conforto térmico
(Volumetria
e elementos construtivos conferem conforto térmico a
residência de veraneio)
A
residência de veraneio projetada pelos arquitetos
Ricardo Muratóri e Ricardo Sabóia – ambos formados pela
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Federal do Ceará,
em 1984 e 1998, respectivamente – está implantada em
terreno à beira-mar em Porto das Dunas, a cerca de 13
quilômetros de Fortaleza. A ocupação do lote é
caracterizada por dois volumes dispostos em extensa área
de lazer aberta, na qual a piscina ocupa posição e
proporção de destaque. Ainda que possua um programa
compacto, os espaços da residência São bastante
generosos.
A
residência de veraneio projetada pelos arquitetos
Ricardo Muratóri e Ricardo Sabóia – ambos formados pela
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Federal do Ceará,
em 1984 e 1998, respectivamente – está implantada em
terreno à beira-mar em Porto das Dunas, a cerca de 13
quilômetros de Fortaleza. A ocupação do lote é
caracterizada por dois volumes dispostos em extensa área
de lazer aberta, na qual a piscina ocupa posição e
proporção de destaque. Ainda que possua um programa
compacto, os espaços da residência São bastante
generosos.
Para criar condições de conforto térmico, os arquitetos
adotaram uma série de medidas que devem amenizar o calor
nos ambientes internos, com o uso da ventilação natural
cruzada. Assim, o volume que abriga dormitórios, sala de
estar, cozinha, lavabo e dependerias de serviço recebeu
beirais de cerca de 4 metros, pés-direitos de oito
metros e venezianas fixas às esquadrias na fachada
leste. A residência é caracterizada, também do ponto de
vista climático, por um conjunto perimetral de treliças
sob a cobertura, solução que permite a saída do ar
quente do interior e a circulação do ar.
Todos estes elementos resultam em uma interessante
volumetria que alterna as superfícies opacas – como as
paredes laterais revestidas de pastilhas ca cor azul e
as da face oeste, com aberturas mínimas - , a fachada
envidraçada voltada para a piscina e os planos
semitransparentes das treliças
A utilização da madeira em treliças está presente também
em detalhes do mobiliário, projetado pelos arquitetos,
bem como nos corrimãos e guarda-corpos de toda a
residência.
Vidros basculantes e brises fixos recobrem edifício e
criam corredor de circulação
O
arquiteto Henrique Berndt, graduado em 1992 pela
faculdade de arquitetura da USP, é o autor do projeto de
fachadas e interiores de uma clínica odontopediátrica
localizada na capital de Santa Catarina.
O
projeto inicial era para uma residência. O arquiteto foi
contratado no momento em que a obra estava com e
estrutura e a alvenaria executadas. Tratava-se, assim,
tanto de implantá-la, em termos de mobiliário e
instalações, quanto de conferir-lhe identidade visual.
Na fachada principal, com cerca de 165 metros quadrados
voltados para uma praça, o arquiteto inseriu uma
superfície dupla de vidros basculantes e brises brancos
fixos, distanciados da estrutura original. Com esse
artifício, recobriu externamente o prédio, criando um
corredor interno de circulação, e atendeu à necessidade
de proteger essa face da insolação excessiva sem perder
a permeabilidade visual com a praça. Além disso, alterou
a linguagem original e conferiu à edificação a
identidade visual pretendida, caracterizada pela
sinuosidade e semitransparência do conjunto de vidros e
brises, contrapostos à solidez do pórtico azul.
Nos interiores, um grande balcão curvo de madeira e
tampo de vidro se destaca no ambiente de recepção e
espera.
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Nesta seção
discute-se algumas questões básicas relacionadas ao
conforto térmico humano. Dada a complexidade do assunto
estas são questões imprescindíveis para uma melhor
compreenção do mesmo.
* O
organismo humano
* A termo-regulação
* Catabolismo, anabolismo e fadiga higrotérmica
* Estresse térmico
* Pele, principal orgão termo-regulador
* Reação ao frio
* Reação ao calor
O organismo
humano
O sucesso do
funcionamento dos organismos vivos depende do seu
relacionamento com o ambiente externo.
Há duas
classes de organismos: os pecilotérmicos e os
homeotérmicos. Os primeiros não controlam sua
temperatura (ex. os insetos, répteis, peixes e os
vegetais). Já os segundos mantém sua temperatura interna
relativamente constante por mecanismos fisiológicos de
acordo com a produção e perda de calor metabólico.
