
Não houve harmonia entre ação e pensamento.
Qual é o teu
nome, qual é o teu signo?
Teu corpo é gostoso, teu rosto é bonito
Qual é o teu arcano, tua pedra preciosa
Acho tocante acreditares nisso.
JÁ tentei
muitas coisas, de heroína a Jesus
Tudo que já fiz foi por vaidade
Jesus foi traído com um beijo
Davi teve um grande amigo
E não sei
mais
Se é só questão de sorte.
Eu vi uma
serpente entrando no jardim
Vai ver que é de verdade dessa vez
Meu tornozelo coça, por causa de mosquito
Estou com os cabelos molhados, me sinto limpo.
Não existe
beleza na mis‚ria
E não tem volta por aqui,
Vamos tentar outro caminho
Estamos em
perigo, só que ainda não entendo
É que tudo faz sentido
E não sei
mais
Se é só questão de sorte
Não sei mais
Não sei mais
Não sei mais.
L vem os
jovens gigantes de mármore
Trazendo anzóis na palma da mão.
Não é belo todo e qualquer mistério?
O maior segredo é não haver mistério algum.
A Fonte
Renato Russo
O que há de
errado comigo ?
Não consigo encontrar abrigo
Meu país é campo inimigo
E você finge que vê mas não vê
Lave suas
mãos que é a sua porta que irão bater
Mas antes você ver seus pequenos filhos trazendo
novidades
Quantas
crianças foram mortas desta vez ?
Não faça com os outros
O que você não quer que seja feito com você
Você finge que não vê e isso d câncer
Não sei mais
do que sou capaz.
Esperança, teus lençóis tem cheiro de doença
E veja que da fonte sou os quilômetros adiante
Celebro todo
dia
Minha vida e meus amigos
Eu acredito em mim
E continuo limpo
Você acha
que sabe mas você não vê que a maldade é prejuízo
O que há de errado comigo ? Eu não sei nada e continuo
limpo
Do lado do
cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento
Vou mais além, não bebo desta água
Chego ao lago da memória
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada:
- Sou filho da Terra e do Céu
Dai me de
beber que tenho uma sede sem fim
Olhe nos meus olhos, sou o homem-tocha
Me tira essa vergonha
Me liberta dessa culpa
Me arranca esse ódio
Me livra desse medo
Olhe nos
meus olhos, sou o homem-tocha
E está é uma canção de amor
E está é uma canção de amor
E está é uma canção de amor
Do Espírito
Renato Russo
Sai de mim
Que eu não quero mais saber de você
Esse "- Eu te quero." já não me convence mais
E agora já nem me incomoda
Sai de mim,
não gosto de ser rejeitado
E agora não tem volta.
Eu pego o
bonde andando
Você pegou o bonde errado
Sua curiosidade é m
E a ignorância é vizinha da maldade
E só porque
eu tenho
Não pense que é de mim que você
Vai ter e conseguir o que não tem.
Só estou
aberto a quem sempre foi do bem
E agora estou fechado prá você.
Não, não,
não venha prá cá
Que eu não quero mais saber de você.
Não, não, não venha prá cá
Que eu não quero mais saber de você.
Não me
procura não
Você não vai me achar
Você não consegue entender.
[solo]
Não, não,
não, venha prá cá
Que eu não quero mais saber de você.
Não, não, não, venha prá cá
Que eu não quero mais saber de você.
Não me
procura não
Você não vai me achar
Você não consegue entender.
Os Barcos
Renato Russo
Você diz que
tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo foras desiguais:
Qualquer um pode ver
Que isso terminou p'rá você.
São isso
palavras: teço ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto
Um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos.
E a muito
estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
Ó dor, se há - tentava, já não tento.
E ao
transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto
que é virtude o que é entulho:
Baldio é o meu terreno e meu alarde.
Eu vejo você
se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade
Você com outro alguém.
E você diz
que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver:
Isso terminou p'rá você.
Riding Song
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Retirado de
Entrevistas feitas na época do "Dois"
Tirado de
Ouvido:
"Eu sou o Renato Russo
Eu escrevo
as letras, eu canto
Nasci no dia
27 de março, eu tenho 23 anos
E sou Áries
e ascendente em Peixes
Eu
trabalhava com Jornalismo, rádio, era professor de
Inglês também
E ...
comecei a trabalhar com 17 anos e tudo
Mas só que
de repente tocar Rock era uma coisa que eu gostava mais
de fazer
E como deu
certo eu continuo fazendo isso até hoje"
"Meu nome é
Dado Villa-Lobos
Sou
guitarrista da Legião Urbana
Nasci dia 29
de Junho de 65, tenho 21 anos
Cheguei em
Brasília em torno de 79
Cursei meu
segundo grau, consegui entrar na faculdade de Sociologia
Só que não
era exatamente o lance que eu tava a fim de fazer
Muito
teórico, não tem nada de praticidade
Aí meu lance
era de repente fazer música"
"Eu sou o
Renato Rocha
Baixista do
Legião Urbana
Tenho 25
anos, adoro esportes, adoro corrida de automóvel
Sou de
Brasília também, adoro música, Jazz, Rock
Adoro Det
Kennedys
Cursei
metade do meu segundo grau
Parei de
estudar, por que eu gostava de fazer esportes"
"Oi, meu
nome é Marcelo Bonfá
Nasci em 65,
sou do signo de Aquários
Gosto de
esportes aquáticos, gosto de desenhar
E gosto de
música
Saí da
escola depois que eu terminei meu segundo grau
Agora eu
toco bateria na Legião Urbana"
Eu já sei o
que vou
ser quando eu crescer
Clarice
Renato Russo
Estou
cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das
lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não
trabalha.
E Clarice está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornoze-los sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem
mais efeito
Clarice sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarice está trancada em seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu descanso
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho
mais bonito
Clarice só tem 14 anos.
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IL VENTI DEL
CUORE
Campi di
lavanda e l'auto che va
Dietro quei cipressi la strada piegherà
E passata la collina chissà
Se la casa come un tempo mi apparirà
Ed ogni volta che ti penso eri là
Quel sorriso in tasca largo ed incredulo
Quanti bimbi e cani avevi intorno
E che chiasso di colori al tramonto
... e i ricordi si confondono
Là dove non vorrei
Le memorie poi s'increspano
E non so più chi sei
E i venti del cuore soffiano
E gli angeli por ci abbandonano
Con la fame di volti e di parole
Seguendo fantasmi d'amore
I nostri fantasmi d'amore
E mi sembrava quasi un'eternità
Che non salivo scalzo sopra quel glicine
In penombra ti guardavo dormire
Nei capelli tutti i nidi d'aprile
... e le immagini si perdono
Fermarle non potrei
E le pagine non svelano
Chi eri e chi ora sei
E i venti del cuore soffiano
E gli angeli poi ci abbandonano
Con la voglia di voci e di persone
Seguendo fantasmi d'amore
I nostri fantasmi d'amore
Seguiamo fantasmi d'amore
I nostri fantasmi d'amore
Quando i venti del cuore soffiano
Seguiamo fantasmi d'amore
I nostri fantasmi d'amore
SCRIVIMI
Disco solo do Renato Russo
Scrivimi
quando il vento avrà spogliato gli alberi
Gli altri sono andati al cinema
Ma tu vuoi restare sola
Poca voglia di parlare
Allora scrivimi
Servirà a sentirti meno fragile
Quando nella gente troverai
Solamente indifferenza
Tu non ti dimenticare mai di me
E se non avrai da dire
Niente di particolare
Non ti devi preoccupare
Io saprò capire
A me basta di sapre
Che mis pensi anche un minuto
Perché io so accontentarmi
Anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
Per sentirsi più vicini
Scrivimi
Quando il cielo sembrerà più limpido
Le giornate ormai si allungano
Ma tu non aspettar la sera
Se hai voglia di cantare...
Scrivimi
Anche quando penserai
Che ti sei innamorata
Tu scrivimi.
DOLCISSIMA
MARIA
Disco Solo do Renato Russo
Dolce Maria
Dimentica i fiori dipinti dal tempo
Sopra il tuo viso, e gli anni andati via
Seduta ad aspettare
Una lunga, lunga via
Nessuna da incontrare...
Non voltarti più
E il giorno arriverà
Vestito di poesia
Ti parlerà di sogni
Che non ricordavi più,
E ti benedirà
Dolcissima Maria.
Dolce Maria
Dagli occhi puliti
Dagli occhi bagnati
È tempo di andare:
E presto sentirai
Profumo di mattino
E il tordo canterà
Volandoti vicino...