O homem
pertence ao grupo dos animais homeotérmicos. Dessa
forma, seu organismo é mantido a uma temperatura interna
aproximadamente constante, da ordem de 37º C, com
limites muito estreitos - entre 36,1 e 37,2º C - sendo
32º C o limite inferior e 42º C o limite superior para
sobrevivência, em estado de enfermidade.
O organismo
dos homeotérmicos pode ser comparado a uma máquina
térmica - sua energia é conseguida através de fenômenos
térmicos. A energia térmica produzida pelo organismo
humano advém de reações químicas internas, sendo a mais
importante a combinação do carbono, introduzido no
organismo sob a forma de alimentos, com o oxigênio,
extraído do ar pela respiração. Esse processo de
produção de enegia interna a partir de elementos
conbustíveis orgânicos é denominado metabolismo.
A
termo-regulação
A manutenção
da temperatura interna do organismo relativamente
constante, em ambientes cujas condições
termo-higrométricas são as mais variadas possíveis, se
faz por intermédio de seu aparelho termo-regulador, que
comanda a redução ou aumento das perdas de calor pelo
organismo através de alguns mecanismos de controle.
A termo
regulação, apesar de ser o meio natural de controle de
perdas de calor pelo organismo, representa um esforço
extra e, por conseguinte, uma queda de potencialidade de
trabalho. A termo-regulação em animais pode ser dividida
em respostas comportamentais (voluntárias) e
fisiológicas (involuntárias) aos estímulos externos.
São as
seguintes as respostas comportamentais mais comuns:
movimento, postura, ingestão e construção de abrigos
entre outros.
As reações
fisiológicas ao estresse térmico incluem mudanças no
metabolismo, dilatação e contração de vasos sangüíneos,
aumentar ou diminuir a pulsação cardíaca, suor, tiritar,
eriçar de pelos, entre outros.
Catabolismo,
anabolismo e fadiga higrotérmica
O organismo
humano passa diariamente por uma fase de fadiga -
catabolismo - e por uma fase de repouso - anabolismo. O
catabolismo, sob o ponto de vista fisiológico, envolve
três tipos de fadiga:
a) física,
muscular, resultante do trabalho de força;
b) termo-higrométrica, relativa ao calor ou ao frio;
c) nervosa, particularmente visual e sonora.
A fadiga
física faz parte do processo normal de metabolismo. A
fadiga termo-higrométrica é resultante do trabalho
excessivo do aparelho termo-regulador, pela existência
de condições ambientais desfavoráveis, no que diz
respeito à temperatura do ar, tanto com relação ao frio
quanto ao calor, e à umidade do ar.
Estresse
térmico
O excesso de
calor, umidade, vento, ruído, etc, afetam a saúde e o
bem-estar das pessoas. O calor em excesso pode, por
exemplo, afetar o desempenho das pessoas, causar
inquietação, perda de concentração. A umidade provoca
desconforto, sonolência, aumento do suor. Ruído em
excesso causa inquietação, perda do sossego,
concentração, etc. Essas e outras perturbações que
ocorrem, muitas vezes, sem que você perceba, causa
aquilo que a ciência chama Estresse e depois de um certo
tempo provocam, nas pessoas, doenças mais complexas,
como diabetes, cardiovasculares, respiratórias etc.
Quando as trocas de calor entre o corpo e o meio
ambiente são prejudicadas fala-se em estresse térmico.
Pele,
principal orgão termo-regulador
Sendo a pele
o principal orgão termo-regulador do organismo humano, é
através dela que se realizam as trocas de calor. A
temperatura da pele é regulada pelo fluxo sangüínio que
a percorre. Ao sentir desconforto térmico, o primeiro
mecanismo fisiológico a ser ativado é a regulagem
vasomotora do fluxo sangüínio da camada periférica do
corpo, a camada subcutânea, através da vasodilatação ou
vasoconstrição, reduzindo ou aumentando a resistência
térmica dessa camada subcutânea. Outro mecanismo de
termo-regulação da pele é a transpiração ativa, que tem
início quando as perdas por convecção e radiação,
somadas às perdas por perspiração insensível, são
inferiores às perdas necessárias à termo-regulação. A
transpiração ativa se faz por meio das glândulas
sudoríparas. Os limites da transpiração são as perdas de
sais minerais e a fadiga destas glândulas sudoríparas.
Reação ao
frio
Quando as
condições ambientais proporcionam perdas de calor do
corpo além das necessárias para a manutenção de sua
temperatura interna constante, o organismo reage por
meio de seus mecanismos automáticos - sistema nervoso
simpático - , buscando reduzir as perdas e aumentar as
combustões internas. A redução de trocas térmicas entre
o indivíduo e o ambiente se faz através do aumento da
resistência térmica da pele por meio de vasoconstrição,
arrepio e tiritar. O aumento das conbustões internas -
termogênese - se faz através do sistema glandular
endócrino.
Reação ao
calor
Quando as
perdas de calor são inferiores às necessárias para a
manutenção de sua temperatura interna constante, o
organismo reage por meio de seus mecanismos
temo-reguladores, proporcionando condições de trocas de
calor mais intensa entre o organismo e o ambiente, e
reduzindo as conbustões internas. O incremento ds perdas
de calor para o ambiente se faz por meio da
vasodilatação e da exsudação (suor). A redução das
conbustões internas - termólise - também se faz através
do sistema glandular endócrino.
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Parâmetros
do Conforto Térmico
O conforto térmico é, em linhas gerais, obtido por
trocas térmicas que dependem de vários fatores,
ambientais ou pessoais, governados por processos
físicos, como convecção, radiação, evaporação e
eventualmente condução. De acordo com literatura o
Conforto Térmico Humano e sua resposta fisiológica, ao
estresse térmico, dependem da produção de calor
metabólico, do nível de fatores ambientais (velocidade
do vento, temperatura do ar, umidade relativa e
emperatura média radiante) e do tipo de vestimenta que o
indivíduo estiver usando . O efeito conjugado dos mesmos
é que definirá o grau de conforto ou desconforto térmico
sentido pelas pessoas. Desta forma, os parâmetros mais
importantes do conforto térmico subdividem-se em duas
classes:
Individuais
metabolismo
vestuário
Ambientais
Temperatura do ar
Umidade do ar
Velocidade do ar
Temperatura média radiante
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Parâmetros
individuais
Metabolismo
O
metabolismo refere-se ao processo dos organismos vivos
por onde substâncias são transformadas nos tecidos com
uma mudança no gasto energético. A quantia total de
calor metabólico produzido depende do ambiente externo e
também da dieta, tamanho corporal, idade e nível de
atividade destes. A produção de calor metabólico pode
ser dividida em duas componentes: (a) taxa de
metabolismo basal, a qual depende do tamanho, cobertura
superficial e idade (aumenta com o tamanho e diminue com
a idade) e (b) que é o calor produzido pela atividade
muscular.
Vestuário
A vestimenta
relaciona-se a uma resistência térmica interposta entre
o corpo e o meio ambiente e, também, à permeabilidade ao
vapor d’água. Como mencionado, a quantidade de calor
trocada depende da diferença entre a temperatura
superficial e o meio, esta diminui à medida que aumenta
a resistência térmica. Portanto, quanto mais espessas,
menos condutivas e menos permeáveis forem às roupas,
maior dificuldade terá o organismo para trocar calor com
o meio ambiente. Já que a vestimenta reduz a perda de
calor, a mesma pode ser classificada de acordo com o seu
valor de isolação. A unidade normalmente usada é o Clo (clothing),
em termos técnicos a unidade é º C W/m2 sendo que1 Clo
equivale a 0,15º C W/m2. A escala de Clo é projetada de
modo que uma pessoa despida tenha um valor de 0,0 Clo e
outra vestindo um terno típico tenha um valor de 1,0 Clo.
(PRETENDO LINKAR C/ UMA TABELA COM OS VALROES DE CLO ok)
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Parâmetros
Ambientais
Temperatura
do ar
A
temperatura do ar afeta a perda de calor convectivo do
corpo humano e a temperatura do ar expirado (HÖPPE,
1981). Assim, a perda de calor pelo aquecimento e
umidificação do ar expirado é influenciada pela
temperatura do ar. Uma temperatura elevada é um
verdadeiro obstáculo à dissipação de calor por convecção
(inclusive pode causar um aporte de calor se for mais
quente que a temperatura da pele).