Non voltarti più.
E qualcuno se vorrai
Vestito di poesia
Ti coprirà d'amore
Senza chiederti di più
E t'accarezzerà
Dolcissima Maria
Lettera
A. Valsiglio / G. Salvatori / Cheope / M. Marati
Volevo dirti
quello che
Non sono ruiscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso in me
Da troppo tempo ormai
Ma c'è un amore che non so
Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te
Volevo dirti
solo che
Sei sempre tu la mia allegria
Che quando parli insieme a lei
Diventa folle gelosia
Per tutto quello che mi dai
Anche quando non lo sai
Questo io volevo dire a te
Di come
quando non ci sei
Io mi perdo sempre un po'
E poi mi accorgo che non so
Più divertirmi senza te
Invece quando stai con me
Anche il grigio intorno a noi
Si colora della vita che gli dai
Com'è
difficile
Dire tutto questo a te
Che d'amore non parli mai
Non ne parli
mai con me
Forse perchè
Hai paura come me
Di una risposta che
Ancora tu non sai qual'è
Volevo dirti
quello che
Non son riuscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso dentro me
Ma c'è un amore che non so
Più nascondere perchè
Adesso ha bisogno anche di te
PASSERÁ
Disco Solo do Renato Russo
Le canzoni
non si scrivono
Ma nascono da sè
Son le cose che succedono
Ogni giorno intorno a noi
Le canzoni basta coglierle
Ce n'è una anche per te
Che fai più fatica a vivere
E non sorridi mai.
Le canzoni sono zingare
E rubano poesie
Sono inganni come pillole
Della felicità
Le canzoni
Non guariscono
Amori e malattie
ma quel piccolo dolore
Che l'esistere ci dà.
Passerà, passerà
Se un ragazzo e una chitarra sono lì
Come te, in città
A guardare questa vita che non va
Che ci ammazza d'illusioni
E con l'età delle canzoni
Passerà su di noi
Finiremo tutti in banca prima o poi
Coi perché, i chissà
E le angoscie di una ricca povertà
A parlare degli amori che non hai
A cantare una canzone che non sai come fa
Perché l'hai perduta dentro
E ti ricordi solamente
Passerà
In un mondo di automobili
Le di gran velocità
E per chi arriva sempre ultimo
E per chi si dice addio
Per chi sbatte negli ostacoli
Della diversità
Le canzoni sono lucciole
Che cantano nel buio
Passerà prima o poi
Questo piccolo dolore che c'è in te
Che c'è in me, che c'è in noi
E ci fa sentire come marinai
In balia del vento e della nostalgia
A cantare una canzone che non sai
Come fa
Ma quel piccolo dolore che sia odio,
O che sia amore
Passerà.
Passerà, passerà
Anche se farai
Soltanto la la la
Passerà, passerà
E a qualcosa una
Canzone servirà
Se il tuo piccolo dolore
Che sia odio, o che sia amore
Passerà.
DUE
Disco Solo do Renato Russo
Dove sei
E come stai
è difficile
Lo so lo sai
Fermo al rosso di un semaforo
Sei tu che cerco nella gente
A piedi, in taxi o dentro gli autobus
Due occhi che ti guardano e poi via.
Come forti raffiche, perdersi nel traffico
E un claxon dopo l'altro chissà ?!
Dove sei
Come stai
Cambierò
Se cambierai
Due, perché
Siamo noi
Due lottatori
Due reduci
Due canzoni d'amore comunque, io e te
Con le stesse parole seduti a un caffè
E vorrei solo dirti ora che te ne vai
Se è amore, amore vedrai di un amore vivrai.
Ma stasera che cosa fai ?!
Io che ti telefono, tu che non sei in casa:
"Lasciate un messaggio"
Ma è molto più
Veloce il nastro di me,
Che non so mai che dire
E allora proverò
Ad uscire, stasera io ti trovo lo so !!!
Dove sei
Come stai
Non ci sei
Ma dove vai !?sono qui
Come te
Con questa paura di amare per
Due minuti, due ore o un'eternità
Duellanti nel mare
Di questa città
Dove tutti han bisogno d'amore,
Proprio come noi due
Con le stesse parole seduti a un caffè
E vorrei solo dirti ora che te ne vai
Se è amore, amore vedrai di un amore vivrai
Dove sei
Come stai
Due anche se
Non ci sei
Io e te
Sempre o mai
Siamo noi
Siamo in due
PIÙ O MENO
Disco Solo do Renato Russo
Più vivi e
meno sai
Più spendi e meno hai.