Umidade do
ar
A umidade do
ar é outro fator meteorológico que influencia o conforto
térmico. A mesma interfere diretamente em três
mecanismos de perda de água do corpo humano, a saber: a
difusão de vapor d’água através da pele (transpiração
imperceptível), a evaporação do suor da pele e a
umidificação do ar respirado. Por exemplo, à medida que
a temperatura do meio se eleva e a perda de calor por
condução e convecção é prejudicada, há um aumento na
eliminação de calor por evaporação, fazendo com que a
transpiração se torne perceptível. Se o ar estiver
saturado essa evaporação não é possível, caso em que a
pessoa ganha calor enquanto a temperatura do ambiente
mantem-se superior a da pele. Caso contrário, sob um ar
seco, a perda de calor pelo corpo ocorre mesmo em altas
temperaturas. Em todos os casos, entretanto, a perda de
água ocorre na forma gasosa. O resultado final é a perda
de calor pelo corpo humano.
Velocidade
do vento
Assim como a
temperatura do ar, a velocidade do vento é determinante
na troca de calor por convecção entre o corpo e meio
ambiente. Quanto mais intensa for a ventilação, maior
será a quantidade de calor trocada entre o corpo humano
e o ar, conseqüentemente menor será a sensação de calor.
O termo “windchill”, criado por Paul Simple (1939-1940),
expressa o efeito de resfriamento decorrente da perda de
calor provocada pelo vento, fazendo com que a sensação
térmica corresponda a de uma temperatura muito inferior
a realmente observada.
Temperatura
média radiante
Corresponde
à temperatura média das superfícies opacas visíveis que
participam no balanço radiativo com a superfície
exterior do vestuário. Este termo é particularmente
difícil de definir com exatidão quer pela dificuldade em
corretamente avaliar os fatores de forma, quer pela
influência da componente reflectiva.
outras
figuras
Índices de
conforto térmico
Os primeiros estudos a cerca do conforto térmico datam
do início do século passado. Esses estudos tinham o
objetivo principal de avaliar de que maneira as
condições termohigrógrafas afetavam o rendimento do
trabalho. As condições de conforto térmico são função da
atividade desenvolvida pelo indivíduo, da sua vestimenta
e das variáveis ambientais que proporcionam as trocas de
calor entre o corpo e o ambiente. Assim, os índices de
conforto térmico procuram englobar, em um único
parâmetro, diversas variáveis.
Classificação dos índices de conforto
Estes índices foram desenvolvidos com base em diferentes
aspectos do conforto e podem ser classificados como a
seguir:
índices
biofisicos - baseiam-se nas trocas de calor entre o
corpo e o ambiente, correlacionando os elementos do
conforto com as trocas de calor que dão origem a esses
elementos;
índices
fisiológicos - baseiam-se nas reações fisiológicas
originadas por condições conhecidas de temperatura seca
do ar, temperatura radiante média, umidade do ar e
velocidade do vento;
índices
subjetivos - baseiam-se nas sensações subjetivas de
conforto experimentadas em condições em que os elementos
de conforto térmico variam.
Toda
condição de saúde e doença no homem tem sua origem em
outros processos, antes que o próprio homem seja
envolvido. Fatores hereditários, sociais e econômicos,
ou do meio ambiente, podem estar criando estímulos
patogênicos muito antes que o homem e o estímulo comecem
a interagir para produzir a doença.
Relações meteorotrópicas
Um efeito
meteorotrópico expressa uma relação entre um ou mais
parâmetros meteorológicos e um indivíduo ou um grupo de
indivíduos. A influência meteorológica sobre o
comportamento e a saúde das pessoas é tão óbvia que
frequentemente a menosprezamos. Por exemplo, em climas
quentes as atividades ao ar livre são amplamente
estimuladas e as pessoas são tidas como mais
desinibidas, por outro lado, o clima frio mantém as
pessoas em ambientes fechados e em estreito contato umas
com as outras criando, dessa forma, a necessidade de uma
suave interação social e familiar.
A influência do tempo e clima sobre os organismos vivos
tem sido estudada intensivamente durante as últimas
décadas. Estudos, efetuados através da descrição da
Biometeorologia, mostram diversos trabalhos relacionando
variáveis ambientais e doenças em geral. As doenças
brônquio-asmáticas e cardio-vasculares mostram-se muito
sensíveis à variabilidade da temperatura do ar e
conseqüentemente de índices de conforto térmico, bem
como de níveis de poluição.
Aspecto
pouco considerado em nossas edificações, o
condicionamento térmico é um dos itens de grande
importância na habitabilidade das mesmas.