Più o meno, sei qui.
In lista anche tu...
Chissà se uscirà,
Il tuo terno.
Chissà !
Più o meno umanità
Più o meno libertà.
Chi vola, e chi no
Chi vorrebbe... e non può
Più o meno sinceri
Futuri robots
No ! Mentirsi, no !
Ferirsi, no !
Tradirsi, no !
Se poi, scopri che,
Il male tuo, è dentro di te
Se potessi chiamare amore,
la rabbia, che ho dentro me
Potessi ricominciare,
Ricomincerei con te
Ricominciamo !
Ricominciamo !
Ho un'anima in più
Più vera, di più...
Se resti con me,
Tornerò ad essere un re !
Ricominciamo !
No ! Fermarsi, no !
Fuggire, no !
Perdersi, no !
Se oscurassimo i sentimenti,
Sarebbe notte, e poi...
Pianeti spenti
Stelle cadenti, noi !
Fa che non sia così !
LA VITA È
ADESSO
Disco Solo do Renato Russo
La vita è
adesso
Nel vecchio albergo della terra
E ognuno in smarginati di speranza
E di silenzi da ascoltare
E ti sorprenderai a cantare
Ma non sai perché
La vita è adesso
Nei pomeriggi appena freschi
Che ti viene sonno
E le campane girano le nuvole
E piove sui capelli
E sopra i tavolini dei caffè all'aperto
E ti domandi incerto chi sei tu sei
Tu sei tu sei tu
Sei tu che spingi avanti il cuore
Ed il lavoro duro
Di essere uomo e non sapere
Cosa sarà il futuro
Sei tu nel tempo che ci fa più grandi
E soli in mezzo al mondo
Con l'ansia di cercare insieme
Un bene più profondo
E un altro che ti dia respiro
E che si curvi verso te
Con una attesa di volersi di più
Senza capire cos'è
E tu che mi ricambi gli occhi
In questo instante immenso
Sopra il rumore della gente
Dimmi se questo ha un senso
La vita è adesso
Nell'aria tenera di un dopocena
E musi di bambini
Contro i vetri
E i prati che si lisciano come gattini
E stelle che si appicciano ai lampioni
Millioni mentre ti chiederai dove sei
Tu sei tu sei tu sei tu
Sei tu che porterai il tuo amore
Per cento e mille strade
Perchè non c'è mai fine al viaggio
Anche se un sogno cade
Sei tu che hai un vento nuovo tra le braccia
Mentre mi vieni incontro
E impanerai che per morire
Ti basterà un tramonto
In una gioia che fa male di più
Della malinconia
E in qualunque sera ti troverai
Non ti buttare via
E non lasciare andare un giorno
Per ritovar te stesso
Figlio di un cielo così bello
Eerché la vita è adesso
Hey, That Is
No Way To Say Goodbye
Leonard Cohen
i loved you
in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes, many loved before us, i know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but now it's come to distances and both of us must try,
your eyes are soft with sorrow,
hey, that's no way to say goodbye.
i'm not
looking for another as i wander in my time,
walk me to the corner, our steps will always rhyme
you know my love goes with you as your love stays with
me,
it's just the way it changes, like the shoreline and the
sea,
but let's not talk of love or chains and things we can't
untie,
your eyes are soft with sorrow,
hey, that's no way to say goodbye.
i loved you
in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes many loved before us, i know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but let's not talk of love or chains and things we can't
untie,
your eyes are soft with sorrow,
hey, that's no way to say goodbye.
The Dance
Tony Arata
Looking back
on the memory of
The dance we shared beneath the stars / above
For a moment all the world was right
How could I have known that you'd ever say goodbye
And now I'm
glad I didn't know
The way it all would end
The way it all would go
Our lives are better left to chance
I could have missed the pain
But I'd have had to miss the dance
IHolding you
I held everything
For a moment wasn't I a king?
If I'd only known how the king would / fall
Then who's
to say?