Todos conhecemos as queixas relacionadas a ambientes
quentes no verão e frios no inverno.
Através do estudo da insolação, pode-se definir a
orientação ótima da construção e seus ambientes,
controlando a incidência dos raios solares, através de
beirais, varandas, brise-soleil, toldos, etc. Para um
bom desempenho térmico
da edificação, porém, outros fatores devem também ser
considerados:
A direção dos ventos dominantes, por exemplo, tem
influência na ventilação interna, que por sua vez é
influenciada pela posição e tipo das janelas.
O isolamento térmico da edificação é também um
importante fator a ser considerado. Uma vez que o calor
é transmitido, também, através das paredes e telhados, o
fenômeno pode ser controlado através de tal isolamento.
Finalmente, deve-se mencionar que o tipo, cor e textura
dos acabamentos externos também têm influência na
absorção de calor.
Conforto
térmico
Ar condicionado: janela, split ou central
Para esfriar
o ambiente. E o bolso
O conforto térmico no interior das edificações depende
de aspectos como insolação, ventos dominantes e
características do entorno, além do posicionamento do
edifício no lote, tipo de fachada, espessura de paredes,
dimensão das aberturas e materiais empregados.
O sistema de
ar condicionado é recurso complementar que, quando bem
planejado, ajuda a garantir o bem-estar com custos
reduzidos de operação e manutenção.
Segundo
Simon Levy, consultor técnico da Associação Brasileira
de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e
Aquecimento (Abrava),
o ideal é que o sistema de refrigeração seja
desenvolvido juntamente com o projeto da edificação,
independentemente de seu porte.
Dessa forma
é possível adotar opções mais eficientes, reduzir
interferências com outros sistemas, prever necessidades
elétricas e escolher equipamentos que garantam a melhor
relação custo/benefício para cada empreendimento.
Se o projeto
de arquitetura for desenvolvido previamente,
dificilmente o projeto de ar condicionado poderá
contemplar todos esses aspectos. Isso implica a
necessidade de adaptação às condições impostas, o que
nem sempre garante bons resultados. Além disso, o
projetista prevê os recursos adequados para renovação e
filtragem do ar, além de dar tratamento diferenciado a
ambientes que apresentam demandas especiais, como
hospitais, teatros, salas de reuniões ou CPDs.
“O arquiteto
precisa do respaldo da engenharia para alcançar as
melhores soluções e os menores custos”, afirma Levy. No
caso dos aparelhos de janela, convém ao menos buscar
orientação para a escolha do modelo junto da equipe
técnica do fabricante.
É importante
destacar que qualquer relação entre a capacidade do
sistema e a área a ser atendida serve exclusivamente
como referência inicial, uma vez que a especificação
correta depende da configuração física do espaço e de
sua carga térmica, dado que varia em função da
incidência solar e do calor gerado por pessoas e
equipamentos. Considerando uma carga térmica média,
pode-se dizer que uma tonelada de refrigeração é o
suficiente para áreas entre 18 e 20 metros quadrados.
O engenheiro
Carlos Kayano, diretor da Thermoplan, empresa de
projetos e consultoria, chama a atenção para a
importância de ouvir o autor do projeto de ar
condicionado em duas situações. A primeira é na ocupação
do espaço em prédios novos. “Geralmente os projetos são
feitos considerando pavimentos abertos; portanto,
precisa haver adaptações em acordo com a distribuição de
salas fechadas e divisórias, para que o zoneamento do ar
leve em conta as variadas cargas térmicas”, diz.
O mesmo vale
sempre que forem realizadas mudanças de layout em
escritórios, uma vez que a remoção e a colocação de
divisórias, mesmo que pequenas, interferem no
funcionamento do sistema. “O profissional redistribuirá
as bocas de saída de ar e fará adaptações para atender à
nova ocupação e evitar a formação de bolsões quentes ou
frios”, ele detalha.
Opções no
mercado
De acordo
com Levy, o princípio de funcionamento dos sistemas de
ar condicionado é o mesmo que o da geladeira. Ambos são
compostos por compressor e condensador (partes ruidosas
do equipamento) e também pelo evaporador (silencioso).
Os sistemas dividem-se em duas modalidades de expansão
do ar frio.
Os de
expansão direta são aqueles em que o gás refrigerante é
o responsável pelo resfriamento do ar injetado no
ambiente, como ocorre nos aparelhos de janela e nos
equipamentos do tipo split.