You know I might have changed it all
And now I'm glad I didn't know
The way it all would end
The way would end
Our lives are better left to chance
I could've missed the pain
But I'd have had to miss the dance
Yes my life
is better left to chance
I could have missed the pain
But I'd have had to miss the dance
Il Mondo
Degli Altri
F. Palmieri / A. Civai
Alle tre di
pomeriggio sto seduto sui gradini
Mentre il cielo si fa pigro e si riposa sui camini
C'è un telefono a due passi e ho bisogno di sentirti
La tua voce può bastarmi per convincermi che esisti
Nel mondo degli altri che mi chiunde fuori
Ma tu puoi trovarmi nei giorni più soli
Quando sento che la mia vita
È in un vicolo senza fine
Quando l'eco di una ferita
È un ricordo che può sparire
Dietro all'alito di un tramonto
Che ci porterà fino al mare
Quando sento che là non c'è un volto
Che le dita pesson sfiorare
Il mondo degli altri che non son con me
Ma non me ne importa se sono con te
Il mondo degli altri è un cielo di vento
Un prato di fiori nel buio che ho dentro
Il mondo degli altri il mondo degli altri
E se perderò i miei sogni solo tu potrai trovardi
Ma se non vorrai tenerli non lasciarli lì davanti
Al mondo degli altri che non mi appartiene
Se tu non esisti non posso più dirti
Che ho bisogno di innamorarmi
In un giorno di primavera
Che non posso dimenticarti
Per un sogno che non si avvera
Quando cambiano le stagioni
E l'inverno diventa neve
Quando canto le mie canzoni
Ho bisogno di stare in mezzo
Al mondo degli altri perchè ci sei tu
Ma se non ti trovo mi manchi di più
Il mondo degli altri è un arcobaleno
Ma tu sei una perla che cade dal cielo
Se resto da solo nel mondo degli altri
All'ombra di un uomo che ha voglia di amarti
Se resto da solo nel mondo degli altri
Ti Chiedo
Onestà
Io stasera
lo sai
Ricomincio da te
E tu forse lo fai
Senza un vero perchè
Io stasera lo so
Mi rimetto nei guai
Tu sai dire di no
Ma perchè non lo fai
Patti chiari fra noi
Dividiamo a metà
Perchè dopo lo sai
C'è chi prende e chi da
Non ci credo alle grandi promesse
Ti chiedo onestà
Io ti chiedo soltando onestà
E non voglio saper dove vai
Cosa pensi e gli amici che hai
Quel che é stato
Quel che sarà
Io ti chiedo soltando onestà
Onestà
Questa voglia di noi
Io di te tu di me
Più finire lo sai
Nello stesso caffè
Dove lei mi lasciò
Con la stessa biglia
Ci vediamo però
Ora devo andar via
E stasera lo sai
Ricomincio da te
Mi rimetto nei guai
Ci chi ama e non sa
Che c'è i giorni che stianno vivendo
C'è poca onestà
E per questo pretendo onestà
Perchè io sono fatto così
Io non so dire non con un sì
E per questo se è amore sarà
Non ti chiedo che un pò di onestà
Onestà
Perchè io ti darò
Tutto il meglio di me
Perchè io morirò dal bisogno di te
Mi concosco oramai
Io do sempre di più
Gli altri prendono e via
Non lo fare anche tu
Non lo fare per me
Per ridarmi allegria
Se amore non c'è
Non ci vuole pietà
E per questo stasera
Ti chiedo soltando onestà
Io ti chiedo soltando onestà
Perchè sento che dentro ce l'hai
Perchè sento che amore sarà
Io ti chiedo onestà
Io stasera lo sai
Ricomincio da te
Mi rimetto nei guai
Qualche santo sarà
Ma lo sento che è amore
E per questo ti chiedo onestà
Io ti chiedo soltando onestà
Perchè sento che dentro ce l'hai
Perchè sento che amore sarà
Io ti chiedo onestà
Io ti chiedo onestà
Lettera
A. Valsiglio / G. Salvatori / Cheope / M. Marati
Volevo dirti
quello che
Non sono ruiscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso in me
Da troppo tempo ormai
Ma c'è un amore che non so
Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te
Volevo dirti
solo che
Sei sempre tu la mia allegria
Che quando parli insieme a lei
Diventa folle gelosia
Per tutto quello che mi dai
Anche quando non lo sai
Questo io volevo dire a te
Di come
quando non ci sei
Io mi perdo sempre un po'
E poi mi accorgo che non so
Più divertirmi senza te
Invece quando stai con me
Anche il grigio intorno a noi
Si colora della vita che gli dai
Com'è
difficile
Dire tutto questo a te
Che d'amore non parli mai
Non ne parli
mai con me
Forse perchè
Hai paura come me
Di una risposta che
Ancora tu non sai qual'è
Volevo dirti
quello che
Non son riuscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso dentro me
Ma c'è un amore che non so
Più nascondere perchè
Adesso ha bisogno anche di te
I Loves You
Porgy
Ira Gershwin / George Gershwin / D. Heyward
I loves you
Porgy don't let him take me
Don't let him handle me
And drive me mad
If you can keep me I wants to stay here
With you forever and I'll be glad
I loves you
Porgy, don't let him take me
Don't let him handle me with his hot hand
If you can keep me I wants to stay here
With you forever I got my man
Someday, I
know he's coming back to call me
He's gonna handle me and hold me so
It's gonna be like dying, Porgy, deep inside me
But when he calls I know I have to go
Porgy, I is
your brother now I is
I isn't dying, never going nowhere
Less he shares the farm
Want no
wrinkle on my brow
Know how?