Os de
expansão indireta são aqueles em que o gás refrigerante
resfria a água que circula pelo sistema, sendo esta a
responsável pelo resfriamento do ar. Esse é o
funcionamento das centrais de água gelada.
Independentemente da opção feita, o bom ar-condicionado
é aquele que promove o conforto térmico, passando
despercebido.
O sistema
mais simples disponível no mercado é o chamado aparelho
de janela, que tem todos os seus componentes instalados
num único volume. Sua potência é medida pela unidade
inglesa British Thermal Unit (BTU/hora). Os modelos
compactos encontrados atualmente nas lojas de
eletrodomésticos já apresentam consumo de energia
elétrica bastante inferior, em comparação com as versões
antigas. Porém, como trabalham com baixas capacidades,
seus níveis de perda são os maiores dentre todos os
tipos.
Em projetos
que empregam apenas duas ou três unidades, a diferença
no consumo de energia tem menor impacto, também
relacionado ao número de horas de uso diário e às
temperaturas médias da região. “De modo geral, é uma
solução simples e barata para situações em que um
investimento maior não compensa ou quando não é possível
usar outro sistema”, entende Levy.
Os aparelhos
compactos estão disponíveis em versões de menor
potência, na faixa de 7 mil BTUs, até os de grande
capacidade, com 30 mil BTUs. Os primeiros são indicados
para ambientes de dez a 15 metros quadrados. Os mais
potentes atendem a áreas de até 60 metros quadrados,
porém seu uso deve considerar a distribuição desigual do
ar pelo ambiente e a formação de bolsões quentes, alerta
Kayano. Os equipamentos de capacidade intermediária, na
faixa dos 18 mil BTUs, são próprios para espaços com
cerca de 30 metros quadrados.
De acordo
com Kayano, a instalação do aparelho de janela é
simples, mas requer atenção para alguns pontos
importantes, como a existência de uma parede externa e
de estrutura que suporte o peso do equipamento,
inclinação correta para a drenagem da água pelo lado
externo, disponibilidade de circuito elétrico
independente e uso de disjuntor de capacidade compatível
com a máquina. Também é importante prestar atenção às
informações do selo Procel, que indica o consumo do
aparelho.
Sistemas do
tipo split
A potência
dos aparelhos do tipo split é medida em BTUs/hora ou por
tonelada de refrigeração (TR) - 1 TR equivale a 12 mil
BTUs/hora. A principal característica desse sistema é a
instalação das partes ruidosas do equipamento em áreas
externas, deixando apenas a unidade evaporadora no
interior dos ambientes, instalada no forro ou em
paredes. Segundo Levy, outras vantagens estão na
possibilidade de controle individual e nos compressores
de alta eficiência.
De acordo
com Kayano, existem splits em que uma máquina externa
atende uma, duas ou três evaporadoras. O sistema
multisplit é o que apresenta uma máquina externa para
até 30 ou 40 unidades internas, dependendo da capacidade
necessária em cada ponto. Esse tipo possui uma central
que distribui o gás refrigerante em volumes individuais
para cada espaço.
Kayano
informa que, em sistemas multisplit, o projeto permite
dispor as unidades até cem metros lineares distante uma
da outra; também se pode trabalhar com uma diferença de
50 metros de altura entre as unidades condensadora e
evaporadora.
A ligação
entre as partes interna e externa é feita por meio de
dutos e quanto maior a distância, maiores serão as
perdas do sistema.
Segundo Levy,
os equipamentos do tipo split estão substituindo
rapidamente os aparelhos de janela e também já disputam
mercado com os sistemas centrais. “Dentro de algum
tempo, o custo dos splits de grandes capacidades se
tornará mais acessível e esse tipo de sistema ganhará
mais espaço ainda”, prevê.
A explicação
está no conforto que ele proporciona e na grande oferta
de produtos, o que requer atenção para as diferentes
capacidades e procedências.
Essa
popularidade, no entanto, tem levado alguns arquitetos a
cometer o engano de acreditar que o split é a resposta
para todas as necessidades. Como acontece com qualquer
equipamento, as condições gerais é que definirão se seu
uso é adequado à edificação.
“São muitas
variáveis a considerar. Por isso, não existe uma solução
única que sirva para qualquer tipo de projeto”, alerta
Kayano.
De acordo
com o engenheiro, o sistema split requer espaço para a
instalação de equipamentos internos e externos e
infra-estrutura elétrica coerente com a potência das
várias máquinas, itens nem sempre disponíveis nas
edificações. Outra questão importante a observar é que a
maioria dos splits não prevê a troca do ar nos
ambientes. “Somente modelos especiais renovam o ar”,
afirma Levy.
Nos demais
casos, essa operação requer um sistema à parte e também
demanda espaço e infra-estrutura, completa Kayano.
Quando o sistema de ar condicionado é previsto para
atender o edifício integralmente, as instalações
centrais têm custo inferior ao do split. Além disso,
quando o sistema é concentrado, evita-se o
superdimensionamento necessário para que os aparelhos
unitários atendam às diferentes condições térmicas de
cada fachada ao longo do dia: o sistema central já prevê
essa compensação sem que isso implique maior capacidade
operacional.
O split é
considerado uma boa opção para edifícios de escritórios
ou consultórios. “Se há muitos donos, é melhor partir
para soluções individuais, pois o sistema central causa
problemas no rateamento das despesas”, completa Kayano.
Centrais de
água gelada
As centrais
de água gelada também evoluíram nos últimos anos. O
desenvolvimento de novos componentes, como os
compressores rotativos, levou a uma significativa
redução no consumo de energia elétrica. Os equipamentos
disponíveis no mercado em 1990 tinham consumo médio de
1,2 KW/TR; dez anos depois, essa média já estava em 0,55
KW/TR. Entre as vantagens do sistema central está a
concentração da grande carga elétrica junto do chiller,
o que dispensa tomadas especiais em outros pontos da
edificação.
O
ar-condicionado central é o mais adequado para projetos
que prevêem o insuflamento de ar pelo piso ou o chamado
“teto frio”, um novo sistema, ainda pouco usado no
Brasil, em que a difusão do ar é feita por meio de forro
metálico com serpentinas. A água gelada corre por esses
pequenos canais, promovendo o resfriamento do ar por
irradiação.
“É uma
espécie de calefação ao contrário”,
resume Kayano.
Nos sistemas
centrais, a água é resfriada no chiller, instalado na
casa de máquinas, e dali segue para os andares por meio
de dutos isolados termicamente. A água utilizada retorna
à central e é novamente resfriada. Esse sistema pode ou
não ser combinado a tanques de termoacumulação,
complemento que permite a fabricação e o armazenamento
de gelo nos horários em que as tarifas de energia são
menores e sua utilização nos horários de pico, quando a
eletricidade é mais cara. A termoacumulação é indicada
para projetos a partir de 500 TR por hora.
O
investimento inicial nesse sistema é mais alto, porém
seu custo operacional é o mais vantajoso. Devido ao
tamanho dos equipamentos, deve-se reservar espaço para
sua acomodação, operação e manutenção; o peso das
máquinas e dos tanques também deve ser considerado, pois
é dado importante para o projeto estrutural da
edificação. Isso significa que o sistema central deve
ser previsto na fase inicial do projeto de arquitetura.
Com ou sem
termoacumulação, os sistemas centrais tornam-se mais
econômicos quando empregam as válvulas de volume de ar
variável (VAV) dotadas de sensores que captam as
variações de temperatura. “Se ela está mais alta, a VAV
abre automaticamente; se está mais baixa, ela fecha”,
finaliza Kayano.
Essas e
outras perturbações que ocorrem, muitas vezes, sem que
você perceba, causa aquilo que a ciência chama de
ESTRESSE e depois de um certo tempo provocam, nas
pessoas, traumas e doenças de difícil cura.
Consertar as
conseqüências danosas no nosso organismo é muito
difícil, complicado e caro. Implica na necessidade de
terapias, tratamentos, frustrações e muitas vezes o
resultado não é 100%, pois muitas lesões são
irreversíveis.
O melhor
mesmo é prevenir. Eliminar as causas para que o corpo
humano não fique exposto ao problema. É cortar o mal
pela raiz.
Mas, como
podemos descobrir se o nosso ambiente é saudável? Como
podemos descobrir se a insolação, a ventilação e
aumidade estão dentro dos limites toleráveis pelo nosso
corpo e por isso não chega a afetar o metabolismo do
nosso orgnismo?
A questão é
tecnicamento complexa e necessitaria da análise feita
por um especialista. Mesmo sendo complicado, é possível
se ter uma idéia dos conceitos básicos sobre o assunto.
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