Because the sorrow of the past is all done done
My Porgy,
now the real happiness has just begun
Want no wrinkle on your brow
Know how?
And I ain't going, your hear me saying
If you ain't
going with you I'm staying
Porgy, I is
your brother now
I is yours forever
Morning time and evening time
And summer time and winter time
Oh, my
Porgy, my man Porgy
From this minute I'm telling you
I keep this vow
Porgy, I is your brother now
E Tu Come
Stai?
Claudio Baglioni
Ho girato e
rigirato
Senza sapere dove andare
E ho cenato e prezzo fisso
Seduto accanto ad un dolore
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
E mi fanno
compagnia
Quaranta amiche le mie carte
Anche il mio cane si fa forte
E abbaia alla malinconia
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
Tu come vivi
Come ti
trovi
Chi viene a prenderti
Chi ti apre lo sportello
Chi segue ogni tuo passo
Chi ti telefona
E ti domanda adesso
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
Ieri, ho
ritrovato
Le tue iniziali nel mio cuore
Non ho più voglia di pensare
E sono sempre più sbadato
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
Tu cosa
pensi
Dove cammini
Chi ti ha portato via
Chi scopre le tue spalle
Chi si stende al tuo fianco
Chi grida il nome tuo
Chi ti accarezza stanco
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
Tu come stai
Non è
cambiato niente no
Il vento non è mai passato tra dí noi
Tu come stai
Non è accaduto niente no
Il tempo non ci ha mai perduto
Come stai
Tu come stai
detalhes
Tradução de
La Solitudine
Marco foi
embora e nao volta mais
E o trem das
sete e meia sem ele
É um coracao
de metal sem alma
No frio da
manha cinza da cidade
Na escola,
seu lugar ficou vazio, Marco esta dentro de mim
E doce o seu
halito entre os meus pensamentos
Enormes
distancias parecem nos separar
Mas o
coracao bate forte dentro de mim
Sera que
voce vai pensar em mim
Se com os
seus voce nunca fala
Se voce se
esconde como eu
Desvia os
olhos e fica fechado no quarto sem comer
Abraca forte
o travesseiro
Chora e nao
sabe que mais machuca a solidao
Marco, no
meu diario tem uma fotografia
Voce com os
olhos de garoto meio timido
Aperto-a com
forca no coracao e te sinto
Entre os
deveres de ingles e matematica
Seu pai e
seus conselhos, que monotonia
Ele com seu
trabalho te levou embora
Claro que a
tua opiniao ele nunca pediria
Disse : Üm
dia voce entendera"
Sera que
voce vai pensar em mim
Vai falar
com os amigos
Para nao
sofrer mais por mim
Mas nao e
facil, voce sabe
Na escola
nao aguento mais
E as tardes
sem voce
As ideias
todas em voce, eh inutil estudar
Nao e
possivel dividir a vida de nos dois
Te peco, me
espera meu amor ... mas nao sei te iludir !
A solidao
entre nos
Esse
silencio em mim
E a
inquietude de viver a vida sem voce
Te peco, me
espera porque
Nao posso
ficar sem voce
Nao e
possivel dividir a historia de nos dois
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